A Historia De Um Barão Que Amou Uma Dama escrita por map-chan


Capítulo 1
Capítulo Único




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/169253/chapter/1

The history of Bloody Baron and Grey Lady

– Minha história começa há muitos anos atrás, ela é quase tão antiga quanto a escola e vocês dois são os únicos que a ouvirão, espero poder contar com o segredo de vocês, não quero que todos descubram que na verdade eu não sou tão mau quanto pareço, pode me trazer complicações quando for dar bronca em pirraça ou qualquer aluno fanfarrão...

~ Flashback on ~

Eu na época ainda tinha onze anos, meu pai era barão, havia enriquecido muito graças a magia, os fundadores de Hogwarts me mandaram uma coruja convidando para ingressar na escola e aprender como controlar melhor a magia.

Meu pai insistiu que eu não fosse, disse que conseguiria me ensinar sozinho, que era bem capaz disso e não precisava que quatro magos metidos a mestres se intrometessem em minha educação.

Salazar Slytherin veio pessoalmente em minha casa, pois achou a carta de meu pai, muito impertinente, o que o deixou fascinado com o orgulho e a ambição que de acordo com ele, passava na carta, o persuadiu facilmente, dizendo coisas que ele gostaria de ouvir, declarou que me colocaria em sua casa, não importasse o que os outros fundadores dissessem.

Após algum tempo todos os alunos de Hogwarts estavam esperando no grande salão para a famosa seleção, naqueles tempos ela era feita na sala ao lado do grande salão, éramos entrevistados lá pelos quatro, um de cada vez, na minha, fui confiante, já sabia a casa a qual pertenceria.

Ao me ver Slytherin sorriu, os fundadores conversaram um pouco comigo e por fim me perguntaram o que eu esperava de Hogwarts e o que mais desejava aprender, e sem demora respondi:

– Quer aprender meios de conseguir superar meu pai, quero ser tão rico e bem sucedido quanto ele, espero que Hogwarts possa me abrir oportunidades que meu pai não teve.

Três me olharam surpresos, Godric Grifindor, Helga Huffpluff e Rowena Ravenclaw, que entre os três era a que menos se surpreendeu e me disse:

– Você seria um bom corvino, mas é ambicioso, não, diria ganancioso demais para entrar em minha casa, se todos estiverem a favor, o colocarei na sonserina.

Os outros dois concordaram, e Slytherin me aplaudiu, sai da salinha satisfeito e me reuni com os outros sonserinos que me cumprimentaram, eles eram todos muito astutos e faziam qualquer coisa para ganhar as competições, pelo que conversamos.

Com o passar do tempo pude perceber que isso era a mais a pura verdade, estava muito satisfeito com a minha sala, quando menos percebi já estava em meu terceiro ano, e novamente estávamos esperando a seleção das casas terminarem.

Quando vi chamarem Helena Ravenclaw para a sala de seleção meu coração falhou uma batida, ela era tão linda quanto a mãe, mas muito mais nova, tinha apenas onze anos, porém todos a olhavam estupefatos, impressionados com tamanha beleza.

Lembro me até hoje do dia que tive coragem de lhe dirigir a palavra, estava um pouco nervoso, mesmo com os meus dezesseis anos, não tinha experiência com garotas, a única para que tive olhos a vida inteira foi Helena, a pele branca como as nuvens em um lindo dia de sol, os olhos castanho chocolate e seus longos cabelos pretos que a deixam ainda mais branca, ela era sem duvida a pessoa mais bonita que residia no castelo.

– Licença, desculpe incomodar, mas esqueceu o livro na aula de transfiguração e eu vim devolvê-lo – disse um pouco nervoso.

– Muito obrigada –ela disse surpresa – eu quem peço desculpas, o desviei de seu caminho...

– Fiz de bom gosto, tenho certeza que como uma corvina ficaria muito triste de ter que esperar até o dia seguinte para resgatá-lo – a interrompi sem querer pelo nervosismo.

Ela me sorriu meiga, o que a tornou ainda mais bonita, e então começamos a conversar aproveitando o fim de uma bela tarde de primavera, naquele dia surgiu entre nós uma longa amizade, que se prolongou por mais três anos.

