A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Oie!
:)
Gente, esse capítulo está de tirar o fôlego - pelo menos foi assim que me senti ao escrevê-lo.
Aqui começa o Embate Final!
Divirtam-se..
Boa Leitura!



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Capítulo 41

Pov Thalia

Ouvi um estrondo. Alguém, para o que quer que fosse fazer, havia entrado na ala das masmorras e se aproximava com passos quase silenciosos. Sean, que dormia escorado lateralmente nas barras de ferro, acordou assustado com o barulho, já eu, não consegui sequer fechar o olho desde que recobrei a consciência após o efeito do sonífero passar.

Olhei adiante e suspirei. Era Petrus que estava ali, o pequeno criado de aparência frágil e amigável, que servia àqueles que querem a minha cabeça. Antes que ele dissesse alguma coisa, o garoto que me “salvou”, segundo o que o próprio disse, o perguntou.

- Petrus, como estão as coisas lá em cima? Digo, conseguiu descobrir algo sobre o plano deles? – Sean disse baixo, talvez por medo de alguém que não deveria escutar.

Petrus arqueou levemente uma sobrancelha.

- Já contou a ela? – o servo devolveu com outra pergunta, apontando delicadamente pra mim. Sean apenas assentiu.

Tinha a impressão de que estavam praticamente me excluindo da conversa, como se eu fosse um mero objeto. Tratei de impor minha voz sobre a situação:

- Já estou sabendo de tudo Petrus, inclusive da parte em que ele disse ter me salvado.- eu esclareci, com um tom de voz bem impessoal.

- Ah sim senhorita Thalia. Bem, se não fosse por ele você estaria morta agora. - Meneei a cabeça, pensando em explica-lo sobre a imortalidade, mas achei melhor não pois esta era uma hora sumariamente inoportuna pra isso.

- Pois bem, vim avisar a vocês que os seus amigos se aproximam, inclusive as guardiãs e a deusa com o livro secreto. Medéia já está em polvorosa com o embate, assim como todos os outros. Não vai demorar muito até que ela mande os soldados de ferro virem busca-los, especialmente você Thalia, segundo ela, tu serás o primeiro “espetáculo da noite que lentamente cai.” – ele disse piscando lentamente, em um gesto claro de tristeza, o que me fez perguntar a mim mesma se Petrus estaria ou não  ao nosso lado.

- Petrus, gostaria de te fazer uma pergunta. – Sean foi incisivo.

- Pode fazer garoto, você sabe, temos liberdade um com o outro, te conheço desde quando nasceu. – ele disse com um pequeno sorriso de lado, embora estivesse cabisbaixo.

- Tenho um plano para acabar com toda essa história de destronar os olimpianos, mas será arriscado. Estaria disposto a ajudar-nos? – o garoto disse suplicante.

Por mais irritante e atrevido que ele fosse, eu começava a ver no filho de Hécate inúmeras qualidades. A coragem de desafiar o próprio pai e também aos deuses que servia é uma delas; o raciocínio rápido e de certa forma, eficiente, também é um ponto a seu favor e eu não podia deixar de notar a sinceridade que transmitia por seus olhos arroxeados quando tentava se redimir perante a mim. Tudo bem, não devo desviar o foco agora. (n/a: O que acham desses elogios de Thalia?)

- Sabe Sean, eu estive por anos à espera de uma oportunidade de me desvencilhar de toda essa sujeira. Diga-me, o que devo fazer? – Petrus disse sem hesitar, o que eu achei estranho, já que o mesmo demonstrou certa fidelidade a seu senhor desde que o vi pela primeira vez.

Nós três confabulamos brevemente sobre o plano a ser posto em prática daqui a apenas alguns minutos. Era uma boa estratégia, mas apenas um mínimo deslize, e a vida de alguém seria ceifada. Era arriscado sim, mas a melhor chance que tínhamos também.

Petrus deixou o local, enquanto eu e Sean repassamos nossas funções no plano, até que os soldados de ferro – os gigantes negros, apareceram.

Pov Stormie

Em frente a uma grande porta de ferro. Era assim que nós encontrávamos. Acima de nossa cabeça, um monumental castelo de pedra se erguia lembrando-nos que quem quer que fosse o dono, monopolizava muito poder em suas mãos. Eu tinha alguns palpites, mas nunca ousaria arriscar, não diante do temperamento intempestivo da maioria dos deuses e das criaturas mitológicas, era melhor não verbalizar.

