A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Oiii
Como passaram o Natal? Espero que tenham se divertido...
Antes de mais nada quero agradecer a Melina Filetto pela recomendação maravilhosa! Fiquei muitíssimo feliz Me, muito mesmo! Por isso, dedico este capítulo inteiramente a ti!
Pessoal, aqui vai mais um capítulo pra vocês. Esse não ficou muito grande, mas também é importantíssimo para a história.
Ficou um pouco dramático e também muito revelador.
Com vocês: A história de Pauline O'mailan.
Boa Leitura!



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Capítulo 25

Pov Pauline

Filha de Hebe – a deusa da juventude. Neta de Nêmesis – a deusa da vingança. Fui esquecida por tudo e por todos depois que meu pai morreu. Morreu tentando pegar algo que enfim traria um pouco de poder e dignidade aos meio-sangues, sempre desprezados por quem deveria amá-los. Martin foi ingênuo. Acreditou mesmo que Phobos e Deimos daria um recompensa satisfatória por ter aceitado roubar o livro oculto.

Eu tinha apenas dois anos quando meu pai morreu, em um naufrágio causado por Poseidon. Ele tinha achado Aquarius, uma das espadas gêmeas feitas por Hefesto e se tornado mágica através de Hécate. Elas foram criadas para proteger o portal do livro oculto, localizado no Monte Parnaso, que se situa no estado de Minnesota.

Fiquei por anos em um abrigo em Toronto, no Canadá, tentando viver minha vida sem lembrar desse meu lado obscuro, mas tudo sempre vinha à tona quando me perguntavam alguma coisa relacionada aos meus pais. Eu não poderia simplesmente dizer que minha mãe é uma deusa grega e meu pai foi morto por Poseidon a mando dos olimpianos – com certeza me transfeririam do orfanato para um manicômio.

Sei que muitos se perguntam como sei de tudo isso se tinha uma idade inexpressiva quando tudo aconteceu. É bem simples: os sonhos. Sempre soube que meus sonhos não eram normais, e confirmei isso quando recebi uma carta que meu pai tinha escrito para mim antes de sair na busca pelas espadas. Parece até que ele previa que não voltaria mais. Quando me deram, eu tinha treze anos.

Querida Pauline,

Você receberá essa carta quando tiver idade suficiente para entender tudo que há nela, e claro, se eu não voltar para te dizer tudo isso frente à frente.

As pessoas normais nunca entenderiam o que se passa no meu mundo, mas sei que você compreenderá, pois ele também é o seu. Antes de mais nada, quero que saiba que eu te amo profundamente e que tudo o que estou fazendo é por você, para que tenhamos um pouco de reconhecimento nesse mundo que nos esquece.

Sei que sempre quis saber quem é sua mãe. Acho que já tem uma ideia não muito clara, mas ela é um ser literalmente divino. Sua mãe é Hebe, a deusa da juventude. Ela não é uma Olimpiana, e esse também é um dos motivos de ter me metido em toda essa história. Ela merecia estar no olimpo, por sua grandiosidade. Mas os três grandes- e todos os outros também – não entendem assim. Eles são uns tolos.

Sua avó também faz parte do nosso mundo. Eu sou filho de Nêmesis, a deusa da vingança. Talvez seja também por isso que eu tenha topado roubar um livro repleto de informações sobre os pontos fracos dos deuses mais poderosos, que é muitíssimo protegido pelos mesmos. Indignados com a falta de consideração constante, Phobos e Deimos – deuses menores filhos de Ares – me propuseram um acordo e eu aceitei. Agora não dá para voltar atrás, e essa é uma grande oportunidade de me vingar dos deuses maiores pelo descaso com Nêmesis, Hebe, Phobos, Deimos, você, eu, e todos os outros com quem eles não se importam.

Se acontecer algo a mim, os deuses filhos de Ares prometeram te proteger. Você não estará sozinha em momento algum, lembre-se disso. E assim que puder, volte para os Estados Unidos, minha e sua terra natal.

Ficarei com saudades eternas,

                                          De seu pai, Martin O’mailan.

Ao primeiro olhar, tudo parece muito confuso. Eu fiquei muito tempo tentando entender toda a mudança que ocorreu em minha vida depois que eu li a carta. Não contei a ninguém o que tinha descoberto, até porque não havia ninguém ali em que eu pudesse confiar. Menos de um mês depois, apareceu um sátiro (que eu só descobri que era isso após algum tempo) com uma autorização de me tirar o orfanato e me levar para um tal acampamento para pessoas “especiais”, como é o meu caso. E eu fui.

Vivi por anos no Acampamento meio-sangue, localizado na costa de Long Island. Pelo menos, mesmo que não tivesse planejado, eu fiz uma das vontades do meu pai e voltei para o nosso país de origem. Confesso que pensava que algo mudaria radicalmente em minha vida, mas não foi bem assim que aconteceu. No acampamento eu recebi um pouco mais de atenção do que no orfanato, porém eu ainda continuava com minha sina de ser esquecida por tudo e por todos.

