Odeio Amar Você escrita por Decode B


Capítulo 5
Chapeuzinho eo Lobo Mau


Notas iniciais do capítulo

Hoje a fic está fazendo um mês!!!
Se você pesquisar "Odeio Amar Você" no Google poderá ver que essa fic é a terceira,isso deve significar alguma coisa boa não é?
Obrigada a todas as pessoas que acompanham a fic e deixam as reviews, sem vocês eu não teria passado do capitulo 1,sinceramente muito obrigada.



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Por mais que tentasse me afastar, cortar os vínculos de amizade temporariamente para o próprio bem deles, insistiam em entrar nesse buraco negro de dúvidas, que iam muito além de tomar decisões e sim ser obrigada muitas vezes a fazer coisas que você não quer. A minha vontade naquele momento era unicamente de falar toda a verdade, abrir meu coração e despejar as palavras que sempre quis dizer mais que ficam presas a mim insistentemente. Porém na maioria das vezes você tem que abdicar das suas vontades para assim dar prioridade para a das outras pessoas, principalmente se essa pessoa agora é a controladora da sua vida, de todas as suas vontades. Derek era perigoso demais para eu poder brincar com as suas regras, que a mim foram impostas; e ele já havia feito questão de mostrar isso várias vezes, a cada instante do dia, do ar que um dia ele me proporcionou respirar.

- É só um amigo. – tudo estava sobre o mais perfeito controle, meu rosto continuava com uma expressão de nada, sem sinais de que iria se avermelhar.

- Ah fala sério. Dava pra ver pelo jeito dele, isso sem contar que ele era um cara muito estranho. Quem era ele?

-Simon. –respirei fundo, tentando manter o controle e as palavras que não deviam sair dentro da minha boca- Você devia saber que não se deve julgar um livro pela capa.

- Mas então, no caso ele não é um livro. O que ele queria com você? Ele estava enchendo o seu saco?Quer que eu bata nele?Eu sei que não sou muito forte ma...

- Me escuta. Ele não queria nada comigo, não estava enchendo o meu saco e você não vai precisar bater nele... Mas se algum dia eu precisar vou te chamar.

- Ok, já vi que você não vai me dizer nada, não é?

Assenti com a cabeça convictamente.

- Só não pense que eu vou desistir de saber.

Há aula finalmente começou. Me virei para frente e abri meu caderno, tentando me concentrar na aula. Como pode prever não consegui, porque a única coisa em que eu consegui pensar foi na carta e em como minha vida mudaria drasticamente depois de abri-la, e eu não precisava ser vidente para conseguir ver isso.

Nesse dia não ouve excitação para o ver, nem para sentar ao seu lado e trocar algumas palavras. Só queria sentar e ficar sozinha com os meus pensamentos, e se tivesse muita sorte, conseguiria não pensar em nada, além de como a comida estava saborosa. Mas para a minha infelicidade completa eu não era surda e podia ouvir o cochicho deles á alguns metros de distância, nada de interessante, como sempre, mais eram daquelas conversas desinteressantes que eu adorava participar.

 

O sinal soou mais uma vez no colégio, agora avisando que à hora do intervalo havia acabado e que era hora de voltar aos estudos. Agradeci a Deus por aquele terrível pesadelo ter acabado, finalmente eu poderia enfiar a minha cara nos livros e me matar de estudar, não ligaria para nada, somente para a lousa e o professor, nada mais me incomodaria, pelo menos até a hora da saída. E foi exatamente assim que aquele dia passou, lentamente, me torturando, e me matando aos poucos.

- Lilith!!!Espera ai.

Uma voz feminina alcançava meus ouvidos, eu não precisava me virar para saber quem era. Ellen. Comecei a andar mais lentamente, e depois de exatos cinco segundos, senti alguém pular em minhas costas, era ela com mais umas de suas brincadeirinhas.

- Aii!Você é muito pesada –reclamei, tirando ela de cima de mim- Você devia fazer essa brincadeira com alguém que te agüente!

- Sua chata! –brincava ela, cruzando os braços- Mais sabe, eu vim te convidar.

- Pra quê? –o desanimo na minha voz era aparente.

- Que desanimo, melhora essa cara! –falava enquanto me analisava- Para a gente fazer uma maratona de filmes lá na minha casa.

- Eu só tenho essa, e só da para melhorar se fizer plástica. Ellen eu não quero...

- Nada disso, você vai sim, e nem quero saber de “não quero” da senhorita. Vamos lá, você adora assistir filmes.

- Eu estou realmente cansada.

- Você vai nem que eu tenha que te arrastar. Todo mundo vai: Charles, Jane, Matt, Andrew, Brad, Eric, eu, e claro, o Simon.

