Bolo De Chocolate escrita por FeltonSexy


Capítulo 3
O que aconteceu com a gente ?




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No meu sexto ano a Rose começou a namorar um idiota da Corvinal. Eu vi a primeira vez que eles se beijaram e foi de língua. Argh! Ninguém pode beijá-la sabia? Que cara estúpido, idiota... Eu poderia ter continuado a xingá-lo, mas uma voz na minha cabeça ficou dizendo:

– Você só está com raiva porque não é você no lugar dele.

Quase que eu me atirei da Torre da Grifinória. A droga da vozinha tinha razão! Eu não queria que ninguém beijasse a Rosely porque EU queria beijá-la.

Lembra que eu disse que o Albus estava caído pela Lucy? Pois é... Eles começaram a namorar e ele ficava menos tempo com a gente (eu e Rose), ou seja, Rose começou a achar que eu era seu conselheiro amoroso e me contava tudo sobre o tal namorado. Eu sempre tinha que respirar fundo.

Ninguém merece.

Os meses passaram, e nada deles terminarem. Procurei por podres do cara, mas ele era tão certinho quanto ela. Que droga!

O sexto ano estava quase acabando. E bom, ninguém é de ferro. Rosely veio me falar do cara e eu estressei. Com a pessoa errada, não precisa me dizer...

"– Por que você me conta tudo isso? – perguntei nervoso.

Ela estranhou.

– Por que você é o meu melhor amigo – ela respondeu me olhando de soslaio – E falar disso com o Albus é estranho. Ele é meu primo.

– Mas você já pensou que eu talvez não queira saber como o seu namorado te beija? E se te faz essas surpresas românticas idiotas? – eu estava mesmo muito nervoso – E se ele diz que gosta de você de verdade? Como você acha que eu me sinto?

– Como você se sente? – ela já estava gritando – Deixa de ser egoísta Scorpius! E eu sou obrigada a aguentar você dizendo onde e como pegou TODAS as garotas da escola?

– Eu não tinha pensado...

– É claro que você não tinha pensado nisso – ela continuava gritando – Você sempre me tratou como o Albus ou como um de seus amigos!

– Até parece Weasley! Eu só não gosto de como você fala desse cara! Você é linda, não deveria ficar com um idiota!

– Por que ele é um idiota? Só por que ele não é da Grifinória? Só por que ele não é rico? Ou é só porque ele não é VOCÊ?

Vocês não tem ideia de como essas palavras me atingiram. Não tem mesmo. Fiquei sem palavras e isso nunca acontece comigo. Sempre tenho uma resposta para tudo. E a Rose percebeu que eu não conseguia retrucar.

– Bom, pelo menos ele não percebeu que eu sou uma garota só quando me viu com outro cara.

Olhei nos olhos azuis dela e parecia que ela ira chorar, mas de raiva de mim. Quer saber? Dane-se. Não ligo.

Levantei-me e fui para o dormitório."

XXX

Não nos falamos mais depois daquele dia. Eu viajei para a França nas férias, apesar de querer passa-las com Albus e Rose. Só que era orgulhoso demais para me desculpar, para dizer que estava com ciúmes e estava errado. É nessas horas que eu percebia que era um Grifinório. Um maldito orgulhoso, como diz meu pai.

Depois decidi passar o resto das férias em casa mesmo.

Entretanto eu recebi uma visita.

"Estava indo para a cozinha pedir para alguém fazer um bolo para mim, quando ouvi a campainha e meu pai foi atender. Achei que não estava escutando direito porque ouvi meu pai dizer:

– Oi Rose. Como você está?

O que ela está fazendo aqui?

Tratei de subir as escadas, mas de um modo que eu ainda pudesse ouvir a conversa. O incrível é que, apesar dela ser uma Weasley, meu pai a adora. Acho que ela tem esse poder, é impossível não se afeiçoar á ela.

– Eu estou bem – ela respondeu – E o senhor?

– Ótimo. Sabia que você está linda?

Eu quase pude vê-la enrubescendo. Ela sempre reage assim á um elogio.

