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O barulho dos galhos batendo na janela era apavorante, eu fitava o teto cor de gelo e sentia minhas bochechas queimarem a cada lagrima silenciosa que eu derrubava.  Meu celular berrava aquele toque totalmente irritante pela milésima vez.  Eu não iria atender, sabia quem era, e sabia que não iria valer a pena.

Como ele pode?  Como alguém consegue mentir tão bem, e por tanto tempo?  Será que ele não sentiu nada, nem se quer uma pontinha de remorso?  Oh, mas é claro que não, já deve ser de seu fetiche fazer isso.

Ilusão, ilusão, ilusão. É o único adjetivo que eu estava conseguindo pensar ao lembrar de tudo que passamos juntos!
Eu peguei meu celular e encarei o visor, era ele.

Nunca reparei ser tão forte até aquele momento que vi meu celular voar em direção a parede, levantei da minha cama e fui em direção ao banheiro. Encarei por alguns segundos aquele aparelho despedaçado sobre o carpete cor de vinho e lembrei por apenas um segundo das suas palavras, que mesmo sendo fingidas, me trouxeram felicidade por alguns segundos, me lembrei de sua boca e de seus beijos viciantes e quentes, lembrei de seus abraços que me passaram segurança por tanto tempo.

Dei um tapa em minha testa numa tentativa falha de que tudo marcava presença na minha mente que me levasse a ele, fosse embora, da minha mente, do meu corpo, da minha vida!  PRA SEMPRE!

Entrei no banheiro e encarei meu estado totalmente deplorável visto pelo espelho.

Olhos estupidamente inxados, bochechas mais vermelhas impossível, olheiras aparentes, marcas vermelhas pelo braço que eu nem me lembro como foram feitas ao certo.  Eu estava um caco, realmente, um caco!