Irmão Mais Novo escrita por IzaHaruka


Capítulo 1
Capítulo Único - Entre Irmãos e Irmãs


Notas iniciais do capítulo

Sabe, confesso que essa fic é meio fraca, mas eu sempre tive vontade de fazer uma fic só pro Max e pra May!
Nunca vi uma sobre os dois então achei uma boa ideia, hehe
Boa leitura



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– Ei Max, sua irmã tá te chamando.

– Hm, Ash?! Ah, fala pra ela que eu ainda tô com sono.

– Tudo bem.

E com essas palavras ele saiu da barraca. Me enrrolei um pouco mais nas cobertas e tentei voltar a dormir. Ain, que delícia, um dia frio e eu aqui deitado, isso é que é vida!

– Max, levanta!

Mas ela tinha que estragar tudo.

– Aném, tô cansado! – fiz uma voz de sono para ela ter um pouco de piedade.

– Nem vem, você já dormiu o suficiente!

É, não deu certo.

– Mas May, a gente não vai seguir viajem hoje, então eu não tenho nada pra fazer.

– Não seje por isso, arranjo trabalho pra você rapidinho.

Me virei para contra-atacar, é, contra-atacar, conversar com minha irmã é quase uma guerra, mas ela já havia saído da barraca.

Bem, resolvi me levantar e arrumar, antes que ela voltasse. Porque que ela é assim? Digo, acha que sabe mais do que eu. Mas ela está errada, de acordo com minha teoria, os irmãos mais novos sabem mais. Por que? Ora, é só refletir:

Pra começar, um irmão mais velho sempre age diferente. Eles são estranhos e não agem normalmente. Sem falar que sempre fazem algo que não é legal com o seu irmão mais novo, eles sabem irritar. Então nós, irmãos mais novos, temos a difícil missão de entendê-los. Primeiro, observarmos sua rotina, assim saberemos mais sobre o inimigo. Depois é só atacar. Se você tiver o observado direito, vai saber todos seus pontos fracos. E se conseguir descobrir algum segredo dele, melhor ainda, a chantagem é um ótimo recurso.

Pois é, e assim, nós – irmãos mais novos – acabamos sabendo muito mais do que eles – irmãos mais velhos – sem que eles nem desconfiem. O principal defeito deles é achar que são superiores a nós, mas nem imaginam que podemos muito mais do que eles.

Nossa, apesar de estar frio, o dia está lindo aqui fora.

– Bom dia Max, o café está pronto!

Ah, só a comida do Brock pra me animar mesmo, voei em direção à mesa.

– Valeu Brock, sua comida é demais!

– Nossa, pra quem estava com sono, até que você tá bem animadinho, hein?

– Hunf. – ignorei o comentário da minha irmã, ela tava querendo que eu a ajudasse em algum trabalho, aposto. – Ei Pikachu, tudo bem? – acariciei o ratinho ao meu lado.

– Pika pi! – disse sorrindo.

– E aí Ash, vai treinar hoje? – sempre pergunto isso a ele por que adoro vê-lo batalhar.

– Ah talvez. Sabe, acho que vou dar uma folga pros pokémons hoje, eles merecem. Mas se eu for treinar, te chamo para assistir, ok? – e deu um sorriso descontraído, igual ao que ele faz toda hora.

– Tudo bem. – respondi.

– E você May?

Ah, lá vamos nós de novo. Parece que ele nunca perdia uma oportunidade de falar com minha irmã. Dava até para ver o jeito que ele olhava para ela, seus olhos até brilhavam. Será que só ela não percebeu ainda? Lancei um olhar para o Brock, que também já sabia, ele sorriu e eu só revirei os olhos.

– Talvez eu treine mais tarde. É que eu acordei com um pouco de dor de cabeça.

– Claro, com esse cabeção, qualquer um. – provoquei.

– Max, fica quieto! – me lançou um olhar mortal.

– Mas, tá tudo bem? – disse ele pegando de leve na mão dela.

Ah Ash, qual é? Por que você não fala logo pra May? – pensei. Aposto que o Brock também pensava a mesma coisa, mas fazer o que né... Olhei para ele, que havia se virado para cuidar das vasilhas. É, melhor eu também sair dali e deixá-los sozinhos.

Mas o que eu tô pensando? Não tenho nada a ver com o Ash ou com a vida amorosa da minha irmã, ela que se vire pra lá.

Mal, eu? Não, só cuido da minha vida, o que acho que ela também deveria fazer, em vez de ficar falando o que devo fazer, toda hora.

Toda hora.

Max faz isso! Max faz aquilo! Já dormiu demais, já comeu demais!

Quantas vezes já nos perdemos por causa de sua teimosia?!

Por aqui, por ali! Conheço esse lugar!

Claro que sim, estamos perdidos, dando volta no mesmo lugar à um tempão!

É tão engraçado quando me lembro das nossas aventuras. O seu jeito de errar tão descontraidamente... sempre me fez rir.

E tenho que admitir que atualmente não tenho o que reclamar em relação aos pokémons. Me lembro antigamente quando ela errava os nomes dos pokémons e dos ataques, sempre foi engraçado. Mas agora... ela é uma ótima coordenadora.

Até sorrio sarcasticamente quando digo isso, mas... é verdade. A habilidade dela, o jeito como consegue controlar a situação – qualquer que seja – é incrível, ela nasceu pra brilhar. Eu até...

