Fukona Saigo escrita por Nana_Hyuuga


Capítulo 1
Final Infeliz




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Algumas coisas são como a água, eternas mesmo entre tormentas e calmarias, na certeza imbatível de ser para sempre. Mas existem coisas que são como o vento, simplesmente passageiro e revogável. A Hebi era assim, uma formação que teria um fim, todos nós sabíamos, mas aprece que só agora que a hora havia chegado... Só agora eu me dera conta disso.


Nós quatro... estávamos nos separando. Uma carta fora enviada à Aldeia da Névoa avisando sobre Suigetsu, viriam buscá-lo. Tsunade se comprometeu à achar uma cura para a mortal mudança de personalidade de Jyuugo, por hora ele ficaria em Konoha e depois voltaria à Aldeia do Som para viver como um homem normal fora da vida shinobe.


Todos estavam felizes... Por quê eu não estava como eles?


Eu estava vendo tudo um pouco afastada da pequena aglomeração em volta de Sasuke Uchiha. Uns perguntavam como ele estava; um loiro – que pelo o que eu sentia de seu chakra, sabia que era Naruto – dava um soco na cabeça de Sasuke em um gesto de vitória; uma loira de cabelos longos chorava e pulava em seus braços.


E ele... Ele sorria. Aquele não era o mesmo Sasuke de antes - aquele que andava aos calcanhares de Orochimaro - não era nem o mesmo de ontem. Tudo aconteceu depois de seu encontro com a Hokage e seu antigo sensei Hatake: ele se desculpou, revelou seus motivos, e agora estava rodeado por seus amigos.


Uma amargura tão profunda tomou conta de mim que parecia que eu teria uma eterna dor no peito, embora eu detestasse admitir. Eu tinha que sair dali, na verdade nem deveria estar ali, mas parecia que meu corpo todo estava preso pela visão do sorriso de Sasuke. Era como se ele houvesse nascido de novo agora que estava em casa.


No momento em que senti que não poderia lutar contra as minhas malditas lágrimas, decidi partir. Mas as portas que se escancaram desviaram a minha atenção. Uma garota de cabelos rosas chamara toda a atenção do aposento. Ela olhava para Sasuke com uma visível surpresa e respiração descompassada, até que seguiu para sua direção e o abraçou.


Mas aquele não era qualquer abraço. Eu sabia o bastante como era estar apaixonada para notar que os sentimentos daquela rosada não estavam fora disto. Ela o abraçava com mais saudade, com um desespero reprimido e não parava de tremer. Aquele foi o ápice de todos aqueles sentimentos insuportáveis que eu estava sentindo.


Me direcionei para a porta e saí do gabinete da Hokage, agora andando à esmo pelas estradas de Konoha. Era tarde da noite e as ruas estavam calmas, mas mesmo daquela pequena movimentação de pessoas saíam anúncios da grande notícia do dia: Sasuke Uchiha estava de volta.


Por fora eu era apenas uma garota estrangeira de quinze anos, andando à passos largos com uma expressão que tentava manter todos os seus sentimentos reprimidos. Por dentro eu estava gritando. Meus dentes trincavam um com o outro. Eu não deveria chorar, nunca havia chorado por ninguém antes, muito menos transparecido meus sentimentos.


Me xingava mentalmente tentando retomar o controle de minhas emoções. Meu rosto estava úmido. Eu estava chorando. Apertei os passos para me afastar de qualquer alma que estivesse perto de mim, até que me encontrei longe das casas e movimentações. Então segui um caminho não determinado entre as árvores até um pequeno lago na minha frente.


Senti minhas pernas falhando então me apoiei em uma árvore para não cair, escondendo meu rosto no tronco duro. Minhas pernas pareciam ter perdido o controle e minhas mãos não paravam de tremer. Meu coração estava tão duro e com tanta dor que um grito abafado entre meus dentes interrompeu o silêncio. Depois disso permaneci ali, por horas.


Era puro egoísmo, eu sabia. Queria Sasuke só para mim. Queria que tudo que ele desejasse fosse apenas eu. Bastaria. Não precisaria de mais nada. Era tudo o que eu desejava e era tudo o que não podia ter. O coração dele não pertencia a mim, pertencia apenas a esse lugar e à seus amigos.


