Se despediram e o menor se dirigiu para casa, morava com a mãe, mas ela estava fora, trabalhando fora. Suspirou, aproveitaria para escrever uma carta de despedida para sua mãe e arrumaria as malas. Sua sorte que seu amigo Kaito tinha uma van que poderia levá-lo até a casa de Rin e, também, levá-los ao aeroporto para irem em direção a Las Vegas. O sorriso não desaparecia desse rosto, que somente se tornava mais sorridente. Nunca pensaria que encontraria pessoalmente a pessoa que mais amou na vida e ainda por cima se casaria com ela! Nunca pode imaginar isso.

      A loira pegou uma mala rosa, que tinha ganhado do pai quando eles se separaram de sua família, suspirou ao lembrar daquela cena, estremeceu. Abriu a mala e começou a socar as suas roupas dentro da mesma, sua sorte era que a mala era grande, cabia até quarenta notebooks iguais ao seu. Sorriu após um longo tempo, olhou no relógio para ver o horário, oito e quinze, o tempo parecia querer torturá-la, apenas preferiu ignorar isso.

      Suspirou aliviada, tinha separado uma roupa para quando fosse encontrar seu irmão, aproveitou logo para trocar-se. Pegou o pequeno vestido azul claro da cor do céu com umas nuvens brancas, aquele vestido tinha sido mandado por sua mãe quando completou seus 15 anos, calçou uma sapatinha branca com um laço azul da mesma cor que o vestido e arrumou o laço branco em sua cabeça, não se atrevia a tirá-lo.

      Rin pegou um caderno qualquer, arrancando-lhe uma folha e logo começou a escrever uma carta para seu pai, dizendo para não se preocupar com ela, pois ela iria viajar para os Estados Unidos junto com uma amiga, não poderia ligar para ele enquanto estivesse em outro país. Pregou a carta na geladeira e voltou para o seu quarto, guardando o restante das coisas que sobrava. Um sorriso formou em seu rosto.

      - Daqui a poucas horas, estarei perto de Len. - comentou para si mesma com aquele sorriso, que foi se tornando cada vez maior.

      O relógio marcava oito e vinte e cinco, voltava apenas cinco minutos para Len voltar para a casa de seu amigo pegar a aliança e poucos minutos também para ver o amor de sua vida. Seu coração batia rápido, como se não fosse parar nunca, o sorriso não saia de seu rosto.

      - Cinco minutos, só mais cinco minutos, é tudo que eu peço, minha doce rosa amarela. - falou o loiro, como se estivesse falando para alguma pessoa. Saiu de casa com a mala já arrumada, pegou o celular no bolso e digitou algo, mandando para o último número da chamada.

      O celular de Rin tocou, alertando que havia chegado uma mensagem, ela saiu correndo para pegá-lo e leu a mensagem.

      - Querida Rin, espero que esteja contando os minutos para nos vermos do mesmo jeito que eu, sabia que eu te amo e que, daqui a mais ou menos uns cinco minutos, ou até mais, eu estarei ai para buscá-la, minha princesa. Beijos do seu Len, te amo. - leu a mensagem, seu rosto tingiu um tom avermelhado, não era para isso acontecer! Pegou seu ursinho de pelúcia que ganhara de uma das namoradas de seu pai quando fez 13 anos, tinha o apelidado de Hikaru – Hika-chaan, o que eu faço? Você sabe, é meu melhor amigo, me conhece muito melhor do que eu mesma, mas... o que farei?

      Ela ficou olhando para seu ursinho marrom esperando uma resposta, sem obter nenhuma, andou pela casa com seu ursinho nos braços, o medo a dominava. Medo? Pensou a loira. Como assim medo? Medo do que? Não era para estar feliz?

      Respirou fundo, estava enlouquecendo, Len não deveria ter mandado aquela mensagem, aquele idiota, seu idiota. Corou novamente ao pensar no “seu” Len, deixou Hikaru em cima da mesa da cozinha, mandando ele ficar esperando-a. Foi até o seu quarto, dando uma última olhada nele, seria seus últimos minutos nele. Uma solitária lágrima desceu pelo seu rosto, pegou uma bolsa e guardou as coisas restantes nela, como o seu notebook e uns portas retratos que tinham pelo quarto. Empurrou a mala até a sala, já que ficava perto da porta e jogou a bolsa no pequeno sofá. Se dirigiu a cozinha e pegou seu ursinho de pelúcia, que a esperou voltar, voltou para a sala e ficou sentada encarando seu melhor amigo.

      - Eu realmente estou fazendo a coisa certa, Hika-chan? Deixar minha vida inteira para viver ao lado do meu amor? - perguntou a loira para seu ursinho, em sua mente, o ursinho lhe respondia com boa vontade, dizendo que estava tudo certo e que não tinha como se preocupar.

      Olhou no relógio, oito e trinta e dois, Senhor Kagamine Len estava dois minutos atrasado, suspirou. Não sabia se ele tinha desistido de fugir com a irmã ou não. Não pensou no motivo, mas sentiu um aperto no peito, seu coração doeu ao pensar nisso, apertou a mão em frente ao peito, será que seu pai entenderia a carta? Será que entenderia que não suportava mais aquela vida e que tinha que seguir em frente? Ficou perdida em seus pensamentos até que a campainha tocou, pulou do sofá em um susto e olhou o relógio, oito e quarenta.

      Seu coração pulsou forte, parecendo querer rasgá-lhe a pele, suas mãos e suas pernas tremiam, chegando quase a tropeçar enquanto ia em direção a porta. Botou a mão na maçaneta, será que estava preparada para encarar seu irmão gêmeo, agora futuro marido, de novo? Sua mão trêmula abriu a porta, revelando um garoto loiro com um grande sorriso dos olhos azuis, idênticos ao seu, esticando os braços em volta da cintura da mesma, grudando os corpos.

      - Eu disse que iria vir. - comentou o loiro com um sorriso sapeca nos lábios, que fez a moça estremecer.

      - E-Eu se-sei disso-o. - gaguejou ela sem graça, seu ursinho estava entre eles como se protegesse ela.

      - Não sei como falar... - começou Len retirando uma das mãos da cintura da loira, passando no rosto dela delicadamente, afastando uma mecha de cabelo que teimava em não deixá-lo ver o rosto de sua irmã por completo.

      Ele não precisou continuar a frase, ela juntou seus lábios com os dele rapidamente, como se precisasse daquele beijo. O loiro sorriu e apenas puxou-a mais para si. Seus corpos estremeceram ao toque dos lábios, todos os seus pelos arrepiaram, aquilo realmente era o amor que tinham parado de acreditar depois que seus pais de divorciaram?