Minha, Somente Minha escrita por VampireWalker


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Continuei depois de um século e meio.
HARU-CHAN, SINTA-SE FELIZ. Q
LunaNyah, eu já deixei de preguiça. UHSAHU
ThereDelilah, eu acabei de te falar no msn que eu terminei, então... Não tenho nada pra dizer. q



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Quando seu clone finalmente abriu os olhos, dei meu melhor sorriso e chamei-a de “Minha namorada”. Ela sorriu e me abraçou, como se realmente acreditasse em minhas palavras.

Pobre ser, acreditar em estranhos? Um sorriso maligno era o que estava impregnado em meu rosto e, mesmo que Luka 2 tenha percebido, fingiu que nada aconteceu e juntou nossos lábios para um beijo. Lábios gelados contra mornos, porque os lábios do seu clone eram mornos?

Mandei-a sentar e levantar o vestido, iria me divertir logo no primeiro dia, afinal, você estava morta. Tinha que engravidá-la para poder começar minha nova vida.

Então por que eu estava com lágrimas atrapalhando minha visão?

Luka 2 tirou a roupa, ficando completamente nua. Sentou-se em meu colo, beijando-me enquanto abria minha blusa, já que meu jaleco de cientista estava aberto.

Por que continuou chorando ao me lembrar de você?

Xingava-me de idiota mentalmente enquanto a nova rosada fazia seu trabalho de tirar-me a roupa. Possível, impossível, não lembro mais o significado dessas palavras desde que você se foi. Quando seu doce clone tirou meu jaleco e minha blusa, mostrando que eu aparentava não ter comido há dias, pois meu corpo que sempre esteve em forma estava ficando um pouco mais magro, deu um triste sorriso, como se falasse “Você não é o Gakkun.”

Ah, malditas lágrimas, por que ousam cair sobre minha face no dia mais feliz de minha vida? Por que você me faz lembrar daquele idiota?

Como sempre, fui traído. Você e seu ridículo clone amam a mesma pessoa, por que nunca me amou, Luka? Por quê? Eu sempre fui seu melhor amigo até você conhecer aquele idiota de cabelos lilás, depois de conhecê-lo, você passou a ficar longe de mim, não retornava mais minhas ligações, não falava mais comigo e, quando eu chegava para lhe desejar um simples “bom dia”, sempre dizia que eu estava atrapalhando. Qual era o seu problema comigo? Tudo o que fazia era para lhe agradar, sempre tinha sido assim.

Um sorriso sarcástico plantou-se em minha face. Doce morte novamente era presente em meus pensamentos. Ou deixava seu clone livre da misericórdia de ser minha, ou simplesmente fazia as mesmas coisas que fiz contigo. Acho que dividir você, minha cara Luka, não era a melhor solução.

Pedi, com a maior gentileza que ainda me restava, para Luka 2 sair de cima de mim, ela obedeceu com os olhos tristes. Explique-me no inferno, Megurine Luka, o que aquele samurai idiota tem que eu não tenho? Dirigi-me até meu quarto e abri um baú antigo, onde havia tirado o vestido de minha falecida mãe, alguns instrumentos do trabalho e uma pequena caixa.

No conto de “Voto Negro”, ela se chamaria “Caixa de Pandora”, então adotarei este nome, pois minha mãe tinha apelidado a arma que existe dentro desse doce caixote de Pandora, nome da filha que nunca teve.

Esqueci de comentar que nunca fui aceito, nem mesmo pela minha mãe, apesar de ter falado que me amaria até o fim de sua vida? Meu pai que o diga, nem sabia de minha existência, somente eu da dele, já que compartilhava da caveira do falecido.

Não guardo tantos rancores, apenas sou um cientista maluco que não foi compreendido pela sociedade. Queria poder dizer “Adeus, meu chapa” para meu melhor amigo, porém não tenho melhor amigo. Destino cruel este que a vida me arranjou.

Da “Caixa de Pandora”, tirei a tão amada arma de minha mãe, arma que ela matou o homem que era meu pai, a arma com a qual ela se matou. Pandora tem boas lembranças, eliminando os membros dessa família desprezível aos poucos.

