The Sound Of 2 Hearts: Segunda Temporada escrita por Mariia_T


Capítulo 16
Sweet Paradise


Notas iniciais do capítulo

Eu estou me sentindo uma cretina por não ter postado ontem. Vocês me deram mais de DEZ reviews e eu não postei. Podem me xingar, eu deixo. Vocês são tão linddas e eu sou tão... Uma quebradora de promessas. Eu sou uma vaca, me odeio. Desculpa gente D: Bom, se alguém aí estiver a fim de ler, boa leitura (:



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- Miranda

     Ele era um idiota. Vinha com mil pedras na mão para depois me chamar para sair... Nem sei como não surtei. Meu estômago se transformou em várias borboletas que ainda voavam aqui dentro.

     Terminei meu café e voltei para o quarto. Scooter disse que teríamos compromisso mais tarde então resolvi ficar no quarto, fazendo nada. Nada até Fredo entrar no quarto, com um enorme sorriso.

     - Bom dia, flor do dia. – Ele rimou.

     - Bom dia. – Eu ri fraco.

     - Fiquei sabendo que vamos para um estúdio depois do almoço. – Contou. – Temos... Duas horas. Quer fazer algo comigo até lá? – Ele parecia tímido.

     Fiquei sem reação. Ele estava me chamando para sair? Tipo, só nos dois... Juntos. Sozinhos e juntos? Hoje era o dia de me chamar para sair, só pode.

     - Ahn... O que você sugere? – Perguntei, tentando disfarçar.

     - Não sei... Podíamos ir ao oceanário... Seria legal. Você já foi em um?

     - Já... Em Lisboa, apenas, mas muita coisa estava fechada para manutenção. – Fiz uma careta, recordando aquele dia.

     - Perfeito! Se você quiser, depois podemos comer frutos do mar! – Ele riu e não pude deixar de rir também. Pegou minha mão e nos tirou do hotel. Fredo era um cara muito fofo, encantador.

     Chegamos ao estúdio um tanto atrasados. Meu cabelo estava molhado, já que Fredo me convenceu a nadar com alguns peixes do oceanário. Para total ironia do destino, almoçamos peixe. O que não foi muito legal, porque eu ficava lembrando os peixinhos que eu havia brincado mais cedo.

     Scooter estava na porta do estúdio, com os braços cruzados e os lábios formavam uma linha severa. Ele nos viu chegar.

     - Isso são horas, gracinha? – Perguntou a mim, caminhando em nossa direção.

     - Desculpe, nós nos atrasamos... – Tentei me desculpar.

     - Que isso não se repita, ok? Você tem que aprender a tomar responsabilidades. – Bronqueou. Assenti, sem graça. – Ao trabalho.

     Passamos por ele e dei um tapinha no braço de Fredo.

     - Desculpa! – Pediu. – Não achei que iria demorar tanto!

     - Chato! Da próxima vez eu arranco sua cabeça. – Ameacei.

     - Que medinho de você. – Zombou.

     Ignorei e fui procurar pelo Good. Ele, de certa forma, era o cara com quem eu devia conversar sobre minha área de atuação ali. Ok, isso foi muito formal. Enfim, eu precisava que ele me passasse as instruções sobre o que fazer e como fazer.

     Justin iria gravar um comercial para uma campanha alertando sobre os riscos de acidentes de trânsito.

     - Miranda! – Ry estava na porta do camarim e me viu quando passei por ali, meio distraída. – Ajuda o JB a se vestir, preciso resolver uma coisa.

    - Claro. Mas... O que houve?

    - A Ash me ligou. – Ele sorriu, meio bobo. Ashley Benson, era a namorada ou amiga colorida dele. Ele sempre dizia que eram apenas amigos, mas eu sabia que ele gostava dela, só não admitia. – Obrigado. – Deu um beijo na minha cabeça e saiu por onde eu entrei.

     Respirei fundo e entrei no camarim. Justin saiu do banheiro só de calça, com uma blusa roxa nas mãos, não pareceu me perceber ali. Vestiu a blusa e analisou seu reflexo no espelho. Apenas observei tudo, parecendo uma idiota.

     - Você está babando. – Ouvi ele dizer e voltei a mim.