Eu odiava Orochimaru, mas pelo menos ele mantinha Sasuke e eu próximos. E não ligaria de continuar o resto da minha vida com Suigetsu se isso significasse que eu estaria perto de Sasuke fazendo parte da Hebi.


Agora a loucura havia tomado conta de minha mente. Estava tão obsedada pelo seu ser, que podia sentir seu cheiro. Quase podia acreditar que ele estava presente. Eu deveria ir embora daquela aldeia. Não suportava mais. Eu iria esquecê-lo com certeza, era uma promessa. Ele não era mais do que um bom amigo.


O que você está fazendo? – Tomei um susto tão grande que o ar que entrou rapidamente em meus pulmões emergiu um som parecido com um soluço. Não precisava ver o dono daquela voz para saber quem era. Mas como eu não havia sentido o seu chakra se aproximando? – Está tão distraída que nem sentiu minha presença?


Ele estava atrás de mim, me olhando com aqueles olhos profundos que sempre me dava impressão de estar me fazendo uma radiografia. Agradecia mentalmente que àquele ponto minhas lágrimas já estivessem secas.


Vai em bora. – Eu disse com a voz fraca, quase que inconscientemente. Porque aparecera logo agora que havia reunido coragem para partir? Ele não podia ver meus olhos encharcados. Ele não podia ver meus sentimentos. Decidida a isto me afastei à pequenos passos, acreditando que ele realmente me deixaria.


– Karin! – Sasuke chamou meu nome com a voz firme e decidida. Porque ele fazia isso? Seria tão mai fácil partir sem uma despedida – Karin. – Ele me chamou outra vez agora me segurando pelo braço.


Eu não sabia o que tinha dado em mim. Quando fui perceber já havia feito. Eu levantei a mão para ele. Havia dado um tapa em seu rosto. Desde quando havia me tornado essa pessoa tão horrível? Parte de mim tinha raiva de saber que Sasuke seria feliz em um lugar que eu não pertencia, essa parte havia me induzido a bater nele.


Mas ao se recuperar do impacto, ele não se demonstrou raivoso, nem surpreso. Ele me conhecia melhor do qualquer um. Era meu único amigo. À dois anos andávamos juntos. Mas agora tínhamos caminhos separados. Ah, como eu queria desaparecer do universo agora. Sasuke era a primeira pessoa que me via chorar enquanto eu me agarrava nele.


Eu tenho medo. – Eu disse com a voz embargada – Tenho medo de voltar a ficar sozinha novamente. – Odiava estar chorando na frente de Sasuke Uchiha. No entanto ele não se afastou, apenas retribuiu meu abraço e esperou até que minhas lágrimas secassem. – Você... é tudo o que eu tenho.


Mas naquela noite, Sasuke havia reencontrado pelo menos um pouco de sua felicidade perdida: seus amigos. O que há para se dizer e para se fazer agora? Eu era extremamente egoísta, por isso agradecia por não ter forças o bastante, caso o contrario eu levaria Sasuke comigo à força. Mas era óbvio à quem ele pertencia.


Nós só estamos realmente sozinhos quando nenhuma única pessoa mais pensa em você. – Fiquei surpresa com suas palavras por algum motivo impensável no momento. Só queria ouvir. Talvez eu estivesse sonhando – Pelo resto da minha vida eu estarei por aqui, então sabe onde me encontrar e eu saberei onde você vai estar. A distância não é nada.


Eu estava viajando em um lugar pacífico na minha mente enquanto ouvia sua voz. Realmente uma parte dele fora deixada em Konoha: sua felicidade. Agora ele havia recuperado. Após trazer a felicidade para muitos da Aldeia do Som, era a sua vez de sorrir. Realmente eu era imperdoável, pois não ligaria para nada disso se ele fosse para longe comigo.


Gomenasai – Eu disse com a voz fraca. Sabia que ele não havia entendido, mas não parei para ver sua expressão, pois me afastei e dei as costas – Você livrou a Aldeia do Som do Orochimaru; libertou Suigetsu, Jyuugo e eu. Parece que eu sou a única pessoa no mundo que não consegue agradecer. Pelo menos Orochimaru me deu com quem ficar. - Me referi à Sasuke.


Tudo bem então estar mais agradecida à Orochimaru do que à mim. – Ele riu de leve – Acho que posso agüentar. – Brincou e até eu ri um pouco, talvez para não chorar. Então um minuto de silêncio se estendeu.


