Broken escrita por Doraa, Shikura


Capítulo 1
Capitulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Hope you like it.
ps: dar opinião num review não custa nada e faz-me feliz ahah :D



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Lembro-me de quando fizemos a nossa promessa. Do nosso suposto sempre. Nunca acreditei nos ‘para sempre’, mas conseguiste-me nublar a visão e a consciência, conseguiste-me por a agir de forma automática, sem pensar em consequências, sem pensar em possibilidades. Conseguiste mudar a minha vida, mudar a minha rotina, mudar-me. Fizeste-me acreditar em coisas que outrora acharia absurdas, até mesmo idiotas, fizeste-me acreditar que estava errada durante todo este tempo, que tudo o que eu estava a sentir era das coisas mais maravilhosas que alguma vez sentiria. O que estava a sentir? Por palavras dele era amor. Um amor diferente. Como? Um amor demasiado compreensivo, um amor que acreditava que todas as feridas provocadas na minha pele eram como um castigo, que acreditava em todas as palavras ditas por ele. Todas. Os amo-te. Os és o mundo para mim. Os nunca me deixes. Os és tudo. Cada monossílabo, cada sussurro.

Por vezes ainda sinto o ardor das feridas na minha pele, como se a tivesses acabado de rasgar, sem qualquer compaixão, ainda sinto o impacto das minhas costas quando as mesmas batiam contra a parede fria da casa de banho, ainda sentia os teus lábios tocarem os meus, depois de tudo. Ainda me lembro de abraçares o meu corpo dorido e de me pedires desculpa. ‘Não te queria magoar’, dizias. Oh, se soubesses como a dor que provocavas no meu coração me doía mais que qualquer osso partido, qualquer hematoma, qualquer ferida profunda. Oh, se soubesses como me consumia por dentro, toda a violência com a qual me presenteavas. Se soubesses como me sabia bem o teu abraço, mesmo depois de tudo.

E apesar de tudo, sinto a tua falta… Tenho saudades do teu aroma, aquele que me enchia os pulmões de cada vez que me deitava perto de ti, o mesmo aroma que me entorpecia os sentidos. Tenho saudades do sabor e da suavidade dos teus lábios contra os meus, dos arrepios que me percorriam a coluna a cada toque teu, a pele arrepiada. Saudades do silêncio, o mesmo em que podia ouvir o som do teu coração a apenas alguns centímetros do meu, a tua respiração. Era nesse silêncio que te sentia por completo, em que sentia amor. Não o amor doentio a que me habituaste, mas ao amor inocente, sincero e puro que conseguia sentir nestes pequenos momentos.

No fundo, acreditei sempre que tinhas um coração dócil, mole e enorme, embora estivesse sempre camuflado por alguma névoa, que embaçava os sentimentos, que embaçava o teu verdadeiro eu, e o tornava numa pessoa agressiva.

Calculei os prós e os contras, pensei vezes e vezes sem conta se deveria ou não, mas a verdade é que acabei por desistir. Desisti de nós.

Por momentos achei que era fraca, por desistir de tudo, por estar a deixar para trás uma vida de planos, por deixar para trás tudo o que tinha sido construído por nós até ao momento. A questão é que os bons momentos eram tão poucos que pareciam apenas pequenas memórias, muito distantes, de um passado muito longínquo. Eram tão poucos que os maus momentos faziam questão de os apagar, tentando manterem-se vivos na minha mente, não me deixando esquecer todo o sofrimento, todas as mágoas. E além de tudo isso, sentia-te distante, sentia-te frio, começas-te a tratar-me como se fosse apenas mais uma pessoa estranha que passa por ti na rua. Tornei-me indiferente ao teu olhar. Não sentia mais sinceridade nas palavras proferidas por ti, que te escapavam por entre os lábios de forma quase mecânica e acentuando o teu semblante indiferente.

E apesar de tudo, sinto que aprendi contigo. Aprendi que não devo deixar que controlem a minha vida. Que há dois tipos de amor: o amor verdadeiro, puro, inocente, sincero, recíproco e o amor cego. E que infelizmente este último não nos preenche por completo, não nos sacia tanto, não tem tanto calor. É um amor vazio. E acaba de forma fria, quase sempre.

Quanto ao amor verdadeiro, resta-me sonhar com ele. Mas a ideia de ser capaz de nos fazer levitar sem realmente sairmos do chão, a ideia de duas almas se completarem de forma singular, sem desrespeito, numa sintonia quase perfeita, tudo isso, faz-me pensar se realmente terei a sorte de sentir o mesmo. Ou mesmo se terei a coragem para me entregar novamente, não apenas só de corpo, mas de alma e coração como fiz contigo. Se terei coragem de me deixar sentir algo assim sem ter o medo de que tudo volte a acontecer. Prometi a mim mesma que não ia deixar que o medo interfira na minha vida. Mas serei capaz? Depois de tudo o que passei? Ou está o meu coração ferido demais, e a minha alma demasiado cansada de não ser levada a sério?


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