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A alguns anos atrás, tudo era maravilhoso, mas a busca incansável pelo poder fez com que a mente das pessoas apodrecessem e criassem situações em que lutar era a única opção. No inicio de uma guerra, nós não pensávamos em nada a não ser nós mesmos. Nós éramos jovens, não sabíamos o que era realmente importante.

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Dois dias atrás

“Eu já não aguento mais! Você é burro ou o que? Eu disse que nós não tínhamos poder o suficiente para detê-los.” Gritei.

 

“Poderia até ser que você não tivesse, mas eu tinha!” Falou Natsu com uma expressão de raiva.

 

“Tinha o caramba! Olhe bem a sua volta e veja todo o “poder” que você tem!” Disse apontando para a nossa guilda que estava em pedaços graças ao nosso inimigo. “Você é tonto! Você acha mesmo que só com esse seu foguinho você consegue derrotar todo mundo? Não me faça rir.”

 

“Como é que é?” Perguntou Natsu irritado.

 

“Você está surdo? Vai querer que eu desenhe para você?”

 

“Ei Gray, vá com calma!” Falou Kana.

 

“Calma? A guilda foi completamente destruída e você ainda quer que eu fique calmo? Esse garoto só consegue pensar nele mesmo.”

 

“Desgraçado, o que você sabe? Um covarde como você, o que poderia saber?” Gritou Natsu.

 

“Natsu, acalme-se você também.” Lucy interrompeu com uma expressão de irritação.

 

“Fique fora disso!” Gritou Natsu olhando para Lucy, que por um segundo o olhou assustada.

 

“O que? Qual é o seu problema? Não sei se você notou, mas está tudo destruído! Tudo! Por causa do egoísmo de vocês, tudo acabou.” Esbravejou ela.

 

“Chega!” Gritou Mirajane, o que não era uma coisa muito normal. ”O fato de a guilda estar assim não é culpa de nenhum de vocês, e também a Fairy Tail não acabou e nem vai acabar por causa do que aconteceu, então parem de bobeira, pois nós vamos nos reerguer e tudo vai voltar ao normal, ok?!”

 

“Nada irá voltar ao normal. O nosso sonho de criança acabou. Esse é o fim.” Falei, com uma ponta de decepção.

Fomos atacados por uma guilda ainda desconhecida, mas com um poder de fogo muito grande, que nós não conseguimos detê-los e a nossa guilda acabou sendo destruída. Várias pessoas ficaram feridas e entre elas, o Mestre Makarov é um dos que esta em estado critica.

Eu já não aguentava mais toda aquela discussão, então resolvi ir embora.

“Eu vou embora.” Falei já saindo do meio de toda aquela confusão.

 

“Embora? Como assim?” Perguntou Erza se levando do banco em que estava sentada até agora sem dizer uma palavra.

 

“Eu já não aguento toda essa confusão, por isso vou embora, e não pretendo-”

 

“Gray!” Gritou Lucy.

 

“E eu não pretendo voltar.” Falei olhando fixamente nos olhos da Lucy. Me virei e fui embora.

 

 

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Hoje, 18h 45min

Estou caminhando a dois dias seguidos, e estou perto da Cait Shelter. Não parei para descansar, nem para comer e beber alguma coisa.

O fato de ter uma pequena brisa faz com que a minha dor de cabeça diminui, mas mesmo assim, minha cabeça esta dando voltas e voltas me fazendo ficar enjoado.

Ouvi um pequeno ruído vindo do meu lado esquerdo, mas não consegui ver nada, apenas grandes árvores e arbustos, e por isso acabei não dando importância. Mas depois de caminhar mais um pouco ouvi um barulho parecido ao anterior, e de repente uma espécie de animal de quatro patas de cor azul, preta e branca apareceu por trás das folhagens. Elas rosnavam ferozmente e vinham na minha direção. Quando a primeira delas pulou para cima de mim, eu levantei meu braço, o posicionando acima da minha cabeça. Ela abocanhou o meu braço fazendo furos nele, e quando ela soltou, meu sangue começou a escorrer pelo meu braço. Depois que ela soltou, senti meu braço começar a latejar e senti uma leve tontura, mas que cada fez mais ia aumentando. Mas antes mesmo que eu pudesse pensar em me afastar dali, outra delas pulou em mim em direção ao meu tornozelo. Quando eu fui me mexer para não deixar chegar perto de mim, o meu corpo travou, e eu não conseguia nem mexer um músculo. Minha tentativa de afastá-la foi inútil, pois ela mordeu o meu tornozelo, me fazendo cair no chão.

 

“Resistir é inútil. Os dentes de cada um dos meus animaizinhos têm veneno que vão fazer você desmaiar, ou talvez até morrer.” Falou uma voz que se misturava com o rosnado daqueles monstros.

 

“Quem é você?” Perguntei, já quase caindo completamente sobre o chão.

 

Quando eu olhei para o lado, vi que mais um daqueles bichos estava chegando cada vez mais perto de mim. Tentei me levantar novamente, para não deixar que ela chegasse mais perto, pois se eu levasse mais uma mordida eu estaria perdido.