Dois deles em que eu já havia terminado a escola e tomado o lugar de meu pai como Barão, então o apelido que me deram em meu primeiro ano deixou de ser apenas isso, virou um verdadeiro titulo, sempre que podia ia até a escola visitar minha querida Helena e Slytherin, a quem sempre agradeci por me dar a oportunidade de estudar em Hogwarts e conhecer o meu amado anjo.

Em uma das minhas periódicas visitas tive coragem de segurar sua mão, ela era macia e quente, vi seu rosto enrubescer, ela olhou para as mãos atadas e com um sorriso tímido apertou um pouco.

– Helena, gostaria de se casar comigo quando for maior de idade?

Seu rosto foi de tímido para confuso em instantes e ela pareceu em uma guerra interna, depois me sorriu fraco soltando nossas mãos.

– Sei que logo estarei na idade de me casar, mas isso significaria ter filhos também, não é que eu não queira casar com o senhor Barão, eu só penso que gostaria de aproveitar mais a chance de aprender, conhecer muitos lugares, como por exemplos florestas, li que a da Albânia é linda e muito calma... – ela estava empolgada.

– Podemos esperar para ter filhos, somos novos, podemos espera alguns anos antes disso e viajar, para nós não é algo que leva muito tempo, quero te acompanhar, quero que você seja minha amada... – me ajoelhei na sua frente capturando novamente sua mão – Helena Ravenclaw, por favor, case-se comigo.

Ela sorriu como nunca havia sorrido antes e eu me vislumbrei novamente com quão bonita ela era, sempre me surpreenderia com sua beleza.

– Nesses termos eu aceito sim me casar com você!

– Vamos falar com sua mãe – a guiei para dentro do castelo.

Ela estava radiante, suas bochechas coradas de vergonha e pelo sol, o sorriso que não desaparecia de seu rosto quando entramos no castelo em direção à sala de sua mãe, todos os estudantes nos olhavam impressionados, alguns garotos indignados que Helena estivesse andando com outro homem que não eles, afinal, ela era cobiçada por todos, como eu disse, não havia ser mais bonito que ela.

Entramos na sala após ouvir um breve “entre”, Rowena me olhou com carinho, já devia saber o motivo pelo qual a estávamos procurando, Helena se adiantou cumprimentá-la e parou atrás dela.

– Senhora Ravenclaw, gostaria de pedir a mão de sua bela filha em casamento, gostaria de tê-la como esposa e companheira por toda minha vida – pedi ajoelhado e de cabeça baixa sem olhá-la o mais humilde que jamais fui em toda minha vida, afinal estava tirando dela o seu bem mais precioso.

– Se esse for o desejo de minha filha, então é claro que eu permito e abençôo a união de vocês.

Levantei feliz, sorrindo e procurei o olhar de minha amada que também sorria, agradeci e voltei para casa, pois não poderia ficar depois do anoitecer, procurei rapidamente Slytherin que defendia um sonserino das broncas de Grifindor, e lhe disse rapidamente os acontecimentos.

Alguns dias depois recebi uma coruja de Rowena, ela pedia que eu fosse à Hogwarts o mais rápido possível.

Me desesperei, algo poderia ter acontecido com minha amada, mal me arrumei e parti, não demorou muito para que eu estivesse correndo pelos corredores, os alunos me olhavam ainda mais intrigados, entrei na sala sem ao menos bater, Rowena chorava inconsolável e me mandou fechar a porta.

– Helena fugiu Barão, após roubar a minha diadema, você não pode contar a ninguém, traga-a para mim, por favor!

– Acalme se e explique me o que aconteceu? – pedi.

– Ontem, eu e Helena discutimos, ela queria a diadema, disse que como se casaria era hora de entregá-la... – ela soluçou um pouco – eu disse que não, que ela ainda não poderia tê-la... Ela ficou irada, disse que eu era egoísta, entre outras coisas que nem tenho coragem de repetir...

– A raiva nos faz agir sem pensar – a defendi.

