Só Ela escrita por ElizabethMorgan


Capítulo 1
Capítulo 1 - e único




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Ela era uma agulha de sentimentos em meio a um palheiro de indiferença, ela pensava, ela sentia, ela via e tinha fé, tudo isso em segredo, preso, subtendido, ela era bonita e todos viam, eles achavam que a conheciam, ela era meiga mais não deixava que ninguém se aproximasse para ver isso, ela tinha cicatrizes pela pele mais as camuflava bem, tinha cicatrizes internas também, que escondia com uma mascara de maquiagem cara, andava confiante, rebolando, superior, mas seus pensamentos eram medrosos, ela queria que alguém notasse sua dor, mas isso nunca aconteceu... Em lágrimas incessantes ela olhava para baixo, com o corpo tremulo e os braços soltos, imitando aqueles contos melancólicos que já havia cansado de ler, sofreu as escondidas, as cegas da família, sentou novamente no parapeito da janela e olhou o movimento dos carros, agora ela não passava de um corpo oco, que se movia por instinto, que não sabia o porquê de estar viva, que não pensava, nem sentia, nem via mas mantinha a fé, e essa fé cega, sempre presente a fazia levantar da cama, vestir sua mascara de maquiagem cara, suas roupas de marca, e sair porta a fora. Sorria educada, tentava não se perder em angustias, tentava não sucumbir às incertezas, tentava e tentava, mas a palavra “tentar” e a desculpa para não dar o máximo de si e fracassar, e aquele fracasso a levou ate ali, ao parapeito do vigésimo primeiro andar, a maquiagem borrada, ao corpo antes tão seguro, agora tão tremulo, ela riu, não era o sorriso alegre que ela há tempos esquecera, não era o sorriso educado que combinava tão perfeitamente com o andar seguro e a maquiagem cara, era um sorriso estranho, tremido, que queria achar graça na sua própria desgraça, ela era uma masoquista que gostava de chorar, ela era, ela era... Ela olhou para o céu, como se esperasse algum sinal, algum motivo, por mais tolo que fosse para manter a sua tão preciosa fé, ela olhou e esperou, mas só viu um céu bonito de uma noite de primavera, ela levantou do parapeito, ficando novamente em pé, o sorriso se transformou em gargalhada, escandalosa, histérica, ela não era mais o que havia sido, ela era outra pessoa.

E os demônios venceram a batalha, a angustia, a dor, a solidão, eles venceram, não que ela tivesse lutado tanto assim... ela deu um passo a frente e...


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