Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B


Capítulo 16
Capítulo 16 - Sabotagem


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu passei no Gerenciador de Histórias e talz, e reparei que existe uma média de 30 pessoas que leem a fic. E dessas pessoas menos de 10 comentam. Eu fiquei meio triste, galere escondida. Tem tanta gente que elogia a fic que eu até acredito que ela merece mais reviews, além dos lindos que eu já recebo.
Olha... Mandem reviews. Eu gosto de escrever, postar, ter a satisfação de ver a reação de vocês a cada capítulo. Assim, meio que as conheço melhor. Tenho ideias para a fic, e fico mais do que feliz. Não se acanham em comentar, por favor.
As leitoras fiéis, muuuito obrigada aos votos de boa viagem, e os comentários sobre a fic, suas lindas! Eu viajo amanhã e tudo o mais. E to na correria (sou mt enrolada pra viagem). Então passei aqui rapidinho pra postar o capítulo.



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A boate que decidimos vir não estava tão cheia como boates costumavam estar. Havia muitas pessoas, é claro, mas elas não se amontoavam na pista de dança. Havia espaço o suficiente para todos dançarem livremente e eu confesso que preferia assim. A sala estava parcialmente escura e pela decoração percebi que era uma boate bem mix. Que ia de eletrônica a forró, passando por pop e até mesmo funk – o que não era tão agradável. O teto estava iluminado de cores escuras e quentes, que piscavam e mudavam de forma e eu fiquei observando-os distraída por um tempo. Estava satisfeita de ter saído do carro, afetada pela expressão de Igor, séria e fechada de um modo meio desolador.

Ceci nos arrastou, apresentando aos amigos dela. A maioria homens e algumas garotas, que diziam que éramos parecidas fazendo-nos rir. Fernando, um dos amigos de Ceci me olhou com curiosidade, sorrindo maliciosamente e eu corei. Preferindo me manter longe. A maioria das pessoas já conhecia Igor e Pablo. Então eu e Edith éramos novidade, e esta tinha sumido com Igor para pegar bebidas, então fiquei a mercê da atenção daquelas pessoas.

– Malu; já ouvimos muito sobre você. – Nicole disse, uma menina de uns 18 anos disse. Sorrindo amigavelmente.

– Espero que bem.

– Claro que sim! Irmã da Ceci, ex namorada do Alexandre. – acabei ficando vermelha. – E claro, ex-namorada do Igor. Você é uma lenda! Pegando os caras mais... Ariscos a compromissos.

– Ceci teve um filho com um deles. Ela é uma lenda.

– Mas ela não fugiu. Como em novelas.

– Está deixando ela constrangida, Nicole. – Pablo avisou.

– Bem que me falaram que você não lidava bem com isso, desculpe. Mas é sempre engraçado pensar nessa história. É tão confusa.

– Nessa história? Não acho que seja uma coisa pública. Só diz respeito a mim e as pessoas que fazem parte dela. – todos se calaram com meu tom agressivo. Suspirei, irritada comigo mesma por ter perdido a paciência.

– Desculpe pela minha irmã. – uma garota que já havia sido apresentada a mim apartou a discussão. Daniela, era o nome dela. Ela empurrou Nicole na direção de uns amigos mais novos dela. – Ela é um saco.

– Está tudo bem. – sorri, ainda semi-irritada.

– Ela não controla o que diz. Tem a maturidade de uma criança de 12 anos.

– Em partes ela está certa.

– Mas não diz respeito a ela.

– Exatamente! – sorrimos uma para a outra. Daniela parecia amigável até. Coisa que achei por poucos minutos.

– Malu, você não... – Edith parou quando percebeu todos olhando para ela.– Ah, oi.

– O que houve?

– Igor me apresentou ao coquetel mais delicioso de Santa Bárbara! Você precisa conhecer. – pelo sorriso dela percebi que não era de nenhuma bebida que ela estava falando e revirei os olhos. Então... Percebi uma coisa estranha e anormal, se comparada as últimas semanas que eu estava aqui. Ceci agarrada carinhosamente ao braço de Igor. Alexandre mal se incomodava; provavelmente já acostumado com isso e conversava com Pablo.

– Igor, esta é minha amiga Daniela. Dani este é o Igor. – Ceci comentou gentil e alegremente. E eu corei furiosamente ao perceber o que ela estava fazendo. Unindo-os, como amigos costumam fazer com seus outros amigos solteiros. Igor sorriu normalmente para a garota, daquele seu jeito meio indiferente, meio prestando atenção. E esta deu o maior sorriso que eu já havia visto na vida.

