Carly tem 21 anos e é maior de idade plenamente capaz. Ela namora há dois anos Alex, em uma relação tranquila e sem maiores percalços, afinal de contas, as personalidades dos dois casam perfeitamente, e Carly tem sido muito feliz. Alex é um rapaz inteligente, carinhoso (ele sempre arma alguma surpresa romântica para Carly) e companheiro, não à toa era o relacionamento mais duradouro dela.

Quanto à sua vida escolar, as notas da garota são boas, tornando Carly uma aluna com grades bastante satisfatórias. Não figura entre as melhores da sala, mas muito menos figura entre as piores.

O tempo passado com Alex e Desiree a fez praticamente esquecer do incidente ocorrido com Sam e Freddie. Ela não tinha mais notícias dos seus antigos amigos.

Nesta noite, Alex havia convidado Carly para ir jantar no restaurante favorito deles.

Após um par de horas agradáveis, Alex pega na mão de Carly.

“Eu te amo.”

Carly franze o cenho e fica com a boca meio aberta, espantada com a revelação.

“É... idem...”, diz a morena, sem graça.

Alex não gosta muito da resposta, mas não toma nenhuma atitude.

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Mais um ano se passa, e agora os dois têm três anos de namoro.

Alex tem estado estranho nos últimos dias, e Carly não faz ideia do que se passa na cabeça do namorado. Ele liga no celular dela, combinando um encontro para aquela tarde, para lhe falar algo importante.

É outono, e as árvores do Central Park estão praticamente peladas; outro sinal de que o verão se fora era o vento frio, que obrigou Carly a colocar uma touca e uma jaqueta. Ela está sentada em um banco, o local onde normalmente eles iam para passar longas horas admirando a paisagem e conversando.

Após alguns minutos de espera, a garota vê seu namorado chegando, com as mãos nos bolsos da calça. Diferente dela, ele está de camiseta branca.

“Oi, Carlinha.”

“Oi, Príncipe.”

O rapaz dá um beijo rápido para cumprimentar sua namorada e, silenciosamente, senta-se ao seu lado, demonstrando em sua feição um ar pensativo. Após alguns momentos angustiantes, ele quebra o silêncio.

“Eu tenho algo grande pra te contar, amor.”

Ela o fita, acenando com sua cabeça positivamente, dando-lhe permissão para que continuasse a falar.

“Eu consegui um excelente emprego na matriz da Nokia, na Finlândia.”

Carly arregala os olhos, mas não consegue pensar em palavras para este momento.

“E eu... estava pensando em te chamar pra ir comigo. Você sabe, já estamos juntos há muito tempo, e realmente quero tornar nossas coisas mais sérias, partir pro próximo nível.”

Carly fica atordoada.

“Mas... mas... minha família, minha vida toda está aqui nos EUA... e... eu nem sei o que se tem pra fazer lá na Finlândia!”

“Não vamos ficar muito tempo lá, Carly. Apenas um ano, e depois eu sou transferido para cá de novo.”

Na cabeça da garota mil pensamentos brotam de uma só vez. Ela gosta do namorado, mas não quer deixar toda a sua vida de lado, ainda que por um ano.

“Eu não quero ir, Alex.”

O rapaz olha incrédulo para a namorada, afinal, ele esperava que ela fosse aceitar seu pedido.

“Mas... Carly, eu pensei que tivéssemos algo concreto.”

“E temos, mas você não pode me obrigar a ir morar no exterior!”

“Tudo bem. Eu já entendi. Até qualquer dia, Carly.”, diz Alex, de forma seca e com um olhar furioso.

Não se passam dez segundos, e Alex se levanta de forma brusca, deixando Carly para trás pisando duro. Ela olha de forma triste o rapaz sumindo em meio à multidão que passeia pelo parque.

E esta foi a última vez em que Carly Shay viu Alex King, ao menos por um longo período. O rapaz nunca atendia suas chamadas, e, quando ela ligava de um telefone diferente, ao perceber que se tratava da morena, desligava sem cerimônia na sua cara.

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Em uma tarde ensolarada, os diversos alunos do curso de negócios estão sentados em bancos perfilados no jardim da faculdade. Todos os professores estão sentados à mesa disposta em cima de uma marquise montada especialmente para a formatura. Carly já havia pego seu diploma, e neste momento o último aluno, Zacarias Todd, está sendo anunciado. Dentro em breve, o orador da classe irá apresentar o último ato do evento.