     - Idiota. – Ri fraco, desviando os olhos, senti minhas bochechas queimarem.

     - Admita, eu sou sexy. – Piscou para mim. – Ei, você gostou? – Alisou a blusa roxa.

     - Hm... – Demorei um segundo para entender o que ele havia dito. Vi uma arara com algumas blusas. – Veste essa blusa branca e essa xadrez por cima. – Sugeri.

     - Obrigado. – Pegou as peças e tirou a blusa roxa. Fui obrigada a desviar os olhos. Quando ele terminou de se vestir, voltei a encará-lo. – Estou distraindo você?

     - Convencido. Vai logo para o estúdio. – Revirei os olhos.

     - Ei, não vai mesmo jantar comigo? – Perguntou, sorrindo de lado.

     - Já dei minha condição. – Bati de leve em seu ombro, me divertindo com aquilo. Ele fez uma carinha de concentração. Senti vontade de apertar suas bochechas, mas me contive. – Vamos, Bieber. – Empurrei-o em direção à porta.

     Saí do banheiro enrolada na toalha. Peguei um short e uma blusa xadrez de flanela. Vesti-me e caí na cama, abrindo meu livro favorito. Seria uma boa noite de verão, fazendo nada.

    Baguncei meu cabelo molhado com as mãos e me acomodei nos grandes travesseiros da cama. Abri na página que havia parado e... Alguém bateu na porta. Bufei e levantei da cama, sem a menor vontade.

     - Oi! – Era o Bieber. – A gente está indo jantar, quer vir conosco? – Perguntou, sorrindo fraco.

     - Ahn... Eu pensei em ficar aqui e...

     - Ficar trancada num quarto de hotel por uma noite inteira? Isso me parece tão chato! – Disse. Aquilo me parecia mais um teatrinho, mas resolvi ignorar.

     - Cadê o pessoal? – Indaguei.

     - Eles já estão lá, nos esperando.

     - Uhum. – Acredito muito nisso.

     - Ah, vamos lá, Miranda. Eu não vou te sequestrar! – Protestou.

     - Tá, tudo bem. Espera eu trocar de roupa. – Falei, fechando a porta sem muita educação.

     - Pegue um casaco! – Gritou, do outro lado da porta.

     Troquei o short por um jeans e coloquei uma sapatilha. Peguei um casaco, já que ele havia pedido, talvez fosse fazer frio. Passei uma maquiagem básica e saí do quarto.

     - Nada mal. – Ele me analisou de cima a baixo.

     - Cala a boca. – Meu Deus, aquele garoto estava muito mudado! Ele estava sempre fazendo um comentário meio tarado!

     Ele abriu a porta do carro para mim e depois foi até o lado do motorista. Ele estava esquisito. Muito esquisito.

     Encarei o garoto quando vi o letreiro de Hollywood passando por nós. Estávamos indo para Hollywood? Por quê?

     - Bieber?

     - Relaxa. – Ele sorria. – Você vai adorar.

     - Aposto que vou te dar um soco. – Resmunguei.

     Ele estacionou o carro na frente de algo que parecia ser um galpão. Fiquei com medo de descer do carro. Havia um caminho iluminado por pequenas lamparinas que davam acesso à porta de entrada do galpão. Justin saiu do carro e abriu a porta para mim. Tirou algo do bolso e sorriu.

     - O quê... – Ia perguntando, até ver que o que ele tinha nas mãos era uma venda. – Ai meu Deus.

     - Não vou abusar de você, menina. Sai logo do carro. Estou ansioso. – Ele pediu. O sorriso ainda estampava seu rosto. Dei a mão a ele, que me ajudou a sair do carro. – Posso? – Estendeu a venda. Virei-me lentamente e fechei os olhos, logo depois senti a venda encostar em meu rosto. – Está apertado? – Perguntou. Neguei com a cabeça. – Ok, vamos.

     Ele segurou minha mão e me puxou, com cuidado. Ouvi a porta sendo aberta e um vento frio bateu em meu rosto. Andamos mais um pouco, mas eu já sabia que estávamos dentro do galpão. O chão parecia ser de madeira, daqueles antigos, pois rangia um pouco.

