Morphine escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 9
Chapter Eight - Contradições


Notas iniciais do capítulo

Hola, queridos.
Nos desculpem a demora please! E boa leitura (mesmo o cap. estando muito fail, Hoppe não me bata u.u)
Thanks pelos comentarios and enjoy ♥
P.S.: To fazendo trabalho de english, so sorry pelo portungles O.o



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Eu ainda analisava o pequeno bilhete, as cinco palavras ecoavam por minha cabeça: Quer se juntar a nós?

Eu queria? Fazia tempos em que eu não sabia o que eu realmente queria. O que havia acontecido conosco? Por que ele se afastou tanto? Por que ele mudou? Claro que a resposta era óbvia, seus servos, seguidores ou seja lá o que eles são chamados.  Agora ele me chamava para ser uma também, mas era o certo? Eu nunca quis me envolver em nada relacionado a magia negra, isso era a razão de varias discussões minhas com Tom, mas antes ele me escolhia, ou pelo menos fingia que sim.

E se eu aceitasse? Seria apenas mais uma seguidora sua? Assim como Lory, que duelava com Septimus apenas porque era da vontade de seu mestre? Eu não me via acatando todas as ordens de Tom, ele era meu amigo, não era?

Por que ele havia me convidado? Será que era porque queria passar mais tempo comigo, ou apenas para ter mais uma pessoa em suas mãos?

Por um lado, era horrível sequer cogitar aceitar o convite. Eu não era tão ingênua, sabia o que eles faziam. Os ataques a Nascidos Trouxas era cada vez mais frequentes. Seria isso que se tratava as missões? Matar aqueles que eram considerados impuros?  Tom era mestiço, eu também era mestiça, o que ele queria fazer, afinal?

Mas por outro lado, seria a oportunidade perfeita para me reaproximar do garoto. Me tornando uma deles, não haveria mas nenhum segredo entre nós, nossa amizade poderia continuar e, quem sabe, eu podia fazê-lo voltar a razão. Era possível, não?

Estaria eu, disposta a pagar o preço para me reaproximar do garoto? Mesmo que esse preço fosse a vida de outra pessoa?

Bufei esgotada, me deitando na cama. Tantas perguntas...

Eu estava completamente confusa, sem ter ideia do que fazer e nem como responder a todos esses pensamentos. Deveria me arriscar?

Ah Merlin, suspirei de olhos fechados. A imagem de Tom se formou rapidamente em minha cabeça, como um flashback de tudo que havíamos feito desde que nos conhecemos. Tanta coisa havia mudado tão rapidamente e apenas agora eu percebia isso.

Tom mudou, e para pior. Essa amizade ainda valia a pena? Meus pensamentos entravam em conflito tentando achar a resposta para essa pergunta, porque era tão difícil responder sim, ou responder não?

Meus olhos pesavam cada vez mais e aos poucos minha visão foi escurecendo, me fazendo cair em sono profundo.

- Tom? – o chamei, caminhando a passos lentos em sua direção.

O garoto se encontrava de costas, observando atentamente algo que estava além da minha visão.

- Violet – ele me saldou, se virando para mim e abrindo o meu sorriso, aquele sorriso sincero que a tempos eu não via em seu rosto.

- Onde estamos? – perguntei sorrindo também, era impossível não sorrir junto com ele.

- Em um vilarejo qualquer – ele fez pouco caso, já virado novamente para frente.

- O que você está olhando? – perguntei curiosa, enquanto chegava perto dele.

- Veja você mesma – ele se virou novamente, sorrindo, e me cedendo espaço, para que eu também pudesse olhar.

Arfei, dando alguns passos para trás, com aquela visão.

- O que é isso? – eu perguntei, os olhos arregalados e a voz estrangulada.

- Uma festa! – ele fingiu entusiasmo, ainda sorrindo daquela forma.

- Tom, por que você fez isso? – meus olhos ardiam, enquanto eu voltava a olhar para aquela cena horrível.