Senti um leve arrepio. Chacoalhei levemente o corpo para afastar qualquer pensamento ruim, já que era a última coisa que precisaríamos a partir de agora. Querendo ou não, não havia mais como correr.

Olhei para Annabeth e a mesma assentiu. Nós duas viramos para o restante do pessoal e nos abaixamos, pedindo a todos que se aproximassem o máximo possível.

Eu disse a eles objetivamente:

- Todos vocês, mantenham-se alerta a todo o estímulo, mesmo o mínimo; deixem suas defesas armadas com as armas preparadas; não reajam caso sejam provocados, a menos que não tenham escolha; procurem manter-se juntos. – listei as instruções para que todos tivéssemos a mesma postura.

Annabeth continuou.

- O livro oculto é de grande importância, por isso, tentem protege-lo. Mas lembrem-se, nossas vidas não devem a ficar à mercê deles. Protejam-se com a mesma intensidade aplicada ao livro. Ah, e fiquem atentos aos nossos sinais. Entendidos?

A maioria balançou positivamente a cabeça. Apenas Paige não. Ela levantou seu tronco e com a voz em altura perfeitamente audível, disse.

- Beleza, mas então, vamos entrar agora? – ela só não contava com o eco. Notamos uma enorme abertura na lateral do palácio. Por ela com certeza passaram os resmungos de Paige, o que nos dava a certeza de que eles apareceriam a qualquer momento.

Eles já sabiam que estávamos ali. Preparamos-nos. Percy, Nico e Annabeth tomaram a dianteira. Eu empunhei minha lança e me centralizei, enquanto Grover, Julie e Paige ficaram mais atrás.

Não demorou muito para ficarmos frente à frente com cinco figuras distintas, mas com o mesmo desejo incontrolável de destruição e poder. Reconheci todos de imediato, e fiquei surpresa ao ver Medéia tomar a frente perante os outros. Todos estavam surpreendentemente com armaduras gregas completas, sendo escoltados por sentinelas de ferro, totalmente robotizados. Como se não bastasse, ao longe eu podia ver um grupo relativamente grande de monstros vindos direto do Tártaro, em suas mais variadas espécies.

Pensei sobre como conseguiram recrutar esse exército tão pouco tempo depois da Guerra contra Cronos, mas a resposta surgiu quase imediatamente em minha mente – Medéia era feiticeira, filha de Hécate, a carcereira do mundo inferior. Ela deve ter feito algum feitiço para burlar a vigilância da mãe e construir seu efetivo de “soldados” para raptar as guardiãs das espadas gêmeas e consequentemente o livro oculto. Não pude deixar de observar que o semideus que nos perseguiu durante toda a missão estava lá – Deon, o filho de Afrodite om poder de persuasão. Somente dei falta do filho dele, o garoto filho de Hécate também, que sempre o ajudara a atrapalhar os meio-sangues e estava o Monte Parnaso no dia em que o portal foi aberto. O que quer que tenha acontecido, deveria ser deixado para depois, dadas as circunstancias.

Respirei fundo, ela estava em frente a nós.

- Vocês demoraram meus caros, mas finalmente estão aqui. Vieram salvar a irmãzinha Stormie? Oh sim, claro, vocês nunca a deixariam as mãos da tão perigosa trupe – Medéia disse encenando sobre sorrisos irritantemente sarcásticos vindos de Nêmesis, Phobos, Hebe e Deimos.

- Você sabe que sim Medéia. Onde ela está? – eu confrontei-a, firme.

- Não será tão fácil assim Stormie. Você, querida, sabe o que eu quero em troca. – ela disse tentando se aproximar um pouco mais, porém, Percy empunhou Contracorrente e avançou perigosamente um passo, o que a fez recuar.

- Sim, mas não abriremos mão do livro. Ou o esforço de Thalia na missão terá sido em vão. – eu falei. Os outros continuaram quietos, apenas com as armas em posição de ataque, atentos ao mínimo movimento.

