Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B


Capítulo 14
Capítulo 14 - Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Ooooooi. Como vocês estão?
Desculpem ter demorado a postar. Erro meu, de novo. =/
Gostei muuito das sugestões de vocês, e pontos de vistas sempre me surpreendendo. E, logo, logo, gente conhecida volta a aparecer. rs
Tenho que agradecer as duas lindas recomendações que eu recebi. Nem sei o que dizer, Nathalia e Paloma Riddle. Vocês colocaram um sorriso no meu rosto que está durando a semana inteira. Muuito obrigada.
Vocês viram a capa linda que eu ganhei da Paloma Riddle? Descreveu muito bem a fic, entende? Malu adulta e bonita, na praia e tudo o mais... Amei muuuito. Capa perfeita. MUUITO OBRIGADA, PALOMA. Sempre fazendo capas lindas assim pra mim desde Meu Querido Cunhado.
Ah, tomei algumas decisões importantes sobre MQC que logo dividirei com vocês se sair tudo como planejo.
Espero que gostem do capítulo.



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Bati a caneta na cabeça, tentando tomar ser absorvida pelas contas. O número de turistas vinha crescendo e eu estava planejando mais ou menos quanto ficaria contratar alguns ônibus de viagem para levá-los até o Planetário. Eu simplesmente não conseguia me concentrar!

– Cara, eu não aguento mais comer comida de restaurante! – Edith resmungou. Ela andava muito resmungona ultimamente. – Precisamos de um apartamento.

– Você sempre comeu comida de restaurante, Edith. – Murmurei, tediosamente.

– Pelo menos a comida era entregue na minha casa e eu podia comer enquanto assistia alguma série de TV. Aquilo era vida sedentária saudável!

– Não tem como ser sedentária e saudável ao mesmo tempo.

– Diz a menina que nunca vai a academia...

– Eu caminho, ta legal? – Bufei. Eu não tinha paciência para academia. Havia homens com bom condicionamento físico e isso era um bônus, mas eu odiava os pesos e tudo o mais. Correr era mais agradável e nem um pouco estressante. – E você o que faz? Nada.

– Eu estou sem ir à academia porque não tenho um endereço fixo!

– Querida, Edith... Não me culpe. Os apartamentos que vimos ou são longes demais, ou muito caros, você sabe.

– E sujos.

– Viu? O ramo imobiliário aqui é agitado, muita gente anda se mudando pra cá. – Tentei explicar pacientemente. Quando Edith colocava algo na cabeça era insuportável, parecia com Ceci nesse quesito. – É difícil arranjar uma casa.

– Isso, eu sei! Mas preciso de um apartamento, Malu. Odeio aquele hotel. A camareira me odeia! Sempre esconde meu celular. – Lembrei da velhinha camareira que limpava nosso quarto, fazia questão disso e não era nem um pouco simpática. Tinha aprendido a ir arrumar quando estávamos fora do hotel, o que era mais fácil, pois tudo vivia jogado porque eu e Edith não éramos lá muito organizadas.

– Ela coloca seu celular na mesinha do centro.

– Mesinha do centro que teletransporta ele pra outra dimensão. Ele desaparece!

– Você só não olha direito. Ou o celular te odeia. O meu me odeia, por exemplo, ainda estou surpresa como ele não quebrou.

– Foda-se esses celulares. A tecnologia nos odeia, é um fato.

– Desde a compra daquele DVD. – Comentei. Nosso DVD, que compramos para as noites chatas de sábado naquele hotel, ligava e desligava sozinho. Ás vezes no meio da noite Edith esquecia um filme lá dentro, normalmente de terror, e o DVD ligava sozinho e acordávamos com gritos dos atores sendo mortos. Era meio desagradável e assustador.

– Nem me lembre! – Ri baixo da sua cara de assustada. – Mas voltando ao nosso problema de moradia... Compartilhar aquela lavanderia da esquina é lamentável!

– Eu também não gosto...

– Não gosta? Malu! Você me faz levar sua roupa pra lavanderia. – Eu não era boa lavando a roupa, sabia disso, mas Edith era pior que eu.

– E você é péssima!

– Pelo menos eu faço algo! – Ela bufou. – Precisamos de um apartamento!

