Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B


Capítulo 18
Capítulo 18 - Confronto


Notas iniciais do capítulo

Ooooooi, suas lindas.
Cara, estou super feliz.
Ganhei uma recomendação. Muito, muito, muito obrigada Platoniic pela linda, linda recomendação. Nem sei como agradecer. Fiquei mt feliz em ver que vc está gostando tanto da fic.
Cheguei aos 100 reviews.
Ganhei umas 3 leitoras novas.
Estou maravilhada.
Muito, muito feliz, meninas.
Sei que demorei. Coisa de sempre, ando meio atribulada com a escola e a possibilidade de conseguir um estágio (chance pequena, mas possível.) Ou seja, meu tempo anda diminuído. Mas não irei abandonar a fic em hipótese nenhuma.
Ahhh uma coisinha. Lembram quando eu disse que tinha algumas coisas a resolver sobre "Meu Querido Cunhado'? Pois é... u estou re-editando a fic. Escrevendo a um estilo de livro mesmo (acrescentando mais do que tirando). Mas ainda não postei com as mudanças (estou pensando em postar a primeira parte pra ver como fica). Estou pensando em quando terminar tudo mesmo (o que falta muito) disponibilizar em e-book. De graça.
Não é exatamente um livro que pode ser vendido, tenho plena consciência disso. Uma história em alguns pontos imaturas, que tem que ser mt melhor desenvolvida, além do meu estilo de escrita não ser bom ao ponto de virar algo publicável. Tenho que crescer muito como escritora antes de conseguir isso (é, meu sonho é ter um livro publicado kkk). Mas acho que a história tem potencial suficiente (humilde, simples e pequeno, sim) pra virar uma histórinha de bolso. É simples, mas se tem gente que lê é porque ela é ao menos um pouco especial.
Claro que isso são apenas possibilidades. Nada concreto, pode ser que daqui a alguns dias eu desista disso. Que eu veja que é bobagem, sei lá. Mas acho que tenho que compartilhar essas minhas pequenas decisões com vocês. Que me acompanharam durante toda a fic, sempre me encorajando. Sou mais que grata por vocês. Obrigada por tudo.
~*~
Pois beem. Eu reli esse capítulo e não gostei tanto. Mas né... Espero que gosteeem.



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– Não é possível uma pizza demorar tanto, Malu!

– Eu não posso fazer nada, Edith. – ela resmunga baixo, mudando o canal da novela deitada no sofá. É umas onze horas de uma quinta-feira e já devíamos estar dormindo. Tínhamos trabalho cedo amanhã. Mas estávamos naquela coisa de assistir filme até tarde se empanturrando de uma pizza extragrande que tínhamos pedido há uns quarenta minutos.

Suspirei, me levantando do sofá e caminhando para a pequena varanda, ao lado da do meu.. hã, vizinho. Contornei o pequeno banquinho que Edith havia comprado para nos sentarmos de vez de quando ali e comecei a pensar, me abraçando e olhando o céu estrelado. Meu fim de semana com Victor fora agradável, mas ficara martelando na minha cabeça pelo resto da semana. Eu tentava não pensar em como estávamos diferentes. Como a distância tinha nos enrijecido na conversa. E em como Victor parecia saudoso e me tocando mais do que o comum e em como eu fora tola de fugir ao seu contato, relembrando coisas que eu já devia ter esquecido faz tempo. No próximo fim de semana que eu o visitasse, procuraria fazer diferente, prometi a mim mesma. Eu teria que ter uma conversa e contar tudo pra ele. Sobre estar morando próxima a um antigo namorando, e pior trabalhando no mesmo ambiente que ele. Contar que o via todos os dias. Sem exceção. Eu devia contar porque talvez isso me livrasse da culpa e eu pudesse seguir com meu relacionamento normalmente novamente.

Afinal... Era besteira ficar tão pensativa em relação a Igor. Edith ainda fazia piadinhas sobre meus ciúmes, que para mim não existiam. Eu tentava me convencer de que o que senti naquela noite foi apenas um sentimento antigo de posse que eu ainda não tinha me livrado totalmente. Era isso. Eu precisava de tempo e me acostumar a ver Igor com outra. O desconforto em meu peito, aquela raiva súbita em ver outra o tocando e lhe sorrindo tão abertamente eram só resquícios de uma coisa passada. Não importando o quão dominada de um ódio mudo e em como eu enrijecida eu ficava ao lembrar de Daniela passando os dedos pelo braço de Igor. Era coisa passada.  Eu não sentia nada por esse Igor de agora. Se eu o observava era só lembrando do Igor do passado. Ele havia mudado, amadurecido, crescido. Era outro homem e eu não sentia nada por esse homem. Absolutamente nada... Nem um vestígio de qualquer atração. Tanto física quanto sentimental. Eu não sinto nada por Igor. Ele nem é tão atraente assim...

