Já eram 3 horas da manhã e Hinata ainda estava acordada. De pé na sacada,ela admirava a lua,com o vento soprando em seus ouvidos,sussurrando palavras de conforto.A dor no seu coração não poderia ser maior,afinal,perder a mãe é mais do que torturante.Mas o que lhe matava não era nunca mais poder contar com a única pessoa que a amava,era ter de conviver com o pai idiota e a irmã mimada.

“-Veja Hinata, a lua não é magnífica? - perguntou a mãe de Hinata a ela.

- É linda sim mamãe!- respondeu a Hinata de cinco anos de idade- É pra lá que nós vamos algum dia?

- É sim meu amor, é pra lá que nós vamos. Sabe minha filha,vai chegar um dia em que eu não vou estar mais aqui e eu vou precisar que você cuide da Hanabi- a Hyuuga maior disse.

-Mas pra onde você vai mamãe?- Hinata perguntou.

-Eu vou estar lá em cima, do lado da lua. Olhando pra você.

- Mas você vai deixar de me amar?

-Claro que não meu docinho, eu vou te amar sempre e sempre!- a mulher respondeu, dando um abraço na garota que estava ao seu lado.”

As lagrimas rolaram pelo rosto da admiradora da lua. Agora ela tinha 12 anos e tudo o que mais queria era poder ver sua mãe pela última vez. Lentamente ela caminhou em direção a cômoda de magno que tinha em seu quarto.De lá tirou a caixinha de música que ganhou de sua mãe e ao abrir  pode ver o pingente em formato de lua crescente.

-Mãe, não importa onde você esteja eu te amo e vou cuidar da Hanabi, não importa a quão mimada ela seja pelo papai. E falando nele, por mais que seja errado... eu o odeio.Porquê ele não me trata com o amor nem o carinho que eu mereço.Além do mais,eu sei o que ele quer,e eu não vou deixar que ele toque um dedo na herança que a senhora deixou pra mim.É uma promessa.

Quatro anos depois...

Hinata POV’S

“But no-one else can see the preservation of the martyr in me…”

Já eram seis horas e esse maldito alarme me fez o favor de me lembrar que era o meu primeiro dia de aula em uma escola nova. Com muito esforço,me levantei e fui até o banheiro pra tomar meu banho e etc.Depois,coloquei minha calça jeans,uma blusa preta com uma estampa legal,umas botas pesadas,fiz uma maquiagem forte e peguei a primeira bolsa que vi na frente.Completei meu visual com meu clássico Ray Ban preto.Me olhei no espelho e vi que não estava nada mal.

Meu cabelo já estava chegando à cintura, mas isso não me despertou o desejo de cortá-lo. A franja estava quase chegando aos meus olhos, mas isso só me fazia gostar ainda mais do meu cabelo preto-azulado meio roxinho. Desci as escadas devagar,fiz meu café e parti em direção a porta.Parei ao ouvir uma voz horrivelmente conhecida.

-Para onde você pensa que vai garota? – Hanabi disse.

-Pro colégio, sua pirralha fuxiqueira!Era o que você devia fazer também!- respondi a ela.

-Espero que você seja expulsa logo no primeiro dia. É sempre assim mesmo!- ela disse, com uma risadinha sarcástica.

-Eu só não te mando ir para um lugar bem longe porque você é mimada demais. Fui que fui moleca.

Bom... essa é a Hanabi,minha irmã mais nova.Ela é um caso perdido,desde pequena ela é mimada pelo nosso pai Hiashi,que também não é meu fã e nem eu sou fã dele.Os dois são muito parecidos,além de serem insuportáveis,eles tem cabelos castanhos.Desde que a mamãe morreu,eu vivo em pé de guerra com o Hiashi,porque eu sei que ele quer a chave do cofre,chave que é minha por direito.Mamãe a deixou pra mim.

É época de inverno aqui em Nashville, então eu pus minha jaqueta e saí. Peguei um táxi,e chegando à escola,pude ver que não era nada do que eu imaginava,nem do que eu queria.

Patricinhas andando por todos os lados, nerds também, os emos em um canto, os playboys no outro. Ou seja,uma escola formada por panelinhas ridículas.Eu mereço?

Coloquei meu fone, apertei o play do mp4 e me concentrei em Slipknot. Fui caminhando através daqueles seres estranhos como se nada tivesse acontecendo.Sentei em um banco e esperei o sinal de entrada tocar.Quando o sinal finalmente tocou,suspirei e fui encarar meu primeiro dia em uma escola na qual eu não ia durar muito.De novo.

