Amor imortal - Barreiras de sangue escrita por Lady Gumi


Capítulo 1
Desastres


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. Aqui esta somente a metade da história, deixei ela ai para que os leitores antigos, quem quiser, poder ler a nova, que é essa aqui::: https://fanfiction.com.br/historia/644572/Deixe-me_com_os_corvos/



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Antes.

Um homem de família humilde estava voltando do campo junto com outros colegas trabalhadores, todos iam para a vila que já não estava muito longe, voltariam para suas casas e beijariam suas belas esposas que serviam o jantar para os filhos. Todos os dias eram assim, calmos e pacatos, de uma simplicidade que ninguém se queixava, era uma vida boa. Boa demais.

O sol agora se escondia por entre as colinas que rodeavam aquela vila, o perigo chegava com a noite. Rapidamente as donas de casa pegavam as tabuas e pregos, junto com o martelo entregavam para seus bravos maridos que com toda a brutalidade criavam barricadas improvisadas nas janelas e portas, tudo era questão de tempo.

No meio de todo aquele martelar um homem de cabelos grisalhos corria para chegar a tempo em sua casa, ele ficara por ultimo para guardar o rebanho e mantimentos da vila, ninguém sabia que aqueles seres demoníacos chegariam tão rápido, tudo estava previsto para o próximo dia, e nisso eles vacilaram.

Com um estrondo forte a porta se fechou e com movimentos mecânicos já pregava as tabuas na porta.

— Querido, o que aconteceu? - perguntou sua mulher que segurava uma pequena garotinha no colo que dormia calmamente. - eu já dei de jantar para Lizzie, seu prato esta na mesa, vá comer e deixe isso comigo!

— Não! Já é tarde, eu vi sombras atravessando os bosques, não há mais tempo! - terminou colocando a ultima tabua e virou-se para sua mulher que o olhava horrorizada. - Escute Margo, vocês não podem ficar aqui, tabuas e pregos não vão afasta-los...Nós não iremos resistir, aquela primeira vez que fomos atacados eram apenas maltrapilhos, servos ordenados para causar terror, agora quem vêm são os chefes, nosso fogo e estacadas funcionaram daquela vez, mas agora...Agora não há esperança de sucesso!

— Então...Morreremos hoje?

— Não, se tudo correr bem, será apenas uma morte que nossa família ira suportar, vocês duas precisam ir se esconder! - disse se aproximando, pousou as duas mãos no ombro da mulher e a olhou firmemente. - Eu sei o que você irá dizer, mas Lizzie precisa de uma mãe...

— E de um pai também! - gritou tentando segurar as lágrimas teimosas que insistiam em sair, naquele momento ela queria parecer forte, mas quando a unica saída é perder o amor... O que se pode fazer?

O homem abraçou as duas, tão forte e calorosamente, como se fosse a ultima vez, o ultimo abraço... A mãe e a filha ocupavam o peitoral daquele homem enorme e másculo, ele sacrificaria tudo por sua família. Fitando um ao outro, se deixaram levar para um beijo que se prolongou pelo momento, aquele também seria o ultimo. Agora as lágrimas dos olhos de Margo escorriam deliberadamente.

Gritos. Portas e janelas sendo quebradas. Acabaram de chegar.

Separando daquele beijo apaixonado, olharam-se espantados. Então, para acalmar a mulher que começaria a chorar de novo a qualquer momento, ele deu um sorriso descontraído, reconfortante, e com um gesto colocou uma das mechas do cabelo de Margo atrás de sua orelha.

— Agora vá! Esconda-se no porão!

— Por favor! Não! Tudo menos isso, Arnaud! Deus, porque!?

— Margo... Por mim, por nossa filha, esconda-se e sobreviva!

Os gritos se aproximavam, eles estavam mais perto.

— Rápido! Eles já estarão aqui em instantes.

— Eu te amo... Arnaud.

Após um beijo desesperado, ambos se separaram. Por uma ultima vez Arnaud sorriu para sua família.

— Eu também a amo. Tome conta de Elizabeth.

–--

Com a pequenina no colo ainda dormindo, caminhou para o fundo da casa onde estava a cozinha, em baixo da mesa destrancou uma porta que imitava o piso do chão, acendeu uma vela e desceu as escadas. Antes de voltar para fechar a entrada do esconderijo certificou-se de deixar a pequena Elizabeth bem escondida e coberta, ela colocou a criança numa fresta na parede, assim que ia fecha-la novamente com a madeira, Lizzie a olhava sonolenta.

— Mamãe, onde nós estamos? Porque esta tão escuro?

— Amor, você pode fazer um favor pra mamãe? - a pequena fez que sim com a cabeça, então Margo prosseguiu. - vamos brincar de esconde-esconde, tem uns homens que vão entrar aqui daqui a pouco para brincar com a gente, mas para que a brincadeira dê certo você tem que ficar quietinha, tudo bem?

— Tudo bem mamãe, mas porque você não entra aqui comigo? Podemos ficar juntas enquanto brincamos!

Segurando uma lágrima que ia escorrer a mulher disse: não tem espaço para mim, a mamãe é maior que você, eu vou ficar bem aqui, assim eles não irão te achar, ta? Agora fica em silencio e não se mecha, meu amor. A mamãe te ama. - beijou a testa da filha e terminou de colocar as tabuas da parede que esconderia Elizabeth.

