The Stripper escrita por Annye, Raah Lima


Capítulo 14
Capítulo 13 – Deixando acontecer


Notas iniciais do capítulo

Olá gente. Muito feliz com minha primeira recomendação (e espero que venham outras rs.).
Boa Leitura!



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P.O.V. Bella

Sabe aquele ditado que diz “Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela”? Eu pude vivenciá-lo nos últimos meses.

As portas em questão foram minhas amigas. Sim, por incrível que pareça, as “inseparáveis” em um dia, viraram as “estranhas” do outro. Claro, não foi propositalmente, mas graças aquele termino desastroso do noivado de Rose, tudo ficou insuportavelmente estranho.

Para começar a própria Rose tinha sumido. Durante uma semana ninguém mal sabia onde ela estava, até que Jazz me avisou que ela havia ligado para a mãe, dizendo o quanto se sentia humilhada e preferia estar só nesse momento – e nesse só ela esclareceu que nos odiava; palavra do Jasper.

Falando neles... Eu ainda não acredito nisso (prefiro fingir que estou em um pesadelo, e logo vai passar), mas Alice e Jasper terminaram. Jazz culpa Allie por ter magoado sua irmã com as palavras – ele acha que pegamos pesado na hora de contar pra ela. O namoro dos dois estava muito abalado, mas enquanto eles procuravam por Rosalie Alice se fazia de forte, e segurou as pontas. No entanto, parece que a própria Rosalie tinha sido bem clara que estava brava com Alice, causando um desconforto enorme entre os Hale e ela. No fim das contas uma Alice inconsolável me ligou falando apenas que iria viajar. Eu quis passar tempo com ela, sugeri que conversássemos, mas ela estava apática. Pode parecer exagero, mas eu nunca a vi desse jeito; nem mesmo quanto ela tinha 14 anos e seus pais estavam se separando. Ela amava a mãe (que se possível, era mais louca que Renée), mas decidiu ficar com o pai, graças á, adivinhe?  Jasper.

Não preciso nem ser inteligente para saber que nesse exato momento Jessica deve estar “consolando” Jasper. Já Royce e Lauren... Sei lá, talvez morreram, tanto faz.

Concluindo, eu sabia que não era pra sempre, mas nesse exato momento, eu estava sem amigas. E é claro, quando uma tragédia vem, outras logo aparecem.

Depois da tortuosa semana procurando Rosalie, minha mãe ficou um tanto abalada. Coisa normal da gravidez, ela garantiu. Entretanto, na quarta-feira da semana seguinte, a Dra. Rachel Black garantiu o contrário. Minha mãe teve um sangramento, o que me fez correr com ela para o hospital – nem queria imaginar o que poderia ocorrer se eu não estivesse em casa –. As noticias foram horríveis: Renée ficou por um triz de perder bebê. Se antes sua gravidez não era de risco, agora era. Ela iria ficar duas semanas em observação (até porque ela não aceitaria o termo “total repouso”) no hospital, e apenas depois disso a Dra. Black daria um parecer de como ela deveria prosseguir a gravidez (Renée mal estava com 15 semanas, se ela continuasse em seu ritmo normal ela não conseguiria).

Mais um baque em menos de 15 dias, e eu achei que não agüentaria. No hospital mesmo liguei para o meu pai. Ele apareceu 15 minutos depois da internação de Renée, falando que pretendia ficar ali com ela – não havia muito que fazer, mas eu sabia que ele devia se sentir negligente por não passar cada segundo possível com ela, e por isso ia tentar recompensar o tempo perdido.

E bem naquele dia, depois de toda minha situação, eu pude ver minha janela se abrindo.

- O que você está fazendo aqui? – Edward me perguntou.

- Nada... – Simplesmente respondi. Estava apática demais até para implicar com ele. Só queria descansar de tudo. Ele me encarou com espanto.

- Você está bem?

- Não. – E também não estava para conversas. Estava na espreguiçadeira que ficava na beira da piscina com uma garrafa de vodka que achei no bar. Eu tomava do gargalo mesmo; porem nem virando um litro de vodka pura consegui ficar bêbada. Acho que era tristeza demais pra ser absorvida...

- Certo, é melhor você me dar essa garrafa. Johnson me avisou que você vai ficar na mansão sozinha e não acho nada bom você morrer afogada na piscina. – Ele tinha razão. Entreguei logo a garrafa pra ele. Assim que o fiz ele fez uma careta estranha de pasmo, suspirou alto e sentou-se na espreguiçadeira ao lado. – Acho que eu não estou sabendo... Está tudo bem?

Nessa hora eu pensei bem. Não queria atrapalhar Alice com meus problemas onde quer que ela estivesse – ela precisava pensar. Tão pouco sequer sabia onde estava Rose.  Estava totalmente fora de questão comentar qualquer coisa que causasse stress em minha mãe. Poderia até chamar alguma amiga da faculdade para sair, e me distrair, mas nesse momento eu só queria desabafar, e eu não o faria uma garota que eu não via há dois anos.

