Nobody Pov

O ambiente era cheio de altas vozes e risadas junto com a musica e Demi sentiu saudade. Um sorriso satisfatório foi esboçado quando reconheceu a musica.

- Demi? – chamou uma voz conhecida o que capturou a atenção da garota de cabelos negros. – O que faz aqui?

- É bom te ver também, Josh. – brincou. – Cadê o povo?

- Na mesa de sempre. – estranhou o garoto. – Sério, o que esta fazendo aqui?

- Estou de volta. – ajeitou a jaqueta escura. – Agora vamos esquecer o passado.

(...)

Demi nunca admitiria, mas doía jogar todos os três meses de tratamento em uma noite. Mas não se preocupou com esse tempo pois descobriu que lembrar dele era igual a lembrar de Selena. E a de cabelos negros tinha prometido limpar o nome e imagem da cabeça.

- Demi, vem. – a loira puxou a mão de Demi para a pista.

- Não sei dançar, Ashley. – riu Demi deixando-se guiar pela bela mulher a sua frente.

Mesmo que quisesse não conseguiria contradizer Ashley, afinal, era a mais sóbria entre as duas.

A loira ignorava tudo que a mais nova dizia, só queria uma distração para a noite e sabia que a outra queria o mesmo.

Ashley pousou a mão desocupada da de cabelos negros em sua cintura, mordendo os lábios para o corpo da garota. Era bem mais velha que a companheira, mas nesses tipos de festa a ultima coisa importante era a idade.

- Hmm, isso é bom. – gemeu Ashley enquanto os dedos longos da outra desciam para sua coxa. – Devemos arranjar um quarto?

Mesmo que quisesse não pode responder, interrompida por uma voz infelizmente muito conhecida.

- Não, nós devemos arrumar um quarto. – afirmou a dona da mão que possuiu o ombro de Demi. – Não é, amor?

- Quem? – confundiu-se Demi, a bebida cada vez mais atuante.

Vanessa entrou entre as mulheres de idades diferentes fazendo os olhos embaçados de Demi reconhecer a figura, suspirando cansadamente.

- Que foi? – perguntou terminando o liquido colorido em seu copo num gole.

- Como assim “que foi”? – sorriu a morena. – Estou aqui pra você.

- Ok, isso eu sei. Você já disse. – falou obviamente. – Quero saber porque esta me atrapalhando.

- Atrapalhando? – questionou a outra. – Se não vê isso Demi, tudo que tenho feito para você foi ajudá-la. Ajudei em todos os momentos que precisava esquecer algo ou alguém e aqui estou eu.

- Quem disse que preciso da sua ajuda?

- Claro que precisa. – Vanessa brincou com a franja sexy da de cabelos pretos que desciam pelos olhos. – Fui eu quem desmascarei Selena para você e agora podemos voltar a ficar juntas...

- Não fale esse nome. – repreendeu.

- Viu? – sorriu vencedora. – Você precisa de mim para esquecê-la.

- Primeiro: o único motivo de pedir a não pronuncia do nome é porque ele não merece ser dito por essa boca suja. – cuspiu Demi raivosamente. – E segundo: só para suas informações ficarem atualizadas, já a esqueci. 

Até a própria Demi sabia ser mentira a segunda condição, mas o orgulho forte nunca deixaria nada contraditório a idéia de ficar novamente com Selena sair dentre seus lábios.

- É assim que me agradece? – irritou-se Vanessa. – Eu te tirei de uma ilusão!

- Mas esta se colocando em outra. – gritou Demi, mas sabia que o som não tinha ido muito longe pelo volume alto do ritmo enjoativo. – Como pode pensar que ficaria com você depois de tudo?

- Tudo o que? – Vanessa atingiu o mesmo tom. – Porque ter aberto seus olhos para o que acontecia entre Selena e Taylor?

- Não fale esse nom...

- Que se dane o nome dessa garota. – Vanessa agarrou fortemente o pescoço de Demi. – Agora não importa mais nada nem ninguém.

- Eu preferiria viver uma ilusão que ficar nessa situação contigo Vanessa. – rosnou a outra. – Você não me salvou, me condenou.

- Mas, mas... – as ultimas palavras pregaram a morena no chão. – Eu te mostrei tudo...