     Ouvi o som de outra porta se abrindo, mas dessa vez, essa rangeu. Outro vento frio me recebeu. Eu podia sentir a respiração animada de Justin, por isso concluí que estávamos em um ambiente fechado. Alguns panos pesados passavam tocavam minha pele... Não eram panos, eram felpudos e grossos, como casacos de pele. Logo os panos sumiram e o chão agora era fofo debaixo de meus pés. Agora o frio era maior.

     - Ok, chegamos. – Disse, soltando minha mão e desatou o nó da venda.

     - Finalmente... – Parei de falar quando vi onde estávamos. Arfei uma ou duas vezes. Acho que estava sorrindo feito uma criança. Aquilo era completamente incrível. Tive que me conter para não gritar. – O quê...?

     - Bom, você disse que queria jantar em Nárnia, então...

     - Você construiu Nárnia para mim! – Gritei, colocando o casaco.

     - É... Gostou?

     - Tá brincando? Eu amei! – Contive a vontade de abraça-lo. Justin parecia satisfeito consigo mesmo. – Não precisava ter feito tudo isso.

     - Mas eu queria jantar com você.

     - Por quê?

     - Ahn... Estava te devendo uma, certo?

     - Você podia ter me dado dinheiro.

     - Você não precisa de dinheiro. – Rebateu.

     - Que seja, poderia ter me dado um autógrafo.

     - Você tem acesso a tudo sobre mim e quer um autógrafo?

     Não respondi aquela.

     - Vamos ao que interessa. – Ele pegou minha mão e nos conduziu por um caminho por entre as árvores decoradas com montinhos de neve falsa.

     O caminho dava acesso a outra clareira. Havia nela uma espécie de deque coberto, decorado por luzinhas brancas, como aquelas de natal. No deque, havia uma mesa para dois, posta com alguns pratos e talheres. Alguns pontinhos brancos se alojaram em meus cílios. Olhei para cima e vi neve falsa caindo. Meu Deus, aquilo era perfeito. Até mesmo a temperatura foi alterada.

     - Não vai dizer nada? – Justin soltou minha mão e subiu os degraus do deque, fazendo pose. Notei o que ele vestia; um suéter creme e um casaco escuro por cima, jeans e seus inseparáveis supras.

     - Justin... Isso aqui é...

     - Perfeito?

     - Mais que isso. – Sorri, indo até ele.

     Justin puxou a cadeira e eu me sentei nela. Depois ele sentou-se, esfregando uma mão na outra, animado. Ele estava lindo naquela noite. Ok, não só naquela noite, mas enfim.

     - Vamos comer? – Perguntou, arrancando-me de meus devaneios.

     - Claro. – Sorri.

     Um fauno – um fauno. Pausa. – apareceu, empurrando um carrinho com o jantar. Eu comecei a rir descontroladamente e Justin sorriu, me assistindo surtar.

     - O que é? Eu queria algo bem parecido, ok? – Defendeu-se.

     - Eu adorei. – Garanti.

     O fauno deixou o carrinho ao lado da mesa e saiu, cambaleante. Coitado, a fantasia deve ser pesada.

     - Quanto pagou a ele para fazer isso? – Perguntei.

     - Fala sério! É um fauno de verdade! Não percebeu?

     - Com certeza é um fauno de verdade. Só você mesmo para achar um fauno, não é, Justin? – Nós rimos.

     - Eu dei uma boa quantia... Tá, tudo bem. É o Fredo ali. – Ele disse e nós dois começamos a rir de novo. – Estou brincando.

     - Vocês são amigos mesmo? – Brinquei.

     - Ok, vamos comer.

     - O que tem aí?

     - Espaguete, hm. Arroz e feijão, – ele me lançou um olhar ao dizer isso – bolo de carne... Tem muita coisa aqui.

     A gente se serviu e conversamos sobre muita coisa enquanto comíamos. Era tão fácil esquecer todo o mal que Justin já me causara. Talvez porque eu, de fato, havia perdoado todos os seus erros. Como não amar cada defeito daquele menino? Como não sorrir ao vê-lo sorrir? Era muito difícil. Eu estava ferrada. E muito.