Por isso resolvi falar com Edward. Afinal de contas, de um jeito totalmente estranho eu confiava nele (no fim das contas). Então, depois de um momento de silêncio eu soltei:

- Não está tudo bem. – Ele estava encarando as estrelas, mas depois desse momento começou a olhar pra mim. – Minha mãe, ela está internada. Alice terminou com Jasper. E Rosalie...

- Eu sei. – Ele me cortou. – Jasper me garantiu que ela está bem, Bella. Eu a conheço, e agora ela está com raiva. Mas vai passar. Não devia se preocupar com ela nesse momento, você já ajudou no que podia. Agora você é que precisa de ajuda. Se preocupar com suas amigas não vai te ajudar em nada...

- Eu sei. – Eu o interrompi. – Mas pelo menos eu me distraia. Agora eu não sei o que fazer. Na minha vida sempre teve muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, e eu gosto disso. Mas parece que em algum ponto eu fiquei tão perdida que eu não sei nem quem eu sou...

- Eu sei. – Ele apenas concordou. Ficamos em silêncio depois disso, apenas nos encarando. A tensão do momento era palpável, quando de repente ouvimos um barulho e várias cores explodindo no céu. Estava bem longe do 4 de julho, mas tinha um show de fogos de artifício bem acima de nossas cabeças. Eu sorri. Eu não fazia idéia pra quem (ou o quê) eram aqueles fogos, mas eu gostei daquilo. Foi como se a tensão inteira sumisse e quando acabou eu olhei para os olhos de Edward.

E mais uma vez eu me perdi no olhar dele. Edward tinha os olhos verdes mais lindos que eu jamais pudera imaginar. Era impossível não me sentir atraída.

Quando eu notei já estava em seus braços, beijando seus lábios.

Sabe as borboletas que as adolescentes bobas dizes que sentem no primeiro beijo? Eu as sentia agora batendo as asas em meu estômago. Era bobo eu sei, mas eu senti naquele momento como se eu pertencesse aquele lugar, e por um instante eu queria jogar tudo para o ar e ficar ali, beijando Edward pra sempre.

P.O.V. Rosalie

Eu estava muito feliz. Muito mesmo. Estar com Emmett era mais fácil do que eu jamais pudera imaginar.

Quando eu cheguei pedindo abrigo ao Emm esperava que ele batesse a porta na minha cara – afinal de contas quando uma louca com um vestido chique, descalça, maquiagem borrada, e chorando horrores pede para viver um tempo com você, não se deve aceitar e sim correr de medo.  Mas Emm é diferente, e me acolheu sem pensar duas vezes.

Na hora que eu fui correndo pra casa dele eu não pensei em nada, por isso só depois eu lembrei que Edward vivia ali com ele. Eu não queria conversar com ninguém da minha família, nem mesmo com Edward (o rebelde renegado). Mas Emmett me garantiu que não contaria nada pra ele, e daria um jeito de me esconder.

Na primeira noite pra Edward não suspeitar de nada eu tive que ficar no quarto de Emm junto a sua companhia, (mas não pensem besteiras, Emm ficou no chão mesmo, como um perfeito cavalheiro). Depois disso ele arrumou um quarto onde ficavam as bagunças da casa e disse pra Edward que ali seria um ateliê para alguns artistas da galeria. Edward acreditou, é claro, e nunca questionou, nem sequer quis entrar para garantir o que tinha no “ateliê”.

Uma semana se passou e aqui estou eu. Era estranho, mas minha raiva estava quase se dissipando por inteira. Eu pintei todos os dias, e alguns quadros só poderiam ser expostos num lugar para maiores de 18 anos. No entanto, os quadros que eu fazia hoje eram calmos. Eu estava usando muito azul hoje, mas não qualquer azul. Era um azul bem intenso, como uma Cornflower. Era um azul que me lembrava Emmett; os olhos pra ser mais sucinta. Sorri com esse pensamento. No outro instante eu fiquei brava. Por algum motivo, lembrei que Alice também tinha a mesma cor dos olhos. Como podiam duas pessoas tão diferentes ter os olhos tão lindamente parecidos...

- Rose, posso falar com você? – Emmett disse batendo na porta do ateliê.

- Claro. – Eu apenas respondi mandando ele entrar. Era impossível não sorrir ao falar com ele.

- Olha, você vai ficar brava comigo...

- Então não fale. – Eu o interrompi. As coisas estavam boas demais para serem atrapalhadas. Ele suspirou alto,

- É importante Rose. – Então uma ruga se formou em minha testa. O que será que acontecera? – Eu me sinto na obrigação de falar. Adivinha quem te ligou no seu celular mais de 30 vezes só hoje?