– É um prazer. – ela falou sensualmente e eu senti algo queimar em meu cérebro. Igor sorriu divertido. Analisei ela melhor agora. Ela parecia feita de porcelana. Os cabelos ralos e lisos, com um corte ousado e moderno, os fios finos de uma cor de castanho claro com nuances de mel. Era uma garota esbelta e alta, cheia de anéis nos dedos e com uma maquiagem forte. Atraente e confiante, mas ainda assim delicada. Totalmente ao contrário de mim. Ela arrastou Igor para uma conversa sobre iluminação de festas e praia, incluindo surf até eles estarem mais afastados de nós. Ceci me sorriu vitoriosa e a única coisa que eu conseguia pensar era em esganá-la.

– Ô Malu. Você ta aí? – Edith disse rindo, mas acompanhando meu olhar. Onde um Igor gargalhava de algo que Daniela havia dito. – Relaxa.

– Eu estou relaxada! – murmurei raivosamente. – Me mostra a porra do garçom gostoso que você queria me mostrar, agora!

– Que selvagem! Aposto que isso você não aprendeu com Victor.

– Vamos de uma vez! – ela me puxou atravessando a pista de dança e pediu dois coquetéis. Aceitei o meu coquetel satisfeita e analisando o cara que ela tinha falado. Era alto e musculoso, o que indicava boa academia e tinha um sorriso simpático e caloroso para quem servia bebidas. Deu atenção especial a nós e parecia divertido.

– Então, solteiras, enroladas, sozinhas?

– Abandonada.

– Noiva.

– Porque as mais bonitas sempre estão comprometidas? – ele sorriu para mim e ouvi Edith tossindo discretamente, ele logo tentou consertar o que tinha dito. – E abandonadas, claro. Embora eu não faça ideia porque alguém te abandonaria.

Parei de acompanhar o flerte deles para acabar notando uma Daniela arrastando um Igor com um copo de cerveja na mão para a pista de dança.

– Que filho da mãe! Na sua frente com outra garota e ainda diz que te deseja. – ela riu baixo, se divertindo com a situação.

– Não tem graça, Edith.

– Eu sei. Mas ele está sendo um cachorro.

– Não. Ele esta fazendo o que eu pedi.

A música pop foi trocada para um forró mais lento. Igor deixou a cerveja em uma mesa e enlaçou Daniela delicadamente, ouvi o riso imaginário de ambos no meu ouvido e bebi meu drinque com a garganta seca.

– Oh meu Deus, você pediu pra ele te deixar morrendo de ciúmes?

– Não! Eu não estou com ciúmes.

– O que você pediu, então?

– Pedi pra ele desistir. Falei que ele estava perdendo seu tempo comigo e que precisava arranjar uma pessoa.

– Porque diabos você fez isso, sua retardada? – Edith praticamente gritou.

– Porque eu sou noiva! – rebati no mesmo tom.

– Você vai quebrar a cara de novo, Malu. Estou até vendo. – mostrei a língua para ela e vi Pablo correndo na nossa direção. – Oooi, Pablo.

– E aí, futura bêbada? – ele sorriu para Edith, que lhe fez um gesto obsceno e depois olhou para mim atentamente. Fazendo cara maliciosa. – Vamos dançar?

– Eu não... – ele tirou o coquetel da minha mão e colocou no balcão me puxando. O forró já estava em um ritmo intenso e ele já tinha me enlaçado. – Eu não sei dançar, Pablo.

– Será? – Pablo conduzia bem e até mesmo eu que nunca dançava forró, conseguia o acompanhar bem. Ás vezes na festa, Victor dançava comigo, mas não gostava. Fazia tempos que eu não dançava com um cara assim, que também sabia dançar e parecia gostar. – Não sabe dançar, hein?

– Você que está conduzindo.

– Eu sou o máximo, obrigado, obrigado. – ele me girou e acabei batendo em um casal. Nos olhamos confusos, Pablo e Daniela caíram na gargalhada e Igor sorriu discreto. – Acho que é pra gente trocar de casal um pouquinho.

– O que? Pablo! Volta aqui! – gritei, mas ele já tinha girado dom Daniela pela pista. Rindo feliz da vida. Igor segurou a minha mão e me virou com desenvoltura. Colocando a mão na minha cintura sem esperar eu dizer alguma palavra.

– Você ta meio longe... – então ele me puxou forte, sem que eu esperasse por isso, me fazendo bater contra o seu peito leve e sensualmente. Seus dedos entrelaçados com os meus. Afastei a cabeça um pouco, agarrando seus ombros. Ele sorriu maliciosamente. – Bem melhor.

– Estúpido! – ele gargalhou alto, olhando fixamente para mim. Me analisando. Depois sorriu abertamente.

