Seikatsu No Kao escrita por Lucas_Lymas


Capítulo 3
Capitulo 03 - Verdades




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Hoje o dia amanhecerá bem chuvoso, as nuvens pareciam bem carregadas e de longe ouvíamos o trovejar dos trovões. Sempre em dia chuvosos tudo parecia bem monótono, as calçadas sempre desertas e as ruas sem movimentos de carros, às vezes pensava ”Para onde iriam todas as pessoas?” ou “O que elas estariam fazendo?”

Mas como de costume tudo que fez foi apenas ignorar tais pensamentos, sentada ainda em frente à janela do meu quarto tudo que via ao meu redor eram apenas coisas tristes e sem graça. Talvez após ter sentido na pele o sofrimento e a rejeição as coisas para mim tenham mudado de direção.

Era ainda difícil tentar esquecer aquela angustia no meu peito e quanto mais forte ela vinha, mas fraca me sentia. Às vezes ao me olhar no espelho tudo que via era apenas a imagem de uma velha, cansada e deprimida, assim era meu reflexo diante dos espelhos.    

Essa depressão podia ser realmente forte dentro de mim, mas ainda existia algo que me iluminava dentro dessa escuridão e esse “algo“ estava na forma de um belo pingente com o nome do meu irmão (Daisuke) cravado nele. E desse pequeno pingente vinham todas as forças para lutar contra a minha própria escuridão.

Logo ao notar a chuva diminuir apenas desce da janela e em seguida tratei de me arrumar, já que pretendia sair. Talvez fosse melhor ir hoje à loja da Sr (a). Megume aonde poderia comer alguns doces para relaxar, e até mesmo para conversar com Sr (a). Hanatarou e quem sabe pudesse chamar as meninas para ir lá também.

Antes de sair de casa liguei para Chie e Asami.

Chie não podia ir já que a mesma estava de dieta e hoje teria que ir ao medico com a mãe, mas já Asami como sempre estava disponível e disse que me encontraria na loja.

E antes de sair notava que Kisute (Pai) ainda não havia se levantado, o mesmo aparentava estar sujo e bem fedorento, talvez ainda não tivesse comido nada de ontem para hoje e em seguida tratei de ir ao mercadinho para comprar um Ramen para quando ele acorda-se comesse.

Agora já caminhando em direção a loja da Sr (a). Megume com um guarda-chuva na mão vias se em alguns becos de rua grandes caixas de papelões, dentro dessas caixas havia pessoas se protegendo do frio e da chuva que destruía suas pobres casas. Essa gente sofrida eram o que nós conhecíamos como Mendigos, pessoas esquecidas pela sociedade e largadas à própria sorte. 

Essa forte imagem se fixava em minha mente naquele prezado momento até que em meio aos meus olhos uma jovem aparecia deitada numa caixa rasgada e quase toda ensopada pela chuva, ela parecia tremer diante do frio que acobertava naquele momento e seu rosto parecia tão pálido que cheguei levemente a pensar que logo a mesma morreria naquelas condições precárias.  

A jovem garota deitada no papelão a me ver cruzou seu olhar com o meu e foi nesse exato momento em que ambas percebemos que nós éramos iguais, pois éramos pessoas procurando grandes motivos para viver nesse mundo tão injusto. E sem pensar duas vezes tudo que fez foi apenas abraçá-la e acolhe-la em meus braços aonde poderia dá todo meu calor para ela, e a jovem apenas retribuiu o abraço.

Senti na pele como a garota entre meus braços era frágil e gentil, seus olhos castanhos escuros me pareciam tão sinceros, seus cabelos mesmo descuidado eram macios e cheirosos e o seu sorriso era tão meigo. Lembro-me bem que a sua pele pálida assemelhava-se muito com os flocos de neves e ela não era muito alta talvez tivesse 1,50 cm, mas era uma das mais belas jovens que já vi em minha vida.

E em seguida ela apenas sussurrou:

- Moça, obrigada pelo seu abraço!

Às vezes ficar calado e apenas deixar o corpo agir fosse a melhor forma de demonstrarmos nossos reais sentimentos.