– Não estou culpando, estou pedindo, traga minha filha de volta, eu tenho a partir de hoje dois segredos, e os estou compartilhando com você, estou doente, ela não sabe disso, você tem que avisá-la!

Ela chorava sem conseguir se conter e a mulher elegante e segura de si estava lá debruçada sobre a mesa soluçando e se desesperando.

– Não posso morrer sem vê-la, sem dizer o quanto a amo, eu pareço bem Barão, mas estou sobrevivendo graças as magias de cura, você sabe, você aprendeu que mesmo com esse nosso dom, algumas coisas são, por assim dizer, incuráveis, e logo me juntarei ao meu marido.

– Partirei hoje mesmo em sua busca, por favor, me espere! – sai apresado digerindo tudo que ouvira naquela sala.

Minha amada havia brigado com a mãe e a roubou, isso não podia ser verdade, me apoiei na parede e pensei por onde começar a minha busca, ela queria viajar, sim, ela sempre havia me comentado, para a França e Espanha, ela falava muito desses países, também sobre as florestas, fiquei alguns minutos pensando ao ser distraído por Slytherin.

– O que faz aí de forma tão deplorável?

– Pensando, Ravenclaw quer que eu busque Helena, parece que ela decidiu fugir...

– Ah sim, Rowena estava muito sentida hoje de manhã, dizem as más línguas que ela fugiu com a diadema, é verdade? Ela não estava com ele hoje...

– Não! – me exaltei – Não, Ravenclaw guardou a diadema para quando a filha voltasse!

– Certo, então, qual o motivo da menina fugir no meio da noite? Estava fugindo de você caro amigo? Pediu-a em casamento, ou estou errado?

Salazar Slytherin, não era a toa que seu símbolo era a cobra, traiçoeira e elegante, estava jogando o seu veneno em mim e se deliciando com o que via.

– Sim, a pedi, irei atrás dela para saber o motivo que a levou fazer isso, com licença.

Saí desnorteado, voltei para minha mansão e arrumei uma pequena mala com algumas roupas e certa quantidade de ouro, bruxo e trouxa, não sabia onde a encontraria, por precaução levei um punhal na cintura.

Como França e Espanha eram países muito movimentados era pouco provável que ela escolhesse esses destinos, sendo ela uma corvina e descendente de Ravenclaw, seria muito mais inteligente, ela só poderia ter ido para um lugar calmo, como a floresta da Albânia, com esse pensamento aparatei para lá.

Pensei que seria fácil encontrá-la, lei do engano, mesmo que a floresta fosse calma e poucos animais a habitassem, demorei dias para conseguir, ouvi um farfalhar de folhas e me virei vendo apenas a barra de um vestido azul, agora sujo de marrom, correndo pelas árvores e mais do que depressa a segui.

Não foi difícil alcançá-la, com aquele vestido correr entre as árvores... Ela acabou tropeçando e caiu, seu rosto estava assustado e choroso, eu a abracei e ela o retribuiu.

– Que susto, pensei que fosse outra pessoa – ela escondeu o rosto e as lágrimas em meu peito.

– Não anjo, eu vim te levar de volta, sua mãe deseja muito lhe ver, ela não está brava com você...

Respirei fundo, não sabia como contar que sua mãe estava muito doente apesar de não aparentar, porém, antes de falar qualquer coisa a sua doce voz chegou aos meus ouvidos.

– Eu não vou, ela não quis me dar a diadema, ela não me considera merecedora de ser sua filha!

– Você está errada, ela vai te dar a diadema, mas não agora, ela está muito do...

– Não precisamos voltar, vamos esperar, quando eu for maior você poderá se casar comigo, podemos viver viajando, por favor, não me faça voltar – ela chorava.

Descobri naquela cena que eu faria de tudo para ver o seu lindo sorriso, mas não poderia fazer nada no momento, era importante que voltasse para Hogwarts comigo, seria o melhor para ela.

Antes que pudesse respondê-la senti como se estivesse flutuando e todos os problemas que tinha desapareceram, estava            me sentindo idiotamente feliz, totalmente relaxado ouvi uma voz me dizendo calmamente:

– Mate-a!

