Efeito Bumerangue escrita por SofiaB, SarahRiot_


Capítulo 13
Capítulo 12 - Just can't be real...


Notas iniciais do capítulo

HEY, boa gente!
BAIXA A PEDRA, A FACA E O REVOLVER, OK???
Eu sei que demorei. E eu estou realmente arrependida. Mas não tenho desculpas, para além do fato de que sou uma preguiçosa muito distraída :3
I'M SO SORRY!
Mas então... vamos ler!



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Terça-feira, 5 de Janeiro

Taylor


Cheguei na casa de Hayley no final das aulas, exatamente como ontem. Aliás, tudo estava igual a ontem: os instrumentos montados e prontos na garagem e a ausência de Zac e Josh, já que – surpresa! – os pais deles não os deixaram vir. Só que hoje, eu esperava sinceramente que o resultado fosse diferente. Mas mal abrimos o portão da garagem à pequena fila lá fora, a desilusão e a frustração vieram correndo.


– Oi! – três meninas pararam junto ao limiar do portão, murmurando coisas umas para as outras e rindo, enquanto nos encaravam.


– Err, oi! Vocês vieram fazer a audição? – Hayley foi quem, de nós os três, tomou a iniciativa. No mesmo segundo, elas ficaram sérias.


– Audição? Bem… - nós bufamos: já era a nona vez em dois dias de audições que isso acontecia, e burros éramos nós se não tínhamos aprendido com isso – Bem, na verdade nós só…


– Só vieram para nos ver – completou Jeremy, sem sinal da sua boa-disposição do costume. – Nesse caso já viram, podem ir.


– E um autógrafo, não dão? – a menina da frente falou de novo – as outras pareciam não ser atrevidas a esse ponto –, forçando a barra com um sorriso que deveria ser charmoso.


– Nesse momento, estamos preocupados em arranjar novos membros para a banda; em outro caso pode ser que dê. Agora, se fazem o favor… – falei, apontando para a rua atrás delas.


– Nossa, que violência… - ainda as escutamos comentar enquanto obedeciam.


– Próximo!


Assim que Hayley chamou, entrou um jovem mais velho – quase um homem – com um volume às costas. Ele parecia bem profissional, daí nossa reação animada.


– Boa tarde! – falamos em coro, olhando uns para os outros. Ele não falou nada de volta, apenas assentiu com a cabeça, enquanto tirava a guitarra do saco e a ligava ao nosso amplificador.


– E o que você vai to…


Ele simplesmente levou um dedo aos lábios, sussurrando um “shh” silencioso, enquanto começava a dedilhar as cordas calmamente. Muito calmamente. Olhei para Hayley e Jeremy, um de cada lado, e mordi o lábio inferior enquanto segurava o riso. Ele agora tinha fechado os olhos e ia fazendo caretas engraçadas que acho que eram sua ideia de expressividade, porque a música que ele tocava tinha tanto de expressivo quanto os comunicados oficiais do diretor da escola.


Quando ele finalmente terminou, eu agradeci a Deus internamente e ele sentou-se na cadeira ao lado do amplificador e ficou nos olhando com a mesma expressão serena e silenciosa, esperando que falássemos.


– Bem… - comecei, olhando para os meus lados – Bem. Não tome isso como um insulto, de jeito nenhum, mas acho que o seu estilo não… errr… não combina conosco, sabe? Nós tocamos mais rock, ritmos agitados, normalmente com mais…


Ele esticou o braço, pedindo-me para parar.


– Entendi. Eu ouço isso muitas vezes, mas não vou mudar o meu estilo para funcionar com outras pessoas. Espero que tenham melhor sorte com o próximo!


Nós agradecemos, enquanto ele arrumava as coisas. Mal ele saiu do campo de audição, nós gargalhamos como loucos.


– Pelo menos foi simpático.


– Pelo menos isso. Próximo!


Aí apareceu uma menina da nossa idade com um teclado às costas, pelo que tivemos de explicar que a audição era só para guitarristas e bateristas.


– Mas eu acho que o que falta na banda não é nada disso, vocês até estão melhores assim. O que falta mesmo é o som puro de um pianista de qualidade e experiência.


– Acredite, nós agradecemos imenso seus conselhos, mas ainda sabemos o que queremos. E o que queremos agora é um guitarrista e um baterista, não um pianista. E se algum dia precisarmos de um, não se preocupe por que eu sei tocar. – Hayley.


– Duvido que você tenha a minha experiência.


