Mr. e Mrs. Jackson escrita por Beatriz Costa


Capítulo 26
Isco




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PDV Percy

Calados, levamos nossa ”convidada” até um motel barato. Uma vez no quarto, amarrei-a a uma cadeira no centro do cômodo e me sentei em outra. Annabeth sentou na beira da cama.

– E agora é que percebi que você testemunhou a esposa e eu discutindo assuntos domésticos. É uma vergonha. – disse isto olhando para Annie. Olhei novamente para Clarisse. Ela parecia um pouco inquieta. – Mas não pense que isso é um sinal de fraqueza. Isso seria um erro. Nos diga tudo o que sabe. Porque ambos nossos chefes nos querem mortos?

Ela deu de ombros. Sério isso?

– Você percebe que… Querida. – me virei para Annie. Ela estava fazendo barulhinhos irritantes. – Por favor?

Ela ergueu a mão, entediada.

– Acaba com a conversa.

– Talvez não seja boa ideia me questionar na frente da nossa refém. Pode passar a ideia errada.

Até a refém concordou comigo.

– Desculpe.

– Linda menina. – me virei novamente para Clarisse. – Onde é que eu ia?

– Pode passar a ideia errada. – disse a refém. Ela está tirando onda com a minha cara.

– Cale-se. Opções. Vou dar opções.

– Se eu pudesse…

– Cale-se. Opção A: você fala, nós escutamos. Opção B, você não fala e eu arranco suas unhas com um alicate. Vai doer. Opção C. Gosto de variar nos pormenores, mas no final você acaba morto. Nós somos impacientes.

Ela me deu um olhar de “vá se foder”, mas também parecia um bocadinho assustada.

– Posso beber alguma coisa? Uma gasosa ou… - ela não teve tempo de terminar a frase, pois Annabeth se levantou derrepente e deu com o telefone na cabeça dela.

– A, opção A. Sua louca, isso doeu.

Annabeth olhou para mim com um sorriso que dizia, “Está vendo? É assim que se faz.”

– Está bom. Essa foi boa. – concordei.

– Não tem de quê.

Foi então que Clarisse começou a ter uns tiques estranhos.

– Que é isso? Convulsões?

– Estou atada. Porque não vê no meu bolso de trás?

Troquei um olhar com Annabeth e ela foi revistar os bolsos traseiros. Fiquei surpreso quando ela tirou uma foto. De nós dois. Juntos. Mas que raio…?

– Eu não sou o alvo, otários. Você são. Os dois.

Como é que é? Annabeth estava como eu.

– Descobriram que vocês eram casados, e vos deram a mesma missão. Uma operação conjunta das duas agências. Dois agentes rivais a viverem sob o mesmo teto é mau para o negócio. Queriam que acabassem um com o outro.

– Tu eras o isco. – concluiu Annabeth.

– Sou nova nisso. Era uma boa oportunidade para mim. Se desse certo, seria promovida.

Olhei para ela.

– Andou esse tempo todo com a foto no bolso?

– Que deveria fazer? Emoldurasse e colocasse na parede?

– Deveria ter queimado, otária. Regra 101. – disse eu. Annabeth parecia pensativa.

– Me desculpe, acho que faltei á aula nesse dia. E vocês faltaram á aula que diz, “Não casem com o inimigo.”

Foi ai que Annabeth decidiu falar.

– Você era o isco, ou é o isco? – Annabeth foi até á janela. Agora que prestava atenção, conseguia ouvir o som de um helicópetro se aproximando.

Clarisse começou se remexendo, inquieta. Me levantei e estava preparado para dar um soco nela quando ela disse:

– No cinto, no cinto.

Arranquei a correia e examinei de perto a fivela. Havia lá um microtransmissor. E tinha a certeza que informava nossos chefes da nossa localização exata.

– Dois minutos. – disse para Annabeth. Ela voltou a olhar pela janela.

– Um minuto.


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