All About Us escrita por Helle


Capítulo 9
All About Us - The end


Notas iniciais do capítulo

Eita Deus! Demorei né? Desculpa amores, a inspiração tirou férias e não queria mais voltar '-' Último cap da fic. Sofri pra fazer, mas acho que saiu do jeito que eu queria. Foi um prazer passar esse tempo com vocês e eu fico muito feliz em ler as opiniões de cada uma de vocês *-*



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-Onde está Hermione? Você a viu hoje?

Era Harry quem perguntava. Rony estava calado na mesa do café da manhã. Muito emburrado ele cutucava a comida com um garfo, ou melhor, ele matava a torta com o talher.

-Rony brigou com ela.  –Disse Gina observando de esguelha o comportamento do irmão.

-O que foi dessa vez? Pensei que você fosse pedir desculpas ontem...  –Harry não conseguiu terminar a sentença.

-Você viu o Malfoy hoje? –Soltou Ronald olhando para a mesa da Sonserina.

-Malfoy... Porque quer saber do Malfoy? Você sabe de algo? Ele é mesmo um..

-Shhh! –Pediu Gina. –Não aqui, vocês dois... por Merlin!

-Pode me emprestar o mapa do maroto Harry?

-Claro... Mas o que você quer com... –Harry se refreou. O olhar de Rony não expressava nada além de uma fúria muito mal contida. –No meu malão. Pode pegar.

O ruivo saiu a passos largos em direção ao salão comunal da Grifinória sob olhares ora surpresos por tamanha altivez, ora assustados pela expressão tão incomum nas feições do rapaz.

Ela era definitivamente a pessoa mais intrigante que ele já conhecera. Eles poderiam ser amigos. Se ele não fosse sempre tão estúpido com ela desde pequeno... Se ele tivesse mostrado que podia ser uma boa pessoa desde o começo... Mas ele era uma boa pessoa?  Não saberia responder. Ele tentava, ao menos. Estava ali tentando.

Observava a garota adormecida no sofá da sala comunal da Grifinória. Uma hora ela teria de acordar, e com certeza ficaria brava, ou assustada... O Weasley ou o Potter não demorariam a vir em seu socorro. Ele só precisava de alguns minutos com qualquer um dos dois. “De preferência o cabeça de cenoura.”

Mal terminou de pensar nisso e alguém entrou na sala comunal em um rompante.

-Malfoy?!

-Ora se não é o Weasel. Eu queria mesmo falar com você. –Disse Draco sorrindo da própria sorte, ou falta dela.

-Que diabos..? O que você fez a ela?! –Vociferou o rapaz deixando seus olhos recaírem na garota desacordada.

-Ela está dormindo, não fiz nada demais. Agora, preste atenção cabeça de cenoura...

Draco não conseguiu terminar a frase. Foi atingido em cheio no rosto por um soco. O loiro percebeu com uma careta de dor que a mão do Weasley era bem mais pesada que a de Hermione.

-Se você encostou nela eu te...

-Você o que? Me mata? –Cuspiu Draco passando a mão no rosto. –Vá em frente e entre na fila!

O ruivo pareceu raciocinar por um momento.

-O que quer aqui? Como entrou aqui? –Perguntou dividindo olhares entre a entrada, Hermione e Draco.

-Eu quero conversar. Civilizadamente. E eu sei as senhas de todos os salões, tenho meus meios.

O ruivo cruzou os braços e bufou. Fez um gesto com a cabeça para que o loiro continuasse.

-Her... Granger cometeu um erro. –Começou o sonserino se repreendendo por quase chama-la pelo nome.

-Que erro? Se aproximar de você?

-Exato. – Pontuou Draco olhando para um ponto distante acima do ombro esquerdo de Rony.

-Disso eu já sei.

-Cale a boca, deixe-me continuar Weasel...

-Olha aqui..

-CALADO! –Vociferou Draco. Já estava se arrependendo de ter a ideia estúpida de... Não. Ele tinha de fazer aquilo. Era uma das poucas opções plausíveis.

-Olhe, eu estou aqui por que eu quero o melhor pra ela. Eu não sou esse melhor e obviamente você também não. Mas eu não o sou por impossibilidade e você... –Draco o olhou com nojo e desprezo. –Você só não é por imbecilidade.

Rony tomou fôlego para revidar o xingamento mas Draco foi mais rápido. O loiro falou com sua voz arrastada de forma tranquila, porém imperativa.

-Ela te ama. E se você a ama também, você vai pedir desculpas a ela quando ela acordar. Vai parar de se agarrar com a imprestável da Brown e nunca, nunca vai desrespeitá-la ou tratá-la mal. Porque acredite Weasley, se eu ver Hermione chorando de novo por sua causa, e sim ela chora por você seu estúpido, não faça essa cara -adicionou o loiro-  eu volto pra te matar da forma mais dolorosa existente.

Rony mais uma vez abriu a boca pra falar, mas o sonserino prosseguiu de forma ameaçadora:

-Caso você não a ame, me diga agora mesmo. Pois eu arranjo outra solução num estalir de dedos e apago essa sua memória. Agora fale Weasel. Você a ama ou não? Não existe espaço para dúvidas, apena responda sim ou não.

O ruivo estava apalermado com as sentenças de Draco. Não achou a voz na primeira tentativa de falar. Precisou pigarrear duas vezes pra poder dizer algo.

-Sim. Eu a amo. E eu não sei que diabos aconteceu entre você e Hermione, que por sinal, é granger pra você, mas eu não estou interessado em saber. Tem algo de muito errado com você e não tenho dúvidas de que está tramando algo. Apenas vá embora e me deixe a sós com a minha namorada. –Falou Rony ajoelhando-se junto ao sofá onde Hermione estava deitada.

