A Lenda dos Jumis escrita por Hika-chan_16


Capítulo 1
Uma nova esperança


Notas iniciais do capítulo

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   Prólogo

 Uma lágrima. A última lágrima escorreu pelo rosto de Florina, a Rainha dos Jumis, e levou consigo todas as esperanças de seu povo. Tudo estava perdido. A morte era inevitável. Se havia alguma chance de sobrevivência, ninguém sabia.

 Os habitantes de Bejeweled City foram desaparecendo aos poucos: muitos foram exterminados, outros fugiram em busca de esconderijos. O Reino de Mana, a Deusa da Vida, perguntava-se se havia alguma salvação para aquela poderosa nação.

 Ninguém imaginava que em alguns anos, suas perguntas logo seriam respondidas...

 

Capítulo 1 – Uma nova esperança

 

 A muitos quilômetros da grande cidade de Domina, havia uma pequena agitação. Não é para menos, afinal estava acontecendo um pequeno treinamento, ou melhor, uma verdadeira batalha.

 Zeeny tinha apenas dezesseis anos, porém já era uma guerreira esplêndida. Conseguia manejar qualquer tipo de arma: espadas, machados, arcos, bastões... Enfim, era uma grande lutadora, entretanto desconhecida. Tinha olhos verdes e cabelos longos e loiros. Possuía uma beleza única, que não era admirada, pois sempre que ia a cidade vestia uma capa branca que lhe escondia o rosto.

 Morava em uma casinha simples, que pertencera a seu mestre. Era órfã. Foi abandonada quando era apenas um bebê. Desde então passou a morar com Namanaki, um mago muito velho, que a adotara como filha.

 Ele ensinou-lhe a ser bondosa e digna. Transformou-a em uma verdadeira guerreira. Infelizmente, Namanaki falecera há dois anos, tempo em que ela passou a dedicar-se com fervor em seu treinamento. Mas, não estava só. Morava com dois bruxinhos, netos do mago: Lisa, que tinha sete anos e Bud, que tinha seis. Ambos tinham cabelo da cor do fogo e eram muito travessos; mesmo pequenos conheciam inúmeras magias. Consideravam Zeeny como sua irmã e melhor amiga.

 E era entre essa família especial que estava ocorrendo uma batalha. Era dia de treinamento, e Lisa e Bud lutavam com todas as suas forças com Zeeny, porém o resultado era sempre o mesmo: a vitória sempre estava do lado da guerreira órfã.

 -Por hoje é só, irmãozinhos. – disse Zeeny após cinco horas de treinamento.

 -Aaaaah! Já? Justo quando eu ia testar minhas melhores magias... – lamentou Bud.

 -Hehehe!!! Não esquenta, na próxima semana continuamos com nossa luta. Agora, Lisa vá até o estábulo e alimente todos os animais. E quanto a você Bud, é a sua vez de polir as armas no depósito. – falou a garota sorrindo. – Eu irei a Domina comprar alimento, pois nossos suprimentos já estão acabando. Voltarei em dois dias.

 E vestindo sua capa, partiu. A cidade de Domina ficava a um dia de sua casa. Como sempre seria uma longa viagem. Mas, ela não se importava. Estava sempre alegre e jamais se deixava dominar pelo medo. Era muito forte e corajosa, aceitava qualquer desafio. Com certeza, não tinham um final nem um pouco feliz aqueles que se metiam em seu caminho.

__________________~*~___________________

 

 Os primeiros fios de sol da manhã e já era possível ver da colina a movimentada cidade. Havia poucas pessoas, pois ainda era muito cedo, mas os mercadores já estavam trabalhando. Enquanto procurava o que precisava, Zeeny sem querer ouviu uma conversa:

 -Pela última vez. Diga o seu nome. – disse um soldado em tom de ameaça, levantando sua espada .

 -Elazul. – respondeu um guerreiro que devia ser um ou dois anos mais velho do que Zeeny. Era muito bonito, possuía cabelos longos e azuis bem claros, e seus olhos eram verdes. Aparentava ser muito forte. Em seu peito havia uma pedra de beleza rara: uma Lápis Lazúli. Carregava também uma longa espada. Infelizmente, ela não pode ouvir mais nada, pois alguns grupos de pessoas começaram a chegar e o rapaz entrara em um bar.