– Obrigada. O Malfoy já voltou de viagem?

– Vocês brigaram não é?

– Como o Sr. sabe? Ele te contou? – ela perguntou tímida.

Meu pai riu.

– Não precisou. – ele disse, se recompondo – Desde que eu a conheço, nunca ouvi você chamar meu filho pelo sobrenome. E isso explica porque ele tem comido tanto bolo de chocolate.

– Somos dois viciados. – ela disse.

– Imagino. Vamos entrar, Scorpius está no quarto e você pode subir se quiser. Já conhece o caminho.

– Obrigada Sr. Malfoy.

Ela veio se desculpar. Não acredito. Engoliu o orgulho e veio se desculpar. Mas eu não quero falar com ela.

O quê?

Eu ainda estou com raiva.

Mas o meu pai já disse que eu estou aqui em cima. Vou tomar um banho, quem sabe assim, ela acaba desistindo de falar comigo.

Uma parte de mim queria muito vê-la, mas o orgulhoso não queria dar o braço a torcer.

Fui para o banheiro do meu quarto e fiquei lá. Enrolando.

Já deve ter passado um tempo considerável e ela talvez já tenha ido.

Saí do banheiro, com o cabelo molhado. Não estava preparado para a cena que se seguiu.

Rose havia cortado o cabelo, estava na altura dos ombros agora. E havia cortado a franja também. Estava com uma blusa com símbolos da Grifinória, e combinava como meu quarto onde tudo é vermelho e dourado. Meu pai diz que aqui é uma zona proibida porque está contra todo verde e prata da casa.

Ela realmente estava maravilhosa e sorria.

Devia ser proibido algo assim. Alguém ser tão bonito.

– Quem transplantou o corpo de um deus grego e colocou em você Malfoy?

Tive que rir.

Nós sempre tivemos essa relação maluca, eu digo o que penso e ela também.

– Eu sempre fui gostoso assim, querida.

– Até parece...

– E o que aconteceu com você Weasley? 'Tá' um gata!

Ela enrubesceu.

E depois estava em meus braços.

– Senti sua falta Scorp. Não quero brigar.

– Eu sei. – disse rindo.

E ela me bateu.

– Seu idiota! Eu venho me desculpar e você continua...

Não deixei que ela continuasse e a abracei novamente.

– Sabe que eu adoro você Weasley!

Ela olhou torto para mim, fazendo língua:

– Weasley?

– Rosely. Adoro você Rosely.

– Agora está muito melhor."

XXX

Ela havia trago bolo, e nós comemos juntos com minha mãe e meu pai.

Não tocamos no assunto que nos fez brigar. Seria nosso último ano em Hogwarts e aquelas eram nossas últimas férias antes de nos formarmos.

XXX

Pouca coisa mudou entre a gente. A Rose estava mais bonita mesmo e não fui o único a perceber isso. Até o Fred disse que se ela não fosse prima dele, ele pegava. No primeiro dia de aula descobri que ela não tinha terminado com o idiota da Corvinal. Como mencionei anteriormente, não havíamos conversado sobre isso, mas eu tinha esperança que ela estivesse sem a peste do namorado.

Bom, quer saber?

Não iria agarrar a Rose á força, mas esse 'amiguinho' dela iria ter um belo concorrente.

"– Finalmente decidiu fazer alguma coisa. Essa já é sua Malfoy". – Foi isso que o Albus disse quando eu contei o que iria fazer de tudo pra ficar com a Rose.

Eo primeiro jogo de quadribol da Grifinória foi contra a Corvinal. Eu fiz um acordo com o Jordan que estava narrando o jogo. Todas as defesas – e não são poucas – que eu fizesse, ele iria dedicar á "Rose Gatinha Weasley", como disse o próprio.

Quando eu defendi a primeira goles, o Jordan disse o que eu pedi e sorri maroto quando a vi parando e balançando a cabeça negativamente. Mas sorria, e como Rox havia acabado de fazer um gol, ela virou-se para mim e gritou: "Você é impossível!"