     O fauno voltou, trazendo agora as sobremesas. Eu estava me sentindo num outro mundo, de verdade. Eu estava me sentindo a Lúcia. Aquilo era tão mágico. Era como estar no set de gravação de As Crônicas de Nárnia. Mas... Por que ele havia feito tudo aquilo por mim?

     - O que é a sua sobremesa? – Ele perguntou.

     - Hm... Sorvete de menta! – Gritei, ao provar.

     - Nunca experimentei. Posso provar?

     - Não senhor! É meu, sai! – Abracei meu potinho com sorvete.

     Ele riu de mim e colocou sua cadeira ao meu lado e sentou-se. Fiz bico. Ele não ia tirar meu sorvete de mim.

     - Vai, Miranda, deixa! – Ele tentou enfiar a colher no meu sorvete.

     - Sai, Justin! – Gritei.

     - Sua egoísta.

     - Guloso.

     Nós começamos a rir da cara um do outro e comemos nossas sobremesas. Ele ameaçava pegar um pouco do meu, mas eu estava na defensiva. Era o meu sorvete que estava em questão.

     - Meu Deus, já são dez horas da noite. – Espantei-me ao ver o horário. Nós havíamos saído do hotel não eram nem sete horas.

     - Nossa, vamos voltar para o hotel. Não gosto de dirigir tão tarde naquela autoestrada de volta para Los Angeles. – Justin levantou e me puxou junto.

     Desci o deque e caminhei de volta. Antes de adentrar aqueles arbustos, dei meia volta e tirei uma foto do deque, que só parecia mais lindo que antes. Passei pelas árvores e quando saí, um monte de neve caiu em cima de mim. Droga de gravidade. Justin riu alto da minha cara.

     - Espera, eu te ajudo a limpar. – Começou a bater de leve em meus ombros, tirando a neve. Balancei a cabeça, tentando tirar a neve de meus cabelos e caiu no meu rosto. – Fica quieta. Tem no seu rosto. – Passou o polegar na minha bochecha e manteve sua mão lá. Olhei para ele e fiquei presa em seu olhar. Meu coração disparou e meio que sem pensar, fechei os olhos. A única coisa que senti depois foi a pressão de seus lábios nos meus.

     A mão livre segurou minha cintura suavemente, me puxando mais para perto. Meus pés somente empurraram a neve ao tentar dar um passo, enquanto eu sentia todos meus membros amolecerem e eu não conseguia nem ao menos movê-los. Sua língua pediu passagem e eu cedi, sentindo cada terminação nervosa do meu corpo entrar em choque. O modo como aquele garoto me fazia sentir era insano. Por fim, consegui colocar meus braços em volta de seu pescoço e foi isso que bastou para acabar com todo e qualquer espaço entre nós.

     Como um tapa, voltei à realidade. Aquilo era errado.

     - Justin... – Separei nossos lábios, respirando com dificuldade, lutando contra a vontade de voltar a beijá-lo.

     - Hm? – Ele ainda tinha os olhos fechados e encostou sua testa na minha. Olhei o chão, sem saber o que fazer.

     - Isso é errado.

     - Por quê?

     - Porque você tem a Selena. – Falei, por fim. Ele ficou tenso e abriu os olhos, me fitando.

     - V-você tem razão. Desculpe por isso. Eu...  – Ele bufou de frustração e saiu andando na frente.

     Segui, em silêncio. Parte de mim estava me odiando por aquilo. Mas outra dizia que eu havia feito o certo. Eu seria a outra, estaria sendo uma imbecil. E havia mais... De repente me dei conta de que não sabia se eu e Tyler ainda estávamos juntos, apesar de sua viagem.

     Passei pela sala escura, olhei para trás, para o guarda-roupa e sorri. Justin havia pensado em tudo. Dei um suspiro pesado, deixando toda aquela noite maravilhosa para trás, trancada dentro de um galpão. Doce paraíso, que estava muito longe de mim. 


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Notas finais do capítulo

Ai, nem um milhão de desculpas vão ser suficientes, ai. Tipo, mesmo com meu 8,3 divo, minha mãe achou motivos suficientes para brigar comigo. Mas sério, desculpa. Amo vocês, ok? Ah, se vocês puderem me xingar um pouquinho, irei me sentir melhor :D Obrigadinha ♥