Apenas por um segundo Logan pensou no que estava realmente fazendo, mas não quis parar, seus desejos eram mais fortes que ele. Alegou a si mesmo que aquilo o faria se acalmar diante da presença dela.

O que ele não considerou foi que os calmantes nem sempre têm o mesmo efeito em pessoas diferentes.

No outro dia, pela manhã, Kate se levantou e sentiu-se estranha. Quando procurou por Logan, o encontrou na sala.

_ Papai?

Ele havia notado sua aproximação, não tinha coragem de encará-la. Então pegou um jornal e fingiu estar lendo.

_ Bom dia, meu bem!

_ Eu... Tive um sonho estranho.

_ Sonho?

_ Sim, esta noite eu sonhei com você. – Logan sentiu seu coração disparar – Você estava sobre mim, eu...achei muito esquisito, parecia que agente estava fazendo ... aquelas coisas de casal...

Tentando achar uma resposta rápida ele se levantou do sofá e a conduziu à cozinha enquanto tentava convencê-la a esquecer aquele “sonho”.

_ Ora, que loucura, é estranho mesmo. Mas sonhos são só uma mistura de pensamentos, sabe, como uma caixa de quebra cabeças. Na vida real estão montados, mas quando dormimos, eles se espalham e ficam misturados. Vamos tomar café? Eu já busquei o queijo.

_ Eu sei, mas parecia real! Por que eu sonhei isso?

Ele serviu seu café.

_ Não se preocupe. A interpretação de sonhos não existe. Mas este queijo... Abra a boca!

Kate acabou deixando o assunto de lado como Logan queria. E para que ela não voltasse a falar sobre aquilo ele procurou deixa-la ocupada. Kate viu seu desejo de dirigir se realizar. Ele a levou para um campo vazio, e lhe deu a direção. Para ela foi um dos momentos mais excitantes de sua vida poder conduzir o carro de seu pai.

Além da aula de direção, Logan a levou para fazer compras, permitiu que ela comprasse tudo que quisesse nas lojas que entravam.

_ Obrigada, papai! – já em casa ela o abraçava feliz com tudo – Eu te amo muito!

_ Eu também te amo Kate!

Depois daquele abraço caloroso e sincero, Logan percebeu que de nada havia adiantado seu delito, que sua paixão por ela estava ainda maior e mais forte.

Enquanto ela estava em seu quarto acomodando as coisas que comprou, ele ficou na varanda para tentar se afastar um pouco dela. Vinha em sua mente o jeito meigo de Kate saindo do provador por sete ou oito vezes com uma roupa diferente e provocante, perguntando a ele o que achava ou qual devia levar.

Sua consciência estava tão pesado naquele momento que ele temia pelo castigo divino. Passou a falar sozinho como que orando.

_ Oh, Deus! Acho que estou ficando louco... O que foi que eu fiz a ela? Pobre menina, só queria um pai. E eu, quem sou? Um monstro, um crápula egoísta.

Ele estava atormentado naquele momento. Mas ver o sorriso de Kate era o bastante para esquecer tudo. Baseado na clara evidência de que a fazia feliz, ele acabou por perdoar a si mesmo, ao tempo em que prometeu que nunca mais cometeria aquele ato novamente.

De fato, ele passou a se controlar depois daquele dia. Apesar de ainda manter Kate sempre ao seu lado e longe de outras pessoas, principalmente homens, procurava enxerga-la como uma filha, não mulher. Quando sentia seus instintos prestes a fugirem do controle, Marina era sua perfeita salvação.