Infelizmente o namoradinho dela era batedor e resolveu que eu deveria ser o alvo dele. Nunca desviei de tantos balaços na minha vida, e todo mundo percebeu que era um tipo de vingança. Até Rose ficou estressado com isso, entretanto tentava se concentrar nas goles, enquanto dizia aos nossos batedores para desviar o máximo de balaços de mim.

Nunca vi o Albus demorar tanto para encontrar um pomo.

Os balaços ainda me atrapalhavam, mas estávamos ganhando. Albus finalmente viu o pomo e quando ele deveria estar á centímetros do término da partida, tudo escureceu.

XXX

Acordei com um braço envolvendo meu estômago, Rose estava adormecida, sentada na cadeira ao meu lado com o tronco inclinado, a cabeça encostada na beira da cama, e o outro braço servindo de travesseiro.

"Estava perdido naquela cena.

Não é exagero, ela está parecendo um anjo ruivo.

Anjo Ruivo?

Por Merlin! Eu estou me apaixonando pela minha melhor amiga mesmo.

– Há quanto tempo você está acordado?

Saí de meus devaneios e encarei-a. Ela sorriu.

– Não sei. – respondi sinceramente.

– Não dá pra continuar fingindo que não está acontecendo nada Scorp.

Lembra do lance de dizer tudo o que pensamos? Pois é, eu preferiria que ela não tivesse ido direto ao assunto agora.

Não disse nada, e esperei que ela continuasse como eu sabia que faria.

– Enquanto você estava aqui, inconsciente, eu fiquei pensando. – ela disse, encarando-me – Eu tentei me lembrar de quando eu parei de querer vê-lo somente como amigo, tentei lembrar quando a sua opinião começou a valer tanto para mim, á me perguntar quando comecei a olhá-lo como se eu pudesse decorar todas as suas feições. E não consegui, não consegui lembrar quando tudo isso começou.

– Rose... –comecei a falar, mas ela fingiu que não estava escutando.

– E fiquei imaginando como e quando você começou a me ver de forma diferente. Se foi durante o quarto ano, igual aos outros garotos que perceberam que eu não era somente uma nerd, e sim uma garota.

– E não qualquer uma né? Os idiotas quebram o pescoço de tanto vira-lo quando você passa Rose!

– Você podia ser menos exagerado. – ela me disse em um tom mesclando repreensão e divertimento.

– Eu só digo a verdade. – dei os ombros e esperei que a conversa ficasse menos tensa.

– A questão é que eu tenho medo. – ela disse voltando ao assunto.

Droga! Será que ela não sabe que ninguém merece ficar falando disso?

Espera, medo de quê?

– É ridículo, eu sei, mas não quero ser só mais uma.

Não acredito que ela está se comparando a alguma ex-namorada minha. Isso é se rebaixar á um péssimo nível.

– Será que dá pra você... – comecei a me alterar.

Acalme-se Scorpius.

Não diga nada que faça você se arrepender depois.

– Rose... – disse e respirei fundo. – Nunca mais diga isso. Não importa o que aconteça, você tem que saber que você nunca foi uma delas. – O orgulhoso em minha cabeça gritava para não continuar. O quê? Não é sempre que eu digo algumas verdades malucas. Ou pior, não é sempre que você diz que acha que se apaixonou. Soa piegas demais. – Antes do seu namoradinho, eu nunca quis quebrar a cara de alguém porque ele beijou uma garota. Fala sério Rose, eu...

– Malfoy! –gritou algum idiota me interrompendo

Vi que era o meu melhor amigo. Albus sempre escolhe as melhores horas para aparecer não é?

Não mesmo.

– Oi Albus. – dissemos eu e Rose, juntos.

– Nossa! Que ânimo de vocês hein? Estavam discutindo a relação? – disse e começou a rir como se houvesse contado a piada do ano.

Rosely e eu nos entreolhamos meio que nos perguntando por que a gente aguenta o Potter. Ele olhou para nós e disse:

– Perdi alguma coisa? – tomara que ele tenha sacado que estávamos tendo uma conversa séria aqui – Ah não! Por Merlin! Vocês estavam mesmo discutindo a relação?

