Nico olhou para cima, sua respiração rápida e curta, formando pequenas nuvens brancas de vapor no ar frigido. Suas roupas estavam esfiapadas, molhadas com icor dourado e seu próprio sangue rubro. Ele estava na caverna escura que Gaia havia o prendido. Ossos quebrados e sombras derretidas eram a única prova de que os espíritos e esqueletos que ele antes convocá-ra existiram. Agrios, um dos gigantes que retornaram por culpa da Mãe Terra, ficou a sua frente, mais de 5 metros mais alto, não mostrando um sinal de enfraquecimento.

Mesmo depois de quase 2 horas lutando sem parar.

Agrios era menor e mais fraco, comparado aos outros gigantes, mas isso não o impedia de ser um lutador incrivelmente habilidoso. Ele lutava com duas espadas com inscrições de chamas negras. Elas eram tão frias que quando elas tocavam alguém, elas queimavam a pele e o ar envolta estava congelante. Todo o suor que Nico produzira estava congelado contra sua pele. Agrios usava um terno preto e uma gravata vermelho escuro, como se ele estivessem indo a um baile ou coisa do tipo(o que fez Nico pensar onde o gigante conseguira um terno daquele tamanho). Mesmo quando Nico tentava seu melhor para cansar Agrios, ele ainda parecia pronto para levar a sua namorada gigante para o Baile de Inverno, apesar dos diversos pequenos cortes em suas roupas e pele.

Aquilo irritava Nico demais.

Agrios limpou o suor de sua testa, sorrindo. "Nico, Nico. Filho de Hades. Já está cansando?"

"Nos seus sonhos" Nico rosnou, levantando sua própria lâmina negra. Mas ela parecia muito pesada de repente, e estava se tornando cada fez mais difícil de manejar. Ele não tinha nenhuma energia sobrando de seus poderes do Mundo Inferior. Ele estava dependendo somente de suas habilidades com a espada.

"Tão idiota..." Agrios suspirou, parecendo realmente preocupado. "Vou te falar uma coisa, meio-sangue. Se você se render agora, prometo que sua morte será rápida." Ele estalou os dedos para enfatizar seu ponto.

"E-Eles estão vindo" Nico falou. "Eles vão nos achar e você estará morto"

"Na realidade, acho que você estará morto"

Rápido como um raio, o gigante correu para frente, preparando suas lâminas com uma graça letal. Nico não teve muito tempo para admirar sua performance, e ele caiu para trás para evitar um ataque fatal. Abaixando sobre as espadas, ele tentou cortar uma das mãos de seu adversário fora, mas Agrios o chutou para trás.

Dor explodiu no peito de Nico enquanto ele voava para trás. Ele sentiu sangue em sua boca e saindo dela. Cada respiração parecia um chute em seu estômago. Alguma coisa estava quebrada.

Muitos alguma coisa.

Ele lutou para ficar de pé, mas suas pernas não obedeciam.

Nem pensar!, ele gritou de frustração em seus pensamentos, Não agora!

Agrios riu.

"Pequeno semideus, tão sem esperança" Ele estava de pé sobre o filho de Hades. Ele abaixou uma de suas lâminas lentamente e a dor surgiu enquanto a ponta encostava profundamente no pescoço de Nico. Sangue saiu lentamente, mas foi rapidamente congelado pelas chamas negras que circundavam o metal. Nico mordeu sua língua para evitar gritar quando o gele crescia sobre sua pele. Ele sentiu sua carne tocando o metal da espada queimando com o frio.

Agrios estava esperando o gelo consumir seu corpo.

Nico lutava para se manter consciente. Ele só tinha que esperar até Percy e os outros o acharem. Ele fora tão estúpido em tentar lutar Agrios por conta própria! Por que ele tinha feito isso? Por que ele tentava?

