Sofia e Rodrigo acabaram passando a madrugada ao relento, apenas refletindo sobre o que acontecera aquela noite:

- Eu sou um monstro. – disse Sofia

- Você um monstro?! – Rodrigo ficara assustado

- Sou. – resmungou Sofia – Não reparastes? Onde passo, a discórdia acontece.

Rodrigo não acreditou no que ouvira de Sofia, e então a respondeu:

- Sem ideias insolentes. Você não é monstro algum. Só precisamos descobrir por que acontece isso contigo.

Os dois estavam morrendo de sono, e se não dormissem não teriam mais forças para andar. Avistaram um Hotel não muito chamativo, que estava aberto. Sofia estava com pouco dinheiro, e então Rodrigo pagou a estadia de uma noite, que ficou em torno de 80 reais.

- Passamos a noite aqui, e depois vamos embora. – sugeriu Sofia

Os dois dormiram com as mesmas roupas de ontem, se não se importar muito. As mesmas roupas sujas e cobertas de cinzas. Mas, eles não tiveram paz nem para descansar.

Durante aquela madrugada que só estava no começo, Rodrigo ouviu algo debaixo da cama, e disse a Sofia sussurrando:

- Nós não estamos sozinhos.

Sofia lembrara-se do crucifixo, tirou-o do bolso, e agarrou com força, Rodrigo fez o mesmo com o seu. Os dois se levantaram da cama e o vulto que se escondera embaixo da cama, se levantara, levantando a cama e a derrubando. O dono do Hotel acordou com um grande susto, e subiu as escadas e bateu na porta:

- O que está acontecendo aí?! Abram a porta, abram a porta!

Rodrigo e Sofia corriam pelo estreito quarto, fugindo da maneira que podiam. Num movimento breve, o vulto jogou a escrivaninha contra a parede, no intuito de acertar os dois, mas sem sucesso, apenas quebrou a cortina.

O dono do Hotel continuava a gritar na porta:

- Abra logo ou abrirei com minhas chaves! – o homem tirava o chaveiro do bolso, e começava a procurar a chave daquele quarto

O vulto teve uma ideia estratégica e pegou o ferro que se soltara da cortina, e então tentou acertar os dois que corriam pelo quarto. O ferro não os acertara, e atravessara a porta, atingindo o peito do dono do Hotel, que foi arremessado contra a parede. A porta foi a baixo. O vulto tacara o outro ferro em Sofia, mas por sorte a mesma saiu ilesa. Rodrigo viu aquilo e se jogou por cima de Sofia para protegê-la. Rodrigo agarrou a mão da menina, e a puxou, colocando-a em seu colo. Saiu correndo daquele quarto, descendo as escadas. Os dois foram para a rua, e Sofia pedira para Rodrigo coloca-la no chão. Os dois corriam daquilo que não podia se ver. Um carro sem condutor ligou-se e foi atrás dos dois. Eles nunca corriam como naquele dia. O carro acelerava e Rodrigo e Sofia continuavam a correr. Os dois avistaram uma igreja, e entraram dentro dela, o carro não podera continuar. Eles saíram pelos fundos e acabaram entrando numa casa de uma mulher que os chamara, e o vulto sumiu. Eles corriam um risco ao entrar na casa daquela desconhecida mulher, mas era um risco que tinham que correr.