Você deve estar pensando que isso foi divertido , e que deve ter sido muito dahora . Acredite , não foi . Foi assustador , e eu – e Natasha , muito provavelmente – nunca mais quero fazer isso de novo , se possível . Não sei como Nico consegue fazer isso sem quase vomitar . Mas pelo menos funcionou .

Quando saímos das sombras , estávamos em uma rua movimentada , cheia de carros e pessoas , mas , graças aos deuses – agora já aprendi ! – estávamos em um lugar mas escondido . Eu e Natasha descemos da Sra. O’Leary como se tivéssemos feito o pior passeio de montanha russa das nossas vidas , e foi algo bem parecido com isso mesmo .

Tentei achar Nico , mas não o via em lugar algum . De repente , sinto algo chegando do meu lado , e Nico aparece .

- Me procurando ? – Disse , rindo .

- Há , há . – Respondi , fazendo um muxoxo , tentando não mostrar como ele havia me assustado . – Vamos procurar a casa , logo . – E saímos andando pela rua , depois de mandarmos a Sra. O’Leary pra um lugar bem escondido . Então , passamos por uma mansão enorme , com cara de antiga . Tinha três andares,  apenas , mas parecia muito maior . Senti algo estranho vindo daquele lugar .

- Acho que é aqui . – Disse .

- Tem certeza , Amber ? – Natasha disse . – Não podemos entrar na casa de alguém desconhecido .

- Tenho certeza .

Então , caminhamos até o portão , que estava aberto . Fomos até a porta e eu apertei a campainha . Ouvi sons de passos , e senti meu coração batendo muito rápido de ansiedade . Então , um homem abriu a porta . Ele tinha cabelos escuros , longos e lisos , presos por uma fita , e olhos de um verde-claro . Usava uma uma camisa branca , um terno preto e uma fita vermelha amarrada na camisa , como uma gravata.

- Como posso lhes ajudar ? – Disse , formal e gentilmente , enquanto sorria . –

- Você é o dono dessa mansão ?

- Ah , não . O dono está lá em cima , em seu escritório . – Disse , ainda sorrindo . – Sou só um mero mordomo .

- Precisamos falar com ele .

- Pois bem . Quem são vocês ? – Ele disse , erguendo as sobrancelhas .

- Ham ... somos ... – Falei , e  então , murmurei : - somos semideuses .

- Ah ! – Ele disse surpreso . – Venham comigo . – Nós o seguimos , e ele nos levou por uma escada até o andar de cima . Então , chegamos até uma porta .

- Senhor ? – O mordomo disse .

- Sim ? – Uma voz respondeu de dentro do cômodo . Senti calafrios ao ouvi-la , pois aquele homem , provavelmente , era o meu pai .

- Tem três semideuses aqui , querendo falar com o senhor .

- Semideuses ? – A voz perguntou , confusa . – Mande-os entrar . – O homem abriu a porta , e nos demos em um grande escritório , com dois sofás , algumas cômodas e estantes . No meio da sala , havia uma janela , e na frente desta , estava uma escrivaninha . Sentado perto da escrivaninha , estava um homem , lendo um jornal . Não pude ver seu rosto , mas ele usava um terno vermelho , uma camisa branca e um lenço azul amarrado a ela , como a do mordomo . Quando ele tirou o jornal da frente e se levantou , fiquei sem ar . Ele tinha cabelos castanho-claros , bem bagunçados , e com alguns fios brancos . Tinha olhos estreitos de um  verde intenso e um sorriso malicioso .  meus olhos , meu sorriso . Seu rosto já estava um pouco marcado pela idade , mais ainda assim , era muito bonito .

- Sim ? – Ele disse sorrindo . – Quem vocês são ?

- Herr ... – Natasha disse , vendo que eu estava chocada demais para falar – Nico Di Angelo , filho de Hades – ela foi interrompida pelo meu pai .

- Hades ? O deus grego Hades ? – Ele disse , surpreso  confuso . – Oque um semideus grego faz aqui ?

- Hã ... estou em uma missão , senhor . Com essas duas garotas , que são semideusas nórdicas . – Nico disse , um pouco envergonhado .

- Oh . E vocês duas são ?