Por que ele matou elas..., Nico lutou contra as lágrimas. Por que matou Juliet e Hazel. Ele ainda lembrava a primeira vez em que ele vira cada uma delas. A garota que lhe dissera oi em seu primeiro dia na Westover Hall. A sombra que caminhava tristemente pelos Campos Asfósdelos. A filha de Poseidon e a filha de Plutão.

As duas tinham olhos lindos. Os olhos dourados de sua meia-irmã e os verde mar de sua amiga. Eles eram assim, até Agrios correr até elas com suas espadas.

Então, eles se tornaram frios, cor de pedra, simplesmente a descoloração da estátua de gelo e carne elas se tornaram.

Congeladas para sempre em um grito de ajuda, tentando chegar a ele. Congeladas no tempo, então ele não conseguiria atingi-las nem mesmo na morte.

De repente, contrário ao frio em que ele estava preso, uma fúria vermelha passou por ele, quebrando o feitiço em que ele estava. Nico atirou a espada de Agrios para longe, ignorando o hematoma aquilo lhe deixá-ra.

"Você ainda está vivo?" Agrios perguntou, parecendo uma criança desapontada. "Mas, não importa"

Em uma fúria sem palavras, Nico gritou, correndo com sua espada pronto para cortar Agrios em pedacinhos.

Durante os próximos momentos, Nico e Agrios estavam presos em um combate de espadas. Cada ataque de Nico era cheio de toda a angustia e ódio, raiva de sempre ser deixado para trás, de sempre ser o que ficava nas sombras, o filho de Hades; amargura pela morte de suas duas irmãs, as únicas de que ele realmente fora próximo; veemência pela perda de Juliet, sua melhor amiga, a única que ouvia, que se importava.

O sorriso de Agrios rapidamente se tornou uma careta de concentração e frustração. Cada vez mais os ataques de Nico estavam atravessando suas defesas, entrando fundo e rasgando suas roupas e pele.

Nico sentia seus sentidos ficando mais claros com a adrenalina.

Ali!

Nico notou uma abertura em um dos movimentos de Agrios. Ele usou a chance, avançou para frente...

Só para se empalar em uma das espadas de Agrios. Foi um choque no começo. Sempre é. Através de sua visão turva, ele podia ver Agrios sorrindo, dentes ranços brilhando.

Tudo parecia tão rápido, então ele quase não pode ver quando Agrios tirou a sua lâmina de seu estômago e ele caiu no chão. Sangue jorrava de seu ferimento, lentamente, frio de dentro para fora.

Então, a dor veio, tortuosa e cegante. Ele mal podia respirar.

Ele tentou se levantar novamente, mas Agrios o empurrou de volta. Crack!

Droga, mais alguma coisa havia quebrado.

"Você é tão molengo" Agrios sorriu, pisando em uma das pernas de Nico. Com um barulho alto, sua perna quebrou. Nico berrou de dor, lágrimas descendo por seu rosto.

"Só vou esperar você sangrar" Agrios disse, sentando próximo a cabeça de Nico, olhando diretamente dentro de seus olhos. "Sabe de uma coisa que eu acho hilária? Antes, na primeira Gigantomania, eu lutei contra seu pai, Hades. Eu o derrotei, mas as Parcas me pararam. Elas me destruíram, e antes de morrer, eu vi a minha própria morte, a segunda. Eu vi você, um pequeno filho de Hades, o que finalmente me mandaria para o Tártaro para sempre, mas obviamente, você não vai matar ninguém durante um bom tempo!" Ele riu, e a risada ecoou nos ouvidos de Nico. Sua visão se tornando escura, tudo parecia estar acontecendo em um lugar distante. "Eu vou matar as Parcas por conta própria e não haverá mais destino. Eu farei minha própria história, como eu acabei de fazer aqui e governarei o futuro de todos. Mãe Gaia vai me dar isso, pelo menos..."

Ele foi interrompido quando uma lança voou do nada e se fincou o estômago do gigante. Ele deu um passo para trás, surpreso.

Percy, Annabeth, Thalia, Jason, Leo e Piper tinham chegado.

Tarde demais.