Adeus, Luka 2, foi bom o tempo que lhe restou. Agradeça a Deus, ou melhor, peça a Deus para não ir ao inferno comigo, uma pessoa tão bela quanto você não merece um lugar desses para descansar pela eternidade. Com Pandora em mãos, lágrimas teimosas que nem você, Luka, desciam pelo meu rosto, revelando minha dor, saí de meu quarto e me dirigi a sala, onde seu clone permanecia imóvel e nu. Meu sorriso sarcástico continuou preso em meus lábios.

Luka 2 deu seu último sorriso para mim, andou em minha direção, passou a mão sobre meu rosto, enxugando minhas lágrimas e disse: “Vamos, me mate se é isso que queres. Sei que me criaste apenas para saciar teus desejos não compreendidos, reconheço o fato de ser apenas tua boneca de porcelana. Se não me queres mais, mate-me como fizeste com minha ‘verdadeira eu’; se me amas, deixe-me ir; se me compreende, deixe-me ficar contigo, iremos ser uma família feliz, não iremos? Tratar-te-ei como meu marido e tu irás me tratar como tua mulher. Seremos sempre aquela família que dizemos ser, felizes, pouco me importa se Gakupo ficará triste, um dia ele entenderá que ‘eu’ não sou mais ‘eu’, já que meu ‘verdadeiro eu’ está morto. Se me odeia, mate-me lentamente como fizeste com Megurine Luka ou apenas dê—me a arma que seguras para que eu mesma me mate. Eis tua decisão, meu cientista, escolhas a que preferir.

Frases perfeitas, elaboradas de uma mulher bela e completa. Dei um sorriso torto entre o cínico que ainda era presente em meus lábios, abracei-a e apenas falei, em palavras quase sinceras: “Se és minha, sinta-se à vontade de escolher seu destino, minha mulher.

Doce inferno de vida que venho tento, acabe-se logo. Se queres me matar, mate-me; se queres que eu viva, traga me uma razão de felicidade; se queres que eu morra, me dê um motivo. Este tem que ser um motivo muito bom para que resolva me suicidar.

Dei um doce sorriso demoníaco, demonstrando a ira presente em mim, Luka 2 logo entendeu o recado. Ela tinha que escolher sua vida rapidamente ou estaria condenada. Suspirando, ajeitou meu cabelo que estava em minha face, como se tentasse dizer “Escolha por você mesmo”. Ajeitei Pandora nas minhas mãos e puxei o gatilho. Adeus, minha doce Luka 2.

Ela caiu ao chão com um sorriso no rosto, fechou os olhos e agradeceu pelo meu ato de bondade, pediu desculpas por como a Megurine Luka tinha sido comigo quando conheceu o Kamui e sua voz sumiu. Ficou pálida e explodiu na minha frente. Malditos explosivos que não tirei.

Minha risada maligna estourou pelo cômodo, digna de pena. Meus olhos lagrimejavam, incorrespondido duas vezes pela mulher e seu robô. Fui em direção a minha bancada, onde tinha um caderno que eu usei para planejar minha ex-futura esposa. Apoiando Pandora na mesa, fui procurar algo para escrever e achei minha lapiseira favorita, o que foi irônico, pois quem tinha me dado foi a pessoa que está morta na minha cama. Ri sarcasticamente antes de começar a escrever o bilhete, longo bilhete, do qual eu deixei pingos de sangue correr pelo papel sem que borrasse minha bela letra.

Você deve estar se perguntando, quem irá ler esse bilhete, não é? Pois lhe respondo, alguém muito preocupado com a noiva irá procurá-la por aqui. Olá Senhorita Pandora, pronta para matar outro membro da família?

 

///////

 

Dois dias depois, a porta do apartamento foi arrombada, os vizinhos tinham ouvido barulho de tiros há um tempo e só agora tomaram coragem de chamar o amigo do cidadão que lá morava somente dias depois, já que ninguém saía do local. Um rapaz de cabelos lilás presos em um rabo de cabelo havia arrombado a porta daquele aposento silencioso, junto com um par de criaturas loiras. A garota apertava a mão do loiro com força, medo presente em seus olhos azuis na cor do oceano, enquanto o rapaz engolia em seco, tentando mostrar-se forte para a moça que amava.

— Kaito, cadê você? — gritou o pseudo samurai ao adentrar o cômodo.

O casal entrou logo depois, segurando as lágrimas e apertando as mãos um do outro, como se passasse força e coragem. Era preciso, já que as cenas que veriam não seriam nada agradáveis, afinal, não estavam em um filme de romance e o ar que circulava o ambiente não era acolhedor.

