World Of Chances escrita por SemiForever


Capítulo 3
Bring Me To Life


Notas iniciais do capítulo

Bring Me To Life - Evanescence
;*



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Nada foi comentado daquela noite.

Não tinha que ser feito, não naquele momento. Mas foi exatamente por não fazer pergunta alguma que minha cabeça estava explodindo de curiosidade e confusão ao mesmo tempo, se é que pode ser possível.

Se a liberdade do assunto de ontem a noite fosse concedido minhas únicas palavras seriam: Por quê?; mesmo sabendo que a pergunta retornaria para mim.

Culpada. Eu causei tudo.

- Dormiu bem? – perguntou Demi me fazendo desviar o olhar da Tv.

- Claro. – menti apalpando o lugar ao meu lado no sofá.

Não havia pregado os olhos a noite inteira tentando puxar uma linha que fosse do pensamento da de cabelos negros ontem, uma leitura facial quando re-projetava a cena em minha cabeça.

Taylor se declarou não só diretamente para mim, como em publico. Uma coisa que seria apreciada por mim se não estivesse tão “em outra”.

O silencio foi tenso enquanto fitávamos a tela de Led ignorando cada palavra fútil. Engoli em seco varias vezes, procurando coragem no fundo para que a tentativa de troca de palavras seja ouvida fora de minha cabeça, mas parecia impossível.

- Por que? – finalmente disse, baixo demais.

- Por que o que? – perguntou.

- Você sabe muito bem. – foquei o rosto de perfil com ambição em descobrir uma parte do que se encontrava em sua mente. – Você simplesmente caiu encima de Taylor por nada.

- Nada? – assisti a seu jogo de contradição sendo jogado fora quando minha voz bateu nela. – Ela te beijou e...

- Só. – terminei. – O que você pensou que fosse acontecer? Que depois de sua declaração nós montaríamos num cavalo branco e seguiríamos para o castelo, felizes para sempre?

- Era isso que você queria? – perguntou indignada.

- Não. – respondi rapidamente, fazendo minha voz fraquejar ao som da sua. – Não quis dizer isso, só...

- E você? O que deu em você ontem? – contrapôs. – Acho que é essa a verdadeira pergunta.

- Eu te fiz a minha primeiro. – cruzei os braços.

- Respondo a sua se responder a minha. – respondeu. – O que você fez é a chave de tudo.

- Eu só... só...

- Falou que era minha namorada. – completou. – E me beijou.

- Foi apenas um beijo.

- Não, foi apenas mais um beijo. – esclareceu. – E o que Taylor fez?

- Explodiu, por que gosta de mim.

- E eu deveria ficar quieta quando ela fez a mesma coisa? – perguntou.

- Você... – tentei reprimir um sorriso sem sucesso. – Você ficou com ciúmes.

- Não, não estava. – negou desviando seu olhar do meu com relutância. – Só estava no personagem.

- Personagem? – confundi-me.

- É, você mesmo disse para Vanessa que era minha namorada e me vi obrigada a fazer isso para não estragar o plano.

- Plano? – questionei. – Nem havia um.

- Bem, me parecia bem planejado nós fingirmos ser namoradas perto de Vanessa. – falou encolhendo os ombros. – Assim provavelmente esqueceria-se de mim, ainda mais com aquele beijo...

Corei ao lembrar-me do toque áspero de nossas bocas.

- Então foi tudo armação? – perguntei não convencida.

- Sim. – respondeu insegura.

- É tão fácil saber quando esta mentindo. – ri.

- Não estou mentindo. – negou.

- Claro que não. – levantei minhas mãos no ar. – É inocente até que se prove o contrario, não é assim que diz a lei?

Um riso rápido escapou dos lábios de carne naturalmente vermelha, tomando o segundo lugar de destaque na pele branca como neve, atrás dos olhos.

- Já que esta tão bem com Taylor, acho que posso chamá-la para passar a tarde aqui, ou algo assim.

- Não! – negou rapidamente, suspirando com a risada brotada entre meus lábios. – Não tinha conhecido esse seu lado convencido.

- Aprendi com a melhor. – retruquei.

- Só admito se você também fizer. – olhou mais uma vez em meus olhos, a intensidade quase fazendo-me engasgar.

- Admitir o que? – perguntei.

- Você sabe muito bem no que falo. – falou insegura. – Aquilo... hm, ciúme.

- Eu? Com ciúmes? – estranhei.

- Aaah, qual é. – socou levemente meu ombro. – Não me esqueci daquele beijo.

- Não? – não contive meus olhos de brilharem.

- Como não fazer? – sorriu. – Estou sentindo sua língua até agora.

- Eu só... – corei com o comentário. – Não gostei no jeito que Vanessa falou contigo, ela parecia pensar que você era uma espécie de brinquedo em sua posse, o que não é porque...

- Porque pertenço a outra pessoa? – questionou tentando adivinhar o final da frase.

- Hm, talvez.

- A quem? – perguntou curiosa.

Queria berrar a resposta não só para ela, mas para Miley, para Emily, para o mundo... para Taylor.

Acho Taylor tão boa amiga. Não me arrependo das palavras que trocamos por telefone, que foram muitas, ao me lembrar do tom amigável em sua voz.

Gostava muito dela, mas não como... Demi.

Não agüentei parar minha boca ontem assim como Demi não agüentou conter o braço. Falei demais para Vanessa e quando tirei um momento para raciocinar percebi uma coisa estranha: não me arrependia.

- A mim? – fechei minha boca com força assim como os olhos.

- Você?

- Bem, talvez.

- Talvez?

- Vai ficar repetindo tudo?

- Isso te irrita?

- Sim, muito.

- Então vou. – sorriu depositando um beijo doce em minha bochecha.

- Droga. – reclamei por ter corado.

- É, droga. – repetiu divertidamente vendo-me bufar.


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Notas finais do capítulo

Capitulo chatinho, mas segunda tem mais.
Review ?