She was Innocent. escrita por Cibelly H


Capítulo 1
Uma estranha compra uma briga com meu sanduíche


Notas iniciais do capítulo

Bem, espero que gostem!



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O despertador tocou, me fazendo acidentalmente bater a cabeça na própria cama de susto. Santo Deus, por que ela tinha colocado despertador em pleno sábado mesmo?

Céus, o campeonato de patinação de Meena. Meena era minha melhor amiga desde o jardim de infância e com dezesseis anos já era uma patinadora profissional. O campeonato regional seria ali mesmo, em Edmonton e Meena precisava ganhar. Por isso aqui estava eu, acordando as sete da manhã em pleno sábado para ir ao treino de Meena e dar apoio emocional. É, para que servem os amigos mesmo?

No passo da tartaruga, levantei da cama e, relutante, abandonei os diversos endredons macios e quentinhos, tremendo de frio a cada passo que dava. Depois de três passos, meus dentesjá tremiam incontrolavelmente. Bem vindo ao Canadá. Só me despertei totalmente quando cosegui ligar o aquecedor e sentir uma sensação agradável de não morrer congelada. Estralei meu pescoço e meus dedos e depois me espreguicei. Olhei pela janela e vi um pequeno ponto amarelo que era o sol em meio ao branco total da neve. Eu gostava de neve. Era legal. Mas se torna entediante e depressivo quando ela faz parte de quase todo o seu ano. Escovei os dentes e tentei arrumar a juba que era meu cabelo castanho claro quando acordava, sem muito sucesso. A melhor solução foi prender em uma rabo de cavalo alto, coisa que eu quase nunca fazia por que sentia muito frio na nuca. Era meu ponto fraco invernal.

Vesti a calça com o jeans mais grosso que tinha, coloquei três blusas, um moletom e vesti o casaco vermelho. Eu havia lido em algum lugar que coisas coloridas quebravam a monotonia do inverno, então instintivamente calcei as galochas vermelhas que tinha uma parte do cano bordada em crochê. Mesmo ficando um pouco infantil e patética, eu adorava a forma com que tudo aquilo quebrava o branco.

Saí do quarto, indo em diração a cozinha. Como eu imaginei, ninguém estava acordado. Fiz uma omelete e fritei duas fatias deliciosas de bacon. Bacon era uma coisa fundamental na casa dos Brooks, algo quase sagrado. Agilmente apertei alguns botões da cafeteira e capuccino quentinho encheu minha chícara.

— O que June Brooks faz acordada e vestida as 07:14 da manhã em pleno sábado? — a voz de Kate ecoou baixinho na cozinha vazia.

Ela só vestia o pijama e estava coberta em várias endredons com uma touquinha de coelho na cabeça. Quem não conhecesse Kate poderia jurar que ela tinha no máximo dezessete anos — errando feio. Ela tinha vinte e um. Largou a faculdade para perseguir seu sonho de ser cantora.

Até agora ela ainda não tinha conseguido muita coisa com o sonho, o que fazia meu pai ficar mais revoltado. Ele queria que Kate fosse médica, como ele, seu pai, seu avô, e quase toda a sua árvore genialógica. Me questiono se ele teria a mesma posição se todos eles fossem tatuadores que nem o tio Frank.

— Treino da Meena. Tenho que dar apoio a ela e documentar tudo, ela quer fazer um dvd quando ganhar as nacionais.— falei enquanto comia todo o bacon de uma só vez.

Ela se sentou do meu lado e comeu parte da omelete.

— Suas habilidades culinárias, sinto informar, continuam horríveis. — ela disse fazendo uma careta.

Kate e Zoe tinham o cabelo da cor do nosso pai, loiro como palha e os olhos azuis, mas Zoe pintou o cabelo de preto, emoldurando mais ainda as diferenças entre ela, eu e Kate. Diferente das duas, eu tinha olhos dourados e meu cabelo era castanho-claro. Um fato curioso, considerando que os olhos de Katherine, minha mãe, eram verdes e os de Edward, meu pai, eram azuis como o mar caribenho. Mamãe disse que eu provavelmente teria herdado os olhos de sua falecida irmã Cynthia, o que era duvidoso. Mas pelo menos era uma explicação.

— É assim que me retribui por ter feito suas omeletes favoritas todos esse anos? — falei, fazendo uma cara de desapontamente tétrico.

Ela revirou os olhos e saiu, em direção ao seu quarto. Ela iria voltar a dormir, coisa que sempre fazia depois de tomar café da manhã.

Terminei de comer e peguei as chaves da velha Chevy que ficava na garagem para casos de emergência e que, teoricamente, deveria ser meu carro, mas eu tentava ao máximo pegar carona com as pessoas da vizinhança para evitar dirigir ou ser vista em uma relíquia como aquela. A primeira, por que se você tivesse provocado tantos acidentes de trânsito como eu estaria bem longe do volante agora.

O motor gemeu, quase pedindo socorro e depois de muitos sacolejos rugiu, funcionando. Delicadamente pisei no acelerador, uma coisa que virou regra para mim.

Apesar da neve e do vidro embaçado, consegui chegar a tempo ao treino de Meena, que já estava tendo uma crise nervosa.

— Onde estava você? Você perdeu totalmente Jackie Warrye me humilhando com axel. Eu não conseguir, elas são profissionais! — Meena choramingou. Seu cabelo loiro estava coberto de gel e ela constantemente se abraçaca, tentando se aquecer. Estava mais frio do que nunca, mesmo para um ringe de patinação.

— Meena, você sabe fazer um axel, lembra? Você só não vai fazê-lo por que tem saltos muito melhores na sua coreografia. Você é tão profissional quanto elas, se não mais! Então, por favor, pare com nervosismo, volte para o gelo e por favor, arrase.— tentei usar o máximo de delicadeza e confiança enquanto falava.

Meena sorriu, tirando a franja loira dos olhos.

— Você acha? — ele perguntou.

Sorri, dando pequenos empurrões nela.

— Sim. Agora vá e deixe a cinegrafista fazer seu trabalho.

Ela assentiu e voltou para o ringue, rodopiando, saltando e fazendo piruetas que deixavam as concorrentes admiradas.

Horas se passaram, minhas mãos estavam tremendo de tanto segurar a câmera quando o treino finalmente acabou. Meena foi se trocar nos vestiários e eu fui almoçar na lanchonete.

O dia foi perfeitamente normal até o que parecia ser uma estrela de cinema sentou-se ao meu lado. Ela tinha um cabelo loiro perfeito que caía em ondas até sua cintura, vestia um casaco de pele de urso, meia-calça preta e salto agulha. Sem dizer nenhuma palavra ela simplesmente sentou-se ao meu lado, olhando reprovadamente para o meu cachorro quente.

— Isso aí vai te encher de gorduras. Sem falar que é absurdamente anti-higiênico. — ela disse.



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Notas finais do capítulo

E aí?
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