Margo não queria admitir, mas sabia que aquele esconderijo não era o bastante, ela ficaria ali para que não houvesse suspeitas, assim, a unica que eles iriam procurar seria ela e Elizabeth estaria a salvo.

Um silêncio tomou conta da casa, Arnaud que estava no piso superior se preparava para o pior, pegou sua velha escopeta e deixou com a mira apontada para a porta. Ele estava pronto.

Vozes eram ouvidas do lado de fora: senhor! Ainda temos esta casa aqui! A ultima pelo que parece.

"Arrombe logo de uma vez!" Após esta frase chutes e socos eram dados contra a porta que tremia... De repente parou, como que sem paciência, a porta foi arrancada de suas dobradiças de uma só vez, madeiras e pregos voaram junto com ela.

Dois homens - um mais velho e outro mais jovem, - com roupas elegantes, porém gastas, adentraram na casa, suas bocas e mãos estavam sujas de sangue.

Então, o mais velho se pronunciou para o lado de fora: é apenas um homem, o resto de vocês pode terminar o serviço, nós ficaremos com este aqui!

— Vampiros imundos! Saiam da minha casa se não...

— Se não o que? Sr. mortal, o que você pretende fazer com essa arma? Causar furos em nossas roupas não é o suficiente para nos matar. - dizia irônico aparentemente o mais velho dos dois, este possuía cabelos castanhos, lábios finos, e um nariz longo e torto.

Arnaud que com toda a sua força tomou coragem, apontou a escopeta para o vampiro que lhe dirigia a palavra e atirou acertando na região do estomago.

— Maldito! - enfurecido cuspiu uma quantidade de sangue no chão.

— Isso que dá ficar conversando com a comida. - falou o outro que até então estava calado, este por sua vez, era mais baixo que o companheiro e sua aparência era ainda mais juvenil.

— Pode ficar com ele Georgio, o infeliz usou balas de madeira, se tivesse acertado mais acima já não estaria mais entre nós! Preciso de alguns segundos para tirar as partículas.

— Como quiser.

Seu rosto era completamente sem emoção alguma, ele avançava devagar na direção de Arnaud, que temendo um ataque recuava na mesma velocidade do primeiro. Georgio, que era como o outro o tinha chamado, possuía olhos negros e profundos, totalmente assustadores. Em segundos ele desapareceu da visão de Arnaud e de repente reapareceu em sua frente, agarrando o pescoço do homem o jogou para o chão e ainda o apertando fitava o desespero que crescia em sua face, aquilo fez o vampiro sorrir.

A diferença entre ele e o homem eram imensas, Georgio parecia apenas um garoto de quinze anos, sua forma física comparada a de Arnaud diria que ele não possuiria forças para tal, mas ele era um vampiro, um monstro como todos os outros que invadira a vila daquelas pessoas inocentes.

— Me largue, imundo! Você queimara no inferno! Solte-me aberração... - o homem que se contorcia desesperadamente nos braços daquele pequeno "rapaz", empalidecera ao ver os olhos do inimigo torna-se vermelho sangue.

A pele da sua bochecha se esticava de uma forma anormal enquanto ele abria a boca mostrando suas presas enormes, rapidamente se fincaram no pescoço do homem, que após segundos, parou de se mexer.

O vampiro levantou-se normalmente, passou a mão sobre as mangas da blusa num gesto mecânico, parecendo que estava tirando pó de sua roupa, virou-se para o companheiro e disse:

— Vamos, Teo?

— Ainda falta a mulher do sujeito, as ordens foram bem claras: ninguém pode viver.

— Ah sim... - deu um suspiro lembrando do que lhe fora ordenado. - afinal, para que mandaram nós para um lugar como este? Destruir é tão desnecessário...

— Mesmo assim você o faz com prazer, apenas não questione, vamos!

Os homens; se é que podemos chamá-los de homens; reviraram a casa por inteira até encontrar a passagem para o porão. Encontraram uma mulher no meio do comodo com uma vela no chão e segurando uma faca, ela tremia de medo diante daquelas figuras ensaguentadas.

— Esse tipo de escória sempre tem as mulheres mais bonitas! Olha só que belíssima dama! - disse Teo curvando-se em forma de referencia direcionada para Margo. - É um prazer, com certeza!

— Onde esta meu marido? O que fizeram com ele?!

— Digamos, minha dama, que ele partiu dessa para melhor, meu amigo o tratou direitinho.

O olhar da mulher caiu sobre Georgio. Imóvel, sem emoção, como era o normal do garoto.

— Uma criança... Você é apenas uma criança! Imundos! Nem os mais jovens de nós escapam, como... Como vocês podem fazer isso?!

Em brandos ela caiu de joelhos no chão soluçando quase sem folego. Sem paciência, Teo se aproximava da vitima, ele se agachou bem próximo dela e afagou seus cabelos.

— Ei, ficai calma, logo você encontrara seu marido. - disse ele ironizando seu tom carinhoso.

Rapidamente a mulher pegou a vela e afundou-a com força no olho do vampiro que deu um gemido de dor, levantou-se com uma agilidade desconhecida para ela e subiu correndo as escadas.

— Parece que esse casal adora vos causar estragos. - disse Georgio aparentemente calmo.

— Ela não ira muito longe!

Margo correu para a entrada da casa, encontrando o corpo do seu marido inerte no meio da sala.

— Arnaud... Meu amor, minh'alma!

Agora.

Meia noite, a hora preferida dos monstros atacarem.

continua...


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês na outra história o



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