Minha cabeça estava perdida. Tudo bem em dizer a primeira coisa que vier em minha mente...

– Esse não é o meu lugar. – Comecei – Viria comigo se eu pedisse?

– Não. – Ele falou com ar lamentável que me fez rir de minha própria pergunta.


– Tudo bem. – Eu disse – Vou sentir a sua falta. – Sorri tristemente.

– Não vai não. - Eu me virei para encará-lo - Nós vamos nos ver.

– Ótimo. – Concluí. Se Sasuke falasse mais eu ficaria ali para sempre – Então já que eu estou de partida, você vai ter a gentileza de me levar para tomar um café e me acompanhar até a saída de Konoha. – Ofereci e Sasuke sorriu de canto.


Ao horizonte eu vi uma fraca claridade. Havia ficado muito tempo sozinha naquele lugar até Sasuke aparecer. Seguimos então de volta para a movimentação que se iniciava em Konoha naquela manhã. No final, seguimos lentamente até os portões de Konoha. Que aperto horrível no peito...


Quatro olhos, Sasuke. Não esperava ver vocês juntos. – Nem notei quando Suigetsu apareceu – Chegaram bem a tempo, já estava indo em bora. – Ele apontou para perto dali onde tinham dois homens com bandanas da Aldeia da Névoa com espadas iguais a dele. – Também já está indo, cabeça de fósforo?


Logo depois de você. – Respondi, mais educada do que geralmente era com ele – E o Jyuugo?


Ele odeia despedidas. – Respondeu Sasuke. Naquele estande os shinobes que esperavam Suigetsu gritaram para ele se apressar.


Bom, acho que já vou indo. – Ele disse estendendo a mão para mim e eu a apertei. – Até mais, cabelo de fogo. – Ele nunca parava de fazer gracinhas? Se direcionou à Sasuke – Sabe Sasuke, você é um dos caras mais malucos que já conheci, mas se não fosse por isso, não teria nos livrado do Orochimaro. Queria ter te conhecido em outro lugar.


Eu também. – Sasuke disse e eles apertaram as mãos sorrindo gentilmente. Vimos Suigetsu ir em bora e ficamos uns minutos ali. Eu queria poder guardar a sensação suprema de sua presença, memorizar seu lindo rosto. Mas se continuasse assim, poderia ficar ali para sempre, precisava ir antes que ficasse mais difícil partir.


Então... Acho que já vou. – Eu disse com a certeza de lágrimas se eu dissesse algo como “até mais” ou “adeus”. Então decidir não dizer coisas assim. Eu apenas me coloquei em sua frente, observando seu rosto que ainda transparecia o alívio de estar em casa. – Eu te amo. – Eu disse, e antes que ele pudesse absorver minhas palavras, eu o beijei e dei as costas para ele começando a andar.


Meu coração estava saltitando até agora. Não era a primeira vez que eu fazia aquilo, mas era a última vês que roubava seus lábios. Eu tinha que aceitar a distância, ele não poderia vir comigo. Também tinha que aceitar nossa eterna amizade, era óbvio que ele não sentia o que eu sentia por ele.


Mas logo, a emoção de tê-lo beijado foi substituída pela angústia novamente. Ao longe em meio a tantos chakras que estava sentindo, pude identificar a de Sasuke, agora acompanhado pelo chacka de Naruto, juntos eles estavam se afastando. Não pensei em nada mais que não fosse o lindo moreno que não me pertencia.


Eu sempre estive apaixonada por ele desde o momento em que o vi pela primeira vez, e antes que pudesse perceber a intensidade deste sentimento, eu já estava o amando. Como era agonizante essa dolorosa ironia de minha vida. A amizade no lugar do amor que eu desejava. A distância no lugar da proximidade que tanto me agradava. Parecia que esse era meu final infeliz.




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Notas finais do capítulo

Nada de especial... Apenas uma fic feita em uma extrema necessidade de escrever.
Mas e aí, até Karin tem sentimentos :]
Para quem achar, ela não teve um final infeliz por eu não ir com a cara dela. Não tenho nada contra Karin, contanto que ela não fique com o Sasuke.
Embora eu tenha escrito com pressa, espero que tenham gostado e desculpem se houver algum erro n-n
Nana