Olhei para o lado casualmente. Um homem olhava na direção oposta. Provavelmente olhando a Avenida. A sala do seu apartamento estava na penumbra, o que mal dava pra lhe ver os contornos. Mas aí ele caminhou devagar para trás, sem se virar. Então ele entrou em foco quando a luz do meu apartamento o atingiu. Trajava apenas uma cueca que pendia levemente pelos quadris, mostrando aquele V que descia vagarosamente até a pélvis.

– Ah meu Deus! – gritei, assustando Igor, que gritou também. Me atrapalhei e bati a canela no banquinho quase caindo. Choraminguei de dor enquanto corri de volta para o apartamento.  Morrendo de vergonha.

– O que foi, menina? – Edith perguntou, largada no sofá. A olhei de olhos arregalados. Tentando tirar a imagem daquela cueca preta da cabeça, das pernas torneadas, do torso nu e bronzeado. Dos braços flexionados enquanto ele passava a mão pelo cabelo distraído. E senti meu rosto borbulhar. Como se tivesse feito algo terrível.

– Ah meu Deus! – gritei novamente quando a campainha tocou. Ficou um silêncio sepulcral no apartamento.

– Vai atender, Malu.

– Eu? E-eu não.

– Deve ser o cara da pizza. E é a sua vez.

– Mas, Edith...

– Você já está de pé.

– Ok. – suspirei. Ainda meio tonta. Olhei pelo olho mágico de dei de cara com um sorriso contido e ao mesmo tempo brincalhão. Drooooga. Dei dois passos para trás da porta e Edith me olhou curiosa. A campainha continuou tocando insistentemente e eu respirei fundo. Tentando manter a expressão calma, tornando-a impassível.

Abri a porta.

Era Igor, obviamente. Ele me olhou curioso e eu olhei para baixo, me amaldiçoando por ter colocado logo aquela camisola. Aquela que eu havia ganhado de Edith há muito, muito tempo atrás. Que era aberta demais na parte da frente e curta demais atrás. Justo aquela, que eu havia colocado exatamente por ela ser assim... Fresca. Perfeita para uma noite tão quente. O olhei novamente, sentindo a garganta secar e meu coração descompassar. Ele nem sequer havia se dado ao trabalho de trocar de roupa. Ainda usava cueca e parecia tão a vontade como se andar de Calvin Klein pelos corredores de um prédio familiar fosse a coisa mais natural do mundo.

– O que você quer?

– Ver se você estava bem... Você deu um grito e saiu choramingando de dor. Fiquei preocupado. – ele olhou para minha perna e eu a coloquei atrás da outra, bobamente. –  Foi sem querer, sabe? Eu não teria aparecido de cueca na varanda se você tivesse lá.

– Sério? – perguntei, de forma sarcástica.

– Arran, eu apareceria nu de uma vez. Não há algo que você não tenha visto mesmo.

Um grande sorriso se espalhou pelo seu rosto. Abri e fechei a boca várias vezes. Tentando encontrar uma boa resposta. Olhei para o teto, me perguntando como me livrar dessa situação embaraçosa. Olhei para ele novamente, que mordia o lábio, prendendo o riso. Soltei a primeira coisa que tinha vindo a minha mente.

– Você podia ter colocado uma calça.

– Você ta de camisola... Relaxa, Malu. – rle sussurrou, mordendo o lábio, claramente tirando uma com a minha cara. –  É só um pijama.

Então, uma garota de uns 18 anos passou por nós. Dando uma bela olhada em Igor, então ela riu e falou.

– Safadinhos vocês, hein? – voltando a caminhar, quase correndo, ainda rindo. Tapei o rosto, chocada. Igor começou a rir, a cabeça encostada no vão da porta, me olhando.

– Vai embora! – o empurrei, fechando a porta em seguida. E ainda pude ouvir sua risada. – Que vergonha. Que vergonha.

Edith ria sentada no chão. Provavelmente por ter ouvido toda a conversa.

– Pra que essa cara vermelha, Malu? Era só o pijama do Igor! Pijaminha do amor.

– Ai, cala a boca!

Então a campainha tocou enquanto eu jogava uma almofada em Edith. A campainha tocou uma, duas vezes e aí eu me irritei.

