Sete escrita por Cat


Capítulo 5
Chalé 23




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O mezanino do chalé era como eu me recordava que eram de todos os chalés do Chapéu de Sol em que eu algum dia já tinha ficado: chão de madeira, obviamente; três pequenas janelinhas; um espelho também pequeno ao lado de uma das janelas.

Apesar de se parecer muito com os outros, o chalé 23 era maior, portanto a parte de cima também era maior, para você terem ideia, as seis camas estavam organizadas em três de cada lado da escadinha que ficava ao centro, e entre elas havia um bom espaço, sem contar que cada uma tinha um a espécie de gaveteiro na parte inferior, o que as fazia parecer uma bicama sem colchão [esse “gaveteiro” serviria muito bem para nós colocarmos nossas roupas, sabe como é não? Praticamente mulher nenhuma sai de casa exatamente com a roupa que escolheu, sempre uma ou outra coisa ela acaba mudando, e nesse caso era interessante que as roupas estivessem BEM acessíveis].

Finalmente começamos a trazer todas as nossas coisas para o “quarto”: a Lilla pegava as coisas do corredor lá embaixo, dava na mão da Carol que passava para mim que estava no começo da escada e repassava para a Linne no topo da escada e esta dava para a BubBa que colocava o que era de cada uma em suas devidas camas e Q as ajeitava. [Trabalhando como formigas, KKK’, cada uma, mas foi a melhor forma, assim ninguém se cansou!]

 Quando acabamos a arrumação de tudo, ou seja, cada uma já tinha ajeitado suas roupas no gaveteiro, seus lençóis e edredons sobre a cama; suas escovas de dente no suporte no banheiro; seus cremes, perfumes, loções e óleos em nécessaires ao lado da cabeceira da cama; e as compras já guardadas nos armários do chalé, eram mais ou menos meio-dia então, como eu adoro comer fiz a pergunta essencial:

- Alguém já está com fome e quer almoçar agora em minha companhia? – disse eu em tom debochado de propósito.

- A mais claro que não, não é? – disse a Lilla – Quem ia querer almoçar junto com a Catti?

- Ninguém, pelo que estou vendo! – disse eu saindo porta a fora do chalé. [gente, eu estava com muita fome mesmo!]

Senti novamente um bando de braços me pegando de novo, e dessa vez quando eu virei dei de cara com um abraço coletivo onde até a Q estava pelo meio, com cara de nojo, mas estava.

- Catti, você sabe que você é muito importante para nós, não? – disse a Carol, com sua carinha de oi.

- Não, sei não – disse eu rindo, me fazendo de surpresa.

- É Catti, esses dias eu estava comentando com a Linne: lembra-se daqueles textos que você escrevia quando estávamos no ensino médio ainda? – disse a Lilla, olhando para cada uma de nós.

- Verdade, a Catti escrevia cada coisa não? – disse a Q, rindo.

- Catti sempre escreveu coisas loucas, mas a gente gostava até, não? – disse a Linne, piscando para mim.

- Ah, eu escrevia aquelas idiotices de colegial né? – disse eu meio sem graça. [meus textos depois de tanto tempo que eu os havia escritos, sempre me pareciam idiota, mas tinha orgulho deles].

- Idiotices nada, sempre gostei – confessou a BubBa.

- Porque são vocês né? Se não tivessem nas histórias nem iria gostar, aposto. – falei, olhando para o nada.

- É nada. Você escreveu e ainda escreve muito. Quando será sua próxima história, Catti? – perguntou a Lilla.

- Quando Deus me der uma luz sobre o que escrever – eu disse rindo.

- Talvez essa viagem seja um dos próximos textos da Catti, eu tenho quase certeza – disse a Linne, cochichando.

- Quem sabe, Linne. Quem sabe! – disse eu rindo com o cantinho da boca.

- Deus, que ouvido é esse menina? – disse a Linne surpresa.

