Apenas Um Dia De Chuva escrita por _NanaSays
Um dia de chuva... Ah! Gostas de chuva que caíam e escorregavam pela janela. Estava debruçado de frente para o jardim da mansão. Estava tudo silencioso (exceto pelo som da chuva) até o Sebastian aparecer com o chá e uma fatia do bolo de floresta negra.
-Boo- chan, faz várias horas que fica observando a chuva. - dizia Sabastian com um tom de preocupação.
-Nada que interesse.- assim me virei e fui em direção à mesa. Realmente esse chá da tarde estava com uma aparência divina... Provei minha primeira garfada do bolo. Sentia-me no céu, uma sensação antes nunca sentida após eu ser humilhado.
Após isso, tomei alguns goles do chá. Ao terminar meu chá vespertino, o Mordomo me olhava com ternura, mas no começo sem um motivo aparente... ou será que ando observando cada detalhe do rosto daquele mordomo-demônio?
-Mais alguma coisa, Boo- chan?- ele havia quebrado o silêncio naquela sala.
-Por enquanto não... mas quero que fique aqui. Ao meu lado.- geralmente ele ficava do meu lado para me ajudar nos papéis de negócios. porém, naquela sala só existia o silêncio, eu, Sebastian e o chá.
-Boo- chan, seu chá vai esfriar.- disse de um forma curta, porém delicada. Ao beber pelo menos a metade do chá, olho novamente para o rosto do mordomo. apesar do contrato que fizemos, sinto-me bem ao lado dele. sintome protegido por uma fortaleza resistente.
-Sebastian.- terminei com aquele silêncio pertubador.
-Pois não.- me observava atentamente.
-Alguma vez alguém que fez contrato contigo já sentiu algo por você? além da soberania...- droga, porque essa pergunta?
- Não pelo que eu saiba. Se eu soubesse, seria incogitável estarmos juntos, já que devo devorar devorar almas mais tarde.- e assim fala com convicção.
-Porque a pergunta, Boo- chan?
-Apenas curiosidade. - falei com o meu tom de autoritário de sempre.
-Sabe... conheci sim. Era uma pessoa muito jovem. ela tinha tudo que um humano desejaria ter: dinheiro, fama, destaque, glamour. Mas não era uma pessoa feliz. Sempre foi muito solitária. Só tinha ela como companheira, fora o casamento arranjado pelo seus pais.
-Deve ter sido muito dolorosa a vida dela, não é?- não sabia que poderia haver uma paixão sobrenatural. Ou melhor...
-Boo- chan. Está tudo bem com você?- a voz aveludada dele me faz acordar de um transe.
-Oh, sim! É o tempo melancólico que me faz assim. Sebastian? Agora pode ir arrumar o jantar.
-Yes, my lord.- e com a bandeja na mão e as porcelanas do meu chá vespertino, retirou-se para fora da sala, deixando escapar um sorris da qual nunca havia visto no rosto dele.
De volta ao que estava fazendo, observava as gotas de chuva escorregarem sobre o vidro da janela até que aquele barulho de chuva havia cessado vagarosamente até o som do local ficar emudecido.
Como essa chuva, o que sinto pelo Sebastian é o mesmo: quando esse sentimento acabar, ele irá embora, me deixando sozinho levando minha alma junto. Com certeza, isso é apenas um amor não-correspondido.
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