Ichigo a abraçou forte. Não queria deixá-la ver o medo em seus olhos. De alguma forma aquilo que ela falava era verdade, aquilo poderia ser o começo de uma despedida e ela precisava saber disso. Kurosaki respirou fundo como se tentasse criar coragem e pegou as suas roupas começando a vesti-las.
- O que foi? - estranhou Inoue se levantando e se aproximando dele. Ichigo somente percorria seu corpo com os olhos pondo sua mão na cintura dela, ele ia sentir muita saudade dela inteira. Ele só não pensava em desistir agora. Logo, poderia levá-la para junto dele.
O ruivo cobriu Orihime com o lençol e respirou mais uma vez antes de explicar tudo a ela.
Inoue simplesmente não conseguia acreditar no que ouvia. Primeiro, a garota se entristeceu pelo fato de ele ter que partir por um tempo, depois ficou morta de feliz por saber que ela também poderia ir para Tókio seguir sua carreira de cantora, seria incrivelmente perfeito.
Mas, agora, sozinha em seu quarto, vendo pela janela, Ichigo correndo na rua, se sentia magoada. Ela havia recusado a proposta dos seus sonhos logo de cara só com a possibilidade de ficar longe do seu amor e Kurosaki por sua vez, não parecia ter pensado duas vezes em aceitar uma proposta que não era nem seu sonho, apenas pelo dinheiro.
Ichigo correu para casa super animado. Inoue havia lhe falado da proposta que recebera para cantar no programa daquele chato do Kanonji. Ela iria ficar perto dele para sempre. Ichigo logo pensou em uma ótima forma de comemorarem.
Kurosaki acordou com os passarinhos, levou junto suas irmãs para ajudá-lo a escolher um presente legal para Inoue. Havia recebido uma grande quantia de dinheiro e tinha milhões de idéias que deixariam Hime feliz. Afinal, era só nisso que ele pensava.
Inoue havia passado a noite inteira chorando no colo da amiga Tatsuki. Ela só pensava na noite passada enquanto varria o chão da padaria.
- Inoue-san, venha aqui! - ordenou Momo-san.
- Hai! - respondeu a garota correndo e quase tropeçando no chão, “sorte” o seu chefe tê-la segurado.
- Preciso que sove essa massa de pão para mim...
- Tudo bem! - disse Inoue toda feliz, finalmente Momo-san estava deixando ela fazer alguma coisa legal. A garota pôs as mãos na massa, mas, Momo-san parecia continuar grudado nela.
- Você não esta fazendo isso certo - murmurou o velho atrás dela enquanto colocava as mãos tambem na massa, imprensando-a entre ele e a mesa cheia de farinha.
- Eu sei fazer sim, Momo-san... - piou Inoue ficando nervosa e sem ação enquanto sentia o bigode dele roçando em seu pescoço. Um nojo.
- Mas, eu vou te ensinar tudo, Orihime-chan... - disse ele virando a garota e rasgando o vestido dela.
- Largue a Inoue-san! - ela ouviu alguém gritar. Era Ishida.
É claro que Momo-san revidou, mas, acabou apanhando muito do quincy que antes de tudo tirou a camisa e jogou para Hime que tentava inutilmente esconder a calcinha e os peitos ao mesmo tempo.
- VOCÊ ESTA DEMITIDA! - gritou o velho vendo Ishida correr com Inoue nos braços. Ele só parou quando encontrou um beco para descansar.
- Você esta bem, inoue-san? - mas, a garota parecia estar em outro mundo. Mais exatamente em quando eles estavam na Soul Society para salvar Rukia, Ishida-kun a protegeu várias vezes.
- Obrigada Ishida-kun... - concluiu ela.
- Não me agradeça agora, bom, eu estava indo te buscar para vermos o Shiryu-san.
- Agora que eu não tenho mais emprego mesmo, acho melhor aceitar a proposta dele! Onde ele está! - quis saber Inoue se levantando toda animada já.
- Não, não inoue-san! Primeiro precisamos arrumar uma roupa pra você, não é?
- Ah! Tá bem.
Ishida levou Inoue para a casa dela e a esperou trocar de roupa , na sala. A garota desceu as escadas. A imagem que Uryuu viu o deixou tão feliz que ele não podia controlar o sorriso bobão no rosto. Inoue estava usando o vestido que ele fizera para ela.
- Você está adorável, Inoue-san, quero dizer o vestido, ficou bem em você... - gaguejou o quincy ajeitando os óculos, mais corado do que nunca. A garota sorriu. Nem ela sabia suas medidas tão bem. Nenhuma roupa cabia nela sem ajuste, sempre ficava apertada no busto, é claro.
