O.c.a.n.s. escrita por reginequeen


Capítulo 2
35 anos depois




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Vivien estava em pé há mais de trinta minutos. Ela sabia que não deveria ter aceitado o convite de seu irmão para ir até o Instituto de Convivência neste fim-de-semana. Ele encontrava os amigos e acabava esquecendo dela pelos cantos. Bem que ele pedia para que ela se enturmasse com as outras meninas, mas como?  Não havia nada que  as aproximasse, seus gostos, maneiras, prioridades... Já bastava a semana toda que tinha que estudar ao lado delas, ouvindo suas piadinhas a respeito de sua forma de interagir. Preferiria muito mais olhar as estrelas ou conversar com Tom, que morava no Atlântico Norte, pela Immersion.

    _Vivien, o almoço está na mesa!, gritou sua mãe a plenos pulmões ao pé da escada.

    Já era a  quarta vez que a chamava. Com certeza acabaria atrasando o irmão mais uma vez. Ela não aceitava o comportamento da filha mais nova, queria que ela interagisse de forma mais saudável com as pessoas. Semana passada, depois  que Vivien insistiu muito, dona Beth resolveu entrar no Immersion e conhecer os parentes de Tom. Simplesmente ficou horrorizada com tudo. Não pareciam uma família, e sim robôs. Ela tinha uma certa reserva destas pessoas do Atlântico Norte que não demonstravam as emoções. Eles faziam de tudo para não deixar seus verdadeiros sentimentos virem à tona; a forma como eles dominavam a Immersion a aborrecia muito. Embora ela bem que notou, ao sentar a mesa, o olhar de desdém que a mãe de Tom lhe dirigiu.  Robôs não têm desdém, pensou rindo.   _ Ah, Deus! Será que é pedir muito querer ter filhos normais?

    _ Deixa ela mãe, daqui a pouco ela desce... diz Denis, tentando aliviar a preocupação de dona Beth. Ele pensava realmente em perder a primeira aula sobre reciclagem. Suas atenções eram somente para as aulas de basquete. Daí sim ele próprio mataria a irmã se chegasse atrasado para o jogo. Se pelo menos ela conseguisse ir sozinha até o Instituto.
    Ele estava fascinado como sua capacidade de arremesso e a assistência perfeita nos passes. Finalmente parecia que ele estava conseguindo dominar sua mente e a dos adversários. Seu tutor também estava entusiasmado com seu progresso.


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