True Life escrita por JoyceSantana


Capítulo 10
o dia seguinte


Notas iniciais do capítulo

EAE PANQUEQUINHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS ~apelido novo ihul~
BORA PRA HISTÓRIA GATASSSSSS



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/168558/chapter/10

As persianas do quarto não foram eficientes com a luz do Sol, o que me fez acordar. Depois de me situar, demorou apenas um segundo para um sorriso bobo começar a brincar em meus lábios e tudo vir correndo para a minha mente. Logo percebi que não estava no chão, estava em minha cama, com um corpo pequeno um pouco mais embaixo. Sorri mais ainda ao ver quem era e logo afundei meu rosto em seus cabelos. Não tinha sido um sonho realista demais. Eu tinha mesmo beijado Melanie Parker e ela estava mesmo aconchegada em meus braços dormindo levemente.

Ela se mexeu leve e rapidamente e voltou ao sono profundo. Levei cerca de cinco minutos para me desvencilhar de seu corpo e ainda perdi mais alguns checando seus movimentos de respiração. Eles eram tão pacíficos, calmos... Eu ficaria ali o tempo que fosse, até que ela decidisse despertar e me olhar com aqueles olhinhos sonolentos e o cabelo emaranhado e modelado. Mas eu estava feliz demais e queria fazer algo para ela.

Decidi sair do quarto e preparar seu café da manhã, mesmo contradizendo minha promessa de não ficar clichê. Aquele momento pedia um café na cama e muito carinho, concorda comigo?

Tentei controlar meus passos de dança ao ver minha mãe na cozinha com uma expressão confusa direcionada para mim enquanto segurava sua caneca de café, suponho. Eu tinha duas hipóteses: Ou eu tinha dormido demais e acordei no seu horário de almoço, ou estava ainda em êxtase pelo beijo e não dormi porcaria nenhuma. Pela sua cara e os ponteiros do relógio na parede, fiquei com a segunda suposição.

– O que está fazendo acordado? Não tem aula, pode voltar a dormir. – disse ligando a tv da cozinha.

– Nada não... Temos Nutella? – perguntei fechando a porta do armário ao não achar nada.

– Não... – disse confusa – Porquê?

– Nada não... É para a Mel. – respondi e peguei as chaves do carro – Vou lá comprar. – disse simplesmente e fui em direção da garagem.

– Onde você vai achar Nutella a essa hora? – disse ela atrás de mim. Liguei o carro e abri o portão com o controle.

– Qualquer conveniência deve ter! Não demoro.

Ela debruçou na janela do meu lado do carro, sem se importar com minha pressa de comprar o negócio antes de Melanie acordar. Desliguei o carro e a encarei, impaciente, esperando pela suposta pergunta que ela tinha para me fazer.

– O que aconteceu? – perguntou com uma expressão divertida.

– Como assim?

– Bom, ontem, depois de vocês terem feito aquela bagunça na minha cozinha... – acabei rindo sem querer ao lembrar – Fui até o quarto de vocês para saber se queriam algo para comer, afinal vocês cuspiram tudo. Só que tudo que eu ouvi foram vozes e um violão... Que depois foi jogado no chão, pelo menos foi isso que pareceu.

Ela sorriu. E eu quis morrer. Ela sabia do beijo. Ela tinha escutado tudo. E eu não desconfiei de nada!

– Mãe! – falei dando um soco no volante, já que eu não podia dar nela – Qual é o seu problema?

– Hey! Eu paguei pela reforma daquelas portas, tenho o direito de saber ou ouvir o que se passa por trás delas! – disse ainda debochada.

– Eu... Eu... Ah, olha, eu vou lá comprar o chocolate da Mel, ok? Dá licença. – falei ligando o carro, o que fez ela se afastar, rindo.

– Peraí, Derek! – disse ainda longe do carro – Só me diz, foi bom?

Minha mãe me perguntando se meu beijo foi bom.Me mate,pensei.Depois de eu comprar o bendito Nutella, claro.

– Foi. – murmurei antes de sair voando daquela garagem. Antes de perder a casa de vista, pude vê-la rindo ao entrar novamente.

Aquilo foi, no mínimo, humilhante. Tudo bem que ela é minha mãe, e acaba tendo que fazer o trabalho do meu pai mas... Falar sobre meu beijo com Melanie foi estranho.

Meu beijo com Melanie.Há quanto tempo eu sonhava dizer isso? Há quanto tempo eu sonhava em desfrutar daqueles lábios vermelhos? Eles com certeza eram tão macios quanto eu pensava. No geral aquele beijo foi trocentas vezes melhor do que eu imaginava. Mas, na real? Mesmo se ele tivesse sido um porcaria eu iria estar nas nuvens, assim como eu estava naquele momento. Eu iria achar qualidades nele, com certeza.

Parei numa mercearia e achei o último potinho de Nutella, lá no final da prateleira. Sorri quando o vi e tratei de pegar logo.