Draco bufou e revirou os olhos, que por sinal estavam úmidos. O sonserino obviamente não choraria na frente de ninguém consciente, por isso apenas respirou fundo e deu as costas aos dois grifinórios.

-Ah... –Disse o loiro se voltando para o casal. – Ela não vai lembrar de suas idiotices com a Brown. Tente não repetir e não dê uma de estúpido, ou eu te mato. –Acrescentou o jovem Malfoy arriscando um último olhar para sua sangue-ruim.

E pensar que tudo estava acontecendo por causa de sangue. “Maldito sangue.” –Pensou Draco se dirigindo a sua biblioteca particular.

A guerra. Seu amor impossível por Hermione. Sua vida inteira. Tudo se resumia a sangue.

Ele estava incubido de uma maldita missão suicida. Estava lutando por uma causa que não fazia mais sentido para ele. Era um fantoche estúpido nas mãos de sua família. Nas mãos dele.

O loiro surrou as paredes frias do corredor no qual estava. Toda sua fúria contida por dias, semanas, meses, anos...

Ele estava com raiva. Estava triste. Estava revoltado. Estava confuso. Estava vazio e cheio ao mesmo tempo. As lágrimas saíram sem permissão e o rapaz se precipitou para a entrada da biblioteca de Salazar.

Deixou-se cair em uma poltrona branca. E observou a bandeja com chá e torradas que ainda estavam lá... Chutou-as num ato de ódio silencioso que se tornou barulhento mediante o tilintar dos artefatos de metal nas paredes e em seguida no chão de pedra.

Agora que estava tudo acabado entre ele e Hermione seus sonhos poderiam começar. Ele sonhava com o fim e nada mais.

Não imaginava como, mas estava feliz por saber que tudo estava se encaminhando a um final. Ele iria parar de sofrer. De promover sofrimento. De ser usado.

Iria parar com tudo.

Hermione havia sido sua melhor parte. A melhor coisa que já havia lhe acontecido em vida. Apesar de tudo, ele era grato.

Amigos, amantes ou nada. Era assim que tinha que ser. Eles só poderiam ser uma coisa e ele havia feito sua escolha. Não havia meios termos. Não havia um equilíbrio. Alguém ia sair perdendo e ele realmente estava aliviado por saber que seria o único a se lamentar por algo.

Alguns meses depois...

-Ronald! Eu não acredito! –Exclamou Hermione dando em seguida uma gargalhada que fez o coração do loiro -que observava a cena de longe- se aquecer e tremular um pouco dentro de seu peito.

Era o dia fatídico. Ele se dirigiu ao banheiro da murta e parou em frente ao espelho quebrado.

Ela estaria bem com o amor de sua vida. Ainda que ele não fosse o melhor pra ela... No final das contas ninguém teria o melhor. Era uma guerra de corações quebrados em todos os sentidos. Não havia nada mais a ser feito. Tudo o que ele poderia ter feito havia sido feito. Ele não poderia consertar o coração dela e ninguém poderia consertar o seu. Não era um compromisso, mas Hermione sempre estaria colocando lágrimas nos olhos secos do rapaz. Ela sempre estaria resgatando sua parte humana, quer soubesse ou não. Ele achava que não iria mais cair. Mas existiam coisas que fugiriam ao seu controle. Estava em queda livre de novo. Dessa vez era uma queda puramente emocional. Draco estava no seu limite e as lágrimas jorravam de seus olhos. Ele iria morrer. Ele queria morrer.

Não haviam escapatórias. Não havia como fugir do destino que fora traçado. Com sorte ele sobreviveria. Sobreviveria, mas nunca viveria. Não seria vida sem ela. Ele poderia coexistir ao lado de uma falsa felicidade. Ao menos alguém alcançaria felicidade plena, mesmo que não fosse ele.

Amigos, amantes ou nada.

Nada. Hermione não se lembrava de nada. Ela não havia dirigido um olhar sequer ao Sonserino. Weasley parecia ter criado juízo. O relacionamento dos dois andava às mil maravilhas.

Eles nunca seriam um meio termo. Draco fizera o certo ao desistir. Qualquer coisa que não significasse ficar ao lado dela significaria ir embora. Qualquer coisa menor que um “eu te amo” seria uma mentira. Ele estava farto de mentiras. Era aquele momento ou nunca. Que fosse o que tivesse de ser. Hermione havia ficado pra trás com suas lembranças e juntamente com elas estava tudo sobre eles.

-Tudo sobre nós. –Ele se permitiu dizer antes de escutar um barulho denunciando a presença de alguém mais no banheiro.

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Notas finais do capítulo

Cara, eu tenho um sério problema pra acabar projetos e com esse não foi diferente >.< Graças ao apoio demonstrado nos reviews eu consegui terminar essa fic. Sério, muito obrigada a todas que deixaram seus comentários fofos e aos fantasminhas que apesar de não comentarem acompanharam meu trabalho. Eu agradeço a cada um de vocês e espero que tenham gostado desse final. Sei que foi triste e que no fim, Draco e Mione não ficaram juntos, mas eu acho que vocês entendem que não cabia um final feliz nessa história, né? De qualquer forma... Não se preocupem amores! Postarei mais Dramiones assim que der! Tenho uma enooorme que está quase pronta! Espero que tenham gostado, afinal meu intuito aqui é fazer vocês felizes *-*
P.S.: A música do cap foi Friends, lovers or nothing - John Mayer.
Beijos, Manlle.