“Realmente estou ficando louca?”, pensei naquele momento. Ao ver a garota agradecer pelo abraço aquilo me chama atenção, pois imaginei que há tempos ninguém fizera isso por ela. E em seguida perguntei:   

- Qual é o Seu nome?

Ao questionar o nome da mesma para minha surpresa ela apenas me disse:

- Moça o que é “Nome”?

Acreditem apenas um leve sorriso mostrei ao ouvir aquilo e em seguida imaginei “Como alguém não poderia ter nome”. Naquele momento há caixa de papelão parecia derreter diante da chuva e antes que ela se molhasse lhe oferece abrigo dentro do meu guarda-chuva.  

Ela se levantou da caixa e logo ficou de baixo do guarda-chuva me abraçando, o seu corpo magro tremia de frio e seus leves cabelos voavam diante dos ventos que passavam sobre nós. Ao fazê-la segurar firme no guarda-chuva tudo que fez foi me afastar um pouco e olhar para o céu.

Agora meu corpo estava coberto de lagrimas, as minhas mãos levemente se estendiam para o alto, assim como num giro envolvente todo meu ser movimentava-se e sem perceber ela me via na forma de um anjo que dançava em plena chuva.

E naquele instante tudo que pensava ou sentia era apenas como alguém poderia agüentar toda aquela circunstância, com certeza ela deveria ser muito forte emocionalmente, além que nós seus olhos havia um brilho que jamais parecia apagar.

Por um minuto pensei: “Ela era realmente tudo que eu queria ser”

Mas me sente bem por vê-la em meu caminho, pois sabia que agora tinha encontrado alguém muito parecido comigo, mas também não poderia ignorá-la e deixá-la daquela maneira.

Foi quando de repente em meio ao meu giro ela me segurou e olhou para dentro dos meus olhos, como se tivesse procurando a certeza que aquilo tudo fosse verdade. Nossa aquilo para mim foi como choque, porém vi no olho dela a coisa mais bonita da vida que era força de viver e de querer mudar sua realidade à volta.

Logo após me segurar, sentir seu corpo se aproximar do meu e em seguida pude sentir todo o calor do seu coração tocar em minhas mãos. Os ventos sopravam bastante naquele momento, a chuva caia sobre nós muito mais forte do que antes, mas a única coisa que realmente pude sentir naquele momento foi os gritos desesperados daquela jovem ecoando dentro do meu ser. Eram gritos que não podia ser ouvidos, mas que ecoavam dentro de mim quando suas lagrimas tocavam minha pele.  

E quando por fim sentir ela se acalmar notei que a mesma recuava diante do meu abraço e me olhava ainda com medo, com receio, talvez sua dor como a minha ainda seja forte demais para ser esquecida tão facilmente.

Porém a única coisa que pensava: “Era como eu queria vê-la feliz”

E antes de qualquer coisa simplesmente estende a minha mão em direção ao seu rosto e suavemente acariciei sua pele fria e macia, enquanto a minha mão descia pela sua face ela apenas fechava os olhos para imaginar meu toque no seu corpo e sentir a sensação de carinho.

Em seguida ela pegou na minha mão com a sua mão e logo estendeu as duas para cima para que ambas nós duas pudéssemos olhar o céu assim como nossas mãos. E num belo movimento com seus dedos ela uniu como num laço nossas mãos e assim vagarosamente ela abriu seus olhos, foi quando de repente sentir nossos corações batendo em nossas mãos.

Naquele momento toda a minha atenção estava voltada para minha mão e principalmente para o Som que podia ouvir vindo dela, era um som bem semelhante ao do meu coração assim com a pulsação dele em minha mão. Aquilo tudo parecia me deixar confusa, porém ao olhar para aquela jovem garota tudo que via era apenas alguém lutando pela vida e por um minuto me entreguei aos seus sentimentos, e ambas ao olhar uma para outra entendemos que apenas deveríamos sentir o momento e assim fizemos quando fechamos os olhos.