– Que é…? – Hayley ironicamente pediu para completar. É, criticar suas capacidades conseguidas com esforço e trabalho realmente não é a melhor das ideias.


– Sete anos na Escola de Música de Franklin – Hayley apenas riu.


– Isso é tudo? Eu estudei desde os seis até ao ano passado na Escola de Belas Artes da Primeira Igreja Batista – a menina ficou sem fala na hora. – Mas obrigada por aparecer assim mesmo. Para a próxima, tente apenas ser um pouquinho mais humilde, que é bonito e todo mundo gosta, pode ser?


Ela assentiu e saiu, claramente envergonhada. Também não tinha motivos para menos. Mas é isso sempre o que acontece quando as pessoas saem se gabando…


Ou as que insistem em discutir com Hayley.


–Próximo! – falei, enquanto Hayley passava a mão pela testa, bufando.


Todos sustivemos a respiração quando entrou um menino com um aspeto entre o rockeiro e o gótico, mas ficamos desiludidos mais uma vez, quando ele começou a tocar Marilyn Manson. Quer dizer, nada contra, cada um com seu gosto, mas a forma como ele tocava era… sombria, sabe? Não iria dar certo. O que só ficou mais claro quando lhe mostramos a Brighter e ele simplesmente se recusou a tocar. Se ele ainda tivesse querido aprender, talvez pudéssemos dar uma chance. Mas, como o outro guitarrista, ele simplesmente falou que não ia mudar o estilo dele e saiu. Sim, isso foi muito pouco frustrante. E note a ironia.


É que… é o segundo dia. Segundo! Era suposto que a gente ia ter pelo menos uma ou duas pessoas de opção. Ou pelo menos ter aparecido algum baterista! Ah, nem me façam falar disso… Mas no fim de dois dias, tudo o que conseguimos foi descobrir que tem mais gente nos conhecendo. Não que aumente muito a auto-estima quando alguém aparece te pedindo um autógrafo rindo. Ou isso é código de pop star e eu é que ando muito fora? Sei lá, eu apenas me senti… exposto. Mas talvez também tenha de me habituar a isso, se quero ter gente escutando nossas músicas...


Acho que estou confuso. Esse é que vai ser o preço da fama? É que nesse caso… Não sei se quero. Quer dizer, qual é o lado positivo de ter gente coscuvilhando tua vida toda e nem poder tocar com teus melhores amigos? Aliás, será que é realmente certo que nós conseguiremos substituir Zac e Josh por dois desconhecidos? Quem é que vai chegar e entender nosso estilo e nossos objetivos? Nem que seja apenas uma substituição temporária, a gente ainda tem que gravar um álbum com essas pessoas. Aliás, nosso primeiro álbum. Nosso bebê, nosso sonho, nossa razão para passar por essa dor de cabeça toda! E se esse álbum não sair bom e não vender, dê tchau para o sonho. Ainda acha que isso é só achar dois substitutos?


E simplesmente não faz sentido! Como a gente vai achar essas duas pessoas do nada?!


Argh, escrever só está piorando. Vou sair.




Sarah

Ok. Isso acabou mesmo de acontecer.


Isso acabou mesmo de acontecer?


Já não sei. E se foi um sonho? Deixa eu me beliscar.


Tá, uma coisa eu sei: definitivamente isso não foi um sonho.


Ok, virei maluca. Deixa eu contar a história toda.


Então, estava eu aqui no quarto tocando uma música minha, como sempre faço a essa hora da tarde, e alguém me bate à porta. Eu não estava esperando ninguém, então estranhei.


– Sim?


A porta se abriu devagar, mostrando Taylor. Só que ele não estava com a mesma cara de sempre. Ele parecia… surpreendido. Muito surpreendido.


– Tay?


– Sarah – falou com um sorriso, mas ainda muito longe. Parecia em estado de choque.


–Tay?


– Sarah…


– Taaayyy? – agitei a mão direita, esperando que ele respondesse ao movimento. Ah, e se ele respondeu!


– Sarah, Sarah, Sarah, Sarah! – ele avançou para mim e me abraçou, enquanto ainda falava meu nome e outras coisas sobre o quanto era idiota.


– Tay. Tay – tentei chamar a atenção, o que só consegui quando ele me largou e se sentou do meu lado, na cama – O que está acontecendo com você? Odeio ser chata, mas drogas não são boas para você…


– Sarah, por favor.


– Eu falei que não era para ser cha—


– Sarah – ele me cortou.


