Deviam ser umas três da tarde quando Ichigo, Keigo, Mizuiro e mais dois garotos foram à padaria da esquina da casa de Keigo para comprar o bolo enquanto o resto do time esperava na casa de Asano.
- Orihime-chan??? - exclamou Keigo. Kurosaki quase morreu de susto, ele não sabia que ela trabalhava NAQUELA padaria e com AQUELE uniforme minúsculo. Nunca tinha visto nenhuma padeira usando um vestido rosa claro super curto. Dava pra ver o nome por baixo do mini-avental: Padaria do Momo-san. Aquele tal de Momo-san era um pevertido! Como ele obrigava suas funcionárias a usar um pedaço de pano daqueles.
- Bom tarde Asano-saan! - Inoue o comprimentou sorridente. Ichigo apenas observava o jeito do gordo e velho Momo-san olhar para a garota.
- Kurosaki-kun... - chamou Hime, se aproximando dele.
- Oi, Inoue... É... eu não sabia que você trabalhava aqui...
- Bom, eu comecei ontem! Fui demitida do meu emprego, sabe, ninguém me deixava fazer nenhum bolinho... Não que aqui eu possa, mas, pelo menos o Momo-san me deixa comer quantos doces eu quiser!
- Bonzinho, não... - deboxou Kurosaki, ciente de que Inoue não entenderia.
- Inoue-san, venha atender os clientes, não te pago para ficar de conversinha com seus namoradinhos... - Momo-san encarou Kurosaki que também o encarou.
- Escuta aqui, seu velho... - ameaçou o ruivo, mas, Inoue o segurou.
- Pare com isso, Kurosaki-kun! - Hime sorriu sem-graça olhando em sua volta. Keigo e Mizuiro estavam paralisados assim como os outros. Todos simplesmente achavam Momo-san o homem mais legal de Karakura. Ele vivia rodeado de criancinhas e elas pareciam ir muito na casa dele, atrás da padaria.
- Foi mal, Inoue... - Ichigo olhou nos olhos da garota, tocou em seu ombro e se virou - Espero vocês lá fora...
- Kurosaki-kun... - chamou Inoue, mas, não obteve nada como resposta. Ele parecia estar estava chateado.
- Inoue-san! Os clientes... - advertiu Momo-san.
- Hai! - respondeu a ruiva. Sem tirar os olhos da vitrine. Ichigo estava encostado nela, com as mãos nos bolsos, com aquela carinha seria, que ela achava tão bonitinha. Mas, que agora parecia meio preocupada.
Finalmente os garotos saíram segurando um monte de sacolas.
- Não era só bolo e bebidas? - quis saber o ruivo.
- Era, mas, a Inoue-san é tão linda que a gente acabou comprando tudo que ela mostrava. *-* - explicou keigo, pegando o celular. - Um dia desses um colega me passou a foto do dia da formatura, na hora que ela tropeçou, dá quase para ver a calcinha dela. - Ichigo respirou bem fundo senão iria dar mais do que cascudos em Asano.
- Deixa eu ver... - Ichigo puxou o celular da mão do amigo. Ela estava com uma cara engraçada.
- AH! Porque você tá apagando??? - gritou Keigo.
- Porque eu não quero fotos da minha namorada no seu celular, só por isso. - respondeu Kurosaki calmamente, entregando o celular para Asano, que parecia perplexo.
- Sua namorada? Desde quando? - perguntou Mizuiro.
- Desde o dia da formatura. - respondeu Ichigo com a naturalidade de sempre.
- AAh! Porque não me contou?? Pensei que fossemos amigos - lamentou Asano
- Na verdade, vocês são os primeiros a saber - Ichigo riu meio sem graça.
- Ah! Pelo menos isso!
Depois da festa, umas oito horas, Ichigo passou na padaria para pegar Inoue, ela estava varrendo a calçada. O tempo estava tão frio e a garota parecia se tremer toda, tadinha, Kurosaki percebeu que ela estava mesmo exausta.
- Kurosaki-kuuuuuun!!!
- E aí, Inoue... - Ichigo se aproximou dela tirando o casaco caramelo, colocando nela e pegando a vassoura das mãos da menina - Deixa que eu varro pra você... - ele sorriu, deixando Inoue sem palavras. Ela amava Ichigo, amava seu jeito meio bad-boy e agora, amava mais ainda o seu lado fofo.
De repente uma gotinha de água caiu em seu rosto, ela até achou que poderia estar chorando de felicidade, mas, com o tempo mais gotas começaram a cair: estava chovendo. Hime continuou olhando para Ichigo e riu de como ele parecia aborrecido pelo fato da poeira ter virado lama e ele não conseguir mais varrê-la.
- É, acho que não dá mais pra varrer! - concluiu Kurosaki, sorrindo com o cabelo grudado na testa e a camisa encharcada.
- Eu já estava indo embora mesmo! Espera só um segundinho, vou deixar as coisas lá dentro...
- Não! Eu faço questão! Ichigo entrou na padaria mais serio do que nunca. Achava que a namorada astava sendo explorada demais.
- O que você quer aqui denovo, pirralho?! - disse Momo-san, impaciente.
- Olha aqui, não tô nem ai pra você, mas, já ouvi muitas coisas ao seu respeito e eu não gostei nada. Isso significa que estou de olho em você, velho!