Naquele momento ao fechar os olhos sentir minha mente se transportar para um lugar totalmente diferente da onde estávamos, era um lugar que não havia como explicar, porém tudo que via naquele novo ambiente era um lugar bem obscuro e no meio dos meus pés havia uma água negra que mal refletia minha imagem.

 Lembro bem que não muito longe dali havia uma pequena menina chorando e soluçando, logo que a observei tratei de me aproximar e quanto mais perto chegava dela, mas o seu choro parecia se intensificar foi quando de repente eu a toquei e me estremece ao ver a garota chorar sangue negro.

Quando observei aquilo sentir meus joelhos desabarem juntamente com minha força e assim cai em meio aquele lago negro que agora parecia me engolir, em quanto meu corpo afundava as lagrimas da menina faziam o lago ficar mais profundo e escuro.

Enquanto meu corpo caia na profundeza do lago, meus olhos iam perdendo de vista a jovem menina que chorava e alimentava o lago com suas lagrimas, mas foi quando comecei a ouvir risos, pequenas frases e até mesmo nomes vindos de trás de mim além que havia algo luminoso vindo de lá.

Quando olhei para trás vi centenas de Bolhas brilhantes com fragmentos de minhas memórias, elas viam do fundo do lago negro com um brilho cintilante muito poderoso além de conter varias lembranças da minha vida que me motivavam até agora.

Antes mesmo que pudesse me afogar ainda mais no fundo desse lago notei que as bolhas ali se prendiam a meu corpo assim me arrastavam de volta para superfície e em frente ao meu rosto havia uma bolha em especial com um brilho amarelado e que dela saísse um som ligeiramente familiar.

Aquela bolha em especial além de ecoar um som ligeiramente famílias tinha dentro de si uma imagem de uma jovem linda mulher cantando e antes mesmo de eu tocá-la com minhas mãos a bolha simplesmente explodia como uma dessas bolhas de sabão.

Ao explodir a bolha uma luz se fazia no seu lugar da mesma cor que a bolha emitia antes mesmo de desaparecer e assim aquela luz que surgia agora entrava em mim.

Ao entrar em mim a luz emitia vários raios luminosos da mesma tonalidade de sua cor para as outras bolhas que assim refletiam a luminosidade do seu raio em diversas cores cintilantes mais parecendo um grande Arco-Íris, aquelas luzes de todas as bolhas faziam com que aquele ambiente escuro e sombrio se dissipasse.   

Logo um novo lugar surgia em meio aquela luz era um ambiente respectivamente bem mais agradável do que o outro havia um grande pano vermelho cobrindo a minha frente, o chão aonde existia o lago negro agora se tornará um lindo piso de madeira, as luzes das bolhas agora se tornavam belos holofotes que me iluminava naquele momento.

Pensei “Onde estou agora?”, essa pergunta claramente foi respondida ao notar a cortina vermelha se levantar e ver que onde eu estava era um imenso Teatro com milhares de pessoas sentadas prontas para ver um grande espetáculo.

Porém havia um homem sentado na primeira fileira das cadeiras que carregava consigo uma linda criança que me chamava muito atenção, aquele homem parecia alguém que já conhecia há muito tempo atrás foi quando notei que logo na cadeira seguinte Daisuke estava lá, porém aparentando estar bem mais novo.

E aquele homem era meu Pai me segurando em seus braços, naquele exato momento sentir um aperto no meu peito e antes que pudesse começar a chorar a platéia se levantava, e rapidamente uma chuva de palmas enobrecia o lugar até mesmo a pequena criança parecia aplaudir foi quando percebe que os holofotes brilhavam em mim.

Locutor falava: - Vamos nós embriagarmos com mais um dos Sucessos, Kanzaki Kaori.

“O que estar acontecendo?”, pensei como poderia eu ser a mamãe, rapidamente olhei para mim e me vê com roupas diferentes, ao tocar no meu rosto e nos meus cabelos senti que aquilo não era realmente eu.

Aquela multidão esperava algo, mas eu não fazia idéia do que fazer até que ela tocou na minha mão e olhou no fundo dos meus olhos dizendo:

Kanzaki Kaori: - Filha como estais linda!

