World Of Chances escrita por SemiForever


Capítulo 1
Your Guardian Angel


Notas iniciais do capítulo

Não me darei ao trabalho de postar desde o começo a história, então somente darei continuação.
The Red Jumpsuit Apparatus - Your Guardian Angel
;*



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- Tudo bem com ela? – ouvi um sussurro da porta, tirando o movimento repetitivo que minha mão fazia no cabelo de minha irmã.

- Sim, só esta dormindo a um dia inteiro. – assegurei pedindo para Demi entrar.

- Normal, as vezes eu dormia por até três dias. – garantiu tentando não deixar-me preocupada.

- Eu sei. – sorri quando sentou-se ao meu lado. – Pesquisei muitas coisas lembra?

- Verdade. – sorriu de volta ajeitando uma mecha de cabelo para trás da orelha, ou tentando. – Não vai sair do quarto? Esta ai desde ontem.

- Não sei porque, mas... acho que tenho que estar aqui quando ela acordar. – levei meu olhar para a morena desmaiada vestindo minhas roupas. – Querendo ou não ainda sou sua irmã e tenho que tentar cuidar dela.

- Tem razão. – assentiu. – É família.

Sabia seu desconforto quando o assunto era esse.

A compreensão da palavra família era difícil em sua cabeça desestruturada, se suas histórias fossem verdadeiras.

- Acha que acordara quando? – perguntei tentando mudar de assunto.

- É imprevisível, mas só sei que não é bom estar aqui. – levantou-se da cama, sento parada por minha mão na sua.

- Fica. – pedi, mas ela delicadamente saiu de minha posse.

- Megan vai acordar de ressaca e a ultima coisa que precisa é de mais um motivo para levantar a voz. – sua boca fingiu um sorriso quando levantou os cantos, porque era tão fácil identificar o falso nela?

- Por favor. – falei novamente e, após alguns segundos, fez algo que não imaginaria. Não nessa situação.

Seu corpo colou no meu deitando-se na cama que se tornou apertada demais, um apertado aconchegante. Seus braços passaram por minha cintura juntado-nos, como se fosse possível, mais ainda para que Megan fique mais relaxada em seu espaço pessoal. Estávamos de lado, os olhares focados na irmã dormente enquanto minha mão ainda massageava o cabelo sedoso tentando agir como se nada estivesse acontecido, ou acontecendo.

Seu polegar começou um movimento lento de caricia na barra de minha camiseta me fazendo estremecer quando sua pele tocou a minha. Esqueci até a caricia que distraia-me da situação emocional.

Virei meu corpo para o dela encontrando-a de olhos fechados.

Sorri com a inocência estampada em seu rosto. A respiração tão calma que enganaria qualquer um com a aparência de estar dormindo, mas não a mim.

Percorri os lábios rosados com os dedos, arrancando um riso abafado escapado do nariz.

Tomei algumas respirações pesadas tentando encontrar as palavras certas para o que sentia agora, as certas. Mas parecia tão impossível, pois... não sabia.

Mas desisti quando com um pouco de raciocínio que com ou sem o uso da entonação vocal percebi que no final tudo acabaria do mesmo jeito.

Senti a surpresa quando coloquei minha boca sobre a sua, sentindo a pressão das borboletas.

Seus lábios foram tão gentis e graciosos quando me fizeram facilmente esquecer a realidade. Megan era um detalhe chato que ocupava um lugar na cama, um local que ao menos seria usado o que me fez tira-la imediatamente da cabeça. Era tão incrível a sensação de saber ser Demi, a garota problemática, a me beijar. A melhora miga de minha irmã, ou ex, parecia uma coisa tão perigosa e proibida. Tão bom.

Senti minhas costas baterem delicadamente contra o colchão novamente quando o beijo foi rapidamente pausado.

Não esperava que ela subisse em mim e ela não fez, só flexionou a articulação do braço apoiando a cabeça.

Puxei-a de novo para mim num novo beijo.

Droga.

Não devia estar gostando.

Essa foi a mesma boca que tocou cigarros sujos, copos intoxicados, bebidas azedas e lábios bêbados e mesmo que combatesse esses argumentos com “ela é uma nova pessoa” era mentira. Fisicamente mentira, digo.

As características dos erros que passaram por lá eram permanentes, embora a mente tenha sido quase completamente mudada.

Deixei a língua molhada escorregar sob a minha. Luta? Não, carinho. Uma caricia talvez muito complicada para ser entendida.

Meu mundo pareceu parar quando entrelaçamos nossas pernas. Mais juntas impossível, mas se tornou possível quando, em uma pausa breve para respiração, Demi foi jogada de cima de mim.

- Mas o que... – começou, mas interrompeu-se quando a figura cambaleante tapou sua boca.

- Eu sabia, sua cretina. – falou Megan. – Sabia que o único propósito nisso era a tentativa de jogar na minha cara o quando perdi minha irmã... Selena!

A empurrei de cima de Demi, aproveitando a tonteira da ressaca para ajudar a outra a levantar.

- Tudo bem? – perguntei passando a mão de leve em sua bochecha.

Se Megan ousasse encostar um dedo se quer dela, eu mesmo esqueceria os laços sanguíneos e entraria na briga.

- Sim, não se preocupe. – tentou sorrir.

