_Dean...temos que sair daqui. A criatura irá nos farejar e.._Carla sentiu o aperto das mãos do jovem nas suas. Ouviram o monstro cheirando o ar, procurando-os, sentindo o cheiro de gente viva. A criatura arrastou-se carregando consigo partes do corpo de sua presa.

_Acho que ele se foi, droga! Não podemos ficar aqui e..._Dean parou abruptamente.

_Qual o problema? _Carla estava realmente preocupada com a situação em que se encontravam. Ela estava ali embaixo por quantos dias? Dois, três...perdeu a noção do tempo. Os “outros” estavam todos mortos, ela alimentou-se de seus suplementos que carregava sempre junto quando pressentia o perigo. Graças a eles mantinha-se com equilíbrio suficiente de manter-se viva e alerta. Já seu novo amigo estava muito quente, a febre tomaria conta dele rapidamente se continuassem nesta caverna úmida e sombria.

_Meu celular...no bolso da minha calça, pegue-o para mim.

_E você acha que teremos sinal aqui? Tá de brincadeira comigo não é?

_Pegue-o! Preciso tentar o rastreador...gps...meu irmão está a minha procura e além disso podemos utilizar a “lanterna” dele para podermos ver alguma coisa neste lugar.

_Ok, acalme-se.._dizia Carla mais para si mesma. Localizou o celular, ainda havia bateria. Seguia atentamente o que Dean falava, ela verificou o sinal, nada.

_Agora ative o rastreador, e a lanterna. Vamos seguir em frente.

Carla o fez, e a pequena luz para eles era muito forte. A moça olhou ao redor, talvez fosse melhor não fazê-lo...havia muitos corpos dilacerados e até mesmo membros das próprias criaturas. Dean acompanhava, analisando o local. Carla focou-se em Dean, apesar da situação ela não pôde deixar de perceber como ele era bonito. O sangue que encharcava a camisa do rapaz, chamou-lhe a atenção e sem dizer sequer uma palavra rasgou um pedaço de sua blusa, tirou o cinto e atou ao redor do ombro de Dean.

_Ai..._Dean resmungou e soltou um lindo sorriso para Carla.

_Do que ta rindo?

_Você está muito sexy com a metade da barriga de fora..._Carla não conteve o sorriso, era inacreditável esse homem.

_A febre está afetando seu raciocínio, venha vou ajudá-lo a ficar em pé. E pare de fazer essa cara, você nem está tão mal assim. _Carla tentava animar o rapaz.

_Ok, doutora.

_Humm...sei. Mas você acha que seu irmão irá nos encontrar?

_Ele vai nos encontrar de um jeito ou de outro, ele está sempre um passo à frente destes seres malditos. Você não conhece o Sammy, ele é um gênio ambulante.

_É você tem muito orgulho dele, fala como se fosse um pai.

_Hã..é..me sinto responsável por ele. As vezes tenho vontade de socá-lo tanto só para acalmar seu instinto de encrenca._cada passo para Dean era uma tortura, e Carla tentava mantê-lo acordado por um bom tempo.

_É, só que quem está encrencado é você e não ele.

Os dois sorriram, e continuaram desviando de vários corpos mutilados e muitos em estado de putrefação, o cheiro era insuportável.

Enquanto Bobby, Sam e Castiel estavam investigando um enorme silo abandonado, na esperança de encontrarem pistas de Dean. Bobby acenou de outro ponto do local, havia pessoas ou o que quer que elas fossem fazendo vigília. Estavam no caminho certo, os três se separaram e cercaram os dois vigias, eram demônios. E Castiel os queimou de dentro para fora com rapidez. Sam colou-se na porta, em seguida Bobby e ambos abriram-na cautelosamente e algumas vozes vindas do recinto eram familiares para seus ouvidos.

_Como você quiser, por mim deveríamos arrancar suas vísceras e saboreá-las como os demais.

_Os Winchesters tem que sofrer, e não morrerem. Já temos um, vá e faça o que eu digo, talvez ele nem resista à metamorfose. E se houver problemas não hesite em eliminá-lo.

Sam aproximou-se de Bobby, precisavam agir.

_É a Meg e o outro não acredito mas é o Andy!!!

_ Quem é Andy?

_Lembra quando o Azazel me seqüestrou com as outras crianças que foram amaldiçoadas com seu sangue, ele estava junto. Mas pensei que Ava o tivesse matado. Isso explica o retorno de minhas visões, há uma conexão entre nós. Ele é poderoso, pode fazer você de fantoche e iludi-lo com ilusões. Eu sou imune, então tomem cuidado.

_Certo, e agora o que faremos? Espere! Sam veja, mais para a esquerda...aquele é o...droga, é o Fagner! Eu deixei o maldito no hospital com a Janet, ele é um deles!

_Então era uma cilada Bobby, ele sabia que Janet o chamaria e nós viríamos juntos. Tudo não passou de um plano diabolicamente planejado. Por isso não havia padrão nas mortes, eram apenas para chamar nossa atenção. Dean tinha razão em não querer vir para cá, e eu mais uma vez o arrastei para esse lugar que ele odeia, malditos!

_Isso não vai ajudar em nada, Sam. Veja eles estão indo...droga sumiram!

Os três entraram, não havia sequer sinal deles, com exceção de um, Fagner os aguardava.

_Uau...devo admitir vocês são muito confiantes ou loucos em virem até aqui. E você velho, veio rapidinho quando aquela vagabunda te ligou, assim que eu acabar com vocês vou devorá-la lentamente.