 Curiosa, ela resolveu segui-lo. O bar estava vazio. Ele estava conversando com Raquel, uma menina um pouco mais nova que ela, filha dos donos de uma loja de armas e equipamentos, que era muito tímida e aparentava estar com muito medo naquele momento. Não era à toa, afinal ele estava gritando:

 -Responda! Onde ela está?!

 -... – Raquel não respondia.

 -Não se atreva a esconder nada de mim! Eu preciso encontrar a Pearl!

 Zeeny não podia simplesmente ficar parada ouvindo aquela grosseria e por isso resolveu agir. Agarrou o braço do rapaz para jogá-lo no chão, porém de repente, sentiu algo que nunca sentira antes: aquele não era um corpo comum. Algo dentro dela dizia com toda a força que a sua frente estava um poder maior do que ela imaginava.

 -Não ouse encostar-se em mim sem minha autorização. E não me interrompa! - disse Elazul, zangado. – Raquel, estou perdendo minha paciência. Diga, onde ela está?!

 “Que cara estúpido” pensou Zeeny. Quem já estava perdendo a paciência era ela. Se ele continuasse a maltratar Raquel daquele jeito, ele iria sentir a fúria de seu punho. Mas, pelo jeito não foi necessário. Elazul, mesmo sem conseguir informação alguma, foi embora. De mau humor, mas foi. E por mais que ela quisesse manter distância dele, resolveu segui-lo novamente.

 -E-Espere... - falou Raquel, timidamente – Entregue isso a ele... - colocou nas mãos da guerreira um fragmento de jade.

 Zeeny agradeceu e saiu do bar.

 -Não sei porque estou fazendo isso. – dizia para si mesma, porém já não podia mais voltar atrás. Seu instinto não permitia.

__________________~*~___________________

 

 Na entrada da cidade, o jovem guerreiro observava o horizonte, em busca de um caminho para seguir. Zeeny o olhava de longe, porém não se demorou por muito tempo; foi em direção a ele e disse:

 -Se procura por alguém, sugiro que vá à caverna Mekiv. A maioria das pessoas que desaparecem, sempre acaba parando naquele lugar.

 -Como você pode ter tanta certeza de que ela esteja lá? – perguntou Elazul encarando-a.

 -E como você pode ter certeza de que não? Olha, alguns homens já testemunharam pessoas que entraram naquela caverna, porém, que jamais retornaram.

 -E daí? Se essa caverna é tão perigosa assim, por que não a selam?

 -Porque ninguém consegue. Todos aqueles que ousaram chegar perto de sua entrada desapareceram. – Zeeny deu alguns passos à frente. - E depois... - ela estendeu o fragmento de jade que Raquel havia lhe dado e entregou a Elazul. - Jades são encontradas apenas naquela caverna... Acho que ela e Raquel estavam por lá.

 Elazul deu as costas à garota. No entanto, ela não desistiu, e disse sorrindo:

 -Venha te mostrarei o caminho, assim poderei te ajudar a encontrá-la.

 -Humph. Por que eu acreditaria em você? E depois, eu posso me virar muito bem sozinho. Não preciso de uma guia, muito menos de uma babá. – respondeu com desdém.

 -Olha aqui machão de meia tigela, enquanto você banca o maioral, sua amiga ou sei lá quem, pode estar correndo perigo. A não ser que você não esteja tão preocupado assim como demonstra.

 Ele virou-se. Refletiu por alguns minutos e em seguida disse algo em voz baixa, como um longo suspiro.

 -Ela é como uma irmã para mim. Estou preocupado mais do que imagina. - suspirou novamente, e finalmente cedeu - Está bem. Deixarei que você me acompanhe. Mas, se você me atrapalhar...

 -Prometo que ficarei bem quietinha. A propósito, me chamo Zeeny. – disse ela sorrindo docemente.

 -Sou Elazul. - respondeu o rapaz indiferente e um pouco incomodado com o sorriso de Zeeny. Era a primeira garota que ele conhecia que era tão gentil com ele, mesmo depois de tantas grosserias.

 -Tudo bem. Agora, esteja preparado. Aquela caverna é habitada por inúmeros monstros.

 -Não importa. Matarei qualquer um que ousar se meter comigo.


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