- Conseguiu o que queria, não é? – riu falsamente a garota ainda imóvel no chão, a voz grogue. – Finalmente laçou a menina mais difícil do planeta.

- Mulher. – retrucou Demi segurando minha mão.

- E ainda a convenceu de que é certo. – ficou de pé com dificuldade.

- Megan eu gosto da sua irmã. – disse Demi.

- Gosta? – perguntei, meu coração dando pulos incontroláveis. – Mesmo?

- Mesmo. – respondeu.

Um sorriso logo quebrado formou-se em meu rosto, fazendo um beijo rápido ser roubado de seus lábios novamente.

- Essa cena já é demais. – Megan fechou os olhos com força.

- Porque é tão difícil aceitar que gostamos uma da outra? – perguntei.

- É errado. – suspirou cansada. – Não pode acontecer.

- Porque é errado? – tentou Demi. – Fomos amigas, somos amigas e isso foi só uma evolução.

- Ser amigo já é muito. – uma voz foi inconscientemente controlada, nos dando esperança para continuar. – Demi, é como se eu gostasse da sua irmã.

- Você ficaria feliz? Ela ficaria feliz? – deu de ombros. – Então tudo bem.

- Não... não é tão simples. – passou a mão pelo cabelo.

- Acho que não dormiu o suficiente. – me aproximei, conduzindo-a até a cama novamente. – Tente...

- E deixar você duas sozinhas? Nem pensar. – sua testa franziu quando a dor de cabeça aflorou.

- Eu vou. – decidiu Demi.

- Agora atrapalhei a lua de mel do casalzinho. – debochou Megan seguido de uma reclamação quando a empurrei com força sobre a cama.    

(...)

Simplesmente não entrava em minha cabeça a atitude infantil de Megan. Não sabia se era ciúme, medo ou preocupação, mas todas são desnecessárias.

- Dormiu?- perguntou uma voz entrando na cozinha.

- Na verdade tive que empurrar o calmante pela garganta, literalmente. – tentei sorrir. – Não foi uma cena bonita.

- Imagino. – a de cabelos pretos apoiou-se no balcão da cozinha, enquanto eu fechava a geladeira com o suco na da mão. – Desculpe, eu deveria ter ido embora.  

- Não aceito suas desculpas. – falei sinceramente. – Porque não há o motivo, você só fez o que pedi. E o problema não é nosso se Megan não aceita o que vê.

- O que ela vê? – perguntou curiosa.

- Bem, a irmã mais nova sendo capturada emocionalmente pela melhor amiga... é um visão difícil, mas não para tanto como ela explica ser. – tentei fazer parecer somente um comentário, mas era difícil não demonstrar a verdade especialmente em meus olhos.

- Capturada? – confundiu-se. – Como assim?

- Não é novidade que gosto de você e estou começando a pensar que se faz de idiota só para me ver repetir. – ri.

- Sinceramente, todas as vezes que repete esse sentimento é uma novidade. – sorriu com meu divertimento. - E ainda mais falando com tanta naturalidade como se fosse um simples detalhe e nunca me encarando nos olhos... como se escondesse algo.

Sabia que estaria procurando meu olhar, então abaixei a cabeça para o chão bicando levemente o copo com o suco de laranja.

- Não escondo nada. – ri nervosamente. – Por que faria?

- Talvez porque tenha mais algo que queria falar, mas se contenha. – deu de ombros. – Ou apenas por mentir muito mal.

Pousei o copo vazio na pia, não gostando do rumo da conversa.

- Acho que... você sabe, ouvi algo lá encima. – corri para fora do local azulejado, mas seu corpo foi colocado em minha frente. – Demi, talvez seja Megan...

- Não é. – assegurou divertida. – E poderá ver sua irmã se me olhar nos olhos.

- Só quer ver meus olhos? – ri tomando mais cuidado com as mentiras. – Que coisa estúpida.

- Se é estúpida não se incomodará. – falou com os dedos começando uma espécie de carinho em meu queixo, puxando-o lentamente para cima. – Deixe-me vê-los, por favor.

Pisquei duro muitas vezes antes de me render.

Observei seus olhos tomarem uma expressão primeiro curiosa, depois o começo de um entendimento muito maior que o imaginado e por ultimo, surpresa.

Lagrimas brotaram quando senti o peso no coração de ser descoberta.

Não podia. Não queira.

Era muita coisa que podia ser lida nas janelas de minha alma, tanta dor e paixão.

Até o desejo corporal que sentia quando sua pele me tocava era explícito, até demais.

- Não... – pediu quando abaixei minha cabeça. – Não chore.

- N-não estou chorando. – gaguejei limpando com rapidez as poucas gotículas que molhavam minhas bochechas. – Agora tenho que ir ver minha irm...

Teria separado o peso em meus lábios se não tivesse, instantaneamente, reconhecido as sensações.  

Ela me beijou.

Meu coração arrebentou minhas costelas a martelar quando me senti sento erguida até repousar sentada no balcão de mármore, Demi entre minhas pernas.

Agarrei seu pescoço não me importando com os cabelos que o escondiam e a puxando contra mim fazendo todas as hipóteses que sabia que tinha, se confirmarem.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela compreensão, até o próximo post
Review ?