O vilarejo pegava fogo, era possível ouvir os gritos aterrorizado dos trouxas, os choros amedrontados das crianças. Todos eles corriam apavorados, tentando se salvar. Alguns queimavam vivos, mães desesperadas gritavam por seus filhos e filhos assustados clamavam por suas mães. Era o perfeito caos.

- Faça isso parar! – gritei para ele, que me olhava sorrindo – Para com isso, Tom! Você não é assim!

- Eu sou assim agora, Violet – ele murmurou sombrio, qualquer vestígio de sorriso havia se apagado e seus olhos possuíam um estranho brilho vermelho – Você não pode mudar a verdade.

- Não, isso é errado! – eu exclamei – Tom, por favor, não faça isso.

- Já está feito, Violet – ele respondeu – Já está feito.

Minha visão se tornou turva e logo eu não me encontrava mais no mesmo lugar.  Estava em algum lugar desconhecido. O vasto campo verde não parecia ter fim e a luz forte do sol me cegava.

- Violet, Violet! – alguém me chamava ao longe, uma voz facilmente reconhecível.

- Tom? – perguntei receosa, olhando para todos os lados em busca do garoto. Ele não estava ali.

- Violet, me ajude! – seu grito abafado me sobressaltou, ele vinha da direção da floresta.

- Onde você está? – eu comecei a correr, sem saber direito para onde ir.

- Eu não sei, é escuro, me ajude! –sua voz estrangulada meu deu um aperto no coração, eu nunca ouvira aquele tom.

- Eu estou indo – falei, seguindo o som de sua voz – Vamos Tom, continue falando.

- Violet, socorro, eu não consigo enxergar nada, me ajude! – a voz dele estava cada vez mais perto e meu coração se apertava a cada pedido. Algo estava muito errado – Violet!

Apressei o passo, gritando algumas palavras de incentivo, eu estava perto.

- Tom! – gritei horrorizada quando o achei.

- Violet! – sua voz foi abafada e eu corri para perto dele.

Estranhos galhos negros o puxavam para baixo, uma espécie de buraco negro e ele não conseguia se soltar. Seus olhos estavam tampados e aos poucos a boca também.

Procurei minha varinha nas vestes, mas ela não estava lá. Tentei arrancar os galhos com minhas próprias mãos, mas eles eram mil vezes mais fortes. Eu não tava conseguindo.

- Tom! – gritei desesperada, pegando sua mão e tentando puxá-lo.  Mas da metade de seu corpo já havia sido sugada pelo estranho buraco e logo não restaria mas nada –Não Tom!

Tentei puxá-lo em vão, eu era fraca demais. Suas mãos aos poucos escorregaram das minhas e ele foi engolido pelo buraco.

- TOM! – gritei, me levantando abruptamente. Fora apenas um sonho.

Arfei, passando as mãos pela minha testa coberta de suor. Tentava controlar minha respiração e dizer para mim mesma que tudo fora mentira. Tom estava bem, mas precisava da minha ajuda.

Me levantei e segui para o banheiro, jogando água em meu rosto e minha nuca. Não estava adiantando.

Tirei a roupa rapidamente, me jogando no chuveiro e deixando que a água morna me acalmasse aos poucos.

Depois de mais de vinte minutos, desliguei o chuveiro e me sequei, já mais calma e certa do que eu deveria fazer.

Olhei para o grande relógio que tinha em meu quarto e suspirei. Eram cinco horas da manhã, mas eu sabia que ele já estava acordado.

Troquei de roupa rapidamente, já colocando o uniforme e fui para o luxuoso Salão Comunal Sonserino. De fato, ele já estava lá. Lendo um livro.

Me postei a sua frente e seus olhos desprenderam do livro, se fixando em mim.

Ele arqueou as sobrancelhas, me incentivando a falar algo. Respirei fundo, fechando os olhos e disse:

- Eu aceito.


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