Natasha Hudson , não-sei-quem-é-o-meu-pai , e ...

- A-Amber . – Eu disse , com a voz rouca . – Amber ... Grossville . – Quando disse o meu sobrenome , seus olhos brilharam como fogo .

- Grossville ?

- Sim . Minha mãe era Emily Grossville . – Ele me encarou por um bom tempo , sem palavras .

- Você ... é minha filha ?

- ... não sei , senhor . O sr. Odin mandou eu vir até aqui . – Ao mencionar Odin , ele pareceu se irritar e se intrigar .

- Então , você deve ser ... antes de qualquer coisa , como vai sua mãe ? – Ele me disse , esperançoso . – Vai bem ? – Não consegui me segurar , e comecei a chorar . Ele realmente se importava com ela . Eu tinha achado minha vida inteira que meu pai devia ser um criminoso , talvez até que tivesse matado minha mãe . Mas não . Ali estava ele , preocupado com ela . Ele me olhava , incrédulo . Então , gaguejando , perguntou :

- E-Ela está ... m-morta ? – Não consegui dizer uma palavra, pois mais lágrimas vieram . Só assenti . Quando olhei pra ele de novo , ele olhava incrédulo para o nada ; então , lágrimas surgiram em seus olhos .

- Q-Quem a matou ? – Ele disse , quase gritando , furioso , oque fez com que mais lágrimas viessem .

- Eu não sei . – Disse , em meio a soluços . – Achei que tinha sido você . – Nico e Natasha sentaram-se no sofá , constrangidos com a cena .

- Eu ?? – Ele gritou . – Eu não a vejo em 15 anos !! Como eu poderia tê-la matado ?

- Não sei !! Droga , para de gritar comigo !! Não fui eu que matei ela !! – Gritei de volta , furiosa . Ele parecia surpreso . Sentou-se de novo , e , escondendo o rosto entre as mãos , chorou mais . Então , notei que havia mais alguém na sala ; o tal mordomo estava lá , confuso , mas chorando também . Então , ele veio até o homem – ainda não sabia seu nome !

- Pai , - O mordomo disse , fazendo com que todos os olhares se voltassem a ele . Ele era filho do homem ? Meu irmão ?! – acalme-se . A irmãzinha deve ter cuidado bem dela . – Demorei algum tempo pra perceber a quem “ a irmãzinha “ se referia .

- Com a irmãzinha ... – perguntei . – Você quer dizer uma garota metade viva e metade morta ? – Ele olhou pra mim , confuso .

- Sim . Mas como você sabe ?

- Eu tive um sonho onde ela apareceu . Me pedia para vir aqui . – Então , o homem – pergunta logo o nome dele , burra ! – parou de chorar , e olhou para mim , ainda com os olhos vermelhos .

- Hel te mandou aqui ? – Ele disse

- Hel ? Hã ? Oque o inferno tem haver com isso ? – Pelo menos consegui fazer ele rir um pouco . Até a risada parecia a minha .

- Hel , com um l só . Ela é minha filha , sua irmã , a deusa da morte nórdica . – Nico se remexeu no sofá quando ele disse isso . – Este homem , ao meu lado , é meu outro filho , Jormungand , a cobra que envolve o mundo . – Olhei para o mordomo , incrédula . Ele apenas riu ,e assentiu . – E ainda tem Fenrir , o lobo , mas ele foi preso por Odin . Falando nela , como ela vai ?

- Nada bem . Ela precisa da minha ajuda , e disse que você sabe como fazer para ajuda-la ...

- Eu ? – Ele olhava pra mim de um jeito engraçado , mas parecida confuso . – Oque ela te disse ?

- Algo sobre não conseguir defender os portões do Hel alguma coisa .

- Helheim ? – Ele me olhou , preocupado .

- Sim .

- Então , Hel está em grandes apuros . – Ele concluiu , pensativo .

- Hã ... pai ... – Eu disse , e me senti estranha por dizer isso . – Eu vim aqui graças aos sonhos que tive , então não sei quem você é ... – Ele me encarou , como se dissesse : “ Se você já soubesse ia ser mais fácil ...” e disse :

- Eu sou Loki . – Disse enquanto me encarava , esperando minha reação . – Deus do fogo , da trapaça e das travessuras .