Morphine escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 11
Chapter Ten - Você não sabe o que é o amor, Tom


Notas iniciais do capítulo

Milena: Hey pessoal, demoramos muito? Quer dizer, eu né, já que a Hoppe sempre me enrola e não escreve (sim, eu vou jogar essa indireta em toda as nossas fics até ela se tocar, u.u).
Enfim, culpem ao meu computador! Fiquei quase 3 semanas sem meu notebook porque o carregador resolveu bater as botas ( ele era novo!) e o outro, de casa, explodiu (literalmente). Então meu pai comprou mais dois notes aqui pra casa (todos comemoram, uhu) e agora eu posso voltar a escrever.
Enfim, deixa eu calar a boca, espero que vocês gostem do capitulo, mesmo eu não achando um dos melhores... But, enjoy.



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Sentei em uma das poltronas do Salão Comunal Sonserino, observando as chamas verdes dançarem pela lareira.

Suspirei pesadamente, já estava tarde. Eu deveria estar dormindo, mas as cenas do que acontecera passavam por minha mente cada vez que eu fechava os olhos. Como alguém pode ser tão perverso para matar um unicórnio? O símbolo da pureza, por assim dizer.

Não acreditava que Tom havia proposto isso, era tão... cruel. E Lory, que o matara a sangue-frio, como se estivesse apenas enxotando um inseto insignificante. E pior de tudo, o que eles ganhariam com isso? Eu deveria matar o animal apenas como uma prova? Matar uma criatura tão pura só para ser aceita em um grupo que eu não queria pertencer?

- Deveria estar dormindo – uma voz gélida e reconhecível me assustou, mas não quis me virar para ficar Tom, não agora.

- Estou sem sono – murmurei, abraçando os joelhos sem tirar os olhos das chamas.

- Amanhã você tem aula – ele insistiu, se sentando na poltrona ao meu lado, também olhava para a lareira.

- Digo o mesmo – falei, me encolhendo com o vento gélido que passou por ali.

- Lory me disse que você completou sua missão – ele murmurou, senti-me gelando, os olhos arregalaram levemente – Não entendo porque ela mentiu.

- Ela n...

- Eu te conheço, Violet – ele riu sarcasticamente – Você nunca mataria um unicórnio.

- Gostaria de dizer o mesmo – falei amarga, para mim mesma.

- Eu mudei, Violet – ele murmurou sério, suspirei pesadamente.

- Será que mudou mesmo? – me virei para ele pela primeira vez na noite, ele me encarava sério, a expressão indecifrável – Por que cada dia mais eu acho que você sempre foi assim, apenas escondia de mim?

- Não quero falar sobre isso, Violet – ele falou, me olhando com intensidade. Estremeci.

- Ótimo – respondi irritada, me levantando da poltrona.

- Aonde vai?

- Não tenho nada para conversar com você, Tom – respirei fundo – É inútil.

Ele abriu um sorriso frio e eu senti como se algo esmagasse meu peito, meus olhos ardiam.

- Adeus, Violet – ele murmurou simplesmente. Engoli em seco, assentindo.

- Adeus, Tom.

-*-

Me revirei novamente na cama, fazia três dias desde minha conversa com Tom e a missão. Eu evitava vê-lo e, quando acontecia, apenas o ignorava. Não era como se ele estivesse tentando algo, Tom Riddle nem ao menos se importava. Ou era isso que ele queria transparecer.

Chegava a ser patética a minha capacidade de, sempre, tentar encontrar explicações para as ações dele. A tola Violet que não queria enxergar o monstro que seu melhor amigo sempre foi. Ou seria ex-melhor amigo? Será que algum dia realmente chegamos a ser isto, melhores amigos?  Tudo era tão confuso na minha cabeça e eu me sentia cada vez mais dividida.

Ainda deveria tentar ajuda-lo? Essa era a pergunta que mais aparecia em minhas noites em claro. Como sempre, tentando chegar ao melhor de uma pessoa que já estava completamente envolta em trevas. Será que era isso mesmo? Aquele sonho já havia se tornado real? Tom já estaria completamente afogado nelas?

Bufei irritada, desistindo de tentar dormir. Peguei o cobertor, o envolvendo em meus ombros, enquanto caminhava até o Salão Comunal, isso poderia estar virando rotina.

Me sentei na mesma poltrona de sempre, me encolhendo ao máximo e observando as chamas dançantes, a espera do sono que claramente não chegaria. Há exatos três dias ele não chegava.

Suspirei, fechando os olhos, por que tudo parecia tão difícil, complicado? O que havia mudado? Por que havia mudado?

Após algum tempo, que eu não fazia ideia do quanto havia sido, senti a presença de outro alguém e, sem me virar, já sabia quem era.

- Poderíamos chamar de destino? – Tom perguntou sarcástico, se sentando ao meu lado.

- Não acredito em destino, Riddle – falei amarga – Você sabe disso.

- Não sabia que estávamos nos tratando pelo sobrenome agora, Heathcliff – ele comentou, o tom habitual.

- Apenas amigos ou conhecidos se tratam pelo nome – suspirei – Eu não o conheço mais, Tom.

- Acha que eu realmente mudei tanto assim, Violet? – ele perguntou, me olhando com intensidade.

- Sinceramente? – eu falei, o olhando também – Eu não sei mais.

Ele sorriu minimamente, esperando que eu continuasse.

- Por que às vezes você parece uma pessoa completamente desconhecia e em outras, como agora, eu ainda acredito que você é o meu Tom, meu melhor amigo?

Ele se aproximou um pouco, o sorriso ainda em seu rosto.

- Ainda posso ser o seu Tom, Violet – sua mão foi até meu rosto, fazendo que eu fechasse os olhos automaticamente. Sentia sua respiração gélida e, sem perceber, vi que já não estava mais sentada na poltrona, Tom havia se levantado e me puxado também.

- O que... – perguntei, abrindo os olhos, confusa.

Porém, antes que eu conseguisse completar a frase, senti seus lábios frios sobre os meus, me fazendo fechar os olhos outra vez.

O beijo era lento, calmo. Minhas mãos foram até seu pescoço sem meu consentimento, enquanto as dele permaneciam em meu rosto, comandando o beijo. Suspirei inconscientemente, fazendo com que ele soltasse uma risadinha em meus lábios. A língua gélida acariciava a minha com ternura e eu me sentia estranhamente bem, como se fosse amada.

Abri os olhos repentinamente, eu não era amada por Tom Riddle, isso era errado. Me separei dele brutalmente, me afastando alguns passos. Ele me observava, o olhar indecifrável.

- Você não sabe o que é o amor, Tom - constatei quase em um sussurro. Um nó se formava em minha garganta a cada instante que continuava a fitar aqueles belos olhos castanhos esverdeados.

- Você esta certa, Violet... - concordou ele com aquele sorriso que desde sempre considerara apenas meu, no entanto, estava carregado de cinismo e sarcasmo pesado - Amor... Não sei o que é esse sentimento tolo, não sinto isso... É para os fracos.

Meus olhos marejaram enquanto recuava um passo de sua direção. Estava certa de uma coisa: Ele era um monstro e eu não tinha mais chances de mudá-lo.


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Notas finais do capítulo

Então, reviews? Vou responder os do capitulo passado agora mesmo e quanto mais reviews, mas cedo eu posto, uhu. KKK, deixa eu ir logo...