Abrace-me escrita por MakeDamnSure


Capítulo 1
Capítulo 1




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Estou com saudade daquele bastardo, saudade do tempo em que ele se preocupava tanto comigo, que sorria daquele jeito idiota sempre que eu o batia, mas... Esse tempo passou e com ele eu cresci e fiquei sozinho novamente... Droga! Por que estou pensando sobre isso agora?

Agarrei os lençóis da cama, estava frio e escuro, deveria ser 01:00 da madrugada, veneziano não estava do meu lado, eu estava sozinho. Olhei para a janela que se encontrava aberta, estava chovendo, levantei e fui fechá-la, porém parei e me debrucei na bancada, olhei para fora, vi a chuva, o céu negro, os relâmpagos e...

– Cazzo! – Gritei quando vi um fio de luz no céu acompanhado de um estrondo enorme, não que eu tivesse medo de trovões eu só me assustei.

Lembrei de quando eu era criança, sempre que chovia e trovões começavam a surgir, o bastardo do Espanha sempre dormia comigo, sorria para mim e me abraçava dizendo que estava tudo bem, acho que é ele que estava com medo, afinal eu não tenho medo de nada... Quero que ele volte para mim agora mesmo e me abrace... Cazzo! Meus pensamentos estão confusos é isso, eu não ligo nem um pouco para o idiota do Espanha.

Desci as escadas e acabei pisando em algo por acidente que parecia estar... Roncando? Liguei a luz, era apenas veneziano, provavelmente deve ter adormecido no sofá, rolado e parou aqui enquanto ainda não trovejava, por isso não foi dormir comigo, senão estaria morrendo de medo agora pedindo para eu abraçá-lo. Francamente, que idiota.

Veneziano isso não é lugar para dormir, vá para a cama ou fique ali no sofá mesmo seu idiota. – Falei empurrando-o em uma tentativa sem sucesso de acordá-lo, decidi deixá-lo ali mesmo.

Dirigi-me à cozinha em busca de algo que me fizesse dormir mais rápido, leite deve resolver.

Abri a geladeira, peguei a caixinha de leite e tomei assim mesmo. Quando pus a caixa de volta à geladeira, vi alguns tomates dentro de uma cesta, o que me lembrou do maldito espanhol, fiquei a encará-los por algum tempo e logo fechei a geladeira, respirei fundo.

Voltei para a sala outra vez, passei por cima de veneziano, subi as escadas rapidamente e deitei em minha cama. Virei para o lado e vi o telefone em cima do criado-mudo que ficava ao lado da minha cama, uma sensação esquisita percorreu por todo meu corpo e antes de eu mesmo perceber o que estava fazendo, já havia ligado para o espanhol e estava esperando que ele atendesse.

Que diabos eu estou fazendo?!

Hm... ¿Quién es?

Hã? Acho que liguei para o número errado. Minha voz saiu trêmula. Porcaria porque eu não consigo desligar logo essa droga de telefone?

Romano?

– Quê Romano? Não há nenhum Romano aqui. – Eu queria bater em mim mesmo, mas por alguma razão eu não conseguia largar o telefone.

– Não minta para mim Roma, eu reconheço muito bem sua voz – Disse o espanhol maldito rindo de mim, que idiota, quero matá-lo agora mesmo.

– ...

– Romano? O que foi?

– Você está ocupado?

– Hahahaha, por que? Está sentindo minha falta?

– Estou... Não espera! Nada disso seu idiota! Eu te odeio.

– Para sua sorte eu estou na Itália a serviço, hehe, você está com medo de dormir sozinho por causa dessa chuvinha? Seu medroso, já estou indo para ai.

– QUÊ? Não Espanha seu idiota! E eu não estou com medo! Não apareça aqui em casa.

– Já estou indo, mi amoré.

– Mas oqu...

Ele desligou.

E ele está vindo para cá! Droga o que eu tinha na cabeça para ligar para ele e por que ele está na Itália? Droga eu sou um idiota mesmo, não ele é o idiota! Eu não vou deixá-lo entrar na minha casa de modo algum!

– Porcaria... – Pensei  enquanto encarava o teto.

Depois de alguns minutos resolvi descer e me certificar que a porta estava trancada, no mesmo instante que girei a maçaneta, ouvi o barulho da campainha que me fez dar um pulo.

CAZZO!

– Romano, você estava ai me esperando? Abra a porta. – Falou. Pelo tom de voz deveria estar rindo, que droga.

– Eu não vou abrir maldito.

– Então você vai mesmo me deixar nessa chuva a essa hora da noite aqui?

– Sim.

Deixei ele  sozinho do outro lado da porta e subi as escadas, voltando para meu quarto, ouvi alguns gritos dele me chamando, ele vai acabar acordando veneziano.

– “ insira cala a boca em italiano aqui”

Depois disso não ouvi mais nada, ele deve ter desistido e ido embora. São 2:15 da madrugada, eu ainda não dormi e a tempestade não parou, os raios continuam e os trovões também, me encolhi nos cobertores e coloquei o travisseiro em cima da cabeça, tentando abafar o som dos trovões.

– Será que ele foi embora mesmo? – Disse para mim mesmo. E-eu não estou preocupado com aquele bastardo, claro que não.

Virei para o lado oposto da janela e fechei os olhos, senti uma mão gelada e molhada tocar-me no ombro, levei um susto por sinal e quando me virei lá estava o espanhol idiota.

– O que está fazendo aqui? Como entrou? – Encarei-lo com ódio.

– Você deixou a janela aberta – Disse sorrindo, sentando-se na cama. – Estava com saudade?

– Claro que não! E saia daqui, você está todo molhado!

– Não seja tão malvado Roma... É claro que você quer um abraço meu, não é mesmo? – Disse ele afagando minha cabeça, como eu odeio isso.

– Saia da minha casa maldito! E pare de me tocar.

– Hehe, você está corando.

– Cale-se!

Um raio de luz cortou o céu novamente e eu pude ouvir mais um estrondo. Dei um pulo da cama e saltei em cima do Espanha, droga eu levei um susto, só isso!

Caímos no chão e eu fiquei em cima dele, ele estava gelado e suas roupas estavam molhadas, ele invadiu minha casa só para... Ficar comigo? Não! Claro que não! Tenho que afastar esses pensamentos idiotas.

– Romano? É mesmo, esqueci que você tem medo de trovões. – Ele estava sorrindo novamente, cazzo! Porque ele está sempre sorrindo? – Não sabia que você gosta de ficar em cima de mim deste jeito.

– Cala a boca! Não gosto! E eu não tenho medo, foi só um susto, é tudo culpa sua!

Espanha olhou para mim e sorriu idiotamente, depois me empurrou de modo que eu ficasse sentado, encostado com as costas na cama e foi se aproximando do meu rosto. O que esse estúpido pensa que está fazendo? Droga! Acho que estou corando... Porcaria.

– Romano... Você está vermelho, hehe. Você quer que eu vá mesmo embora?

–  ...

Não respondi. Ao mesmo tempo em que eu queria que ele fosse embora queria que ficasse, droga isso é o que mais me irrita, mesmo que eu tente afastar meus pensamentos, ele destrói todas as minhas tentativas e eu acabo cedendo...porcaria.

Espanha ficou ali abraçado comigo, sorrindo feito um idiota, mas por dentro, mesmo que eu nunca diga isso para ele, eu estava feliz.

Afinal, quem não estaria feliz abraçado a alguém que ama?

Cazzo! Estou parecendo uma dessas garotinhas apaixonadas.


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