- Sendo assim, eu mesma findarei com a vida da Caçadora. E logo o livro virá para minhas mãos, porque vocês não tem a mínima chance contra nós. Olhem em volta. – ela abriu os braços mostrando que estávamos cercados. Realmente, seria muito difícil prevalecer sobre eles. Ela tinha razão, mas mesmo assim, não iremos nos entregar.

Medéia fez um sinal com a cabeça, e segundos depois três sentinelas irromperam castelo adentro. Ela sorriu mais uma vez em nossa direção e depois olhou para seus cúmplices, que fizeram o mesmo. Ouvi Annabeth bufar e praguejar algo em grego antigo. Eu apenas abaixei a cabeça.

...

Longos minutos se passaram e nada dos vilões tentarem a alguma coisa, e também os sentinelas voltarem. Eles já estavam ficando impacientes, tanto que Deimos já havia esmagado várias pedras médias de terra aparentemente sólidas.

A atmosfera do local estava densa e clima muito pesado. Os monstros – lestrigões, empousas, ciclopes, dracaenaes e até hidras – nos olhavam com os olhos fumegando, loucos de vontade de atacar, mas ainda não tinha sido dado o sinal, o que os impedia. Enquanto isso, Julie trocava o peso do corpo insistentemente de um pé para o outro, o típico nervosismo florescendo em seu rosto, enquanto Paige mexia nos cabelos com a mão livre, já que a outra segurava firmemente Aquarius. Nico cravou os dois pés no chão e quase não se mexia.

Médeia se virou bruscamente, decidida a entrar no palácio para verificar o motivo de tanta demora. Andando a passos firmes para a entrada, gritou a plenos pulmões:

- PETRUS!

O silêncio continuou a pairar, e apenas a voz estridente da feiticeira ecoava ao longe, fazendo com que parecesse mais assustadora do que é naturalmente.

Quando estava no meio do caminho, algo inusitado aconteceu. Vinda de dentro do castelo, uma flecha de prata celestial cortava o vento, e segundos depois resvalou nos cabelos armados de Medéia e seguiu seu curso. Os outros deuses do mal só notaram quando a arma surpresa explodiu uma empousa. Annabeth abriu um sorriso, e instantes depois apareceram Thalia com seu costumeiro arco em mãos e sua aljava repleta de flechas e Sean, com um punhal. Eles saíram de dentro do castelo e corriam até nós. Passaram pela feiticeira do mal quase que na velocidade da luz.

Quando os outros puderam perceber o que havia acontecido, eles já estavam ao nosso lado, posicionados para combate. Todos olharam para Thalia sorrindo e depois com cara de ódio para Sean, mas minha irmã resolveu a dúvida de todos.

- Agora ele está do nosso lado. – A maioria deu de ombros e assentiu, mas Nico e Percy pareceram não estar satisfeito com a novidade.

Medéia voltou furiosa para a linha do embate. Olhando raivosamente para a Thalia, que lhe devolvia uma faceta irônica, ela rugiu:

- Como vocês conseguiram escapar dos meus soldados de ferro?

- Esperteza querida macumbeira. Coisa que seus lindos soldados não têm ideia do que seja, e você também não, bruaca, pois pra ter serviçais como aqueles, só sendo burra como uma porta mesmo! – Thalia esculachou-a, pegando muito pesado. Medéia ficou vermelha de raiva e levantou a mão para lançar um feitiço na Caçadora, mas Sean bloqueou na hora certa. Os dois começaram a travar uma luta surreal de feitiços e contrafeitiços, cada vez mais puxando energia de dentro si próprios.

Todos afastaram-se. Medéia fechou os olhos e gritou vorazmente avançando para cima de Sean, que segurava o amuleto com o símbolo de Hécate em uma das mãos, e na outra sacava o punhal que tinha guardado. A disputa de magia teve fim somente quando Thalia quebrou o vínculo mágico com uma flecha de fogo, e este foi o sinal para que a batalha começasse.

Empousas corriam fervorosamente para cima de nós, seguidos por grupos incontáveis de lestrigões e dracaenaes, que traziam juntos ciclopes e muitos outros monstros de forma estranha. Annabeth colocou seu boné de invisibilidade e desapareceu no meio da imensidão de criaturas horrendas.