– De novo essa maldita campainha?! – abri a porta, já gritando. –  IGOR EU JÁ FALEI PRA VOCÊ QUE...

Abri os olhos dando de cara com um garoto de uns 15 anos de boca aberta enquanto me olhava.

– Ér, bem... Pizza de catupiry? – respirei fundo, irritada demais comigo mesma e fui pro banheiro jogar água no rosto. Quando voltei Edith estava na varanda, rindo de algo. Ouvi ela dizer algo para Igor que me deixou roxa.

– Quer pizza, Igor? Gostei da sua cueca, a propósito. – caminhei com passos duros até a varanda e puxei Edith, fechando as portas da varanda.

– Sua assanhada.

– Ele não dá nem um caldo, Malu. – ela suspirou.–  É a sopa inteira.

– Fica quieta, Edith. – resmunguei, enquanto ela ria jogava no sofá. E eu me afundava no meu próprio constrangimento. Eu não havia sentido nada na presença de Igor, havia? Ele era apenas um homem atraente. Edith o achava atraente. Mas ela não estava como eu. Vermelha e com calor, e meio trêmula. Estava? Bufei. – Vou tomar banho.

Ouvi a risada de Edith enquanto eu me afastava. E me perguntei o quão constrangedor seria quando eu o visse novamente.


~*~


– Eu alguma vez já falei o quanto adoro a lasanha da sua mãe? Sexta é um dos melhores dias! – Edith comentou, felizinha. O dia no trabalho não fora tão constrangedor quanto pensei. Igor estava de folga e saíra. Ninguém sabia para onde. Nem mesmo Pablo. Ele e Edith apostavam em um encontro. E ficaram falando disso tantas e tantas vezes que eu já estava em um mau-humor quase insuportável.

Ignorei a pergunta de Edith e bati na porta. Esperando... Minha mãe abriu a porta sorridente e esperei ela dar passagem para mim. Mas ela continuou sorrindo na porta.

– Tenho uma surpresa pra você!

– Surpresa? – tentei olhar por cima dos seus ombros e ouvi uma risada de Ceci. Então minha mãe deu passagem a mim e a Edith. Congelei no lugar ao ver a figura de Victor sentado confortavelmente no sofá da minha mãe. Arregalei os olhos, surpresa.

– O que está fazendo aqui, Victor?

– Que bela recepção. – ele levantou sorrindo. Ignorei seu comentário, ainda surpresa. Olhei para os lados, procurando me situar. Ceci tinha um Eduardo emburrado sentado em seu colo e Alexandre parecia apreensivo. Voltei a olhar Victor.

– O que esta fazendo aqui?

– Senti sua falta. Tirei algumas semanas de férias, estava precisando.

– E o trabalho...?

– Em conjunto. Eu cuido da papelada aqui e Daniel dos casos pessoalmente. – ele abriu um daqueles sorrisos abertos e bonitos, verdadeiramente feliz. Senti minha cabeça girar momentaneamente. – Ótimo, não?

– Oh!

– Não está feliz?

– S-sim, é claro que estou.

– Então vem cá. – ele me enlaçou em um abraço e posteriormente em um beijo leve e suave. Mal percebi a porta se abrindo e a risada de Pablo, as duas risadas parando abruptamente, me fazendo congelar e dar dois passos para trás.

Igor estava parado, ao lado de Pablo, os olhos surpresos e a boca numa linha dura, o maxilar estava rixo e vi as veias sobressaltadas por causa da força que ele apertava as mãos em punhos. Senti o olhar de Victor em meu rosto e o olhei piscando assustada. Ele me olhou confuso e depois conhecimento e reconhecimento inundou seus olhos e seu rosto se fechou numa carranca.

– Pensei que não iria vir hoje, querido. – minha mãe chegou, apertando o braço de Igor, que a olhou estupefato.

– Algum problema eu ter vindo?

– Nunca! Eu até tinha ficado chateada quando você cancelou. Pois assim a família não estaria completa para um jantar de boas-vindas para Victor. – Igor parecia respirar rapidamente, e minha mãe o olhava pedindo desculpas e apertando seu braço, tentando o acalmar. – Já conhece o noivo da Malu?

Igor ficou sem responder, e todos também ficaram em silêncio.

– Este é Igor. – minha mãe falou, sorrindo para Victor. A única centrada e que parecia saber o que estava fazendo. – O pai do meu neto. Igor é como um filho para mim...