– Eu sei. Eu sei. Seu estresse está me estressando.

– Diz a garota mais calma do Universo!

– Eu ando calma.

– Demais. Você e o Igor, a propósito, super calmos. E não é ironia. Só que vocês estão tão... calmos que é quase um absurdo.

– Não sei do que está falando. – Voltei a prestar atenção na minha caderneta, tentando ignorá-la.

– Certo. Vou te deixar em paz. Talvez quando tivermos um apartamento você se sinta mais segura pra falar.

– Relaxa, Edith! Não entre em pânico, vamos achar um apartamento!

– Porque estão discutindo? – Pablo chegou, acompanhado de Igor. Tentei me manter normal, mas sempre me sentia agitada com ele por perto.

– Não estamos discutindo.

– Só estamos meio estressadas porque precisamos de um apartamento. – olhei interrogativa para Edith, querendo dar a entender porque ela contou do apartamento para eles, era algo que só dizia respeito a nós! Edith se limitou a balançar os ombros.

– Estão alugando um apartamento no nosso prédio. Barato, dois quartos. Essas coisas. O aluguel é até barato considerando que ele é bem cuidado e num bairro familiar e tudo o mais. É perto do Planetário também, a Malu sabe disso. – Ele piscou para mim e revirei os olhos.

– Vocês ainda moram lá? – perguntei, um pouco surpresa.

– É difícil arranjar um bom apartamento. E aquele lá é ótimo para nós. Como eu disse, estão alugando um apartamento lá... Legalzinho.

– Sério? – Edith disse, o rosto se iluminando.

– Seríssimo. Tem que ir rápido antes que aluguem pra outra pessoa. Posso falar com o zelador do prédio que anda cuidando disso, agendando pra vocês e tudo o mais. Quem sabe até reservando.

– Parece perfeito!

– Não, Edith. Não é perfeito. – como poderia ser perfeito eu dividindo o mesmo prédio com Igor? Já era desconfortável o suficiente no trabalho, nos jantares aos sábados e ainda mais no apartamento? Fala sério! Era demais pra mim.

– Porque não? Ouviu o que o Pablo disse? É o nosso apartamento, eu sinto isso. Aqui ó? No meu coraçãozinho. – ela fez cara de bebê, eu revirei os olhos enquanto Pablo ria. – Você sabe dizer se lá tem lavanderia?

– Em cada apartamento tem uma pequena área sabe? Aprendi a usar a máquina e a secadora, não foi tão difícil... Sabe, eu odeio pagar aquelas lavanderias de esquina. – Ele sussurrou, comecei a ficar meio desconfiada.

– Exatamente! Maluzita! É o nosso apartamento. Que felicidade!

– Edith! Não!

– Então comece a encarar a fila da lavanderia. Eu que não levo mais a sua. – Olhei para Igor irritada querendo saber se ele tinha participação naquilo.

– Não me olha assim. A ideia não foi minha.

– Eu só quis ajudar, Maluzinha.– Pablo murmurou, risonho.

– Foi uma ótima ideia, Pablo.– Igor disse sorrindo para nós e dando um tapinha amigável em Pablo, que riu mais animado, e foi saindo de perto de nós.

– Igor anda meio desanimado, sabe? – Pablo disse alegremente, enquanto observávamos o perfil de Igor se afastando.–  Talvez com você lá isso melhore.

– Caladinho, Pablo. – puxei Edith para um canto e Pablo ficou esperando de braços cruzados, cheio de sorrisos.

– Que foi, Malu?

– Você sabia que ele iria oferecer o apartamento, não é? – sussurrei. – Por isso se fez de vítima.

– Só estava preparando o terreno. Você tem que admitir. Morar em hotel por mais de um mês é um lixo!

Ela sorriu para mim e me puxou para perto de Pablo novamente, engatando numa conversa sobre prédios, apartamentos e lavanderias e eu me irritava cada vez mais. No final de uma bela discussão eu acabei concordando que se não achássemos um apartamento em dois dias nos mudaríamos provisoriamente para aquele prédio.


(...)


– Você concordou em ver o prédio, lembra? – Edith disse, tentando me animar. Infelizmente, eu lembrava, bem demais. No final dos dois dias não achei outro apartamento, mesmo procurando incansavelmente outras casas e apartamentos, qualquer coisa!