– Meio nostálgico você me chamando de estúpido. – sorri um pouco e me deixei conduzir. Sentindo ondas de eletricidade passando por mim. Igor me segurava firmemente enquanto dançávamos. Era milhões de vezes melhor do que Pablo dançando e ao mesmo tempo pior. Não sabia se era pelo toque. Pela música. Pelo cheiro. Não queria admitir que estava gostando. Ainda sentia raiva. Enquanto ele me girava calmamente e me olhava questionador quando eu arfava.

– Então, você e a Daniela... – comentei, sentindo algo voltar a brotar dentro de mim.

– Ela é legal.

– Claro. – ri irônica.

– O que você tem? Pensei que gostaria disso. De me ver com outro alguém.

– Estou muito feliz com isso, não duvide.

– Não é o que parece.

– A música acabou, Igor. Pode me soltar. Talvez devesse ir atrás da Daniela, ela deve gostar de eletrônica. – ele sorriu divertido para mim.

– Tem razão, vou atrás dela. – então ele me soltou e caminhou na direção da Daniela. Senti meu rosto queimar e meu queixo cair. Olhei abismada ele tirar ela de perto de Pablo, puxando ela para dançar. Pablo me olhou de olhos arregalados e eu senti algo tapar minha garganta.

– Malu...?

– O que é? – Prendi a respiração quando vi ela puxando-o pela nuca para sussurrar uma coisa no ouvido dele. Que... Que... Vadia.

– Você parece que vai explodir. – Edith sussurrou no meu ouvido.– Está vermelha feito um pimentão.

– Eu estou ótima.

– Você pediu por isso, lembra? Deu muitos foras... Já ouviu falar em orgulho masculino? Pois é.

– Você não está ajudando.

– Amigas te dizem os fatos, não te iludem.

Igor riu do que Daniela disse e eu me senti... Não sei o que senti. Era errado. Muito errado. Pablo parou perto de nós e senti seu olhar curioso no meu rosto.

– Eu vou embora. – virei as costas, sem esperar a resposta deles. Saí pisando duro da boate/salão etc. Mais do irritada, estava com raiva. Caminhei pelas ruas, satisfeita em ver que a minha casa era a poucos quarteirões daqui.

– Malu! – parei, virando para onde vinha a voz. Igor vinha correndo e parou a minha frente, não parecendo nem um pouco cansado.

– O que... O que você está fazendo aqui? 

– Vim atrás de você, oras.

– Você disse que não ia vir mais atrás de mim.

– E quem disse que eu consigo? – ele disse alto e alegremente. A felicidade estúpida me irritava.

– O que você realmente está fazendo aqui?

– Certo, vou confessar. Foi Edith... Ela me disse que era perigoso você voltar sozinha.

– Seu mentiroso!

– É sério, ela falou. – ele sorriu, sarcástico.

– Edith é uma filha da mãe! Você também! – o empurrei de leve e ele riu. –  Vocês sabem que não é perigoso.

– Melhor prevenir do que remediar.

– Pode ir embora. Estou perto de casa. Ninguém vai me atacar.

– Com esse shorts, eu aposto que vão sim. – parei no meio da rua e percebi o olhar dele me analisando. –  Eu te atacaria agora mesmo se você não fosse gritar por mais e acabar me deixando constrangido com suas súplicas.

– Cala a boca, seu convencido!

– Você tem que aprender a curtir uma boa piada, Malu. Deixar de ser tão mal-humorada.

– Piada?

– Não uma piada exatamente, diria um convite. – ele sorriu maliciosamente, com aquela sua incrível cara de pau.

– Você é insuportável. – ele riu, caminhando no caminho que levava ao apartamento. – Onde você pensa que está indo?

– Pra casa. Estou cansado, sabe?

– Você devia voltar. Deixar a Daniela esperando é maldade. Falta de educação. – vi pelo canto do olho ele prender o riso e caminhei apressadamente para dentro do prédio.

– Tinha esquecido como você fica engraçada com ciúmes.

– Eu não estou com ciúmes, estúpido!

– Acho que nunca te vi com tanto ciúmes. – ele comentou para si mesmo.

– Eu. Já. Disse. Que. Não. Tive. Ciúmes! – bati nele com a mão fechada, o fazendo rir e subi as escadas correndo.

– Malu espera! – Igor corria atrás de mim pelas escadas.

– Vai se ferrar, Igor! – gritei, caminhando apressadamente pelo corredor do meu andar.

– Ei, espera. – ele me girou pelo braço, me fazendo bater em seu peito de leve. Dei dois passos para trás, confusa. Ele continuou segurando meu pulso.

– Me solta.

– Só se você admitir que teve ciúmes.

– Está divertindo as minhas custas, não é?

– Imagina. – ele deu um passo para frente e eu dei outro para trás.