 

“Cain-” Ouvi um som de algo que parecia uma costela quebrando.

 

Quando levantei minha cabeça vi que a minha frente havia uma garota loira de estatura mediana parada a minha frente. Olhei para os lados para ver o que tinha acontecido. A razão de eu ter ouvido aquele barulho é que ela havia chutado um dos animais contra uma árvore e acabou o matando.

Ela começou a se movimentar rapidamente entre todos aqueles bichos e um após iam jorrando sangue, e consequentemente morrendo.

 

“O-o-o que é você?” Perguntou a mesma voz de antes.

 

“Isso não tem nada a ver com você. Agora apareça!” Gritou ela, só que o homem não fez nenhum movimento sequer. “O que foi? Depois que viu seus preciosos animaizinhos morrerem nas minhas mãos você ficou com medo?”

 

“Como é que é?” Ele gritou e apareceu, indo correndo em direção à garota.

 

Antes mesmo que ele conseguisse sacar a sua escada ela chegou bem perto dele e acertou-lhe um soco no estomago, fazendo-o desmaiar.

Depois de acabar com tudo, ela se virou e veio caminhando na minha direção.

 

“Você esta bem?” Ela perguntou só que eu não consegui responder. Minhas pálpebras estavam cada vez mais passadas e minha cabeça estava dando voltas, e juntando tudo isso com o meu cansaço eu acabei desmaiando.

Quando eu acordei, estava deitado em uma confortável cama dentro de uma casa de madeira. Era de manha, os passarinhos pousavam na janela ao lado da cama, como se não tivessem medo.

 

“Finalmente acordou!” Ouvi uma foz feminina. Me virei para ver quem era, e percebi que era a mesma garota que havia me ajudado ontem.

 

“Como eu vim parar aqui?” Perguntei colocando a mão na cabeça, pois ela ainda doía um pouco.

 

“Ontem você desmaiou, então eu resolvi trazê-lo para minha casa. Você estava com uma febre imensa, por culpa de um enorme cansaço e stress, por isso é melhor você apenas se descansar e comer um pouco.” Falou ela saindo do quarto.

 

Quando me levantei, percebi que ela havia feito alguns curativos aonde eu havia sido ferido. Coloquei a minha camiseta e sai da casa para tomar um pouco de ar.

Ela vivia em um lugar completamente isolado das outras guildas. Era no meio de uma floresta, e por isso era um lugar muito agradável.

 

“A comida vai esfriar!” Gritou ela de dentro da casa.

 

Entrei na casa e fui em direção a uma pequena cozinha, que em cima da mesa havia uma enorme quantidade de comida.

 

“Sirva-se!” Falou ela sorrindo. Eu apenas me sentei e me servi.

 

“Itadakimasu!”

 

Ao mesmo tempo em que eu comecei a comer ela também se sentou e se serviu.

 

“Por que você me salvou?” Perguntei, pois eu ainda não entendi o porquê ela estava fazendo tudo àquilo para mim.

 

“Por quê? Humm... Para falar a verdade eu também não sei direito. Apenas pensei que não poderia deixar você ali, sozinho. Você parecia exausto.” Explicou ela.

 

“Então porque agora você esta cuidando de mim?”

 

“Eu não cuido de crianças. Apenas estou ajudando você a se recuperar mais depressa.”

 

“Mas porque-”

 

“Ta espera! Minha vez de perguntar.” Ela me interrompeu fazendo com que eu parasse com aquele questionário. “Você... é da Fairy Tail, não é?”

 

“Sim, e o que tem isso?” Perguntei confuso.

 

“Eu escutei que a Fairy Tail foi completamente destruída, mas eu achava que vocês iriam reconstruí-la, pois são uma das guildas mais fortes, só que apenas de eu olhar a sua expressão eu percebo que isso não vai acontecer, pelo menos não tão cedo.” Falou ela. “E também a julgar pela sua condição quando eu achei você, você parecia estar desesperadamente à procura de algo. Será... que você poderia me dizer o que você esta procurando? Talvez eu possa te ajudar.” Completou ela.

 

“Como?” Perguntei. ”Sei que você é uma garota inteligente. E ontem, ganhou daquele homem com uma grande facilidade, mas porque você iria querer se envolver em um assunto como esse?”

 

“Hahaha, poisé, talvez você não seja apenas músculos.” Disse ela rindo.

 

“Por acaso, você sabe alguma coisa sobre quem destruiu a nossa guilda?” Perguntei.

 

“Muito pouca coisa. É uma nova guilda, que se eu não me engano se chama Full Darkness. É uma guilda que não possui muitos membros, mas mesmo assim tem um alto poder de destruição.” Explicou ela. “E quem ordenou que atacassem a Fairy Tail foi um homem chamado Albert. Provavelmente. A minha vila também foi atacada por eles.” Falou ela com a expressão séria.

 

“Mas porque eles a atacariam a Fairy Tail?” Perguntei.