Ela gostou muito da reunião que teve com Shiryu-san. Ele passou horas explicando detalhadamente cada coisa para ela. Inoue assinou o tal contrato muito segura. Só pensava em realizar seu sonho e ter o seu amado ao seu lado. Afinal, ela não conseguiria ficar triste com ele por muito tempo, quer dizer, ainda estava um pouquinho decepcionada. Mas, sabia que o seu Kurosaki tinha bons motivos para fazer o que fez.
Inoue abriu a porta da casa e se deparou com a casa inteira cheia de flores. Todas as que ela conhecia. No meio delas estava o morango que ela mais amava.
- Surpresa!!! - exclamou Ichigo sem tirar as mãos das costas como se escondesse algo. Dava pra sentir o cheiro de ''tomei banho'' dele de longe.
- Kurosaki-kun? - disse Inoue fechando a porta atras de si.
- Ué voce nao foi trabalhar? - quis saber o garoto vendo que ela nao estava de uniforme. Orihime acabou se sentindo obrigada a acabar com o momento romântico mostrando o uniforme rasgado.
O sorriso do garoto se desfez por completo ao ver o que tinha nas maos dela. Issoo definnitivamente explicava a camisa de Ishida jogada no quarto dela.
Ichigo tombou a cabeça para tras enquanto respirava fundo. Não queria reproduzir a cena que imaginava ter acontecido com a namorada, se nao fosse a intervençao do amigo Ishida. Ele teve que controlar a vontade de matar o idiota do Momo-san.
Kurosaki pressionou com força os pulsos contra os olhos se sentindo o cara mais inútil do mundo. Afinal, ele estava acostumado a salvar todo mundo e de repente nao poder salvar o amor da sua vida, era meio frustante. Que droga, ele pensou, amargurado.
Pior ainda era se tocar do que tinha feito com relação a proposta que le fizeram, ele aceitou logo de cara. Agora se odiava mais ainda por pensar que Orihime devia estar se sentindo abandonada por ele, como se ela nao importasse muito. Ele só fez isso por ela, é claro que os amigos dela e Ishida poderiam protegê-la, mas, desde o dia que ela entrou em sua vida, se tornou responsabilidade dele.
Diante de tudo isso ele sucumbiu, cravando os joelhos no chao frio, a única coisa que ele via se mover em seu corpo eram algumas lágrimas que escorriam pelo rosto coberto pelas mangas da camisa.
Inoue tirou o vestido que lembrava Ishida e correu para os braços do ruivo se conseguir controlar o choro. A imagem do amado caindo lentamente aos seus pés, era muito triste, mas, para ela, significava um pedido de desculpas. Ela o abraçou com força deixando ele mais calmo, como se ela nao estivesse aborrecida com ele.
Ichigo se jogo no tapete cheio de pétalas vermelhas, com sa garota sobre o seu peito. Ele passou um tempo acariciando o cabelo dela até ela se acalmarr, mas, além de consolo aquilo estava deixando a ruiva querendo mais que isso. Bem, Kurosaki tambem não iria aguentar muito tempo com Inoue semi-nua encima dele.
Os dois se beijaram durante muito tempo, tempo suficiente para despir o a ruivo e acordar o seu amigo Kurosaki Junior. Hime guiou suas maos pelo abdomen dividido do ruivo mordendo o labio inferior, insinuante, seu alvo era sem duvida o ''principal''.
- Não, não! - disse ele se afastando da garota, com muita dificuldade, claro.
- Kurokasi-kun? - estranhou a ruiva.
- Eu tenho que te mostrar uma cois antes! - o garoto pegou algo que estava atrás dele. Eram dois papeis, mas ela nao conseguia ver muita coisa além dos olhos brilhantes e felizes do morango. - Adivinha? Nós vamos pro litoral amanhã! Nao aguento mais essa galera toda atrapalhando a gente...
- Mas, Kurosaki-kun, nós vamos embora daqui a um mês, vamos passar muito tempo sem eles, achei que esse era o momento para ficar com as pessoas que amamos. - pregou Hime toda pensante. Ichigo inclinou a cabeça arqueando a sobracelha direita e a olhando como se Hime fosse um avatar.
- Do que voce esta falando? É só por uns dias. Ou voce esqueceu dos preparativos do nosso casamento? - perguntou o garoto todo serio.
Inoue congelou, totalmente estática. Aquela última palavra ecooava em sua cabeça servindo de trilha sonora para o filminho que passava em sua mente. Ela sonhava com aquele momento há anos. Quando ele nem sonhava que ela existia e ela ainda era muito garotinha. Hime sorriu a lembrar de quando ela obrigava Inoue a fazer o papel de Kurosaki como noivo dela no altar.
- Casamento?? - repetiu ela, por fim.
- É, meu pai não me deixaria morar com voce sem nos casarmos, aquele velho careta - resmungou ele dando de ombros, indiferente.
- Só por isso... - entristeceu-se a menina tentando cobrir os peitos enormes com os braços.