- Não interessa Emmett! Por isso que eu te entreguei o celular. Eu não quero falar com ninguém por enquanto... Deixa eles pensarem no que fizeram comigo.

- Eis a questão Rose. A pessoa não fez nada. Ontem à noite Edward disse que sua mãe está quase mandando o FBI te procurar.

- Eu sei que ela não tem culpa. – Eu disse já cansada da discussão. – Mas eu é que não posso encará-la. Eu sofri demais Emm... Eu preciso só ficar sozinha um pouco, fazendo minha arte, dando um tempo pra pensar aonde eu errei...

- Claro, e eu concordo e respeito sua decisão. Mas... Sua mãe merece saber. – Eu olhei pro celular indecisa e mordi meus lábios. – Eu nunca tive mãe, sabia Rosalie? Vivi num orfanato minha vida toda. Nunca tive alguém pra cuidar de mim. E você não faz idéia de quanto faz falta uma mulher pra dar conselhos. Pra dizer pra levar a blusa que vai chover.  Pra dar uma surra se eu voltasse bêbado três horas da manhã depois de uma festa no colegial. Pra me ligar todos os fins de semana me pedindo pra dar uma pausa na faculdade e vir passar a semana com ela. Pra me desejar feliz natal. Pra pelo menos olhar no dia das mães e admirar. – Ele tinha os olhos marejados agora, e só então percebi o quanto ele devia sentir falta de uma família. Logo eu entendi do motivo dele pedir pra eu fazer as pazes com a minha – Por mim Rose, eu não pedi nada pra você ficar. Mas ligue pra sua mãe, só pra ela saber que você está bem.

Bem adivinhe o que eu fiz? Por uma questão de prioridades, eu beijei Emmett. Beijei-o desesperadamente. Eu só tinha vontade de pega-lo no colo e dizer que se dependesse de mim ele não estaria mais sozinho. Eu não deixaria.

Claro, a parte chata de mim resolveu que eu estava sendo precipitada demais. Afinal de contas, eu tinha quebrado feio minha cara com Royce, e em menos de uma semana eu estava me apaixonando por um total desconhecido carente dono de galerias? Que tipo pessoa eu sou? “Daquelas que a partir de agora vai parar de pensar, e começar a viver.” Minha mente rebateu pra minha consciência pesada.

Como nada é perfeito, por mais que eu tivesse vencido a batalha com minha mente, foi impossível vencer contra Emmett. Ele me deixou sozinha com meu celular para que eu pudesse falar com minha mãe. E então depois de muita respiração, tomei coragem e liguei.

- Alô? – Minha mãe perguntou atendendo logo no primeiro toque. – Rose é você? – Podia ver a preocupação e o cansaço em sua voz.

- Sou eu sim mãe. – Pude ouvir um suspiro aliviado nessa hora. – Liguei pra avisar que eu estou bem. Viva. Não precisa mandar o FBI atrás de mim, ok?

- Rosalie Lilian Hale, onde você está? Venha pra casa agora! – Ela tentava soar uma ordem, mas estava vacilante. Nessa hora eu pude ouvir Jasper perguntar um “quem é?” atrás da linha.

- Não dá mamãe. Preciso de um tempo. – Respirei fundo. – Fique bem, certo? – Então eu ouvi aquela voz perguntando um “Deixe-me falar com ela!”. Claro, Alice mais uma vez estava se envolvendo.

Esse era um dos momentos que eu odiava Alice. Ela tentava resolver a vida de todo mundo, no entanto, Jazz pedia para se casar com ela e a resposta era sempre “mais pra frente”, Eu sei que não devia, mas na hora eu simplesmente estourei:

- A propósito, diga a Alice que não quero falar com ela. Não quero falar com ninguém, principalmente com essa mentirosa. Ela pensa que eu não sei que ela já sabia de tudo há muito tempo? Me enganou do mesmo jeito que Royce ou Lauren. E se Jasper fosse esperto, nem olhava mais na cara dessa falsa. Mãe, por favor, não me ligue mais ok? Eu te ligo daqui a alguns meses ou se acontecer alguma coisa. Tchau. – E então eu desliguei. Quando eu olhei pra porta Emm estava lá. Olhei pra ele levantando a sobrancelha e ele apenas me deu um sorriso de lado.

- Sou muito curioso. – Ele disse se aproximando até se sentar de frente a mim pegando na minha mão. – Quer conversar? – Eu apenas neguei com a cabeça. Pensar na noite do jantar me dava dor de cabeça. – Quer um abraço? – Eu sorri e maneei. – E um beijo. – Então gargalhei, e logo depois o beijei.

Aquilo estava tão fácil que eu esperava que fosse daquele jeito pra sempre. 


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Notas finais do capítulo

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