A Menina Dos Sonhos escrita por AcsaSwegel


Capítulo 1
Dupla Identidade


Notas iniciais do capítulo

Bom, pra começar. Oiiii :)
Espero que gostem!



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Sabe quando todos pensam que te conhecem, acham que podem julgar cada atitude que você faz? Era esta a sina que eu vivia em Gold River. Não bastava ter 23 anos, ainda morar na casa de meus pais, aturar todas as babaquices de meus meio-irmãos, aturar a mãe deles, esposa de meu pai, eu não podia nem falar ai, que a noticia corria como o vento pela cidade. É claro que tinha de ser assim. Cidade pequena, todo mundo conhece todo mundo. Mas, se eu fosse a dona de um bar, tenho a certeza absoluta que não seria tanto assim. Acontece que meu pai tinha uma empresa, a única na cidade. Quando nós chegamos em Gold River, a cidade era abandonada, digamos. Havia apenas uma escola, para 300 crianças, e havia um supermercado que abastecia todas as 3 mil pessoas que moravam ali. Era como uma cidade parada no tempo. Ainda na idade da pedra. Meu pai trouxe a era da tecnologia para aquele lugar. Ele construiu uma empresa em que se montavam computadores. Com isto, abriram mais de 300 vagas de empregos. E os moradores começaram a depender daquilo. É claro que meu pai lucrou muito com isto. Muito.

Com isto, meu pai, que não era ruim da grana, ficou mais rico. E eu, como sou filha dele, obvio, ganhei popularidade. O problema de tudo isto, era que eu não gostava. Nunca gostei de me exibir. Para mim, um lugar perfeito, uma ocasião perfeita, seria quando eu estivesse deitada na cama, embaixo de um cobertor, lendo.

Bom, agora vamos parar de lenga lenga, e eu vou começar a contar logo a história. É para isto que eu estou aqui, não?

*******

Bom, para começar, meu nome é Renné Mccleuth. Tenho 23 anos. Sou baixinha, com apenas 1,56 de altura. Tenho olhos cinzas, cabelos ruivos, e não sou nem magra nem gorda. Me considero no meio. Tenho certeza que vocês estão se perguntando por que uma garota gata como eu(nem um pouco convencida), ruiva ainda por cima, está solteira. É claro que vários candidatos apareceram. Mas, o que eu tinha em minhas mãos? Os mais marcantes foram: o filho do prefeito, Martin Roosenvall, um moço arrogante, e que eu tinha ódio por ele. Peter Sanders, um homem extremamente feio, e que tinha quase o triplo da minha idade? É claro que eu não aceitaria. Nem morta. Eu preferia ficar na casa de meu pai. Mesmo que eu tivesse que aguentar Roselli, minha madrasta.

A minha história começa num dia normal.

Meu celular despertou. 8:50. Hora de acordar para me arrumar, tomar café, e ir trabalhar. Minha paixão sempre foi livros. E eu adorava ir até a biblioteca da cidade. A única. A mulher que trabalhava lá, parecia que tinha mais de cem anos. Era chata. Põe chata. Chamava-se Mary. Eu esperei ansiosamente. Até o dia em que ela se aposentou. Podera também. Quase 50 anos de trabalho. E então eu me apresentei. Eu queria trabalhar lá na biblioteca. Fui aceita.

Fazia exatamente um ano que eu trabalhava, mas na minha mente, parecia que eu sempre estive lá. Eu sabia cada livro, cada estante. E parecia que eles falavam comigo. Era como se eu fosse a mãe deles.

Entrei em meu carro, um Aston Martin. Eu não gostava de me aparecer. Mas o carro eu fazia questão! Eu adorava carros. Eles eram minha outra paixão. E todos sabiam disso. Era nele que eu podia me expressar, colocando o pé no acelerador, e indo até o máximo. Eu segui o meu caminho, até a biblioteca. Não era perto. Henry, meu pai, escolhera morar numa casa no meio das montanhas. E, então eu descia a estrada na maior velocidade. Mas, sempre quando eu chegava perto da placa que dizia: Bem vindos a Gold River, eu punha a minha outra identidade em ação. Lá na cidade, eu era a moça exemplo. Todas as outras meninas, ou tinha inveja de mim, ou me seguiam. Até na roupa. Eu era a moça certinha. Não andava menos do que o permitido no transito, não mostrava o dedo, não falava palavrões. Eu era bela, sempre me cuidava com o maior zelo. E o principal: Nunca chegava tarde no trabalho. Deixa eu explicar para vocês por que isto era o principal: O povo da cidade sempre foi sistemático. As regras para se dar bem com eles, e nunca cair no conceito era:

* Nunca, NUNCA chegar tarde no trabalho.

* Nunca, NUNCA falar palavrões.

* Nunca, NUNCA se opor ás ordens dos pais.

* Mulheres não eram independentes. Nem aqui nem na China. (Pensando bem, na China, realmente, elas não são).

* Então, se elas não eram independentes, nada elas podiam fazer.

* SEMPRE RESPEITAR AS REGRAS DE CIMA.

Como antes eu disse, eles ainda viviam na era das pedras. Sendo que nós já estavamos no século XXI.

Eu fui obrigada a me tornar como uma deles. E isto me matava. Aquilo não fora feito para mim. Eu estacionei na frente da biblioteca, e desci do carro. Estava vestindo um vestido leve, e, para conbibar, uma bolsa simples. Era primavera, e o tempo estava fresco. Meus cabelos, eram cortados na altura dos ombros, e como sempre deixava eles soltos, naquele dia não foi diferente. Tirei a chave da minha bolsa, e abri a porta para o meu mundo particular. Estavam me esperando como sempre. Aqueles livros eram maravilhosos. Coloquei minha bolsa debaixo do balcão, e me sentei. A porta foi aberta. A Primeira pessoa. Faltava as outras. Mesmo odiando tudo aquilo, parecia que eles não percebiam. Eu até tinha o meu próprio fã clube. Pelo o que eu sabia, tinham 300 membros. Eram todas as pessoas que tinham filhos, e achavam que eu deveria ser a deusa deles. E, todos, sempre, iam para a biblioteca. Nem que fosse só para entrar, me dar um oi e sair. Sempre iam. Só que, quando eu olhei para a pessoa que havia entrado, eu estranhei. Não a conhecia do fã clube. Nem de nenhum lugar da cidade. Era uma nova carne no pedaço.

Era um homem, e, deduzindo, tinha uns 30 anos. Era lindo, eu confesso, fiquei vidrada por ele. Tinha cabelos pretos e olhos violetas. Os olhos mais lindos que eu já vi. Eu nunca imaginava que ele era a porta para a minha liberdade.


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Notas finais do capítulo

Comentem, please. Quero saber se vcs gostaram!