Ellen fez questão de dar ênfase ao último nome. Eu naturalmente não pude deixar de sorrir, ela tinha algumas maneiras estranhas de tentar me animar, porém era só dessas formas que ela conseguia. Concordei com ela, eu iria assistir os tais filmes, só esperava não estar fazendo alguma escolha errada.

De alguma forma eu realmente estava mais feliz por ter recebido o convite e saber que teria alguém para conversar hoje, falar sobre coisas que não acrescentariam nada na minha vida, coisas idiotas que me fariam rir. Ao chegar à minha casa joguei minha mochila em cima do sofá e subi correndo as escadas em direção ao meu quarto para trocar de roupa e arrumar meu cabelo. Desci as escadas agora mais lentamente, o que me fez deparar com a minha mochila, eu havia esquecido completamente de tudo, mas resolvi deixar ela (a carta) lá, no meio dos livros. Tinha quase certeza que não seria queimada no fogo do inferno por isso.

Pouco tempo estava na frente da casa da minha amiga tocando a campainha. Ela abriu a porta com um belo sorriso, segurando um copo de refrigerante. Fez sinal para que entrasse. Me surpreendi quando encontrei todos já na sala, ansiosos para começarem a assistir o filme,que por sinal eu nem sabia qual era.

- Que filme nós vamos assistir? –perguntei, me sentando no chão, já que no sofá não tinha mais espaço.

- De volta pro futuro - responderam em um coro perfeitamente sincronizado.

- E então, porque não começa logo?Eu adoro o Marty.

- Porque o Oliver ta lá na cozinha é só esperar ele voltar...

- QUÊÊM?

- Oliver, aquele garoto da nossa sala –respondeu Jane- Sabe quem é?Um garoto ruivo...

- Eu sei muito bem quem é.

A última pessoa que eu espera ver ali, mais que infelizmente eu vi. Ainda estava contrariada com a idéia de ter de assistir um filme inteiro com a presença daquela pessoa, quando o vejo bem a minha frente,com uma vasilha de pipocas, levando uma a boca; ele estava surpreso em me ver ali.

- Da licença, eu quero passar –pediu ele, com uma naturalidade impressionante – A gente já pode começar o filme?

Encolhi minhas pernas para que ele conseguisse passar; e para mais desespero e infelicidade ele se sentou ao meu lado, cheguei a pensar comigo se a coisa podia piorar, e a resposta é sim. Podia, e tanto que piorou.

- Quer pipoca? –ofereceu, enquanto eu o olhava com terror, enquanto tentava pedir ajuda para alguma alma bondosa, ele continuava - Tá gostosa, pega ai.

- Não, obrigada.

- Pega ai. Não tem veneno não, você não precisa ficar me olhando com essa cara.

- Com que cara eu estou de olhando?

- Com essa cara ai –apontava ele pra mim- Até parece que eu vou te matar.

- E não vai?

- Talvez –riu ele, agora se voltando para a televisão- Mas só depois de assistir o filme.

O terceiro e último filme ia chegando ao fim, e algumas vozes já começavam a aparecer pela sala com os seus comentários desnecessários. Quando o filme verdadeiramente acabou e os créditos já começavam a subir pela tela, ouve desapontamento o gostinho de “quero mais” continuava no ar, porém todos ali sabiam que não haveria continuação. Levantei-me do chão, estava toda dolorida por ter ficado sentada tempo demais num chão duro, com apenas um tapete que revestia o chão; mas ignorando completamente a dor fui em direção a cozinha pegar alguma coisa para beber, minha garganta estava seca e eu precisava urgentemente molhar meus lábios.

Abri a geladeira e procurei refrigerante, na verdade nem precisei procurar, foi a primeira coisa que eu consegui ver na minha frente. Peguei a latinha e fechei a porta da geladeira. Não me demorei a tomar o primeiro gole. Refrescante.

- Eu preciso falar com você.

Era o garoto ruivo outra vez, para variar.

- Acho que o que você tinha pra me dizer você já disse não acha?

- Ai é que você se engana, eu só disse metade do eu tinha pra dizer.

- Agora eu não estou com tempo... Depois você me fala ok?Bye.

Instantaneamente senti uma pressão contra o meu corpo. Ele estava me empurrando contra a parede, me prendendo a ele com as suas mãos. Pensei em gritar, em esbravejar, mas resolvi colocar as cartas na mesa, e mostrar a ele que eu não era uma garotinha da qual ele poderia contar vantagem.

- E agora o que você vai fazer hem? –desafiou ele- Chamar a sua mamãe ou o Simonzinho correndo, para te salvar das garras do lobo mau?


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, isso me ajuda a continuar escrevendo!