Capitulo 13. My Immortal

Ela via as coisas ao seu redor, mas não conseguia enxergá-las realmente, tudo estava embaçado. Lágrimas.

Aágua quente da banheira, relaxava a tensão dos seus músculos, mas não diminuía a dor que latejava no seu peito.

Estava com ódio de si mesma.

Acabava de ver Kyo beijando aquela garota na sua frente.

Pensando com calma aquilo era o fim do mundo, afinal, ela amava aquele idiota é ele simplesmente jogou todos os seus sentimentos pro ar.

“I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
And if you have to leave, I wish that you would just leave
'Cause your presence still lingers here and it won't leave me alone”

Saiu da banheira enxugando-se com a toalha. Seu olhar estava sem vida, vázio, e as lágrimas continuavam molhando seu rosto pálido

Andou até o quarto devagar, os pés se arrastando no piso de madeira.

Ao abrir o guarda-roupa vestiu a primeira roupa que encontrou pela frente, uma velha camiseta branca, que um dia fora do seu pai.

Deixou a toalha caída no chão e olhou pela janela, as folhas das árvores estavam caindo em uma suava brisa. Schiffer podia pegar fogo que ela não notaria.

“These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase”

E enfim deitou-se, chorando em silêncio, um choro dolorido, e incapaz de lhe acalmar o desespero, a angustia ou a culpa.

E de repente percebeu que não estava naquele estado por causa do Kyo, aquilo fora apenas uma chance que a tristeza achou oportuna para possuí-la e destruir as barreiras que a morena criara para sufocar esse sentimento no mais profundo do seu ser.

Hikari um dia prometera que seria forte, que nunca mais ficaria sentada observando a sua desgraça, que não desistirá jamais. Mas ali ela simplesmente não conseguia encontrar forças ou fôlego para continuar lutando.

E chorou mais, muito mais, deixando seus nervos vibrarem violentamente aquela mágoa. Tudo aquilo que escondera todos os sorrisos fingidos, todas as risadas forçadas, todas as mentiras ditas pra todos.

“When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me”

Talvez fosse o melhor para ele, mas mesmo que fosse egoísta da sua parte, não seria o melhor para ela.

Sabia que não suportaria ficar longe do seu amor.

"Não vou suportar…não…não…não…não…"

“You used to captivate me by your resonating light
Now I'm bound by the life you've left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me”

Os dias passavam devagar, iguais, monótonos como gotas de água caindo regularmente no mesmo ponto.

Na escola os professores e colegas mal a reconheciam. A jovem sempre tão simpática e animada, não sorria mais.

Os olhos verdes tão brilhantes assustam agora de tão opacos.

Ninguém mais se atrevia a distraí-la de sua tristeza.

E novos longos dias de silêncio negros se sucederam.

“These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase”

Sua alma aos poucos ia sendo levada pela morte, sem nenhum protesto de dor ou mágoa.

Ao longo das ruas da cidade, raras folhas laranjas davam o ar da graça, todas as outras tinham adiquirido um tom de marrom sem vida.

O céu antes tão azul celeste estava coberto por densas nuvens cinza que cobriam o sol.

O inverno estava chegando devagarzinho, mas ele já havia habitado completamente o coração da morena.

"Porque eu existo?"

A depressão parecia que ia tragá-la. Uma escuridão sem saída.

“When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me”

Alguma coisa testemunhava dolorosamente a realidade de que, mais uma vez, ela sonhara.

Mas mesmo assim não abriu os olhos e tentou ao máximo prolongar aquela sensação de felicidade.

Como se levantar? Como ser novamente aquela garota forte, ou pelo menos como fingir? Era melhor ficar deitada, sem falar, sem comer, sem mover-se.

E no dia seguinte? Seria de novo a mesma coisa?

Queria poder continuar sonhando.

Ah, sonhos são tão mais fáceis que a realidade.

“I've tried so hard to tell myself that you're gone
But though you're still with me
I've been alone all along”

As noites passavam rápido demais enquanto ela sonhava.

E os dias passavam longos, mortalmente longos.

"When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me"