"Heróis ignorantes!" Agrios gritou, fechando seu punho entorno da lança elétrica de Jason a retirando. "Vocês não podem esperar que..." ele engasgou na última sílaba e olhou para baixo, de olhos arregalados. Nico tinha conseguido se levantar e, com os últimos remanescentes de sua força, enterrou sua espada no pescoço do gigante. Icor dourado escorreu pela espada e chegou a mão de Nico, a queimando.

Um espírito de Hades, a sombra de sua essência, ajudou seu filho, ajudando-o a se levantar, evitando seus braços de tremerem, prevenindo seus joelhos de falharem.

Os outros soltaram exclamações de choque. Agrios gargarejou, icor dourado saindo por sua boca, ele tremeu uma, duas, três vezes antes de cair mole no chão, morto.

Bom trabalho filho, Nico imaginou a sombra de Hades sussurrar ao seu ouvido antes de fundar no chão. Então, sem aviso, Nico percebeu que ele caíra no chão, lentamente indo embora.

Ele sabia agora... Estava acabado. Ele havia perdido muito sangue. Ele tinha 0 energia de sobra. Ele havia usado suas fontes vitais proibidas para convocar a sombra de seu pai, e agora ele ia...

"Nico!" Ele quase não ouviu Annabeth gritar. Ele sentiu mãos quentes o virarem para que ele pudesse ver o teto. Era só um teto, um céu de pedra. Ele desejava que pudesse ver as estrelas mais uma vez. Sua irmã, também, morrera em um quarto fechado, com só um teto de metal para olhar. Devia ser uma maldição para os filhos de Hades, morrer abaixo da terra, morrer em seu próprio Mundo Inferior.

Sua visão escurecida estava cheia de rostos familiares. Percy. Annabeth. Thalia. Jason. Leo. Piper. E dois que pareciam flutuar acima deles, os rostos sorridentes de Juliet e Hazel, seus olhos verdes e dourados penetrando em sua alma.

"Nico!" Percy disse, molhando suas costas com néctar. "No que você estava pensando?! Encarar um gigante sozinho..."

"Não" Nico tossiu, surpreso que ainda podia falar. Ele empurrou a mão de Percy para longe. "Não há nenhuma quantidade de néctar ou ambrosia na terra que possa me ajudar agora."

"Do que você tá falando, cara?" as sobrancelhas de Leo estavam juntas de preocupação. "Só aguenta firme e nós vamos tirar você daqui."

"Nico, aguente firme." Percy o falou, seu rosto saia e entrava em foco. "Nico, eu fiz uma promessa a Bianca! Não posso proteger você se você... Nico! Vai!" Nico percebeu que ele tinha fechado seus olhos. Engraçado, não dava mais para perceber, estava tudo tão escuro.

Então, ao invés de Juliet e Hazel, Bianca surgiu a sua frente, seus olhos tristes.

Você foi ótimo, Nico, Bianca disse, sorrindo tristemente, Mamãe e Papai estão orgulhosos de você.

Você acha?, ele perguntou, de repente um garoto de dez anos novamente, segurando firmemente a mão de Bianca e, na outra, segurava sua estatueta de Mitomagia favorita.

Você sabe que sim, agora vamos, hora de ir. Papai está esperando.

Papai? Nico olhou para a estatueta em sua mão, uma pequena réplica de plástico de Hades.

"Estou indo... Bianca..." ele murmurou, sentido seu corpo ficar mole. Ele quase não podia ouvir os outros gritando com ele.

"Não Nico! Fique conosco! Acorda! Você pode ver Bianca outra hora!"

"Eu queria... Queria ficar mais tempo..." Nico respirou, sentindo a piscina de sangue a sua volta.

Eu também Nico, Bianca disse, olhando para ele. Agora vamos, hora de ir.

A versão de dez anos de Nico di Angelo olhou para a irmã com os olhos brilhando. "Está bem!" ele disse, feliz. Largando sua estátua de Mitomagia para que pudesse se reunir com sua irmã mais velha.