– Eu não tive ci-ciúmes. – Gaguejei, pois ele soltou meu pulso e caminhou para cada vez mais perto de mim. Corei de raiva, me lembrando dele dançando com a outra lá. – Porque eu teria ciúmes com você e aquelazinha lá?

Igor chegava cada vez mais perto e eu acabei prensada na parede. Ele não encostou em mim, apenas seu rosto estava perto. Meu cérebro começou a entrar em pane. Todas as luzes vermelhas e alarmes imaginários dentro de mim piscando e tocando. Perigo! Sabia que estava errado, mas eu não conseguia esticar a mão e afastá-lo.

– Igor, não...

– Não estou fazendo nada que você não queira. – ele riu, seu hálito no meu rosto.

– Você não entende?! Você sempre vai ser o pai do meu sobrinho. Meu cunhado! – Falei mais alto. Dando um empurrão e um pequeno soco em seu peito, o olhando nos olhos. Ele mal se moveu, só ficou parado, sem de mover.

 – Errado... – ele passou os dedos pelo meu rosto, o rosto a centímetros do meu, seus olhos castanhos me prendendo.–  Eu sempre vou ser o cara que te ama mais do que jamais vai conseguir demonstrar, mais do que você jamais vai conseguir saber, mas ainda assim não o suficiente pra merecer você.

– Igor...

– Eu posso tentar te merecer, Malu. Posso ser tudo que você quiser. – ele ronronou no meu ouvido, se afastando um pouco em seguida. Engoli em seco e dei um passo à frente por impulso, inclinando-me nas pontas dos pés. Senti seus lábios roçarem nos meus devagarzinho, sem pressa. Meu coração bombeava e parecia que ia explodir com as correntes elétricas que passavam pelo meu corpo, me fazendo enrijecer e estremecer. Então meu telefone tocou, e ficou tocando e tocando... Abaixei a cabeça, tirando meu celular do bolso. Era Victor. Igor viu por cima o visor do celular. Bufou, irritado, mas não se afastou.

– Ele logo vai ligar de novo. – comentei baixinho.

– Claro que vai. – ficamos em silêncio.

– Você tem que ir embora, Igor.

– Você quer que eu vá embora? – abaixei os olhos e ele segurou meu queixo, erguendo-o e me fazendo olhá-lo. – Porque se você realmente quiser, eu vou.  Eu vou te deixar em paz. Eu estou falando sério. – o olhei assustada e lembrei do que Edith tinha me dito sobre orgulho masculino. Arregalei os olhos. –  Você quer que eu vá embora, Malu?

Ele esperou minha resposta com os olhos nos meus. Me forcei a pensar em Victor. No meu compromisso. Nos meus planos com eles. Eu o amava! Amava? Claro que sim! Como eu podia ter dúvidas quanto a isso? Igor continuou esperando minha resposta.

– Quero. – falei firmemente, mas senti minha garganta arranhar. Igor se afastou lentamente, de olho em mim.

– Se é o que você quer... – ele suspirou, cansado. Depois me olhou firmemente, sem ódio, sem raiva, só com aceitação nos olhos. –  Eu vou voltar pra festa. Daniela pode estar me esperando ainda. – ele virou as costas, descendo as escadas pisando duro. Fiquei parada colada a parede. Não sabendo como me sentir. Estava meio fraca e sem forças. Eu tinha conseguido o que queria, não é? Não é? Escorreguei pela parede, me sentando momentaneamente no chão. Duas lágrimas pingaram entre meus dedos. Era alívio? Meu celular começou a tocar e eu vi pelo visor quem era. Victor. O homem que eu amava. Peguei o celular e o desliguei. O barulho parando... Quem dera se eu pudesse me desligar também.





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Notas finais do capítulo

N/A: Esse capítulo foi ou não foi legal? Igor fez o que algumas queriam. Deixar a Malu em paz (por quanto tempo? Dias ou semanas? KK brinks.). fez também o que muitas querem, que ele sofraaa. Porque ele foi chutado demais, né? Ele sempre é. KK Malu muuito ciumenta. Daniela muito atirada kkk Muitos diálogos Malu/Igor nesse capítulo. Vou deixar os comentários pra vocês. oh! Eu gostei bastante desse capítulo. Espero que vcs tbm. =) Pelos meus cálculos, Victor aparece no próximo. Porque não consigo deixar a fic calma. rá.
Beijiiiinhos, meninas.
Reviews?
Ps: Passei dos 15 capítulos! õ/ Sendo os capítulos de agora muito maiores que os de Meu Querido Cunhado. Acho que isso é bom. /pensa
Ps 2: Só eu acho a Malu muito forte de conseguir resistir ao Igor? nussinhora kk