Aquele chocolate podia ser bom, - não para mim, eu não era muito fã de chocolate – mas era muito caro! Só aquele potinho que eu peguei custava cinco dólares. Cinco dólares! Um potinho minúsculo com uma quantidade microscópica de chocolate! Melanie tinha gostos muito frescurentos.

Paguei o velhinho do caixa e, ainda resmungando, voltei para o carro. O Sol já começava a ficar alto no céu mesmo com as poucas horas da manhã, o que me fez botar o pé no acelerador para chegar antes dela despertar.

Chegando em casa, nem dirigi a palavra com a minha mãe, eu não conseguia. Apenas peguei uma colher, trocamos sorrisos debochados e fui para o meu quarto.

Para a minha sorte, Melanie ainda dormia tranquilamente. Deixei o pote de Nutella no criado mudo, ao seu lado com a colher e sentei numa cadeira ali perto. Fiquei olhando-a dormir por um bom tempo, mas decidi parar, já estava ficando assustador. Resolvi ligar o computador.

De repente, ela suspirou, despertando. Sorri largamente e sentei na ponta da cama, puxando de leve o seu pé.

– Bom dia! – falei animado mas ponderando o volume de voz.

– Bom dia. – disse sorrindo sonolenta. Minha vontade era de beijá-la naquele minuto, mas fiquei receoso.

– Trouxe Nutella para você. – falei olhando para o criado mudo. Ela logo ficou mais animada.

– Sério?? Cadê el... – começou a falar mas olhou para o criado mudo também. Logo saiu correndo da cama e subiu em cima de mim, na cadeira mesmo – Obrigada, Derek. Você é tão fofo!

Estávamos perto, mais uma vez. Não consegui conter meu impulso em beijá-la, ao vê-la tão perto de mim. Não foi bem um beijo, foi apenas um selar de lábios, mas foi o bastante para alegrar meu dia inteiro. E então, infelizmente, minha mãe entrou no quarto, segurando o riso ao ver nossa posição.

– Derek, eu já vo...

Eu estava na cadeira da mesa do computador, com Melanie em cima de mim, com uma perna de cada lado de meu corpo com meus braços segurando-a para não cair. Mel tentou sair rapidamente mas não conseguiu, então apenas deitou a cabeça em meu ombro e esperou ela sair, talvez pensando que seu cabelo emaranhado a escondesse, sei lá.

Como eu apenas estava vendo-a - Melanie estava de olhos fechados –, ela fez um sinal positivo para mim com uma careta muito estranha e fechou a porta. Ainda pude ouvir sua risada do lado de fora. Acabei rindo também, para não agredí-la de alguma forma.

– Ela já foi. – sussurrei para Melanie que ainda continuava intacta em meu colo.

– Sua mãe deve achar que eu sou uma... – fez um gesto estranho, porém compreensível. Ela era boa naquilo! – Meu Deus.

– Que nada! Ela não falou nada de ontem...Oh shit!– me repreendi bravo ao falar demais. Ela arregalou os olhos.

– Como assim? Ela... Ela ouviu? – assenti esperando seu ataque – Ai meu Deus! O que ela falou?

– Perguntou se tinha sido bom... – eu rezava para ela não perguntar minha resposta.

– E o que você falou?

Eu quase fiquei roxo naquela hora, tinha certeza. Melanie ficou esperando receosa, tinha a respiração acelerada. Decidi falar logo o que eu achei, ela já sabia que eu era apaixonado por ela, certo? Tudo ali estava às claras.

– Foi perfeito.

Ela sorriu fraco e saiu de cima de mim, subindo na cama de novo. Respirei fundo, parecia que eu tinha corrido uma maratona. Ela pegou o pote de Nutella e abriu, dando a primeira colherada em silêncio, de cabeça baixa.

Ela não ia dizer nada? Nem comentar? Nem se declarar para mim? Ok, eu estava sendo ridículo, mas meus pensametos e sanidade estavam sendo dissolvidos pela dúvida: Teria ela gostado de me beijar? Afinal eu não tive culpa, ela foi a louca de me beijar, ela que deu a iniciativa. Ignorei o fato do quão gay isso soou e continuei esperando alguma coisa vinda dela. Qualquer coisa.

– Você não... Gostou? – perguntei engolindo seco ao ver que ela não iria se pronunciar.

– Foi muito, mas muito bom mesmo Derek. – disse ainda cabisbaixa. Eu sorri fraco e aliviado – Mas ainda estou confusa. É muita coisa para processar, sabe?

Eu sei que deveria entender, que deveria levantar daquela cadeira e abraçá-la, dizendo que estava tudo bem. Mas não estava. Eu estava me desgastando demais com tudo aquilo. E ela era a culpada! Ela que ficou grávida por se entregar por vingança, ela que me beijou... Esse impulso da parte dela estava me machucando demais. Não fiz questão de fingir que estava tudo bem e saí do quarto, tentando ficar o mais longe dela possível. Fui para a sala e sentei no sofá, lutando contra meus sentimentos estúpidos por ela que se representavam através de lágrimas. Eu não ia chorar por aquilo, não mesmo.