Avancei contra três monstros de uma vez e comecei a lutar com eles. Por vezes me acertaram, promovendo arranhões e às vezes cortes mais fundos, como estava acontecendo com os outros. Todavia, o modo automático de luta estava ativado. Certamente nenhum de nós não pensava outra coisa a não ser atacar/defender/recuar/abaixar/atacar/pular/defender... e foi assim por um longo tempo.

Os outros pareciam se virar bem, mesmo que estivessem lutando com criaturas em quantidades excessivas, e mesmo no meio desse ambiente conturbado, eu pude perceber uma coisa: os deuses e também Medéia e Deon haviam sumido. Depois olhei melhor e vi que observavam da entrada do castelo. Covardes! Não quiseram se arriscar, e mesmo assim se acham no direito de destronar os deuses...

De repente, ouve-se um grito alto e bem profundo. Olho para trás e me deparo com Julie caída no chão, com um talho enorme aberto em sua perna e um lestrigão pronto para lhe dar um golpe fatal. Passei a espada pelo meio de dois monstros distraídos a minha frente e corri para ajuda-la, chegando ao mesmo tempo que Nico, e ambos cravamos nossa lança e espada, respectivamente, no agressor da filha mais nova de Atena.

Julie chorava de dor à medida que seu sangue escorria pela perna. Precisávamos ajudar os outros mas não poderíamos deixa-la sozinha. Olhei para Nico que tinha uma expressão de total desespero, ainda mais real por conta de suor e um pouco de sangue que se misturavam às lágrimas teimosas.

- Você precisa ir ajuda-los. Eu cuido dela. – Nico balançou insistentemente a cabeça em negação, pois não tinha resquício de voz em suas pregas vocais.

- Vá Nico, eu vou ficar bem! – Julie disse a ele e pegou em sua mão. Dando um rápido selinho, ele voltou para a luta.

Peguei um cantil de néctar que tinha comigo e derramei sobre o grande ferimento. Ainda sangrava muito. Para tentar estancar a hemorragia, rasguei um pedaço da barra de minha bata e amarrei firmemente em sua perna.

- Julie, preciso voltar para a luta. Fique aqui e não se mexa. – eu disse a ela cuidadosamente.

- Não, eu vou também. Nós estamos em ampla desvantagem! – ela disse querendo se levantar.

- Você não está em condições. Apenas correria mais risco. Mantenha-se quieta aqui.

Assim que acabei de dizer um ciclope veio em minha direção e atacou-me por meu lado direito. Abaixei sorrateiramente, escapando por pouco do golpe. Travamos uma luta rápida e agressiva, enquanto os outros apresentavam dificuldades de se defender de tantos monstros de uma só vez. Decidi acabar com o ciclope logo e ir ajudar meus amigos, mas meu golpe foi antevisto por ele, que se defendeu e me atacou novamente jogando-me de encontro a uma árvore. O estrondo fez com que todos assustassem e olhassem de onde vinha o barulho.

Minhas costas doeram de maneira incomensurável, mas eu não podia me dar ao luxo de sentir essa dor. Levantei e corri até o ciclope, que distraído, não me viu abaixar e fazer um corte grande em sua perna. Quando abriu um pouco a guarda por conta da surpresa do corte, finquei minha lança em seu único olho, e puxei-a de volta para dar o último golpe, direito em seu coração (se é que eles possuam um...).

Novamente analisei o cenário da guerra e vi que mesmo com todo o esforço, ainda estávamos em tremenda desvantagem. Rezei a meu pai e aos outros deuses para que intermediassem alguma ajuda, já que deduzi que sem ela, apenas eu, Thalia, Percy, Nico, Annabeth, Sean, Julie, Grover e Paige não conseguiríamos, visto a infinidade de monstros e ainda os vilões principais.

Agora, a noite caía e lutávamos á mercê de um milagre. Sorri ao olhar para cima perceber que ele vinha do céu. 


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Notas finais do capítulo

Quem gostou?
O próximo capítulo estará ainda mais emocionante.
Por favor, eu espero reviews hein!
Quem achar que a história merece uma recomendação também... eu ficaria super feliz!! Ah, e dedico o capítulo, ok!
Obrigadíssima por terem lido.
Beijokas com aroma de ambrosia ^.^