Bem, é difícil falar isso da minha irmã, mas... eu tenho orgulho. Orgulho de ter uma irmã tão legal e enxerida como ela. Tão inteligente e tão idiota. Tão séria, mas tão engraçada. Tão... minha irmã.

Talvez, só talvez, agora eu entende um pouco os irmãos mais velhos. Talvez eles só querem nos ajudar, mas não diretamente, pra nós não sabermos. Para ninguém saber. Talvez o mais forte xingo seja apenas uma maneira de mostrar que se importam, com a gente.

Mas sinceramente...

...nunca vou saber o que se passa na cabeça desses irmãos mais velhos.

Mas com certeza entendo a mente mais nova. De nós, irmãos mais novos.


Havia entrado floresta adentro e achei melhor voltar.

Já onde havíamos acampado, não a avistei em lugar algum.

– Ei Ash, cadê a May?

– Ela foi num riacho que tem ali. – apontou – Naquela direção.

– Ah, obrigado. – disse me dirigindo ao lugar que ele acabara de indicar.

– Max! – ele me repreendeu – Não vai implicar com ela, né?

– Ah... – relaxei – Talvez, hehe.

Andei mais um pouco, cheguei ao tal riacho e a avistei de longe. Estava sentada na beira do riacho, olhando a paisagem. Mas aposto que a mente dela estava longe, pensando em algo. Talvez em concursos ou em pokémons. Cheguei por trás num abraço carinhoso e disse, bem alegre:

– Mana!

– Max?! Perai, o que você quer? – disse séria.

– Nada. – sorri

– Hm. – me olhou meio desconfiada.

– May... – olhei para baixo, o assunto agora é sério.

– Uh?! O que foi?

– Ah... é que...

– Max. – ela disse.

Olhei automaticamente para seu rosto tão... sereno.

– Olha Max, sou sua irmã, pode me falar o que quiser, viu?

– Certo. – sorri novamente – Érm... sabe... sei que as vezes eu implico com você mas... mas...

– Eu te amo! – me surpreendeu com um abraço tão gentil.

– Isso mesmo, tirou as palavras da minha boca. – respondi ao abraço. Me levantei e virei em direção aonde tínhamos acampado, comecei a andar, mas me virei para ela e gritei amigavelmente: - Sua chata!

– Seu pirralho! – escutei ela retrucar.

Ri ternamente. Não a trocaria por nada.

Voltei e vi Ash e Pikachu sentados do lado de uma árvore. Me sentei ao lado deles.

– Como ela está? – indagou.

– Ah bem. Sabe como é, ela só ta viajando. – sim, ele sabia como era, a conhecia muito bem.

– Ah. – suspirou aliviado. Puxa, era estranho e difícil de aceitar que alguém gostava da May, da minha irmã! E gostava mesmo, pra valer!

Aff, já tô pensando nisso de novo! Na vida amorosa da minha irmã! Deveria afastar isso da minha cabeça, ela fica com quem ela quiser, seje o Ash ou qualquer um!

Mas espera... uma pessoa me passou pela cabeça... Drew! O idiota esverdeado! Aaah não! Qualquer um menos ele! Olhei para o garoto ao meu lado, esse sim é legal. Por que não ele? Espera... por que eu não dou uma ajudinha? Se a May ficar com o Ash não vai ter nenhum risco do verdinho idiota entrar na minha vida... é uma boa idéia, hehe.

– Sabe Ash... – chamei sua atenção – Às vezes eu implico e falo certas coisas pra May, mas... ah, ela é minha irmã. E quando eu a provoco, é só para passar o tempo. – olhei pra ele – Coisa de irmão mais novo, sabe?

– Érm, tudo bem Max. – disse com uma gota. Acho que ele achou estranho o fato de eu ter dito aquilo assim, de repente. Mas agora eu já comecei, lá vai.

– Conversei um pouco com ela lá naquele riacho, sabe, é bom desabafar de vez em quando... Falar o que se sente... – cheguei mais perto – Demonstrar sentimentos... – Caramba, ele corou, que vontade de rir. Tô rachando por dentro.

– É, entendo... conversar essas coisas... é legal. – ele disse meio envergonhado, mas depois olhou para baixo triste. Acho que... ele não tinha coragem...

– Mesmo quando temos medo de que algo dê errado... – comecei a filosofar - ...temos que tentar, se não... nunca saberemos! – disse por fim.

– É... – ainda estava olhando para baixo, pensativo e triste. Decidi olhar o horizonte, bem, pelo menos estava tentando ajudar. Ia começar a filosofar de novo quando ele me surpreendeu.

– Quer saber Max?! – se levantou num pulo – Tem razão... tem toda a razão! – disse com um tom de euforia, foi até engraçado. – Eu... vou dar uma volta.

Volta?! Ah tá! Eu sei que ele estava indo pro riachinho, aquele era o caminho!

Bom, pelo menos espero que ele tenha coragem de fazer algo. E mesmo se não tiver dessa vez, que tenha algum dia.

Ele vai ter, eu sei.

Ah, eu sei das coisas, sou irmão mais novo.


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Notas finais do capítulo

E sou filha única, é.
Eu sei que é fraquinha, mas eu gostei u-u
Deixem reviews com dicas, sugestões, elogios ou dizendo como posso melhorar minha escrita.
Obrigado por ler ^^