– Eu já conheço o prédio, esqueceu? – olhei com cara de tédio para uma Edith mais do que animada.

– Boas lembranças, huh?

– Cala a boca.

Pablo nos arrastou até e entrada, que estava diferente. Ainda havia duas entradas, uma pro saguão e outra para a garagem. O saguão continuava minúsculo, mas estava mais bem decorado e assim mais bonito e tudo o mais. Algumas plantas estavam no canto como enfeite e as paredes cor de palha não estavam mais mofadas, tinham recebido outra camada de tinta e alguns quadros amigáveis. Ele nos apresentou Fernando, o síndico/zelador que eu já conhecia e parecia feliz em me rever. Trocamos algumas palavras e Edith se dirigiu para o elevador.

– Ah, Edith... – Pablo comentou.

– Ah, não! – praticamente gritei. – O elevador continua quebrado?

– Você se lembra... Haha. – revirei os olhos.

– Elevador quebrado?– Edith perguntou, mas foi ignorada por Pablo.

– Notou como o prédio ta mais bem arrumado e tudo o mais? Investiram o orçamento em segurança e decoração nos últimos anos. Aí não sobrou pro elevador, quem sabe ano que vem.

– Você ta brincando?

– O pessoal nem liga muito. A maioria das pessoas que moram aqui são universitários, eles consideram as escadas sua academia.

– O apartamento de vocês é no nono andar. – o síndico falou placidamente.

– Nono andar? – gritei horrorizada. – Não. Absolutamente não. Vamos embora.

– Por quê? – Edith perguntou. Pablo começou a rir. – Nono andar nem é tão ruim assim.

– Você sabia, Pablo! – gritei pra ele.

– Não! O apartamento que eu falei era no décimo segundo andar. Juro!

– Havia um apartamento no décimo segundo andar que já foi alugado. – o síndico explicou. – Mas ainda há o do nono andar.

– Ah, obrigada, senhor. Parece perfeito! – Edith agradeceu sorrindo. – Qual o problema com nono andar, Malu?

– Você é burra ou o quê?

– Não entendi.

– Décimo nono andar é o mesmo do Igor! – então Edith começou a rir com Pablo.

– Algumas coisas não se esquecem, hein? – Pablo riu malicioso e eu dei um tapa em seu braço, acompanhando o zelador, extremamente irritada. Paramos em frente à porta, já aberta pelo síndico. Ouvi uma risadinha de Pablo e o olhei irritada. Ele deu de ombros.

Entramos no apartamento, passei pela porta de Igor sem ao menos olhá-la. O apartamento era ao estilo do de Igor, pelo que eu me lembrava do dele. Havia uma pequena sala, em que havia uma varandinha à frente. Um pequeno balcão separava a cozinha da sala, a pequena cozinha dava espaço a um corredor. Havia um quarto no fim do corredor e um no começo, no meio se localizava o banheiro, a porta á frente do banheiro dava para lavanderia. Parei na sala vazia, olhando pros lados. Edith me olhava encantada, fomos juntas para a varandinha. No apartamento do lado havia uma varandinha igual a nossa. A vista dava pra um prédio bonito e era possível pra ver a movimentação dos carros; na mesma Avenida havia uma padaria. Eu não podia negar... Era o melhor apê que já tínhamos visto.

– Malu... – Edith me chamou, um sorriso enorme no rosto. Suspirei vencida.

– O quarto no fim do corredor é meu.

– Fechado! – Edith foi conversar com o síndico/zelador e eu fiquei ali pensando no que eu havia me metido.



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Notas finais do capítulo

É, eu sempre torturo a Malu. Sou má. =(
Nem tenho muito o que falar sobre isso e o relacionamento Igor/Malu, estou pensando cuidosamente como trabalharei a relação deles, mas confesso pra vocês que sinto falta daquela antiga amizade. Logo, logo a Malu vai rever algumas coisas que disse. Razão as vezes cega tbm. Enfim! Adianto que daqui a uns dois capítulos ou três. O Victor aparece para a alegria de muitas meninas que querem ver o circo pegando fogo. KK
To caindo de sono aqui. Boa noite. Obrigaaada por lerem. Obrigada por tuudo, meninas. =* Beijinhos.