As aulas passaram como foguetes pra mim. Tudo o que o professor Asuma tava dizendo,eu já sabia totalmente.Mas aí veio a aula da Kurenai,ciências,e tivemos que sentar em duplas.Todos os pares estavam formados,mas eu continuava sem parceira ou parceiro,tanto faz.

-Foi mal pelo atraso professora Kurenai!- ouvi alguém dizer.

Levantei a cabeça e dei de cara com um garoto de cabelos negros e espetados na parte de trás. Tinha olhos negros e era muito bonito.

-Sem problema Uchiha, sente-se com a senhorita Hyuuga e vamos começar a aula.

Ok. mas uma declaração minha: eu realmente mereço isso?

- Oi!- o garoto disse pra mim.

- ...- foi a minha reação.

- Eu disse oi- ele repetiu.

- Hum... eu sei- respondi.

-Credo cidadã, to falando contigo educadamente. - ele resmungou.

-Eu não pedi pra você falar comigo, ou pedi?- eu disse.

-Caraca!Você tem um Ray Ban!- disse ele ao analisar meus óculos.

-Claro que tenho garoto, não tá vendo?- esse moleque é retardado?

-Você é muito bonita, quer sentar na minha mesa hoje?-ele me perguntou, dando um sorriso sexy.

- Deixa pensar... não!- respondi pra ele, sorrindo é claro.

-Ninguém nunca rejeitou um pedido meu antes!- ele me olhou com fúria.

-Um aviso pra você garoto: Não vem dar uma de machão pra cima de mim.

-Eu sei que você me achou lindo, mas não precisa ficar tímida- ele sorriu de novo.

Ok. eu sei que não deveria  ter feito isso,mas eu odeio gente que se acha.Então eu não resisti...em questão de segundos minha mão já tinha acertado  a cara dele.Tirei o óculos e fitei aqueles orbes negros com raiva.

-Olha como fala comigo moleque. Tá achando que eu sou igual a essas metidinhas que ficam aos seus pés?Então tá muito enganado. É melhor você ficar longe de mim.

Ele pareceu hipnotizado, mas eu não me surpreendo. Não é todo dia que um garoto leva um soco de uma menina que tem olhos iguais à perolas.

-Senhorita Hyuuga!O que você fez?- Kurenai me perguntou.

-Eu dei um soco nele, a senhora não viu?- eu disse.

-Não tolero esse tipo de comportamento. Vá agora para sala da diretora!AGORA!- ela gritou.

-Escuta aqui, quem tu pensa que é pra falar assim comigo?- eu respondi, avançando um pouco.

-Eu sou sua professora, e não admito que VOCÊ fale assim comigo. AGORA PRA SALA DA DIRETORA HINATA!

A sala toda me olhava com cara de espanto. Menos o loirinho que tava ajudando o Uchiha a ficar de pé.Ele me olhava de um jeito feliz e por um momento me deixei viajar nos olhos azuis dele,mas logo voltei a realidade e saí da sala.Que belo jeito de começar o ano! ¬¬

Caminhei pelo corredor com calma, já estava acostumada a sair de sala, estava pensando na vida quando fui tirada de meus devaneios por um grito terrível. Corri na direção da gritaria e cheguei até uma sala que estava vazia.Espiei pela janelinha na porta e vi três garotas batendo em uma outra menina que tinha o cabelo rosa.

Nessa hora... rapá...eu peguei santo.

Entrei na sala com tudo. Empurrei as 3 doidas e fiquei na frente da garota.Uma das delinqüentes veio com tudo pra cima de mim,esquivei e dei um soco no estomago dela.A segunda,me deu um chute forte no rosto,fazendo com que o salto dela ferisse meu lábio inferior.Revidei o chute e coloquei ela pra correr.A terceira veio com chutes e socos,admito que ela me feriu bastante e me fez cair no chão,mas aí,a garota de cabelo rosa deu um soco na doida,que fugiu da sala carregando uma das meninas.

-Não precisava ter feito isso- a garota de cabelo rosa me disse.

-Claro que precisava!Elas iam acabar te matando!- eu respondi.Meu corpo doía,então a garota me ajudou a me sentar.

-Meu nome é Sakura,qual é o seu?

-O meu é Hinata.- eu lhe disse.

-Então,Hinata,obrigada por me salvar...- ela sorriu meio sem graça- Acho que vai precisar de ajuda com esse ferimento não é?

Eu afirmei com a cabeça e me encostei  na cadeira.Vi Sakura ligar para alguém,dizendo que precisava de ajuda e de primeiros socorros.Depois de 5 minutos,a porta da sala se abriu  e eu pude ver o loirinho da aula da Kurenai entrando com uma maleta de remédios.

- Será que é o destino?- ele disse,sorrindo diretamente pra mim.

E então,pela primeira vez,um garoto me fez corar.