Code Geass Alternative End. escrita por carol_lolita


Capítulo 1
Réquiem do Zero




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Lelouch e Suzaku conversavam entre si no jardim do Palácio Imperial. Ci Two observava de longe, esperando que esse último saísse do local. Sua tentativa de não ser vista fora em vão quando o filho do ex-ministro japonês a notou de relance, quando esta estava próxima a uma grande estátua de anjo. Ele, porém nada comentou com Lelouch, apenas fez um sinal de afirmação para este e se retirou. Após isso, o Lamperouge caminhou até o centro do jardim e sentou-se em um banco. Compenetrado em seus pensamentos, não notou quando a garota de cabelos esverdeados se aproximou dele.

-Então, você pretende mesmo continuar com este plano?! –ela indagou, chamando a atenção dele.

O mesmo levantou-se, sorriu e disse convicto:

-Mas é claro, afinal tudo o que eu tenho feito, desde o início, foi pelo “Réquiem do Zero”.

-E pretende sacrificar todo o seu esforço?

-Não compreendo. Por que você acha que eu estou sacrificando tudo?

-Não é obvio? Você realmente acredita que esse seu plano tem alguma chance de dar certo? –a pergunta da moça deixou-o surpreso.

-Baseado no quê você diria que meu plano fracassará?

-É simples. Por mais que você acredite que focando todo o ódio da humanidade em si, o mundo se restaurará, está errado. Logo, todo o seu legado de maldades será esquecido. Novos ditadores surgirão para tentar dominar o mundo, e os seres humanos voltarão a sua origem egoísta.

-Está errada! –ele gritou.

-Mesmo? Admita Lelouch, no futuro sua imagem será associada à escória de perdedores, que tentaram tomar o mundo para si.

-Como pode ter tanta certeza disso?

-Digamos que esta não é a primeira vez que assisto a essa história. E eu já sei como é o fim do roteiro. Ou você acha que é o primeiro a pensar nisso? Virgenzinho tolo... –ela completou, soltando um risinho. Imediatamente o rapaz reagiu, encostando-a contra a parede.

-Neste caso, espere e verá. Talvez eu não seja o primeiro a tentar isso, mas não se esqueça que eu sou Zero, o homem capaz de realizar coisas impossíveis.

Ela pôs a mão no rosto do rapaz e disse:

-Seria hipocrisia minha dizer que não estou curiosa quanto ao amanhã. Mas se você realmente desejasse um futuro feliz para a humanidade, não prosseguiria com essa idéia tola. Não percebe que assim, o sacrifício de várias vidas será em vão... Inclusive da sua.

-Pois é justamente o oposto. O “Réquiem do Zero” fará com que a perda de inúmeras vidas não tenha sido em vão.

Ci Two ficou calada, olhando compenetradamente para Lelouch. E imaginando o quão idiota ele era. Todos seus argumentos não foram suficientes para fazê-lo perceber a tolice que ele estava prestes a cometer.

-Que irônico, não acha? –ela disse se afastando dele. O rapaz, porém, não compreendeu o que ela queria dizer com aquilo. – Naquele dia, no elevador do pensamento, quando o V.V. estava prestes a realizar o meu desejo de morrer, você me impediu, dizendo que queria que eu ao menos, morresse sorrindo. Mas agora, que você está convicto em sacrificar sua vida pela humanidade, como você pode ter a audácia de pedir que eu sorria?!... Você é um grande mentiroso, Lelouch. – ela completou, ficando de costas para ele e tentando conter as lágrimas.

A própria Ci Two não reconhecia aquela atitude piegas. Ela caminhou em direção ao palácio. Estava certa de que não havia como fazer Lelouch recuar. Lelouch, que também não entendia o comportamento da garota, apenas viu uma lágrima cair no chão. Imediatamente caminhou na direção dela e a segurou pelo braço. Assim que ela se virou, Lelouch confirmou o que ele acreditava ser impossível: lágrimas escorriam do rosto dela. Ci Two estava chorando. Imediatamente ela secou as lágrimas.

-Eu não entendo... Por que está chorando?

-Sinceramente, estou me perguntando o mesmo... Mas acho que o grande culpado disso é você...

Por alguns instantes Lelouch ficara estático com as palavras da moça. Sem saber o que dizer a ela, sua única reação foi abraçá-la.

-Tolinha... A intenção era fazê-la sorrir, e não chorar. –ele sussurrou para a moça de cabelos verdes.

-Pois eu acho que isso está fora do alcance de suas mãos.

-Eu te prometi, não é? Não duvide de minha palavra.

-Mesmo? Se for assim, então me prometa que vai desistir dessa idéia estapafúrdia. Acha que consegue?

-Me perdoe Ci Two... Eu não posso.

-É uma pena, pois esta era a única maneira que você tinha de me fazer sorrir. Mas além de não cumprir com sua promessa, ainda me fez agir como uma idiota. Tudo isso em vão. Está satisfeito Lel... – antes que pudesse completar, Ci Two foi interrompida por um beijo de Lelouch. Um beijo longo e doce. Diferente dos demais beijos que eles haviam dado. Por algum motivo, este era mais intenso, verdadeiro. Após o beijo ele a encarou com um olhar doce e tímido. Parecia o mesmo garoto audacioso que ela conhecera pouco mais de um ano atrás.

-Não foi em vão, Ci Two. –ele disse, com um sorriso discreto. - Eu só lamento ter percebido e tomado coragem de lhe dizer isso só agora. – voltou a encostar a boca no ouvido dela e sussurrou palavras que a garota jamais esqueceria:

-Eu te amo, Ci Two... Perdoe-me só ter lhe dito isto agora.

A moça ficou espantada, sem reação. Mas depois do que ele havia lhe dito, ela tinha certeza de uma coisa apenas:

-Não, eu não te perdôo.