– Sério, Tay, você hoje vai gastar o meu nome até à última. Fala logo! – ele revirou os olhos e riu.


– Olha, quer saber? – acenei como se fosse óbvio. Ah, espera, realmente era óbvio. – Eu sou um idiota. Sério. Você aqui mesmo, e eu nunca lembrei de você! Agora me fala como isso é possível?


Eu corei um pouquinho ao ouvir essas palavras, mas o tom que ele usava era divertido. Se eu o conheço o mínimo que seja, aquilo não queria dizer o que eu gostava que aquilo quisesse dizer. Ou algo assim.


Resolvi esperar o resto da explicação.


– Você é perfeita, Sarah. Você é tudo—


– Taylor, desembucha, poxa!


– ‘Tá bom! Quer ser nossa guitarrista?


E a partir desse momento, nunca mais me irei atrever a comentar as caras de surpresa de Taylor. Ou de qualquer outra pessoa, para falar a verdade. Acho que eu estava até babando.


– Se… eu… quero? Você é louco?! ESSE É MEU MAIOR SONHO DE TODOS OS TEMPOS, AGORA EU POSSO SER FELIZ ATÉ MORRER! JÁ POSSO DESISTIR DA ESCOLA, E IR FAZER ASA-DELTA E SURF, E IR CUIDAR DE CRIANÇAS EM ÁFRICA, E FAZER A TRAVESSIA DO OCEANO ATLÂNTICO, OU MORRER AMANHÃ, OU—


– Sério, Sarah, e você quer falar comigo sobre droga?


Eu nem respondi, só me lancei para cima dele e o abracei, exatamente como ele tinha feito antes. Mas aí eu lembrei de outra coisa.


– Espera. E o resto da banda?


– Que tem o resto da banda?


– Eles concordaram? Porque eles não vieram também?


– Tente entender, eu vim aqui só para falar com você. Mas aí eu ouvi você tocando e… cara, você é perfeita! – corei de novo, mas logo me distrai tentando entender o que isso significava.


– Então, eu tenho de ir fazer audição.


– Não é bem uma audição. Você vai ver, Hayley vai ser a primeira a te querer lá. Ela sempre diz que ter mais que dois meninos em casa afeta a qualidade do ar, se é que me entende. E Jeremy te adora mesmo, por isso tudo bem.


– Tá, mas nada disso prova que eu sei tocar. Ou que irei encaixar na banda.


– Sarah, dá licença: eu estou nessa banda faz uns dois anos, então eu acho que minha palavra vale alguma coisa – revirei os olhos para ele.


– Tá bom, então. E agora?


Ele sorriu de lado, enquanto tirava o celular do bolso das calças e discava.


– Hayles? Jer? Gente, tive uma ideia explosiva! E se… Sarah fosse nossa guitarrista substituta? – ele falou com entusiasmo, olhando para mim. Eu sorri que nem uma idiota ao escutar barulhos mais altos vindos do celular. Taylor riu e continuou – E pode ser agora? Aham. Sarah, pode sair agora?


– Claro!


– Legal. Sim, gente. Tá, até logo.


– E aí? – ele gargalhou.


– O que você acha?


Eu admito, agora vem minha atitude mais idiota: eu dei pequenos berrinhos enquanto pulava no lugar. Isso antes de abraçar o Tay. De novo. Mas o que foi? Eu estava feliz! Bem, na verdade… Eu estou feliz. Mas já vamos a isso.


– E aí tem! Agora só falta um baterista.


– Tay – de repente, pareceu até que eu tive uma epifania.


– Que foi? – ele se assustou com minha seriedade súbita.


– Tay… Somos tão idiotas!


– Sim… Acho que isso ficou bem provado agora. Mas… está falando de algo em especial?


– Jane.


Eu o olhei, ainda em choque, mas ele não percebeu logo. Primeiro franziu, tentando entender. Até que apareceu em sua cara a mesma expressão de espanto de antes.


– Jane!


– Jane. Eu telefono para ela, você para eles – ele assentiu e pegou o celular de novo.


Cinco minutos depois já estávamos andando em direção à casa de Hayley. Jane simplesmente adorou. Ela já tocou numa banda, mas os dois membros principais foram para a universidade o ano passado e os que ficaram decidiram se separar. Mesmo assim, eu já escutei algumas músicas deles, e eles eram realmente bons! Jane estava perfeita lá, sério. Ela é praticamente uma profissional, já estuda bateria e formação musical desde os sete anos. E eu… bem, eu estive na Escola de Música de Franklin durante cinco anos. É, eu sei, muito impressionante. Note a ironia.


