Asas negras escrita por Veneficae


Capítulo 17
Capítulo 8 - Expiar




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capitulo 9 - Expiar*.


*Expiar: vtd 2. Obter perdão; reparar, resgatar. vpr 3 Purificar-se de crimes ou pecados.


O meu relógio de pulso tocou.

13h. Menos de uma horas até o "encontro".

Droga. Olhei para a janela aberta - que evidentemente Ephane tinha aberto de manhã quando acordou- e ao ver o sol suspirei. Dei uma piscada forte e levantei, percebendo que estava mais grogue do que imaginava. Eu não me lembrava de quase nada de ontem a noite só da parte que falava do Deus grego e anjo. Isso ficou repetindo na minha mente por horas. Me atormentando.

Me arrumei e sai do quarto.

Só Ephane estava em casa. Ela arrumava a mesa para mim, sinal de que todos já haviam comido. Eu sentei.

– Bom dia.

– Bom dia. Dormiu bem? Espero que Joanne...

– Não, dormi bem. Joanne estava certa. Eu preciso ir embora o mais rápido que puder.

– Não, não está. Essa casa é minha e eu hospedo quem eu quiser. Joanne não tem direito nenhum sobre Você, ela não sabe o que estava dizendo.

– Pior que sabe, Ephane. E eu não quero causar mais discórdia nessa família, Você e Athos não merecem.

– Bom, então, obrigada.

Silencio.

– Você vai a festa? - perguntou enquanto eu degustava os pães sob a mesa.

– Vou. Riley me convidou. - convidar não era exatamente a palavra certa.

– Bom. Muito bom. Estão se dando muito bem não é?

– Até demais.

Ela uniu as sobrancelhas. Com certeza eu tinha causado um impasse na cabeça dela. Dei ombros. Era só o que eu podia responder.

– Vou indo. Te vejo lá. - e sai porta a fora.

Estava tudo muito calmo. Talvez todos já estivessem na festa, quer dizer, na mini festa. Desamassei o meu macaquinho branco (um pouco aberto dos lados) e desci morro a baixo. Tinha tantos degraus que me deu até tontura.

Quando em fim cheguei, contornei o porto (especificamente a festa) e direcionei-me ao cais. Um barco grande (parecia mais um mini iate) e branco me esperava. Riley acenou. Estava com uma camisa tão fina, apesar de estar numa temperatura razoável. Eu acenei, meio sem graça. Estava perfeito. Certinho para que desse tudo certo, até demais.

– Linda, aproposito. - comentou.

– Você... hum, também. - entrei no barco, subi a minuscula escadinha e sentei ao seu lado. Riley ligou o motor, deu meia volta e navegou pelo outro lado do penhasco.

– Tudo bem? - tive que gritar para responder.

– Claro. - o vento batia tão forte que podia me levar junto. Pedi a ele para que ficasse perto da terra, para Kyle poder ir até nos, mas eu falei que era porque eu tinha medo.

O vento batia forte do lado em que estávamos. Percebi Riley colocar um óculos escuro - não por causa do misero sol, mas por estilo. Talvez se achasse mais altruísta com isso. Bom, para mim não. Sem ofensa, mas eu achava idiota e ignorante as pessoas que faziam isso, pois não tinha finalidade. Não havia sol o suficiente para isso.

Fiquei irritada.

– Riley, por favor...

– O que?

– Tire essa porcaria de óculos do rosto.

– Por que? Não gosta? - eu não tinha gostado da pergunta, mas eu tinha uma ótima resposta para fazê-lo tirar aquela idiotice sem finalidade do rosto.

– Não gosto. Não consigo ver seus olhos. - falei, e apesar da estridência da minha voz, um sorriso irradiou seu rosto.

– Ok. - eu sabia que eu não devia ter feito isso, mas era o único jeito. Foi até engraçado. Eu podia até ter rido, pois veto do óculos - de uma jeito estranho - me aliviava, mas não ri.

Mas, apesar dele ter tirado os óculos, aquela minha resposta não tinha dado um bom fruto.

– Você gosta de mim. - era uma pergunta?

Engoli a seco.

– Awm... claro. - eu sabia o que ele queria dizer.

– Demorou. - (suspiro.) - Gosta mesmo? Muito?

– ... claro.

– Demorou mais uma vez. Aure, Você sabe do que eu estou falando. - eu queria falar sim, caso Kyle estivesse ouvindo, mas era impossível falar que amo alguém que não fosse Kyle. Parecia a morte.

– Sei, mas não quero responder.

– E se eu te obrigasse?

– Você já esta me obrigando.

Ele tirou a chave e o barco parou. Não achei que aquilo fosse coisa boa. De qualquer modo, eu procurei isso. Eu que tinha colocado aquela pergunta na cabeça dele quando não intervi antes. Eu que tinha procurado aquilo exatamente quando coloquei os pés naquele barco.

Os meus dois lado dizia:

O diabinho: Vai! Fala que sim! Ai Kyle vai atrás de vocês.

O Anjinho : Você sabe quem você ama. Não o faça sofrer mais.

Kyle vai atrás de vocês. No plural, percebeu?

Foi a gota d'água. Eu tinha quebrado a minha promessa na primeira vez que eu procurei por algo que trouxesse Kyle para cá. E eu honrava minhas promessas. Eu era como minha mãe - não importasse o que acontecesse, eu honrava minha promessa. Eu estava me auto traindo. Traindo as coisas que eu acreditava e honorificava mais do que minha propria vida. então, chegado ali, eu teria desistido da estupida e inadequada conduta.

Eu tinha de fazer algo.

– Riley, volte para o porto. - acrescentei num suspiro.






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Notas finais do capítulo

Desculpe a demora.
Houve alguns problemas.