– Derek? – ouvi sua voz baixa e receosa no ambiente. Não respondi nada – Eu sei que você não quer falar comigo mas... Posso me sentar?

Fechei os olhos tentando me acalmar e assenti indo para o lado, cedendo meu lugar para ela.

– Eu sei que você está muito bravo, e...

– Eu não estou bravo. – a cortei – Só estou confuso. Por que você faz isso?

– Isso o quê? – perguntou confusa.

– Alimenta o que eu sinto. Você sabe que eu te amo, sabe que eu faço tudo por você, me beija, me faz milhões de carinhos... E depois simplesmente sai, dizendo que está confusa. Eu te entendo mas... Você não é a única. Eu quero entender o que está acontecendo entre a gente. Na verdade, quero saber o que você acha que está acontecendo, porque a minha parte já está bem clara.

Ela não falou nada, apenas encostou a cabeça em meu ombro. Arrepiei mas mantive minha postura firme, esperando o que ela poderia dizer.

– Eu sou uma menina muito problemática, você sabe disso. – mesmo com a situação crítica, ela conseguiu me fazer rir – Isso tudo é demais para mim. É um bebê, um pai que provavelmente não será presente, a aproximação do meu melhor amigo... Eu sou fraca. Você sabe disso.

– Mas você não precisa se preocupar com isso, Mel. Eu estou aqui! Eu sempre estarei aqui! Por que insiste em não entender isso?

– Porque eu não posso te prender, Derek!

Não tive resposta para aquilo. Me prender? O que ela queria dizer?

– Como assim?

– Não posso te obrigar a ficar comigo. Você vai ter um futuro e eu não quero atrapalhá-lo com meus problemas e um bebê. Quem vai querer cuidar de uma mãe solteira problemática e confusa?! – sua fala tinha um tom retórico mas nem liguei.

– Eu. – falei simplesmente.

Ela tirou a cabeça do meu ombro e me olhou, chocada e feliz ao mesmo tempo. Na verdade, até eu fiquei chocado com a minha fala, não sabia que era tão maturo assim. Eu estava concluindo que estava disposto a cuidar de Melanie mesmo com todos os problemas que certamente viriam. Parecia bicho de sete cabeças na minha mente, mas tornou-se tão fácil de repente...

– Tem certeza? Eu sou mesmo muito problemática... – disse ainda assustada.

– Você não é problemática... Apenas não sabe lidar com sentimentos novos, só isso... – falei passando meu braço em volta dela, fazendo-a me abraçar de lado – Mas vamos trabalhar nisso. Vamos tentar, ok?

Ela não falou nada, apenas selou nossos lábios, sem hesitação. Acabei sorrindo involuntariamente entre o beijo por ver que estava conseguindo fazê-la ver que me amava. Aprofundei os carinhos colocando-a no meu colo, sem malícia, assim como estávamos no quarto. Ela sorriu e parou o beijo, me olhando como se eu fosse maluco.– Você é louco... – disse colocando o cabelo atrás da orelha – Como nunca percebi isso?

– Digamos que eu escondia muito bem... Mas estou muito feliz que não preciso mais. – disse dando-lhe selinhos rápidos, apertando cada vez sua cintura.

– Isso é meio novo para mim, então não estranhe se eu... Estranhar, ok? Preciso de um tempo para me acostumar.

– Com certeza, Mel.

A verdade é que... Eu daria todo o tempo do mundo para fazê-la perceber que me amava. Eu estava radiante, finalmente estava com a garota que eu amava, sendo correspondido. Mas não parava por aí. Tinha o Johnson. Tinha o pai que provavelmente não seria presente. As coisas não eram tão fáceis assim.

– Mel, precisamos sair. – falei num tom sério, que a fez se assustar.

– Por quê? Aaaaaaah... – disse me olhando, entendendo o que eu queria dizer – Temos mesmo. Vamos fazer isso logo.

Ela saiu do meu colo e foi para o quarto, se trocar. E eu fiquei ali na sala, pensando no que poderia acontecer. Um estado repentino de raiva me tomou de repente, só de pensar no que ele poderia dizer para ela, insultá-la sobre a gravidez, talvez. Eu ia acabar com a raça dele, eu podia sentir. Com Melanie do meu lado, isso ficaria bem mais fácil, me deixava mais forte. Era só mais um obstáculo. Mais um empecilho. Mais uma pedrinha no meu caminho rumo a felicidade com Melanie. E eu iria vencer. Eu iria ser feliz com ela.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ENTÃÃÃÃ~~AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO!
PUTZ, CAPÍTULO TENSO NÉAH?
olha, gente, eu não sei se ficou bom, eu não tenho mais rascunho no caderno, tô escrevendo aqui mesmo no nyah e mandando, então me digam o que vocês acharam DE VERDADE que, se n ficou bom eu arrumo.
ISSO É TD PESSOAL!
BEIJÃO PRO 6 PANQUEQUINHAS ft 22KS ft PANQUEQUINHOS (se tiver um kkkkkk)