Então ele se aproximou mais. Encostou seus lábios nos meus. Seus lábios eram macios, quentes, eram... Incríveis e... Perfeitos.

Senti uma corrente elétrica percorrer todo o meu corpo. Foi a melhor sensação do mundo. A melhor coisa que eu senti em toda a minha vida.

Ele não se separou de mim. Não se mexeu. Meus olhos estavam fechados e eu não queria nunca mais sair daquilo.

A lua estava linda e as estrelas brilhavam como nunca. As ruas estavam desertas e apenas uma pequena luz estava acesa. O clima era perfeito, o lugar era perfeito, tudo era perfeito.

Minhas mãos estavam em sua nuca, pressionando seu pescoço levemente para mim e ele puxava minha cintura para ele.

Era o melhor momento e seria cada vez mais perfeito, se minha mãe não estragasse tudo:

– Juuuulia, entra, já está tarde!

Ouvi a voz da minha mãe ecoar em meus ouvidos. Ela estava perto da porta, me mandando entrar, estragando tudo.

Meus lábios ainda estavam colados com os de Justin, mas pude sentir ele rir entre o selinho e se separar de mim.

Abri os olhos e vi Justin me olhando sorrindo, Com o maior sorriso do mundo. Com o sorriso mais lindo do mundo. Como cada sorriso seu.

Colamos nossas testas e ele sorriu de novo, acariciando minha bochecha com uma de suas mãos.

Sorri em resposta e só consegui dizer uma coisa:

– Boa noite

– Boa noite, minha princesa

Eu sorri e olhei para baixo, um pouco envergonhada

–Amanhã eu passo aqui, ok?

– Claro

Eu sorri para ele, que devolveu o sorriso

– Sonha comigo

– Com certeza

Eu sussurrei de volta para ele

Ele colocou a mão esquerda em minha nuca e puxou delicadamente para perto dele, me dando um selinho rápido e depois sorrindo e se separando de mim

Deu um sorriso e eu retribui, ainda em estado de choque. Ele se virou e foi para casa enquanto eu abria a porta e entrava na minha casa sorrindo feito boba.

Fui para a cozinha, ainda sorrindo e sentindo os seus lábios macios nos meus.

Apoiei-me na bancada e sorri, simplesmente sorri. Eu estava mais feliz do que nunca. Nunca havia me sentido daquele jeito.

Coloquei um copo de água para mim e subi correndo para o meu quarto. Tomei um banho relaxante, lembrando do acontecido e deitei na minha cama e resolvi ler um livro. para ver se conseguia relaxar e conseguir dormir.

Li uma página inteira e depois me dei conta de que não sabia nem do que se tratava. Estava pensando em que? Em Justin. Na sua pele, na sua boca, no seu sorriso, no seu cabelo... Enfim... Nele.

Li de novo aquela mesma página e ouvi minha mãe entrar no meu quarto:

– Filha, posso... Entrar?

– Claro mãe!

Sorri e me sentei na cama. Deixando o livro de lado

Ela veio e se sentou na minha frente

– Ér... Filha... Lembra quando a gente conversou sobre eu e o seu pai?

– Lembro...

Assenti sem entender muito bem o que ela ia falar

– Então...Ér...

Ela parecia muito incomodada... Resolvi dar uma ajuda:

– Ér... Que você no dia seguinte já estava com outro homem?

Ela me olhou assustada

– Hã? Mas... Você... Viu?Não, é nada disso que você deve ter entendido filha.. Não é...

Eu a interrompi

– O que? Que vocês estavam agarrados no sofá da sala quando eu cheguei de noite?É, eu talvez tenha visto...

Eu estava chateada por ela não ter falado comigo

Ela abaixou a cabeça, parecia envergonhada.

– Me desculpa

Ela sussurrou ainda com a cabeça baixa

–Ah mãe... Ta tudo bem... Eu já sabia que isso ia acontecer, mas... Por que você não falou comigo? A gente não conta tudo uma para a outra? Nós não somos amigas?

– Eu fiquei com medo da sua reação filha, me desculpa, me desculpa meu amor?

– Desculpo mãe...

Ela deu um sorriso fraco e me deu um abraço

= EU TENHO QUE CONTAR A ELA, EU TENHO QUE CONTAR A ELA O QUE ACONTECEU, MAS ESTOU COM VERGONHA, É ESTRANHO CONTAR ISSO PARA A PRÓPRIA MÃE...

– Então filha... Aquele homem, que você viu lá na sala... O nome dele é Charlie e... Ele é muito legal filha, você vai adorá-lo

Ela sorriu animada e eu fingi animação

– É... Vou sim...

Dei um sorriso e ela sorriu mais ainda

– Mãe...

– Oi filhinha

Ela sorria amigavel para mim e parecia muito feliz

– Eu tenho que te contar uma coisa... Mas... Mas eu tenho... Vergonha...

Abaixei a cabeça e ela levantou a mesma com seu dedo indicador

– Vergonha? Vergonha de quê meu amor? Você pode contar TUDO para mim, eu vou estar sempre do seu lado, te apoiando... Sempre...Não importa o que aconteça, eu sou sua mãe, sou sua amiga, sua companheira e você pode confiar em mim, para... Qualquer coisa... Sem medo, sem vergonha...