- Você acabou com a minha vida. – continuou Demi. – Uma vida nova que trabalhei nos três mais maravilhosos meses de minha vida. Não importava com quem ela me traia, eu estava feliz. Uma coisa que nunca vou ser com você, então me solte.

A de cabelos escuros escapou dos braços de Vanessa sumindo dentre as pessoas.

- Demi! – chamava Ashley, mas logo foi calada por um tapa de Vanessa.

Os desocupados da festa passavam rindo da figura loira no chão enquanto o pensamento de ter criado um monstro passou, sem nenhum tipo de humor, pela cabeça da morena. 

(...)

As palavras sem sentido eram sussurradas e muitas vezes perdidas entre os dentes raivosos da garota de cabelos pretos.

Selena nem na cidade estava mais e o pensamento de que ela levasse tudo que trousse foi uma mentira descarada demais para Demi ter caído. Sua presença ainda continuava na cabeça de Demi, o que a fez tragar o cigarro com mais força.

Não precisava de Selena, não para sua vida atual.

Poderia até admitir ser mais fácil de manter-se pura com a presença da morena de olhos angelicais, mas essa não era seu estado atual. E nem queria.

Queria atirar na própria cabeça e faria se tivesse coragem suficiente para matar, pelo menos, um animal maior.

Jogou a pequena sobra do tubinho branco na lata de lixo dum beco, pegando o maço novo ignorando a marca que novamente lembrava a morena.

Pressionou o botão de fogo no isqueiro e o sabor superficial da nicotina encheu sua boca e, mais gravemente, seus pulmões.

Pronto, ela desistira de si mesma. Não tinha mais porque lutar.

Ela era novamente mais uma bêbada com problemas mentais que todos olhavam e sempre olhariam estranho, com aquela pena que embrulhava o estomago em ancia de vomito. Sua estrela cadente havia indo embora, mas com motivos.

A rebelde mostrou-se fraca demais para encarar seus olhos, não a impedindo de partir. Agora as nuvens escondiam o único pronto brilhoso que valeu a pena focar.

Apoiou-se a um poste quando a visão embaçou, uma coisa que teria de acostumar-se de novo.

- Demi! – chamou uma voz acompanhada de uma buzina. – Oh Deus, o que esta fazendo?

- Hm? – a rocker continuou imobilizada segura de que o pilar sólido não a deixaria cair.

- Aqui, apóie-se em meu ombro. – auxiliou a voz até então a voz desconhecida. – Isso, calma.

Demi não sabia porque confiar da melodia suave em seus ouvidos, mas parecia o certo. Parecia um de seus velhos hábitos.

- Taylor? – confundiu-se, Selena mais uma vez invadindo sua mente.

- Nem esta me vendo, sua idiota. – riu a pessoa que tornou-se obvia.

- Megan? – não foi a intenção soar como uma pergunta, mas nem as cordas vocais obedeciam os comandos insertos. – O que faz aqui?

- Salvando minha melhora miga. – continuou a rir a irmã Gomez, ao sentar Demi no banco de trás do carro do pai. – Vamos para minha casa.

- Estou gostando de voltar aos velhos hábitos. – tentou rir Demi, mas sabia que seria difícil por conhecer a fase de alcoolização que se encontrava. – Estou com saudade de seu pai.

- Acho que ele também de você. – comentou Megan. – Vai ficar tudo bem.

- Não, não vai. – ela não iria chorar, era mais uma de suas promessas. – Selena foi embora.

Piscou os olhos com força ao perceber que pronunciara o nome. Não por magoa ou ressentimento, mas assim como não admitia a som reproduzido pela de boca de Vanessa não podia fazer com a própria. Ela fraca demais para um nome forte.

- Isso passa. – tentou Megan.

Demi sabia que passaria, mas levaria tempo. E isso era o que não queria.

Seu desejo era acordar na manhã seguinte e nem lembrar quem foi a garota.

Talvez Selena tivesse razão: seria bem mais fácil se não tivessem se conhecido. Elas teriam novas chances para desenvolver esse sentimento de ligação. Poderia ser com qualquer um, Demi não ligaria: Vanessa, Josh, ou até Megan. Tudo menos Selena, ela implorava.