Aprendi a me defender e descobri que monstros realmente existem, já que ainda não tinha tido a sorte (ou o azar?) de encontrar algum pelo meu caminho. Fiz alguns poucos amigos e segui tranquilamente até que o dia de partir chegasse. E ele chegou. Em uma noite escura de verão, arrumei minhas coisas e decidi que agora eu faria minhas próprias escolhas. Tinha dezenove anos.

Mudei-me para Detroit, no Michigan, e trabalhei em vários locais até conhecer Steve, com quem me casei e tive uma filha – Christine. Minha vida seguia normal, e meu marido e minha filha nunca souberam nada do meu passado, até que um certo deus aparece na vida de minha filha. Eles tiveram um romance passageiro, todavia ela engravidou.

Então, contei toda a minha história a eles.

Christine deu a luz a um garotinho muito esperto, que se tornou a alegria dos meus dias. Mas uma noite, um dos meus mais terríveis pesadelos se tornou realidade.  Nossa casa foi invadida por monstros esquisitos (n/a: nunca vi um monstro normal...), em suas mais variadas formas, que provavelmente queriam meu neto. Mas como eu sabia lutar contra essas criaturas, peguei o menino e o escondi enquanto destruía alguns deles. A luta foi árdua e cansativa, pois eu sozinha não era capaz de deter tantos seres malignos de uma só vez, mas o importante é que o menino continuou a salvo. Contudo, meu marido e minha filha não tiveram a mesma sorte: um espírito da tempestade conseguiu matar os dois, com golpes fatais e carregados de sofrimento. Antes que eu pudesse arruinar o que acabou com minha vida, o espírito monstruoso sumiu junto com o vento.

Eu não conseguia acreditar no que aconteceu. Chorei durante horas ininterruptas pela tragédia que ocorreu em minha família, mas logo me recompus porque tinha uma criança pequena que com certeza não entendeu o que aconteceu naquele momento. Eu precisava cuidar dele agora, e não poderia ser fraca. Eu só tinha a ele, e ele só tinha a mim.

      ...

 “Era o seu último ano de vida. Chovia quase todos os dias, trazendo uma das primaveras mais úmidas de que podia se lembrar. Entretanto, maio tinha sido um mês totalmente seco, como se alguém tivesse fechado a torneira em algum lugar. [...]”

(A última música – Nicholas Sparks)

Eu sempre gostei de histórias dramáticas. Principalmente nos últimos dez anos. Elas me fazem relembrar tudo o que passei, e me confortam passando a mensagem de que não sou apenas eu que passei por coisas difíceis durante minha existência.

Estava lendo um livro quando ouço alguém bater na porta.

[Toc toc]

Eu não costumava receber visitas. Pelo menos não quando meu neto não estava em casa. Como ele também era um semideus, o enviei pela primeira vez ao acampamento meio-sangue, até porque nesse ano ele fez treze anos, e os ataques de monstro estavam cada vez mais frequentes.

Corri até a porta de entrada e olhei pelo olho mágico. Vi uma garota loira e alta, com um semblante sério e um ar de intelectual. Ao seu lado estava um garoto de olhos verdes e cabelos desgrenhados que o deixavam descontraído, mas sua feição denunciava sua preocupação. Uma menina de cabelos pretos e repicados e olhos tão azuis e penetrantes que amedrontavam quem os olhasse diretamente estava acompanhando os dois.

Depois de hesitar por um momento – afinal eu não conhecia nenhum dos três – abri a porta.

- Olá senhora. Disseram para que viéssemos aqui, mas não sabemos ao certo o motivo. Pode nos dizer seu nome? – a garota loira logo disparou.

- Olá crianças. Fui avisada de que viriam. Sou Pauline O’mailan.

Eu realmente tinha sido avisada que eles viriam. Por quem? Pelo meu neto, que estava no acampamento agora. Como ele sabia disso? Bem, por enquanto eu estou proibida de falar, então tirem suas próprias conclusões.

- Será que podemos entrar para conversar com a senhora? – a garota loira perguntou novamente.

- Claro que sim! Por favor. – eu respondi dando espaço para que eles passassem.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Comentem por favor...
Gente, eu fiquei um pouquinho decepcionada com o último capítulo. No capítulo 24 eu fiquei muito animada porque muitos comentaram, mas no anterior a este o número de reviews caiu. Seria pedir demais que vocês(todos vocês) postassem comentários para eu saber vossa opinião? Acho que não né?!
Conto com vocês para esse, ok!?
Obrigadíssima a todos que já comentaram na fic e também aos que leram...
Posto o próximo assim que der, e farei o possível pra que seja rápido.
Beijinhoss ;)