Não sei, acho que foi isso que me passou pela cabeça quando, a meio de minha conversa animada com Taylor, fiquei séria de novo. Mas dessa vez a ideia não era propriamente boa.


– Que foi, Sarah? – ele parou na minha frente. Acho que viu pela minha cara que eu não estava brincando.


– E… e se eu não for assim tão boa?


– Sério, Sarah? Pensei que já tinha dito para você que estou na banda faz dois anos – ele falou com um sorriso doce que, se era suposto funcionar como calmante, estava resultando.


– Eu sei, mas…


– Sarah – ele segurou meu rosto –, não tem mas, ok? Você é boa, ponha um ponto final nisso. Além disso, somos seus amigos, lembra?


Eu respirei fundo e assenti, mas ele não largou.


– Sarah…


– Quê?


– Falta alguma coisa aí. Não me convenceu.


– É só que… eu nunca toquei na frente deles antes.


– Também nunca tinha tocado na minha antes da primeira vez que tocou, não foi?


– Ah, sim! E lembra como isso correu? Rebentei uma corda, Tay! – ele revirou os olhos.


– A corda rebentou porque você deixou a guitarra a manhã toda ao frio, sua boba! E você pode ser boba, mas também é muito talentosa, entendeu? E você vai chegar lá e fazer o que você faz melhor, apenas porque não tem razão para não correr bem – olhei para ele mais um pouco, indecisa.


– Você tem razão. Eu sei o que faço. Além disso, eu era das melhores lá na escola, não é para me gabar nem nada…


– Sarah, às vezes não faz mal admitirmos que somos bons, ok? – ele explicou como se fosse uma coisa muito óbvia. Eu assenti e abri meu melhor sorriso – Boba!


Ele largou meu rosto, rindo, e eu senti o vento bater de novo nele, por mais contrariada que fosse.


– Tá, mas você não vive sem mim.


– He… Parece que não mesmo – eu revirei os olhos e ri.


Chegamos a casa de Hayley num abrir e fechar de olhos. Hayley, Jeremy e Jane já lá estavam na garagem, rindo como uns maníacos. Sério, o que essa gente toma às refeições?


Mas logo foi altura de voltar ao sério, e Jane começou com seu solo de bateria. Mais uma vez, ela é incrível. Tem o sentido de ritmo mais perfeito que eu já ouvi. Quando ela acabou, a gente até aplaudiu. E depois… bem, depois fui eu. Comecei um pouquinho nervosa, mas logo me perdi na música, e meus dedos já fluíam naturalmente pelas cordas, como sempre foi. Só eu e a guitarra. E quando eu terminei, também tive direito a aplauso!


Mas a melhor parte foi, sem dúvida alguma, quando tocamos os cinco. Eu e Jane começamos, e eles entraram pouco depois, com a maior das naturalidades, quase como se tocássemos juntos a vida inteira. Certo, ainda há alguns pormenores que precisam de ser arranjados, mas a maior parte deles é questão de eu e Jane praticarmos as músicas, porque a harmonia entre nós… Foi linda, só isso. Nunca senti algo assim enquanto tocava antes, nem na escola de música, onde tínhamos aula em conjunto (não sei exatamente como se chama, mas deixa assim). É que… é diferente. Você se sente como se estivesse realmente criando algo, porque é partilhado. Para alguém como eu, que praticamente tocou a vida toda sozinha, é quase como uma outra liberdade.


E bem… Não, nós não soamos igual à Paramore original. Quer dizer, talvez sim para o ouvido destreinado. Mas para quem conhece o som, há algo de diferente que sobressai. Mesmo assim, não foi por isso que soou pior. Aliás, acho que para a primeira vez, estivemos muito bem. E ponha muito nisso. E, agora, faço parte da Paramore.


Eu faço parte da Paramore.


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Notas finais do capítulo

YEAH!
Quem esperava isso acontecer levanta aí o braço!!!
Quem não esperava, mostre sua surpresa :) Opções para todo o mundo.
Desculpem ter demorado tanto, sério. Tentarei ser mais rápida com o próximo!!! :)
E só outra coisa:
AMO VOCÊS!!!
É, eu tenho muitos momentos desses :D mas é verdade!
Beijoshuas, beijeremys, parakisses, kisshays, beilors, e eu já não sei o que tou falando, então sejam felizes!!!