— Gakupo, ele não está aqui. Procure no quarto, eu vou procurar no banheiro e a Rin tenta achar algo por aqui. — Len disse enquanto desentrelaçava sua mão da de sua namorada, depositando um beijo na testa da mesma, falando que ficaria tudo bem e que, qualquer coisa, ela poderia gritar que ele irá salvá-la do mal.

Isso seria considerado hipocrisia para o dono do apartamento se estivesse vivo. Os outros dois concordaram com a ideia e foram para seus respectivos postos. Rin olhou o local direito, andou um pouco para a esquerda e viu uma perna despida, totalmente pálida e aparentemente pertencente a uma mulher, aproximou-se do misterioso membro e soltou um grito, quase caindo para trás no mesmo instante.

Gakupo tinha entrado no quarto dos hóspedes, não achando nada além de um baú e uma caixa abertos, e seguiu para o quarto do colega, onde viu o defunto de sua noiva na cama. Virou uma estátua naquele mesmo instante, esperando que aquilo fosse apenas uma alucinação de sua mente, entretanto foi acordado pelo grito de sua amiga, correndo até lá. Len apenas achou umas poças de sangue antigas no banheiro e viu que a cozinha estava toda bagunçada, porém sua investigação no último cômodo foi interrompida com o grito da namorada, fazendo-o correr na direção da voz, agachando-se perto dela.

A loira o abraçou com força, chorando no ombro do rapaz, dando longos soluços, enquanto o mesmo olhava aterrorizado para os pedaços do corpo da mulher ao chão, cabelos rosados longos, nu, tinha uma bala perto do corpo deslaçado, estava multilado com exceção da cabeleira rosa. Kamui chegou, novamente seu rosto ficou branco. Duas Lukas?

— Tem algo de errado. — comentou o mais velho, lembrando-se do primeiro corpo morto — Tem duas Lukas aqui, ambas mortas.

— C-Co-o-omo a-ass-im du-a-a-as? — gaguejou Rin no meio do choro. Seus olhos já estavam vermelhos, seu namorado apenas fazia um gostoso cafuné em sua cabeça para tentar acalmá-la.

— Kaito. Ele sempre sussurrava algo sobre clonagem. — complementou Len, dirigindo sua atenção a um caderno em cima da bancada — Ele deve ter anotado algo naquele caderno ali em cima.

Dito isso, o loiro apontou para o caderno que dizia. Gakupo se dirigiu até lá, pegando o objeto e vendo várias anotações sobre clonagem, virou a página e achou algo escrito “Para Gakkun”. Seus olhos se vidraram naquelas palavras, o apelido que sua noiva costumava a usar estava ali.

Querido Kamui, quando você ler isso, já estarei morto junto com sua noiva e o clone que eu fiz dela. Você realmente é um estraga prazeres que entrou para arruinar minha vida, por isso o odeio tanto. Primeiro, você tira minha melhor amiga de mim; segundo, leva meu coração em suas mãos sem nenhum cuidado. Devia ter tido uma cautela melhor, pois você falhou.

Rezei todos os dias para que a minha melhor amiga voltasse para mim, pedindo desculpas, mas não, ela apenas me ignorava, falando que eu atrapalhava tudo: sua vida, seu relacionamento, suas experiências, seu emprego de meio período, seus trabalhos. Tudo.

Minha mãe se matou na minha frente, deixando-me sozinho no mundo e, adivinhe, Luka não foi para o enterro e nem se preocupou em falar “meus pêsames” para mim. Apenas me desdenhava com o olhar.

Você fez minha melhor amiga ficar contra mim em todos os sentidos existentes. Agora, posso dizer que retirei-a de ti como você fez comigo, tiraste-a de mim.

Aproveite o tempo que ainda lhe resta sozinho no mundo, como eu fiquei. Sinta a dor que eu senti quando arrancou-a de mim, perder o mundo, o chão. Lindo, não é?

Morra, estarei esperando-o no quinto dos infernos.


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Notas finais do capítulo

Foi o final que eu quis botar na fanfic, hoho. *-*
Entendam, tinha que ter um final desses e os Kagamine estavam ai só pra enfeitar mesmo USAHUHUSA



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