Sinceramente não saberia dizer sequer uma palavra para mamãe naquele instante só apenas fiquei muito emocionada e com os olhos cheios de lagrimas.

Kanzaki Kaori: - Filha não chore, estou aqui com você.

Kanzaki Kaori: - Essa platéia espera sua linda canção.

Matsushita Mitsue: - Não sei cantar!

Kanzaki Kaori: Ah, Filha linda se sabe sim, pois seu coração viva a cantar suas verdadeiras emoções apenas seja o interprete dele e faça isso como você vinha fazendo há tanto tempo. Cante com sua alma e para seu irmão Daisuke que nesta noite estar aqui só para te ver.

Mamãe era linda bem diferente do que podia imaginar, ela parecia ser forte e corajosa além de ter um lindo cheiro de jasmim em seus cabelos, seu rosto era tão bem desenhando que parecia uma linda escultura, seu corpo era bem esbelto e longo, e seu sorriso era inspirador.

Ela trazia uma paz como nenhuma outra apesar de pensar que meus temores só sumiriam com a presença de Sr (a). Hanatarou quando vi a mamãe foi como se visse Hanatarou em que só me trazia felicidade e alegria.

Agora ela me olhava esperando que eu cantasse para todos e ainda meio receosa atende seu pedido, de vagar caminhava em direção ao microfone, a platéia me seguia com seus olhos e naquele momento antes de entoar qualquer som apenas pensei “Obrigado, mamãe”.

“O que vou cantar?”, pensei apesar de nunca ter cantado para ninguém, mas como num passe de mágica na minha mente letras começavam a surgir e antes que começasse a cantar, a orquestra começou a tocar.

E todos se sentaram e começaram observar, apenas fechei meus olhos e me guiei pelo meu coração assim como mamãe pediu, comecei a cantar.

Ninguém Em Casa

Eu não poderia te dizer por que ela se sentiu          

Daquela maneira

Ela sentiu isso todos os dias

E eu não pude ajudá-la

Eu só a vi cometer

Os mesmos erros novamente

O que está errado, o que está errado agora?

Muitos, muitos problemas

Eu não sei de onde ela veio

De onde ela veio

(Refrão)

Ela quer ir pra casa, mas ninguém está em casa

É onde ela se encontra, arrasada por dentro

Não há lugar pra ir, não há lugar pra ir

Secar suas lágrimas, arrasada por dentro

Abra os seus olhos

E olhe ao seu redor

Encontre as razões

Você foi rejeitado

E agora você não consegue encontrar

O que você deixou pra trás

Seja forte, seja forte agora

Muitos, muitos problemas

Eu não sei de onde ela veio

De onde ela veio

(Refrão)

Ela quer ir pra casa, mas ninguém está em casa

É onde ela se encontra, arrasada por dentro

Não há lugar pra ir, não há lugar pra ir

Secar suas lágrimas, arrasada por dentro

Seus sentimentos ela esconde

Seus sonhos ela não consegue encontrar

Ela está perdendo a cabeça

Ela foi deixada pra trás

Ela não consegue achar seu lugar

Ela está perdendo a sua fé

Ela caiu em desgraça

Ela está por todos os lados (yeah!)

(Refrão)

Ela quer ir pra casa, mas ninguém está em casa

É onde ela se encontra, arrasada por dentro

Não há lugar pra ir, não há lugar pra ir

Secar suas lágrimas, arrasada por dentro

Ela está perdida por dentro, perdida por dentro

Ela está perdida por dentro, perdida por dentro

Quando ás ultima frase saíram de minha boca todos se levantaram e me aplaudiram, papai simplesmente se levantou e foi até o palco quando se aproximou de mim me abraçou.

Kisute: - Estava magnífica como sempre “Ame”;

Logo notei tudo aquilo sumir diante de mim e novamente me encontrava na frente daquela menina da rua foi quando a disse naquele momento:

Matsushita Mitsue: - Você se chamará “Ame”


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