– Que relação Al? – Rose perguntou quase gritando.

Tá, ela gritou tão alto que eu não duvidava que o castelo inteiro pudesse ouvi-la.

– Quando eu consigo que o Malfoy pare com as brincadeiras idiotas dele, você aparece e estraga tudo!

– Ei! – foi a única coisa que me ocorreu para dizer.

– É mesmo Malfoy! Você sempre brinca com tudo. E não me venha com ironias ou sarcasmo, o.k.?

– Rose. É só expulsarmos o Albus. – falei como se fosse óbvio.

Foi a vez do Albus dizer: "Ei!".

– Argh! Deixa pra lá. Eu já estou saindo mesmo."

XXX

E ela saiu, deixando Albus boquiaberto e eu com vontade de quebrar a cara dele, além de correr atrás da Rosely. Entretanto a enfermeira apareceu no exato momento que eu fiz menção de levantar e não me deixou sair.

Lily, Hugo, Rox e o resto do time passaram para me ver e a Potter perguntou o que aconteceu com a Rose e se eu tinha alguma coisa a ver com isso. Perguntei por que e ela disse que a Rose chegou ao Salão Comunal resmungando algo como TODOS os garotos são idiotas, principalmente os primos e os melhores amigos.

Tive que rir. Mas a Lily disse para eu resolver tudo logo porque a prima dela pode acabar desistindo de mim.

Devo dizer que a Lily me fez ficar pensando em que eu deveria fazer. E se nós começarmos a namorar e terminarmos? E se a amizade não sobreviver á isso? Droga! Deve ser esse o tal medo do qual ela estava falando.

O pessoal da Grifinória falou que ia ter uma festa no Salão Comunal e que o namoradinho da Rose estava em detenção pelo ataque no campo.

Quando cheguei estava todo mundo comemorando e a Rox havia contrabandeado cerveja amanteigada do Três Vassouras, alegando que estava continuando o legado do irmão e do pai.

"Todos estavam me dando os parabéns pelo jogo, mas Albus ainda era o herói da festa. Estava procurando por Rosely quando ela chegou e me entregou um copo de cerveja amanteigada. Perguntei sobre o namoradinho dela e ela respondeu como se estivesse respondendo que horas são:

– Não sei. E é ex-namorado, se quer saber.

– E como foi? – perguntei querendo saber o que aconteceu de verdade, e óbvio que também queria saber se eu havia sido o motivo do término.

– Você quer que encha sua bola não é Malfoy? – ela respondeu sorrindo.

– Só estou perguntando. – respondi inocente.

– Aham. – concordou ainda sorridente – Vem comer alguma coisa.

Sentamos em um dos sofás e ela começou dizendo:

– Se quer mesmo saber, ele fez um drama que nunca pensei que fosse possível, dizendo que a culpa era toda sua, porque você ficava dando em cima de mulher dos outros.

– E foi aí que você estressou não é? Porque você não é mulher de ninguém.

– Exatamente Scorp. Garoto nenhum vai falar que é meu dono. – Ela olhou para mim curiosa – E, além disso, ele não pode bater em você, é privilégio meu fazer isso.

– Pode me bater quando você quiser Weasley. – eu disse com um sorriso cheio de segundas e terceiras intenções.

– Essas cantadas horríveis funcionavam com as garotas que você pegava? – ela questionou rindo.

– Sempre querida.

– Mas como você sabia que eu fiquei nervosa quando o Evans disse que eu era "dele"?

– Porque eu conheço você. – disse pegando um salgado – É minha melhor amiga."

O sorriso de Rose murchou. Agora tenho certeza que ela não esperava essa resposta.

Mas o que deveria dizer? Que ela é a mulher da minha vida?

Não digo isso nem morto.

Tá, se a gente casar um dia, eu digo isso.

Espera aí! Casar? Em que eu estou pensando?

Depois conversamos sobre tudo, menos sobre o que estava nos incomodando.

Menos sobre nossa relação maluca.


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