- Pessoal, sei que a Catti precisava desse apoio moral, mas vamos acabar logo com essa papagaiada e ir almoçar? A fome dela deve ser contagiante. – disse a Q [ela queria é se dispensar do nosso momento “amizade melosa” (tá, inventei essa agora, eu confesso)]

- Apoio moral, é? Sei... – disse eu balançando a cabeça e me dirigindo até o refeitório junto com as meninas tagarelando sobre nosso ensino médio [sempre que o assunto do momento chegava neste, poderíamos esquecer porque falaríamos durante meia ou uma hora].

Ao nos sentarmos no refeitório, todas nós se estivéssemos em alguma dieta parecemos ter nos esquecido de tanta vontade e gula que comemos aquele delicioso almoço, mas também não? Nós havíamos comido lá pelas sete horas da manhã, era natural estarmos quase azuis de tanta fome.

Eu disse delicioso não? Pois então, é porque no Chapéu de Sol é self-service, e a comida é muito bem feita, sem regalias obviamente, mas como ainda éramos aquele tipo de “molecas” nos contentamos com arroz; salada de atum e tomate; strogonoff de frango e uma porção gigante de fritas. Sim, uma porção gigante.

Depois do farto almoço, Guilherme ofereceu-se para nos mostrar o camping todo. E ele ia sorridente, apontando uma ou outra coisa:

- Meninas, aqui perto do refeitório temos a piscina normal e ali mais pra frente temos a aquecida, e ao lado temos a aquecida com rede de vôlei, a gente monta um time com quem quiser jogar todas as tardes às... deixa eu lembrar.. acho que às 16:00, isso todos os dias as quatro da tarde. Vocês gostam de jogar? – perguntou o simpático menino.

- Opa, claro – comentou a Lilla.

- Então, quando quiserem nessa mesma hora, me procurem OK? – disse Guilherme, empolgado.

- Pode deixar, Guilherme – disse a Carol.

O menino continuou mostrando camping para nós: as diversas piscinas, as saunas que ainda ficavam perto das piscinas aquecidas, mas que ele ligavam apenas as 15:00 da tarde e fechavam as 21:00. Definitivamente, as saunas eram um dos meus lugares favoritos ali, sempre foi, e eu acreditava que as meninas iriam adorar também.

O calor daquele lugar conforme o dia avançava ia fazendo-nos querer cada vez mais voltar ao chalé para trocarmos nossas calças e blusas de frio, por shorts e regatas o mais rápido possível. Sério, gente, o calor do interior de São Paulo não é fácil não, sei disso porque morei em Sorocaba por 10 anos.

Assim que o Guilherme foi incumbido de alguma tarefa por sua tia, nós vimos nossa oportunidade de correr ao chalé e colocarmos os biquínis e pular na primeira piscina que víssemos:

- Mas você acha que não é melhor eu usar este aqui, ó? – disse a Q mostrando a Linne, um biquíni preto que estava em sua mão.

- Eu gostei mais do estampado, mas você é quem escolhe, Q. – disse a Linne, pacientemente.

- Também prefiro o estampado, se quer minha opinião. – comentou a BubBa, entretida com suas opções de biquíni.

- Eu vou com o primeiro que eu tirar do gaveteiro... Vamos lá, e o vencedor é o... verde-musgo. HAHA eu gosto desse, comprei na semana passada – disse eu quase absorta em meus próprios pensamentos, que nem estava me dando conta de que eu estava mesmo falando.

- O meu é vermelho, claro – disse a Carol, sorrindo.

- Até parece que não sabíamos não? – disse a Lilla, irônica.

- Ah, finjam um pouco de suspense vai. – comentou a Carol, fingindo chatice.

- OK, peguemos nossas toalhas, protetores e lá vamos nós para a piscina lá de baixo tá? – disse a BubBa.

- Será que não é melhor a que fica mais perto do chalé? – disse a Q, receosa.

- Ah, pára de paranoia, Q! – disse eu a arrastando pelo braço.



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