– Não! Eu a amo, não posso fazer isso – retruquei como quem diz que vai chover.

– Mate-a agora! – ordenou a voz.

Ouvi um grito agudo de dor, então tomei consciência do que tinha feito, eu a havia apunhalado no peito, ela tentava tirar o punhal do ferimento e suas mãos ficaram vermelhas, ela me olhou melancolicamente e disse fraca:

– Me desculpe, eu não quis disser que não te amo, eu só não queria voltar para lá... – ela tombou para frente se apoiando em mim.

– Não, eu não sei o que aconteceu comigo, Helena, não era eu, algo dominou meu corpo – estava desesperado com a única mulher que amei morrendo em meus braços – eu tinha que levá-la de volta para Hogwats, sua mãe está muito doente, disse que não tinha muito tempo de vida, eu quem peço desculpa – dizia rápido enquanto tentava salvá-la com a varinha.

Infelizmente estava tão desesperado que não consegui fazer nada para evitar seu triste fim, pouco depois ela estava morta em meu colo, seu rosto, vestido, cabelo e mãos sujos de sangue, com dificuldade retirei o punhal, me permiti chorar, acariciei seu rosto com minhas mãos também sujas.

– Me desculpe te machucar anjo, eu vou pagar pelo meu pecado, não se preocupe!

Ao dizer isso me matei, mas os arrependimentos dos meus últimos minutos de vida me prenderam aqui por toda a eternidade, por ter um pecado tão grande apareci com correntes que uso como forma de punição e para avisá-la onde estou.

Quando voltei para Hogwarts para relatar o acontecido para Rowena a encontrei muito fraca, com o fantasma de Helena ao seu lado, ela me olhou com desprezo e com surpresa descobri que podia chorar ainda.

– Deixe-me conversar a sós com ele Helena querida... – pediu fraca e com prazer ela se retirou do local.

– Desculpe me, não sei o que aconteceu, algo me controlou naquela floresta, eu não queria fazer mal a sua filha... – disse assim que ficamos a sós.

– Eu sei que você não esta em si, eu via o quanto vocês se davam bem, o quanto você a respeitava... obrigada por trazê-la, mesmo que seja seu espírito, eu pude vê-la...

Ela suspirou pela última vez, Helena nunca me perdoou pelo que aconteceu com as duas, e não posso culpá-la.

Após alguns anos, não lembro direito, quatro ou cinco, o sonserino, aquele que Grifindor estava dando bronca no dia que pedi Helena em casamento, ele foi consagrado o criador da maldição imperius, perguntei ao garoto do sétimo ano, que tinha sido a cobaia para a apresentação, o que ele sentiu quando foi amaldiçoado, então tudo se encaixou.

Merwyn, sempre tentava chamar a atenção de Helena, desde o primeiro ano, ele nunca aceitou que nós nos tornamos amigos e pelo visto se revoltou quando eu disse na frente dele que nos casaríamos, ele usou aquela maldição em mim e acabou com a vida da pessoa que ele dizia amar.

Tentei explicar para minha amada o que havia acontecido, mas ela nunca acreditou em mim, disse que estava inventando, então nunca mais nos encontramos pelo castelo, me tornei mais frio e calado do que antes, o que para alguns fantasmas, e poltergeist, é apavorante, eles acham que vou fazer algo contra eles, acham que por matar minha própria noiva, eu teria coragem de matar qualquer um que me aborrecesse.

~ Flashback off  ~

– Por isso, vocês nunca viram eu e a dama cinzenta, como a chamam atualmente, no mesmo cômodo, ela me evita e vai continuar evitando por toda a eternidade...

Olhei para os dois sonserinos a minha frente, a garota chorava e o garoto se segurava para não imitá-la, eu me limitei a ir embora, sofrer sozinho com minha perda, apesar de admitir que me sentia menos culpado ao contar o que realmente aconteceu e eles acreditarem em mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Adorei fazer essa fic, então estou muito feliz com o resultado final, espero não ser a única
Gostaria muito de receber reviews dizendo o que acharam, obrigada
beijos o/