Ao seu lado, sua amiga Desiree é toda sorrisos, usando beca e capelo, ambos da cor preta. A garota de cabelos pretos olha para Carly animada, após todos os alunos ouvirem o discurso do orador, e jogarem seus capelos ao alto, comemorando a formação e o início de uma nova vida, a vida de adulto.

Emocionada, Carly dá um abraço em seu pai e seu irmão, que vieram especialmente para presenciar este especial momento na vida da jovem.

“Parabéns, filha. Parabéns.”, o Sr. Shay murmura emocionado à filha.

“É isso aí, maninha, conseguiu fazer o que eu não fiz...”, diz Spencer, recebendo como resposta um olhar ameaçador do pai, que até agora não havia engolido o fato de seu primogênito não ter concluído a faculdade de direito.

Carly se afasta um pouco dos parentes, indo abraçar sua melhor amiga, Desiree.

“Cara, estou tão feliz que acabou... e mais ainda que vamos trabalhar juntas, minha chapinha magrela! Viu como eu te amo, até arrumar emprego junto com você eu arrumei.”

“Eu também, Des... legal a FoxTech ter nos chamado pro financeiro... estou ansiosa demais pra começar a mostrar serviço.”

“Mas é uma CDF mesmo...”

“Sou, e você continua uma relaxada! Até está me acompanhando pra eu fazer as coisas por você, né?”

As duas amigas gargalham e se abraçam novamente.

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De volta a Seattle, Carly dispõe as últimas coisas em seu apartamento, cujo aluguel será dividido entre ela e Desiree – Carly gostou tanto de compartilhar a mesma residência com a amiga durante os quatro anos da universidade que não pestanejou em dizer 'sim' quando esta sugeriu que ambas morassem juntas por um tempo. Spencer parecia feliz em ter mais liberdade no apartamento – podia levar namoradas lá sem ter de tomar cuidado para não ser pego em uma situação vexatória – e Carly considerou que morar sozinha a faria amadurecer mais rápido.

Sua amiga, aparentando estar cansada, se esparrama no sofá da sala.

“Ufa... e pensar que amanhã já começamos na FoxTech...”

“Ei, se levanta, não terminamos aqui! Precisamos limpar o apartamento!”

Carly pega uma almofada e começa a bater na outra garota.

“Ah... é que eu quero evitar a fadiga...”

Desiree é obrigada pela amiga a se levantar, soltando um suspiro de insatisfação e, ao ver que não tinha outra saída, levanta-se e continua a arrumar o pequeno apartamento, que fica do jeito desejado pelas duas jovens apenas duas horas mais tarde.

Terminadas as tarefas, as duas resolvem jantar algo leve e vão dormir em seus quartos tão logo possível, haja vista que teriam de se apresentar ao trabalho na manhã seguinte.

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No dia seguinte, em um bairro empresarial de Seattle, Carly Shay, vestida elegantemente com uma saia preta com cinco centímetros acima do joelho, camisa social creme e um terninho preto por cima, complementados por sapatos pretos de salto alto, conhece as instalações da FoxTech, acompanhada pelo Gerente Geral, Sr. Anderson, um homem baixo, meio careca, gordo e com expressões e gestos ligeiramente acelerados, o que causou certa estranheza à garota.

Sua amiga Desiree fora designada para outro setor, e estava sendo acompanhada pelo supervisor da área, em outro local.

Ambas as garotas haviam chegado bem recomendadas pelas altas notas tiradas durante o curso, bem como pelo boa impressão deixada nas entrevistas.

Carly já está um pouco farta de ter de cumprimentar dezenas de pessoas, sendo que destas ela mal se lembra do nome da grande maioria.

“Bem, Srta. Shay, é nesta área que a senhorita vai atuar preponderantemente, é nossa área de Inovações Tecnológicas. Vou apresentá-la ao responsável da área, com quem a senhorita terá de colher informações e tabular a situação financeira, enfim, trabalhará diretamente com ele na maior parte do tempo.”

O homem chama um rapaz.

“Ei, Rico, chama o supervisor do Inovações, por favor.”

O rapaz, obedecendo à ordem superior, sai à procura do supervisor.

“Acredito que a senhorita irá se dar muito bem com ele, pois ambos têm mais ou menos a mesma idade. É um rapaz muito amável, extremamente profissional e talentoso. Ah, aí vem ele.”

“Chamou, Nick?”

Carly, que estava olhando para outra direção, reconhece imediatamente aquela voz e se vira, incrédula e pálida, quase caindo para trás com a revelação de quem era o supervisor.

“Freddie Benson?!?”