Kurosaki jogou o avental e a vassoura encima de Momo-san e saiu irado, se nem querer ver se o velho havia se intimidado mesmo. Não se preocupava somente com Inoue. Como shinigami ele aprendeu a proteger a todos que pudesse e ele tinha medo que aquele pervertido machucasse alguma criança.
Kurosaki só se arrependeu de não ter tirado Inoue da chuva. Ela o esperava no mesmo lugar.
- Vamos logo embora, amor - disse Ichigo pegando na mão da garota que morria de feliz mesmo debaixo de uma chuva daquelas: ele a chamara de AMOR! Bem, quase não deu pra escutar, mas, pra quem antes mal falava com ela, era um ótimo sinal.
Na casa de Kurosaki, Karin e Yuzu levaram Inoue para o quarto delas afim de achar uma roupa seca para a garota. Ichigo foi para o seu quarto tomar banho.
Quando ele voltou, com a toalha nos ombros, corado por causa da água quente, encontrou o pai, Ishinn, sentado em sua cama.
- Qual é velho, não sabe bater?! - perguntou Ichigo enrrolando a toalha no quadril.
- O anel que era da sua mãe... - começou Ishin, deixando Ichigo congelado. Ele devia pelo menos ter pedido. - O anel que era da sua mãe... Serviu direitinho no dedo da Inoue-san. Mas, também, ela é tão linda quando a minha esposa... - continuou o pai, dando um breve sorriso e se dirigindo a porta, parecia feliz - Cuide dela! - acrescentou ele, por fim, saindo.
Ichigo sentou na cama encarando o chão enquanto dava um longo suspiro de alívio e nostaugia.
- Posso entrar? - era Inoue.
- Uhum... - respondeu ele. A garota entrou devagar. Ela estava usando um vestido de Yuzu, ele tinha um zíper rosa e enorme na frente e havia ficado muuitissimo curto nela, mas, dava para andar na rua sem ser atacada.
- O seu pai me disse que você estava aqui... - foi a única coisa que ela conseguiu dizer. Isso acontecia toda vez que ela via Kurosaki daquele jeito.
- Vem cá... - ele a chamou pro seu colo. Ela foi.
- Eu sabia que você ia adoecer... - disse Ichigo constatando que a testa da garota e ela inteira estavam quentes demais
- Não, não.. Eu só... - Inoue segurou na nuca do ruivo e depois o beijou. Ichigo se assustou um pouco com a atitude da namorada, mas, logo achou tão prazeroso sentir a pele quente dela na sua. Ele se deitou esperando para ela ficar encima da sua cintura, como da primeira vez, só que agora ele tinha certeza que a amava bem mais ainda.
Ichigo começou a abrir o zíper do vestido, tirando a parte de cima dele. Hime se inclinou para ele, adorando como seus corpos se encaixavam, pareciam estar em chamas. Ela sentia a mão do ruivo acariciando-a por baixo do vestido e afastando sua calcinha para por dentro dela tudo que ele tinha por baixo daquela toalha.
Depois do longo beijo e de todos os movimentos fortes que Kurosaki fazia, Inoue ergueu seu tronco, olhando o rosto rosado, mas, nada inocente de Kurosaki, ele mordia o lábio inferior, era sempre tão engraçado vê-lo concentrado em alguma coisa. Hime se ergueu mais ainda, sentindo seu corpo se enrijecer e esquentar.
- Kuro...saki...Kun...Ah...Achimm! - a garota cobriu a boca para não espirrar de fato, no namorado que logo deu um sorriso tímido deixando a coitada tão envergonhada.
- Eu disse pra você, Inoue...- lembrou Ichigo, sentando na cama e se enrrolando com um lençol.
- Que estranho... É difícil eu ficar doente, sabia? - explicou a garota, fechando novamente o zíper da roupa e se sentando ao lado de Ichigo.
- Eu sei o quanto você é forte, Inoue, mas, vou pegar um remédio pra você, só pra garantir que não vai gripar.
Quando ele voltou Inoue logo viu que ele também trazia um monte de travesseiros.
- O que é isso, Kurosaki-kun? Não precisa, não quero que durma no chão por minha causa!
- Besteira! Eu me ajeito aqui, amor.
Após aquela última palavra dele, ela só podia dormir feliz.
No dia seguinte Ichigo foi deixar Inoue em casa e depois ele iria para o trabalho. Nada romantico como Hime pensara. Ela andava na frente, dando passos longos com suas mãos pra trás feito uma criança e Ichigo ia um pouco atrás, com as mãos nos bolsos encarando o chão, distraído. Eles pararam na porta da garota e ela começou a olhar para ele, ficando corada.
- Que foi Inoue? Perdeu as chaves denovo?
- Não, não... É que... queria me despedir....
- Ata! Tchau! - disse o garoto sorrindo. A garota murchou por dentro, lá no fundo, o que ela queria mesmo é que ele a beijasse na frente de todos para que soubessem que estavam namorando.
- Ah... - lamentou ela antes de um suspiro longo.
- Tô brincando... - admitiu o garoto segurando no ombro dela e se inclinando para beijá-la delicadamente. Ele também achava que estava mais do que na hora de todos saberem que a garota mais linda de karakura era sua. Ele não era vaidoso, mas, disso, era justo se gabar...