_Você não terá tempo para isso seu verme, acabaremos com você aqui e agora.

_Ah ah ah ah, não me façam esperar!

Fagner começou a aumentar de tamanho, de sua cabeça saíram uma espécie de chifres e suas próprias mãos tiravam a pele de seu rosto dando lugar a um ser monstruoso (link para a figura http://img694.imageshack.us/img694/4339/siloa.jpg), muito semelhante ao que Sam e Dean enfrentaram no velho galpão (Leia

https://www.fanfiction.com.br/historia/169812/Emboscada_Aos_Winchester). Naquele tempo já estavam fazendo as experiências e os Winchesters não haviam percebido a intenção dos leviatãs. Fagner partiu para cima de Bobby, o caçador disparou contra o peito da criatura, ela parou olhou o buraco produzido pela bala em seu corpo e sem demora estava prestes a estraçalhar o velho caçador. Sam em um gesto rápido e preciso recebeu a espada que Castiel lhe arremessou e arrancou a cabeça do ser maligno com apenas um golpe da espada forjada por Will. Bobby desvencilhou-se do corpo sem cabeça que continuava a dar golpes aleatórios, e jogou um jato de água purificada e com as substâncias corretas, o corpo começou a dissolver-se, agindo como se fosse ácido sulfúrico. Os três olharam-se, não havia certeza que iria dar certo, e esta primeira vitória os encheu de esperança.

_Para onde os demais foram? Eles estão indo...pegar o Dean e não sabemos onde!_ a voz de Sam estava trêmula.

Sam não obteve respostas, seus amigos também não sabiam. Começaram a vasculhar o lugar na tentativa de encontrar uma passagem subterrânea. Neste momento o celular de Sam fez um ruído. Ele o pegou rapidamente, era o rastreador, só podia ser Dean!

_Dean, ele deve estar tentando nos mandar algum sinal. _Sam aguardou...um ponto vermelho na tela piscou e logo desapareceu, mas foi o suficiente para orientá-lo._Ele está a uns três quilômetros de onde estamos, neste ponto aqui. _indicou Sam no visor do seu celular aos dois amigos.

_Bem então não vamos desperdiçar mais tempo, vamos!

Carla e Dean avançavam a passos lentos, não tinham conhecimento do que estava prestes acontecer. Mantiveram-se calados por algum tempo, ambos estavam cansados.

_Carla, acho que aquilo ali é minha mochila!

A jovem largou Dean encostado contra a parede e foi averiguar, o loiro viu o sorriso estampado na face da moça e logo ela veio com uma lanterna, duas pistolas e um facão.

_A sorte está voltando ao nosso lado, bonitão!

_Sabe doutora, eu pularia em cima de você tão rápido que sua cabeça ia rodar, mas agora...não consigo nem manter me em pé sozinho. Então não me provoque porque quando eu melhorar...

_Hey, garanhão! É só manter esses olhos devoradores para longe do meu corpo e sua sanidade volta, ok! _Carla sorriu, ela não demonstrou, mas Dean também mexia com seus sentimentos. Ah, se estivessem em outra situação, seria tudo tão diferente.

Um estrondo chamou a atenção dos dois, vozes vinham de onde saíram. Dean pediu para desligar a lanterna, pegou a pistola e tentou ouvir o que estavam gritando. Não era Sam e nem Bobby infelizmente.

_Idiotas! Procurem-no, não deve ter ido longe sozinho e naquele estado. Vão!

_E como sabe que algum de nossos brinquedinhos não o devorou, MEG?

_Então ache os pedaços dele, quero ter certeza de que esteja morto, ou o transformaremos no monstro que ele caça!

Meg? Dean ouviu o nome daquela desgraçada da Meg! Então era isso, foi ela que o trouxe até esse local, mas estava turbinada com gosma de leviatãs, por isso a aparência repulsiva. E queriam pegá-lo para fazer o mesmo, nunca permitiria isso jamais! Ele sentiu o coração acelerado de Carla em seu peito, ela estava com muito medo, e os desgraçados achavam que ele estava sozinho.

_Carla_sussurou Dean._Apenas me escute e faça o que eu disser, você confia em mim certo?

_Si...sim. Confio.

_Muito bem, pegue essa lanterna e essa pistola, corra o mais rápido que puder nesta direção, se minha mochila estava aqui é provável que haja uma saída por esse caminho de onde fui arrastado. Sam deve estar a caminho, haja o que houver não olhe para trás e lembre-se as criaturas menos evoluídas não te atacaram se você manter a calma quando os avistar, não corra se os ver. Deite-se no chão e finja estar morta e no momento oportuno volte a correr.

_Não...não sei se consigo._Havia lágrimas nos olhos da moça. Dean a beijou, tão pega de surpresa ela entregou-se a aquele momento lindo.

_Agora vá, Carla. Acredite, você consegue!

_Mas e você? Não posso deixá-lo sozinho nestas condições, eles vão matá-lo!

_Não conseguirei acompanhar você, desta forma morreremos nós dois ou coisa pior ainda farão conosco. Preciso acreditar que você se manterá segura e...

_Ok, prometo trazer ajuda. Seu irmão deve estar me esperando, certo?

_Essa é uma verdadeira caçadora, falando. Tome leve esse celular, talvez a medida que você chegue perto da saída ele volte a funcionar. Agora pelo amor de Deus, vai e lembre-se de não olhar para trás.