Não houve resposta, de nenhuma das partes. Então ali estava. Igor e Victor no mesmo cômodo. Eu nunca havia imaginado uma situação tão... tensa. Senti sangue ser bombeado rapidamente pelo meu cérebro. Eles se encararam, se analisando. E eu fiquei parada, sem saber o que dizer. Ficando absolutamente desconfortável. Então, eles olharam para mim ao mesmo tempo e eu quase caí pra trás.

– Malu... – os dois rangeram e eu tive a impressão que eu ia ter um AVC.

– Você não me disse que ele ia voltar contigo, Malu. – Igor perguntou, a voz forte e irritada.–  Pode me explicar, por favor?

– Desde quando você dá alguma espécie de satisfação pra ele, Maria? – Victor falou naquele seu tom agressivo, que só aparecia que ele estava muito, muito bravo. Com aqueles dois olhares em mim eu soube que eu estava muito ferrada.

– Ér...

– Estou esperando. – Igor parecia meio... descontrolado. Quase tão irritado como Victor. Ambos autoritários e hostis.

– Ela não tem que te dizer nada. – Victor rebateu, olhando com raiva para Igor.–  Ela é a minha mulher.

– Ela já foi minha muito antes de você.

– AIMEUDEUSDOCÉU. – Edith gritou. – Continuem!

– Cala a boca, Igor! – minha respiração estava agitada, e eu sentia meu rosto queimar. E me sentia meio descontrolada também. – Você não está ajudando.

– É mesmo. Ninguém te chamou.

– Dá pra calar a boca, por favor, você também, Victor?

– Porque pra mim você manda e pra ele você pede, por favor? – Igor disse emburrado.

– Porque ele é o meu noivo!

– E você devia tratar melhor o seu vizinho, não acha?

– Vizinho?! – Victor engasgou com as próprias palavras. Apertando meu braço com força.–  Que história é essa Maria de Lourdes!?

– Você joga sujo, Igor... – o encarei raivosa e ele deu de ombros.

– Quer saber? Não importa. Vamos conversar, Malu. A sós. – Victor me puxou pelo braço, mas Igor deu dois passos para nos seguir.

– Se eu faço parte da discussão é claro que eu devo participar pra ouvir.

– Você não tem direito nenhum desde que foi idiota o suficiente para perdê-la.

– E pelo que eu vi nas últimas semanas você é mole demais pra cuidar.

– Igor! – minha voz saiu totalmente histérica e os olhos arregalados de Victor me fizeram quase explodir de vergonha.

– Haha. Alguém me trás uns petiscos?      

– Cala a boca, Pablo! – Igor e eu gritamos.

– Será que tem algo mais que eu deveria saber? Jantares em família; vizinho...

– Eu sou o chefe dela também.

– Mas que porra! – Agora sim Victor estava irritado.

– Vocês podem controlar o palavreado na minha casa, meninos? – minha mãe se meteu. De olhos arregalados. – Eduardo pode aprender.

– Relaxa, vó. Já ouvi tio Pablo falar isso um milhão de vezes. E o meu pai também.

– Como assim ensinando o Eduardo a falar palavrão, Igor? – Ceci disse emburrada. – E você também, Pablo.

– Você vai brigar com eles, mãe? Mas você também fala...

– Quieto, menino. – Ceci resmungou e Igor quase sorriu.

– Você é pai do filho da irmã da Malu? Mas você não é...? Isso é muito...

– Complicado? Eu me confundo às vezes também. – Edith riu.

– Ok, certo... Eu preciso de um copo d’água. – fui para a cozinha e senti Victor me seguindo. Enchi um copo d’água e bebi rapidamente. Criando coragem para virar e encarar Victor. Não era assim que eu tinha planejado as coisas. Que eu tinha planejado contar tudo que estava acontecendo. Não com tanta hostilidade entre ele e Igor pairando pelo ar. Não dessa forma.

– Acho que precisamos conversar. Sério, Maria de Lourdes.– a voz rígida e sem um pingo de carinho de Victor me assustou. Me virei, ele estava de braços cruzados, a expressão num mesclo de irritação e decepção. E eu tive medo do que viria.



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Notas finais do capítulo

ÊEE treta. Não vou dar meu comentário, nem minha opinião. Porque to ansiooosa que só pra ver o que vocês vão falar #medinho.
Espero que tenham gostado. Desculpeem a demora.
Agradeço ao puxãozinho de orelha que uma linda leitora me deu, pedindo preu postar mais rápido. DESCULPA MEEEEESMO, pessoas. É que só hoje eu tive uma folguinha e cabeça pra editar o capítulo e postar. Culpa minha mesmo. Desculpem.
Enfim, obrigada por lerem. Pelos reviews. Pelas recomendações. Brigada meesmo. s2