Ci Two se retirou do local, em direção ao Palácio Imperial. Lelouch apenas a observou partir. Já não havia como voltar atrás. No dia seguinte, o “Réquiem do Zero” finalmente se concretizaria. Ao menos, ele partiria sem remorsos.

Dentro de seu quarto, Suzaku olhava antigas fotos que havia tirado ao lado dos amigos que fizera na Academia Ashford. De repente, um som, de alguém batendo a porta.

-Pode entrar. –ele disse. Era Ci Two, a misteriosa cúmplice de Lelouch. Assim que a viu guardou as fotos em uma gaveta.

-Recordando o passado? Achei que já havia se desapegado dele há muito tempo.

-Achou certo. No entanto, não é tão fácil fingir que eu jamais tive um. –ele revidou.

-Por acaso, isso foi uma indireta? –ela perguntou, sentando-se em um sofá que ficava próximo a janela. –Por mais que nós desejemos o contrário, o passado é algo sempre estará preso a nós. O que não significa que nós precisemos nos prender a ele.

-Diria que é exatamente o que você faz.

-Não vejo motivo em me prender ao passado. Não me ligo emocionalmente a absolutamente nada. Lembro-me de uma vez ter dito ao Lelouch que o Geass lhe traria solidão... Você já deve imaginar que agora que assumiu esta responsabilidade o mesmo acontecerá com você.

-Entretanto, sua forma de pensar parece ter mudado no presente. Estou certo...?

-Seja mais claro.

-Você e o Lelouch...                                      

-Sou apenas uma cúmplice. Nunca nos tornamos amiguinhos.

-Entendo. – Entretanto, a cena que vi alguns minutos atrás diz o contrário, ele pensou. –Mas, afinal, o que você deseja de mim?

– Eu preciso que você me ajude Suzaku.

O grande dia havia chegado. Em meio a uma grande multidão, e televisionado por todas as emissoras, faltava muito pouco para a execução dos oposicionistas, organizado pelo Imperador Lelouch VI Britannia. Entre as pessoas que estavam presentes no local, estava o pessoal do comitê estudantil.

Antes que a cerimônia começasse, o imperador fez questão de se pronunciar. Era necessário que todos acreditassem que ele realmente desejava tomar o mundo para si.

-Eu, Lelouch VI Britannia, ordeno... Mundo! Obedeça-me! -É o começo de um novo mundo! , ele pensou.

Porém, para a surpresa de todos, alguém trajando as vestes de Zero apareceu durante a cerimônia.

-Não pode ser! –disse Kallen, que observava tudo do local de execução. Se o Lelouch está ali, como... Espera... Lelouch, não me diga que você pretende... , ela cogitava em sua mente.

O cavaleiro do imperador tentou interceder, porém, sem sucesso. “Zero” conseguiu desviar e correu na direção de seu alvo: Lelouch.

-Seu tolo! –disse o imperador, sacando uma arma. Entretanto, antes que pudesse atirar, o estranho conseguiu joga-la longe, usando sua espada.

-Parem com isso! –Kallen gritou.

Os espectadores esperavam ansiosos o próximo passo daquele que parecia ser o verdadeiro Zero. Entretanto, para a surpresa de Lelouch, o estranho recuou.

-O que pensa que está fazendo Suzaku?! –Lelouch indagou. –Termine logo com isto.

-Desculpe amigo, mas eu não posso.

-Como assim?! O mundo inteiro anseia por isso. Mate-me de uma vez.

-Sentimos muito pela humanidade, mas temos outros planos... –o som era de uma voz feminina familiar.

-Ci Two? – Lelouch perguntou surpreso ao vê-la. A garota caminhou até ficar próxima a eles. –O que pretende fazer?

Ela riu em seguida o sinal do Geass em sua testa começou a brilhar.

-Você logo verá.

-O quê?! –ele não compreendia o que ela queria dizer com aquilo.

De repente uma estranha sensação tomou conta de Lelouch. Ele olhou ao seu redor. Estranhamente, parecia que todos, exceto ele e Ci Two, estavam inconscientes.

Sua respiração começara a ficar fraca e seu coração palpitava em uma velocidade incrível. Que sensação era aquela? Seria ela, proveniente do Geass? E se fosse que poder incrível era aquele?

-O que... Significa isso... Ci Two... ? – ele perguntou, sentindo uma forte dor em seu peito.

- Não se preocupe Lelouch, seu desejo será realizado. O mundo se tornará um lugar gentil... –ela respondeu, com dificuldade. Sentia uma forte dor, devido ao esforço que fazia. Seu nariz começou a sangrar e ela caiu.

-Ci Two?! –Lelouch correu na direção da garota para ajudá-la, mas antes que conseguisse caiu, ao lado dela. Sentia que seu coração estava parando. Esticou um pouco sua mão esquerda, para tentar alcançar a da amada.

-Por que... Fez isso... Ci Two?

-Pare de me fazer essas perguntas idiotas... E ouça bem, por que só lhe direi uma vez: Eu também te amo, Lelouch. Gostaria de lhe pedir só mais uma coisa: você poderia repetir... “Aquele” nome mais uma vez?

-Como quiser... Eu te amo,...

Ela soltou um discreto riso.

-Como foi? –ele perguntou.

-Ruim, como da primeira vez... Porém, eu senti que nesta ocasião você o pronunciou com delicadeza, calor, de dentro do seu coração... Obrigada, Lelouch... –completou sorrindo e fechando os olhos, seguida pelo Lamperouge.


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Notas finais do capítulo

Espero que o primeiro capítulo tenha ficado bom.
Já terminei de escrever a fanfic e em breve postarei o segundo (e último) capítulo.
E mais uma vez,
arigatou.



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