My Life For You escrita por laucabellogrey
Notas iniciais do capítulo
Mais um, grandinho dessa vez!
Ela realmente não parecia a Demi da noite passada.
Estava muito melhor.
Seus cabelos castanhos pareceram estar maiores, e agora estavam ondulados até a cintura. Ela usava uma regata branca, bem leve, um shorts jeans, all star preto e alguns tipos de jóias.
_Demi, você está bem?_ eu perguntei.
Ela me ignorou.
_Hoje é um dia bonito, né? Pensei em sair para caçar, animais, é claro_ ela dizia enquanto andávamos em direção a sala de estar.
_ Ahn... Tudo bem_ eu dei de ombros e a segui.
É claro que todos repararam a mudança. Quem não repararia?
_Jane!_ ela chamou.
_Aqui em cima, a Alice me pegou!_ ela gritou do andar de cima.
Demi subiu rindo e eu só segui.
_Alguém entendeu alguma coisa?_ ouvi do andar debaixo. Emmett, eu acho.
_Ela só está sendo a adolescente que não pôde ser_ Edward disse, eu pude ouvir a ternura em sua voz.
Que foi quebrada pelos gritinhos de Demi. Desde quando ela é tão animadinha?
_Jane, você está.... UAU!_ ela disse, medindo uma Jane envergonhada e sorridente.
Ela usava uma jaqueta de couro branca, com uma blusa vermelha por baixo e uma calça preta. Seu cabelo louro estava preso em um coque desfiado e os brincos de rubi destacavam ainda mais seus olhos vermelhos.
_Nossa_ eu murmurei, admirada.
Então as três me olharam.
_Sua vez_ Alice disse e me arrastou até a cadeirinha rosa de sua penteadeira.
_Mas..._ eu tentei protestar, sem sucesso.
_Calada, me deixe trabalhar_ Alice ordenou e eu prendi o riso.
Isso vai ser divertido.
P.D.V Demi
Então era isso. Nada de forçar sorrisos, nada de tentar viver.
Simplesmente fingir que nada aconteceu e ser quem eu sempre quis ser.
Eu mesma.
A garotinha que morre de medo do pai e que sofreu DEMAIS nas mãos da mãe, agora simplesmente, livre pra voar.
Isso me rendeu uma música também, escrita em algum lugar do meu diário.
Mas eu me lembro perfeitamente da letra.
Ela fala da pessoa que eu mais temo.
Meu pai.
Quatro anos de idade
Com minhas costas na porta
Tudo o que eu conseguia ouvir
Era a família que usava
Suas mãos egoístas
Sempre esperando mais
Sou sua filha
Ou apenas um prêmio de caridade?
Você tem um coração oco
Mas é pesado em seu peito
Eu tento tanto lutar mas não tem jeito
Não tem jeito (não tem jeito)
Você não tem jeito
Oh pai
Por favor, pai
Eu adoraria te deixar sozinho
Mas não consigo te deixar partir
Oh pai
Por favor, pai
Deixe a garrafa de lado
Pelo amor de uma filha
Já faz cinco anos
Desde que nos falamos pela última vez
Você não consegue retirar
O que nunca tivemos
Oh posso ser manipulada
Apenas várias vezes
Antes mesmo de um "eu te amo"
Começou a soar como uma mentira
Você tem um coração oco
Mas é pesado em seu peito
Eu tento tanto lutar mas não tem jeito
Não tem jeito (não tem jeito)
Você não tem jeito
Oh pai
Por favor, pai
Eu adoraria te deixar sozinho
Mas não consigo te deixar partir
Oh pai
Por favor, pai
Deixe a garrafa de lado
Pelo amor de uma filha
Você não se lembra?
Eu sou sua garotinha
Como pôde me empurrar
Para fora do seu mundo?
A luz da sua lanterna e do seu sangue
Colocou sua mão naqueles
Que você jurou amar
Você não se lembra?
Eu sou sua garotinha
Como pôde me jogar
Para fora do seu mundo?
Tão jovem quando a dor começou
Agora para sempre com medo de ficar sozinha
Oh pai
Por favor, pai
Eu adoraria te deixar sozinho
Mas não consigo te deixar partir
Oh pai
Por favor, pai
Oh pai
Por favor, pai
Coloque a garrafa de lado
Pelo amor de uma filha
Pelo amor de uma filha
Naquela época, as coisas eram diferentes.
Nossa família já foi feliz, ah se foi. Com direito a beijo na bochecha e tudo mais.
Mas a bebida levou tudo, tudo. Foi com quatro anos que as brigas começaram e não pararam.
Eu só chorava enquanto ouvia garrafas quebrando, gritos de dor de minha mãe e os choros contidos de um monstro que se chamava ‘’pai’’.
Eu me sentia uma inútil, vendo ele espancar ela e eu não podendo fazer nada. Mas isso passou quando ela também começou a descontar sua fúria em outra pessoa, no caso, eu.
É claro que as pessoas notavam um hematoma ou outro, mas sempre relevavam.
Quem iria suspeitar da Sr. Lovato, rainha da caridade?
O tempo foi passando, passando, até que tudo se tornou menos frequente, menos as brigas, claro.
E como o passado sempre deixa marcas, as minhas ficaram nos pulsos.
Até a imortalidade me atingir.
Desde então, eu estou aqui.
Passei por coisas que ninguém merece passar, nem mesmo a pior pessoa do mundo.
Enquanto o sangue de minhas veias escorria pelos pulsos, eu sentia um certo prazer, como se isso lavasse minha alma. Eu parei, mas precisei quase morrer para isso.
Mas eu realmente não iria me importar.
Talvez por isso eu não tive medo de entrar naquela floresta atrás de um lobo gigante.
Porque, por mais que a minha vida tivesse se ajeitado, eu queria que alguém terminasse o trabalho que as lâminas não conseguiram realizar.
Sinceramente, preferia ter morrido naquele banheiro a simplesmente estar aqui, agora, mesmo que sorrindo.
Teria me poupado muuuuito sofrimento.
Mas, já que estou aqui, o que posso fazer? Desistir?
É, talvez. Mas sou imortal.
Não posso morrer assim, do nada. Precisaria de ajuda, ajuda essa, que duvido que teria.
As pessoas querem ver a minha felicidade, mas quando eu peço a ajuda delas para isso, elas preferem que eu coloque um falso sorriso no rosto e finja que está tudo bem.
Mas dessa vez é diferente.
Eu só iria ser a adolescente que sempre quis ser, que sempre invejei.
Só queria achar uma amiga que possa brincar de guerra de travesseiros comigo sem se assustar com os gritos da mulher de um bêbado violento.
Só quero ser eu mesma, só deixar essa história de lado.
Só... Viver.
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